terça-feira, 3 de setembro de 2013

Uma feira do tamanho dos sonhos da nossa juventude!


Uma feira do tamanho dos sonhos da nossa juventude!

A 4. edição da Feira do Estudante promovida pela Coordenadoria da Juventude da Prefeitura de Guarulhos é um exemplo simples de como é possível oferecer num mesmo espaço público tantas oportunidades, informações e escolhas para juventude guarulhense.

Segundo o movimento “Todos pela Educação” Guarulhos possui em média 65 mil alunos matriculados no ensino médio (IBGE/2011), número que salta os olhos se considerar que a taxa de aprovação chega a 80% daqueles que estudam na série final. Grande parte destes jovens buscam nesta última década colher os frutos do crescimento econômico e o desenvolvimento do período.

Isso se expressa na busca pela qualificação profissional e por uma carreira profissional. Daí a ideia simples do evento: reunir universidades, faculdades, centros universitários, escolas de idiomas, empresas de entreterimento, cursos de especialização e outras oportunidades através de palestras, workshop's e oficinas ocupando o espaço público do Centro Educacional Adamastor nestes dias 03 a 05 de setembro.

Esse momento de encontro de jovens de diversos bairros e regiões também mostram a força de uma cidade que é habitada por mais de um milhão e 300 mil habitantes, onde só os jovens (dos 15 aso 29 anos) representam quase 300 mil, todos em busca do compartilhamento de informações, das rodas de amigos, da procura pela profissão idealizada ou apenas conhecer.

O incentivo para que o jovem busque cada vez na educação uma porta aberta para o futuro não tem preço nos dias da Feira do Estudante e é isso que produzimos enquanto poder público.

Há muitas novidades neste ano, mas a interatividade é a maior delas! Seja pelas redes sociais reais ou pelas virtuais teremos num mesmo lugar uma diversidade de opções tecnológicas a disposição da curiosidade coletiva dos jovens visitantes.

Outra coisa que mexe com o ego é saber que esta é a segunda maior feira do estudante do estado de São Paulo, onde não é pecado termos orgulho de nossa cidade. Evidente que a maior é que é realizada pela capital paulista, mas olhando para o tamanho da nossa cidade não poderiamos deixar por menos, os mais de 20 mil visitantes previstos poderão ter a sua disposição mais de 61 expositores.

Além de conhecer os trabalhos desenvolvidos pela Prefeitura de Guarulhos na área da tecnologia, do meio ambiente, do transporte e trânsito, da solidariedade, enfim, além da informação com diversão, pois teremos novamente o “labirinto das sensações”, que é uma intervenção teatral que trata da sexualidade de forma descontraída.

Jovens do EJA Guarulhos e de programas como Projovem Urbano estarão lá para serem tocados pela febre do conhecimento, matéria que a educação municipal está de parabéns nos últimos anos e com parceria firme com a juventude.

Enfim, não há motivos para você não ir. Não importa a idade e nem os seus estudos, queremos acolher a todos e todas. Bem vindo (a) a 4. Feira do Estudante da cidade de Guarulhos.

Wagner Hosokawa

é Coordenador Municipal de Juventude da Prefeitura de Guarulhos, idealizador da feira, assistente social e mestre em Serviço Social pela PUC/SP

“O dever do Estado é com o povo, não com os médicos”



Secretaria de Movimentos Populares - SEMOP / PT - RJ

Informe do dia 26 de agosto de 2013

“O dever do Estado é com o povo, não com os médicos”

“Seria um horror para o reacionarismo de branco assistir médicos da ilha de Fidel, muitos entre eles negros, pegando no batente em locais para os quais seus colegas brasileiros viram as costas e tapam o nariz”. 

A declaração é de Breno Altman, diretor editorial do site Opera Mundi e da revista Samuel, ao comentar a chegada ao Brasil de médicos estrangeiros, que tem provocado repúdio de várias organizações representativas da classe médica brasileira. 

