sábado, 24 de dezembro de 2022

Deforma Trabalhista: segundo pesquisa Datafolha "Datafolha: Para 56% reforma trabalhista trouxe mais benefício para empresários do que para trabalhador"

 Importante: 1) Apesar da Datafolha fazer um esforço tremendo em "justificar" a reforma trabalhista que tirou direitos, inclusive dos trabalhadores (as) da imprensa, tentando fazer um contorcionismo com os números de 2017 e 2022, a margem da consciência de classe permanece firme em mais de 50% com a certeza de que a reforma ajudou a burguesia (patrões, donos, etc.) e tirou direitos dos (as) trabalhadores (as). 2) Não se deve subestimar a consciência da classe trabalhadora, portanto não se deve abandonar as ruas e suas lutas, pois eleger Lula foi para tirar o caos do poder central, mas sua base permanece firme; 3) Esperançar significa isso, manter esses vínculos que só a nossa forme organização pode dar como contribuição. Boa leitura!






DATAFOLHA

Datafolha: Para 56% reforma trabalhista trouxe mais benefício para empresários do que para
trabalhador

Avaliação de que mudança foi boa para ambos aumentou desde 2017, segundo pesquisa

23.dez.2022 às 23h15




Eduardo Cucolo

Para 56% dos brasileiros, a reforma trabalhista de 2017 trouxe mais benefícios para os empresários do que para os trabalhadores. É o que mostra a pesquisa Datafolha realizada nos dias 19 e 20 de dezembro.

O número, no entanto, é menor do que a expectativa que havia antes da mudança na legislação. Levantamento feito em abril de 2017 mostrou que, na época, 64% tinham a expectativa de que a reforma beneficiaria principalmente os empregadores.

Na época, 21% avaliavam que empresários e trabalhadores seriam beneficiados na mesma medida. Agora, essa opinião é compartilhada por 27% dos entrevistados.

O percentual dos que avaliam que a reforma traz mais benefícios para os trabalhadores do que para os empresários está em 6% na pesquisa mais recente, praticamente o mesmo percentual de 2017 (5%).

As novas regras criadas pela reforma trabalhista de 2017 completaram cinco anos em novembro. Desde a campanha eleitoral, as mudanças estão na mira do novo governo Lula.

A postura contrária à reforma supera 50% em praticamente todos os recortes socioeconômicos na pesquisa mais recente. As exceções são os grupos de renda acima de dez salários mínimos (37%), moradores da região Sul (43%) e os próprios empresários (27%).






A avaliação de que a mudança beneficia empregadores e trabalhadores na mesma medida é maior entre homens (32%) do que mulheres (23%), entre brancos (30%) e pardos (29%)  do que entre pretos (22%), e cresce conforme a renda, saindo de 23% para quem ganha até dois salários mínimos e chegando a 46% na faixa acima de dez mínimos. Por ocupação, os percentuais mais altos estão entre empresários (58%), assalariados registrados (32%) e autônomos (30%).

Na pesquisa, foram realizadas 2.026 entrevistas em todo o Brasil, distribuídas em 126 municípios. A margem de erro máxima para o total da amostra é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.

CARTEIRA ASSINADA

A pesquisa também mostra que 77% dos brasileiros prefere ter carteira assinada, com direitos trabalhistas garantidos, mesmo que a remuneração seja menor. Outros 21% A primeira opção tem mais apoio de mulheres (81%), pessoas com ensino fundamental (83%), moradores do Nordeste (80%) e católicos (82%). Os percentuais são menores entre homens (73%), no grupo com curso superior e médio (ambos com 75%), moradores do Sul (72%) e evangélicos (73%).




A preferência por salário maior a direitos trabalhistas e registro encontra mais apoio no grupo de autônomos, profissionais liberais e freelancers (37%), entre empresários (28%) e assalariados sem registro (20%).

DESEMPREGO

De acordo com o levantamento, 11% dos entrevistados estão desempregados (9%) procuram trabalho e outros 2% deixaram de procurar). Entre os que buscam emprego, 65% são mulheres, e 35%, homens. São 43% sem emprego há mais de dois anos e 31% há até seis meses.

