segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

"crescemos somente na ousadia apenas quando transgrido alguma regra o futuro regressa respirável"

Começo este breve artigo (prometo que serei breve), com um trecho do poema de Mario Benedetti para dizer parafraseando "Racionai's" quando dizem numa letra, "se querem jogar minha cabeça pros porcos, pode vir".

Grosseiro, sim! O suficiente para pelo menos neste espaço particular de função coletiva dividir com aqueles que lêem (ou melhor perdem tempo, a depender do que está aqui escrito), pois quero dividir algo que aconteceu a pouco tempo atrás em um espaço que considero necessário para as lutas da minha categoria e uma singela contribuição para luta da classe trabalhadora.

Eu estou já rodado, quem leu minha declaração de aniversário neste blog já imaginou o que já fiz nesta vida. A militância política só tem valor quando adquire a forma, o gosto e o sabor daquela cerveja que a gente toma depois de um tempo e bem gelada.

Recentemente participei de uma reunião que me deixou incomodado. Fiquei mais incomodado ao saber que algumas intervenções vieram no sentido de me atingir.

Sim, me atingir. Eu ser frágil e que não é dotado dos "podres poderes" e com uma força pequena que só pode ser grande se for grande o coletivo do qual pertenço.

Pior, o ataque é fogo amigo. Ou pelo menos era um amigo, ou melhor, companheiro. Lembrando o sentido da palavra companheiro - aquele com quem se divide o pão - enfim, sou uma ameaça e nem tinha me dado conta disso.

Eu que fiz um giro para minha interiorana cidade de Guarulhos, lugar onde escolhi dar minha pequena contribuição para revolução brasileira. Minha cidadezinha de 1.200.000 habitantes. Onde comecei minha militância política e que depois de muitos anos de luta tive o prazer de viver para ver, criticar e contribuir com o governo petista, almejado por todos (as) nos tempos difíceis da maldade dos coronéis. (Suas "crias" ou substitutos ainda rondam nesta cidade).

Aqui nesta versão 2.0 do século não tem me faltado em tarefas, desafios e felicidades. Até andei tanto pra encontrar uma companheira, revolucionária, de luta e de laços afetivos...enfim encontrei, vou seguir o ritual do mundo: casar, imaginem, vou casar (em breve).

E na altura desta vida ter que aguentar de parte desta minha esquerda - ora a nossa esquerda brasileira - o medo e o ataque de quem imaginava estar ao lado na grande revolução.

Agora não posso nem pensar em emprestar a pasta de dente. Vai saber como ela vai voltar. Gozada, cuspida...eu heim!

É meus caros acompanhantes do blog e companheiros (as) de fato, de luta, de copos (alcoólicos ou não), sigo como eterno estudante do mundo, vivendo, aprendendo e buscando não dar tanta bola pra gente tão pequena.

Vamos todos e todas ler o clássico: "Esquerdismo, doença infantil do comunismo", de Lênin - intelectual que eu respeito muito, mesmo!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

DIREITOS HUMANOS, necessária luta contra a bárbarie! Agentes de Segurança do Estado de SP devem no mínimo esclarecimentos!

Humanidade, palavra forte que indica entre os seres vivos o poder daquele único dotado de razão: os homens.

Porém isso parece ainda ser uma luta de pequenos contra gigantes. E de quem estou falando? Da construção de uma sociedade que tenha valores coletivos, humanos e principalmente sem abusos de poder por parte de quem quer que seja.

As notícias publicadas abaixo por jornais da imprensa guarulhense mostram a reação popular contra abusos cometidos por policiais militares que estariam agredindo, extorquindo e utilizando de violência física e moral para coagir a população do "Morro do Piolho"na região do Presidente Dutra.

Região de trabalhadores, lá conheço bem a realidade local e com certeza não é uma região dominada por traficantes ou grupos que promovem a violência. Suas desigualdades sociais e até mesmo algumas violências são problemas para serem resolvidos, mas nada é tão grave quanto a violação de direitos humanos.

Com certeza a indignação leva a atitudes pouco aceitáveis, como no caso a queima de dois ônibus, contudo a reação contra outra violência - a cometida contra as pessoas - é justificável quando não sequer uma providência ou esclarecimento por parte dos órgãos responsáveis pela - pasmem - segurança dos cidadãos e cidadãs.

Por isso escrevo no sentido não de denunciar, mas de reafirmar qual é a sociedade que queremos de fato construir agora e deixar para gerações futuras (gerações que espero que sobrevivam a violência que estão submetidos), e que possamos ter mais respeito pelos profissionais que devem prestar serviço a população.

Quero dizer que enviei hoje (27/01/2011) um ofício pedindo providências na apuração das denúncias para as Comissões de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores e da Assembléia Legislativa, para o Secretário Estadual da Justiça e para o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CONDEPE), onde solicito no mínimo esclarecimentos.

Justamente porque atingem jovens - adolescentes - e porque soma-se as lutas da campanha "A juventude negra quer viver" que enfrenta a violência contra os jovens negros - vitimas majoritárias do abuso de autoridade - inclusive das forças de segurança pública.

Queremos sim a mudança necessária da forma de abordagem e uma reforma no currículo de formação das forças de segurança pública, bem como o respeito aos direitos humanos da juventude guarulhense e brasileira.