“A reação não é contra eventuais falhas de interlocução: sua natureza reside em defender privilégios corporativos, contrapostos aos interesses do país e aos direitos da cidadania. As três principais bandeiras nas marchas dos jalecos brancos são elucidativas. São contra a extensão da residência em dois anos, com obrigatoriedade de servir o Sistema Único de Saúde. 

Não concordam com a vinda de doutores estrangeiros para cobrir déficit de profissionais, especialmente nos rincões do país. Reivindicam a derrubada do veto presidencial sobre o chamado Ato Médico, que fixava supremacia da categoria em relação a outros trabalhadores do universo sanitário. 

São reivindicações de quem olha para o próprio umbigo. Insuflada pelos extratos mais ricos e articulados com o conservadorismo, a mobilização médica não entra na briga para a melhoria da saúde pública. Seus maiores aliados são os que comandaram campanha para eliminar a CPMF e retiraram cerca de 40 bilhões de reais anuais para o financiamento do setor”, revela Breno. 

O Brasil tem um número pífio de médicos, na proporção de 1,8 para cada mil habitantes. Na Inglaterra, esse índice é de 2,7. Em Cuba, de 6. Nos últimos dez anos, surgiram 147 mil novas vagas no mercado de trabalho, mas apenas 93 mil profissionais foram formados. Há 1,9 mil municípios com menos de um médico por 3 mil habitantes. Em outras 700 cidades, não há doutores com residência fixa. 

Esses 2,6 mil municípios sem assistência adequada estão entre os mais pobres e distantes dos grandes centros. “Parte expressiva da categoria, diplomada em instituições do Estado, não está nem aí para a hora do Brasil. Não quer sair de sua zona de conforto e se acha no direito de pensar apenas em carreira pessoal e montar um rentável consultório privado em alguma metrópole. 

Entidades da área, especialmente o Conselho Federal de Medicina, fazem de tudo para impedir a ampliação do número de faculdades (em nome da qualidade de ensino, é claro) e a contratação de médicos estrangeiros ou formados no exterior. A reserva de mercado, para essa gente, está acima da saúde pública. E essa gente é muito diferenciada. 

Enquanto 40% do total de alunos da Universidade de São Paulo frequentaram colégios públicos, na Faculdade de Medicina essa origem restringe-se a 2% dos matriculados. Na turma de 2013, nenhum deles era negro. Médicos ricos querem ficar mais ricos atendendo os ricos. Vale lembrar que o dever do Estado é com o povo, não com os médicos”, acentua.

Levante Popular da Juventude: Por que jogamos merda na Globo

No dia 30 de agosto, realizamos protestos em sete capitais brasileiras em frente à Rede Globo e afiliadas, pela democratização da comunicação. A ação que realizamos que ganhou maior repercussão nos escrachos foi jogar merda em frente às sedes da emissora.

No dia posterior, as Organizações Globo lançaram na internet a sua confissão de culpa, em relação ao apoio que deu ao Golpe de 1964 e à Ditadura Militar. Nesse sentido, apresentamos aqui as razões que levaram a nos manifestar dessa maneira:

-Jogamos merda na Globo porque ela é ilegal e antidemocrática. A Globo é a representação máxima do monopólio das comunicações em nosso país, exercendo um poder absoluto na definição do que é verdadeiro e do que é falso, do certo e do errado, do que é legítimo e do que é ilegítimo no Brasil. Tal grau de concentração é incompatível com a Constituição de 1988, que proíbe expressamente o monopólio e oligopólio dos meios de comunicação. Um poder de controlar corações e mentes como o construído pela Globo jamais seria tolerado mesmo em países liberais.

-Jogamos merda na Globo porque ela é manipuladora e faz censura. Está intimamente associada às forças conservadoras do Brasil. Sua trajetória está marcada por uma relação intrínseca com o sistema político vigente e com a classe dominante. Para tanto, a Globo manipula fatos, constituindo e desconstituindo presidentes de acordo com seus interesses e das frações de classe as quais representa. É notória a sua orientação editorial no sentido de criminalizar e deslegitimar a ação dos movimentos sociais e suas bandeiras populares.