Entre assalariados sem carteira, autônomos e outros ocupados sem registro, 64% já trabalharam com carteira assinada.

Entre essas pessoas que já tiveram registro, mas trabalham atualmente sem carteira assinada, 70% estão nessa situação há mais de dois anos e 19% há menos de um ano.

Gostariam de ter carteira assinada 61% dos brasileiros que trabalham por conta própria.





A VERDADE SOBRE OS EFEITOS DA "REFORMA TRABALHISTA" DE TEMER-BOLSONARO E PORQUE A POPULAÇÃO TRABALHADORA É CONTRA.

Por Marcelo Ferreira | Brasil de Fato

“Reforma” foi vendida como uma modernização da legislação que criaria até seis milhões de novos empregos

Cinco anos depois da aprovação da reforma trabalhista, trabalhadores perderam direitos, grandes empresários mantêm seus lucros e a taxa de desemprego não caiu, após bater recorde em 2020 e 2021. A análise é de Lucia Garcia, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). 

“Além disso, o mercado interno foi desintegrado e a renda pública foi colocada em risco, principalmente o orçamento da Previdência Social”, afirma a especialista em mercado de trabalho. “Quem ganhou com as reformas foram os setores exportadores e financeiro, aprofundando nossa vocação de entregar o sangue de povo para luxúria da elite”, complementa.:

O projeto que alterou ou revogou mais de 100 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foi apresentado, votado e aprovado em menos de um ano após o golpe que tirou Dilma Rousseff (PT) da presidência, no bojo do programa “Ponte para o futuro” lançado pelo então vice-presidente Michel Temer (MDB).

“Ponte para o abismo”

Chamado por sindicatos de “Ponte para o abismo”, o projeto foi formulado pelo então PMDB com amplo apoio do setor empresarial brasileiro, a exemplo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Nem mesmo greves gerais e intensos protestos impediram sua implantação.

A precarização não parou por aí. Foi aprofundada por Jair Bolsonaro com diversas medidas provisórias. Uma delas, que cria o Programa Nacional de Prestação de Serviço Civil Voluntário, está prestes a virar lei. A MP 1099/22 foi aprovada pelo Senado no dia 25 de maio.


Arte: Brasil de Fato RS / Fonte: IBGE

Modelo espanhol que inspirou reforma no Brasil não deu certo e foi revisto

Um estudo recente da Universidade de São Paulo (USP), assinado pelos pesquisadores Gustavo Serra, Ana Bottega e Marina da Silva Sanches, concluiu que, ao contrário do que prometiam os defensores da reforma trabalhista, cortar direitos do trabalhador não teve impactos positivos no mercado de trabalho. A pesquisa cita, ainda, que reformas semelhantes adotadas na Europa também não entregaram o que prometiam.

Um exemplo é o da Espanha, que serviu de inspiração para a reforma no Brasil. O estudo “A desregulamentação diminui o desemprego?: uma análise empírica do mercado de trabalho na Espanha” constata que as alterações de 2010 e 2012, visando flexibilizar as leis trabalhistas e estimular contratos temporários, tiveram efeito zero sobre o desemprego. Acabaram apenas reduzindo a capacidade de negociação dos trabalhadores.

Um terceiro levantamento, abrangendo vários países europeus que desregulamentaram as leis trabalhistas, indicou, em vez de avanços, uma elevação da taxa de desemprego.

No início de 2022, a reforma espanhola foi parcialmente revogada pelo governo do primeiro-ministro Pedro Sánchez, do partido socialista. Caminho que pode ser seguido no Brasil, a depender do resultado das eleições deste ano. Entre os pré-candidatos à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PDT) propõem rever a legislação, enquanto Jair Bolsonaro (PL) defende medidas que favorecem os empresários.

FONTE: http://abet-trabalho.org.br/dieese-flexibilizacao-das-leis-trabalhistas-foi-ponte-para-o-futuro-de-um-pais-desempregado/#:~:text=Cinco%20anos%20depois%20da%20aprova%C3%A7%C3%A3o,e%20Estudos%20Socioecon%C3%B4micos%20(Dieese).