GUARULHOS

27 de janeiro de 2011 - 09:59

Alberto Augusto

Protesto no Morro do Piolho teve dois ônibus queimados

Ônibus queimado em protesto por assassinato de adolescente e enchentes

Protesto no Morro do Piolho teve dois ônibus queimados

Lucas Pimenta

Um protesto de moradores do Morro do Piolho, no Jardim Presidente Dutra, na tarde de ontem, terminou com um ônibus da linha Santos Dumont da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) completamente queimado na Avenida Papa João Paulo e outro na Avenida Rio Real, que teve as chamas controladas e seguiu em operação.

De acordo com os moradores, o motivo do protesto foi o assassinato de um garoto de 16 anos e, também, a sequência de ações truculentas da Polícia Militar, que supostamente entraria na comunidade com frequência e agrediria moradores. Outro motivo secundário viria das fortes enchentes que atingiram o local na última semana. “Fizemos isso porque não aguentamos mais. Somos pais de família, trabalhamos e a PM vem aqui todas as noites, batendo, queimando cigarro em nossos pés e até nos jogam no rio. Eles falam que querem drogas e dinheiro, mas não é todo mundo que é bandido”, comentou um morador do local, que tem 33 anos e preferiu não se identificar.

Outro morador da comunidade, 26 anos, também indica a revolta com a morte do adolescente, que trabalharia como ajudante e ao entrar em uma auto-peças na Avenida Rio Real foi morto com um tiro no tórax. Segundo o morador, no inquérito não consta o culpado, que seria o segurança do estabelecimento. “Voltamos do velório, hoje, indignados e fizemos isso. Para nos bater, a polícia vem, mas para achar quem matou um trabalhador, não faz nada”, comentou com indignação.

O caso agora é investigado pelo 7º Distrito Policial de Guarulhos, do Jardim São João, e, por conta do problema, o trânsito local ficou parcialmente fechado por três horas.

Relatos de moradores são histórias de terror

Mesmo sem a confirmação sobre o suposto abuso da Polícia Militar, relatos dos moradores do Morro do Piolho, na região do Jardim Presidente Dutra, são assustadores.

De acordo com um morador de 32 anos, a Polícia Militar faz incursões ao local praticamente todas as noites à procura de entorpecentes, supostamente queimam e mutilam moradores, mesmo sem encontrar qualquer ilegalidade. “Eles entram, nos cercam e nos forçam a dar dinheiro. Não faço parte do crime e mesmo eles não achando nada, queimam plástico quente e colocam em nossos pés”, afirmou.

Outro morador de 25 anos afirma que trabalha como ajudante, tem três filhas e relata que, após passar o dia o trabalhando, durante as ações da PM, é obrigado até mesmo a entrar no rio, que passa ao lado da comunidade. “Eles perguntam se a gente sabe nadar. Jogam-nos dentro do rio, que é todo sujo, e se não apontamos onde tem dinheiro, ficamos lá. Sou trabalhador, e é uma humilhação minha filha ver isso.”

Questionada, a assessoria da PM afirmou ter apurado a denúncia e que essa não corresponde. O órgão informa ainda que denúncias devem ser levadas à Corregedoria.

Fonte:http://www.folhametro.com.br/folha_metro_/f?p=254:3:1119225421149839::::P3_ID_NOTICIA,P3_ID_CADERNO:53007,909

Aparício Reis

Dois ônibus são atacados no Parque São Luís em protestos de moradores

Keyla Santos
Da Redação

Um coletivo da Empresa de Ônibus Guarulhos foi incendiado por volta das 17h de hoje na Avenida Papa João Paulo 1º, no Parque São Luís, próximo à comunidade Morro do Piolho. Um segundo veículo da Empresa de Ônibus Vila Galvão foi depredado na Avenida Rio Real. Policiais militares chegaram a tempo de impedir que populares ateassem fogo.

Segundo o major-tenente Carnevale é possível que a manifestação tenha ocorrido por conta das enchentes que vêm acometendo a região nos últimos dias. A informação é de que os moradores haviam solicitado à Prefeitura que fosse realizada limpeza no córrego e que fossem retirados os entulhos da região, porém, a solicitação não foi atendida.

Uma das faixas da Avenida Papa João Paulo 1º foi interditada, os policiais militares permaneceram no local para orientar os motoristas e acalmar os ânimos dos moradores. O major disse que, segundo relato de testemunha, os responsáveis pelo incêndio pediram para que os passageiros e os funcionários deixassem o veículo, permitindo inclusive que o motorista retirasse seus pertences.

A diarista Maria dos Santos, 40 anos, alegou que a manifestação foi necessária por conta das enchentes e também devido à violência policial. A moradora assegurou que viaturas da polícia militar adentram a comunidade em alta velocidade e não se preocupam com quem estava passando pela via. “Os jovens da comunidade são tratados como marginais, mas eles não são”, disse a diarista.

O motorista do ônibus da empresa Vila Galvão, Francisco Souza, 24 anos, disse que não suspeitou da ação, pois os manifestantes se passaram por passageiros no ponto. “Dois homens adentraram ao veículo e começaram a gritar ‘já era, já era, perdeu, perdeu’ e deram a entender que estavam com arma de fogo. Em seguida pediram para os passageiros deixarem o ônibus”, disse.

Segundo Souza, enquanto o veículo era evacuado, um grupo de aproximadamente dez pessoas começou a apedrejar o ônibus. “Um deles chegou até a jogar álcool em mim”, afirmou.

O ônibus incendiado foi retirado da via por volta das 22h30.

fonte: www.diariodeguarulhos.com.br

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Especial SUAS - Aldaiza Sposati