-Jogamos merda na Globo porque ela é golpista. Foi o suporte ideológico do Golpe Militar de 1964. As Organizações Globo, como recentemente assumiu, foram cúmplices de um regime ditatorial que perseguiu, prendeu, sequestrou, torturou e assassinou milhares de brasileiros que lutaram pela democracia, mas que eram tratados como “terroristas” nas manchetes dos seus jornais. A Globo foi conivente com a maior marca de sangue que o povo brasileiro carrega em sua história.

-Jogamos merda na Globo porque ela foi beneficiada e construiu um império sobre a obra da ditadura assassina. Nunca assumiu que seu império só se formou a partir das vantagens que obteve por sua associação com as forças sociais, políticas e militares que sustentaram a ditadura. E por conta dessa parceria, até o final do regime ocultou as lutas por redemocratização – inclusive o histórico comício de São Paulo, em 1984, pelas Diretas Já – prolongando ao máximo a sua duração. Portanto, não cometeu um erro, mas um crime.

- Jogamos merda na Globo porque ela é contra as mudanças que o povo quer. Em seu editorial a Globo reafirma que era contra as Reformas de Base propostas por João Goulart. Interrompidas pelo golpe, essas Reformas até hoje não foram realizadas, na medida em que o povo permanece sem acesso pleno a direitos elementares. A Globo é um dos principais entraves para o avanço nas necessárias reformas estruturais no Brasil, como a Reforma Educacional e Política.

-Jogamos merda na Globo porque ela é hipócrita. A Globo é propriedade da família mais rica do Brasil. Os filhos de Roberto Marinho somam um patrimônio de R$ 51 bilhões. Ao mesmo tempo, a Globo deve ao Estado brasileiro R$ 615 milhões, somando os impostos que sonegou na compra dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002 e as multas que recebeu da Receita Federal. Ou seja, suas empresas de comunicação atuam como agente moralizante da sociedade brasileira(julgando e denunciando desvios de verbas públicas) e promovem ações voltadas para “inclusão social”, enquanto acumulam o maior riqueza familiar do país e sonegam impostos.

-Jogamos merda na Globo porque ela joga merda na gente. A Globo contribui decisivamente para a formação de um visão de mundo conservadora, alienada e discriminadora. Sua programação está repleta de narrativas que degradam o papel da mulher, que invisibilizam a população negra e estigmatizam os homossexuais. A Globo representa também o monopólio da arte, da música e do cinema no Brasil, atuando como um torniquete que impede acesso, difusão e produção das expressões culturais mais genuínas do povo brasileiro. A emissora transformou um dos maiores patrimônios do país, o futebol, em um ativo no mercado publicitário, controlando desde a direção da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) até os horários dos jogos.

-Jogamos merda na Globo para quebrar um pacto de silêncio que existe sobre o seu Império, pois a maior parte das forças políticas, seja por cumplicidade ou por medo de se desgastar politicamente com a emissora, não questiona o seu poder. Da mesma forma, o governo federal, em nome desse pacto, silencia quanto à regulamentação dos meios de comunicação e continua alimentando essa máquina de recursos por meios das verbas publicitárias dos ministérios e empresas estatais.

-Jogamos merda na Globo pois a merda é a representação do que há de mais sujo e repugnante. É aquilo que deve ser descartado. Ao mesmo tempo, a merda fertiliza e pode fazer nascer algo novo, como a confissão de culpa que a empresa assumiu por ter apoiado a ditadura durante 21 anos. Como poderá fertilizar a regulamentação e a efetiva democratização dos meios de comunicação.

Somente com atos dessa natureza seria possível expressar a necessidade urgente de democratizarmos a comunicação em nosso país. Assim como a luta por Memória, Verdade e Justiça, que pautamos a partir dos escrachos aos torturadores, a luta pela democratização da comunicação é uma etapa fundamental para consolidarmos o processo de redemocratização da sociedade brasileira até hoje inacabado.

Não descansaremos enquanto esses objetivos não forem alcançados.

Pátria Livre, Venceremos!
1º de setembro de 2013


Levante Popular da Juventude