sexta-feira, 31 de março de 2017

UNG promoverá oficinas nas escolas da cidade

fonte:http://www.ung.br/noticias/ung-promovera-oficinas-nas-escolas-da-cidade
24/03/2017 - 12:02 - Atualizado em: 24/03/2017 - 12:05
Imagem mostra mãos segurando o planeta Terra
A atividade faz parte do Projeto de Extensão Universitária, que visa integrar a comunidade acadêmica e a sociedade








Professores e alunos do curso de Serviço Social da Universidade UNG, vão realizar oficinas gratuitas nas escolas estaduais e particulares de Guarulhos. Coordenado pelo professor Wagner Hosokawa, os cursos terão duração de duas horas e usarão como referência os PCN's do Ensino Médio (diretrizes elaboradas para orientar os educadores por meio da normatização de alguns aspectos fundamentais referentes a cada disciplina).
Esta atividade faz parte do Projeto de Extensão Universitária, cujo objetivo é integrar a comunidade acadêmica e a sociedade, além de promover conhecimentos sobre cidadania nas escolas. “O projeto Escola de Cidadania, promovido pela UNG, é uma oportunidade de levar um pouco da Universidade aos alunos do ensino médio e estimular a promoção da cidadania”, explica o coordenador do curso de Serviço Social, Adriano de Oliveira.
As escolas que quiserem receber as oficinas, podem se inscrever até o dia 24 de abril, através do e-mail: ssocial.gua@ung.br.
Programação das oficinas:
Redação do ENEM e cidadania - Preparatório com dicas sobre os temas e como produzir uma boa redação para o ENEM;
Minha Profissão, direitos e trabalho - Para entender o mercado de trabalho, os desafios do mundo atual e o papel da cidadania;
Nós no mundo, nós na cidade!  - Temas diversos sobre educação, direitos humanos e sociais e direitos e deveres do cidadão.  

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sexta-feira, 3 de março de 2017

A ressaca da derrota.

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Guarulhos foi governada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) por quatro mandatos consecutivos, terminando um ciclo de 16 anos de governo. Não quero entrar aqui no velho debate sobre os prós e contras, a fulanização ou quem é o mocinho ou bandido da história.
Também não cabe aqui descer a ladeira do debate sobre o "desgoverno" ou grandes "conquistas". o certo é que por quatro mandatos a eleição e reeleição dos prefeitos do PT representaram mais do que simples "compra de votos" ou uso da máquina pública. É certo que uma parte significativa dos eleitores depositaram esperança e confiança na forma petista de governar. Ou senão, melhor propor ao Ministério Público que acione uma parte dos eleitores da cidade (ou quase a metade) por corrupção passiva por ter eleito os últimos governantes.

O que me chama atenção é a apatia do maior partido (cartorialmente) da cidade, o PT de Guarulhos ainda possui mais de 10 mil filiados (as) só no diretório do partido local e em quase dois meses não reprogramou-se quanto a nova situação política, derrotado nas eleições majoritárias, não ocupa mais o Paço Municipal e mesmo com a maior bancada de vereadores na Câmara não consegue estabelecer as bases para uma oposição (seja ela branda, raivosa, condescendente, meio-a-meio, etc.), e não apresenta um balanço político sequer sobre os dezesseis anos na prefeitura ou as causas da derrota. 

A militância está a deriva, como um naufrago, ainda espera socorro no meio do mar.

O único documento que trata do último período vem da carta de desfiliação do ex-prefeito Sebastião Almeida, que aponta as suas visões sobre o governo e as causas da derrota. Contudo, a narrativa é de saída do PT, não ajuda e nem atrapalha, apenas causa espanto.

A oposição vitoriosa tenta criar sua marca, mostrar sua gestão e deixar claro que o atual governo continua firmemente anti-petista ao ser abraçado pelo vice-governador, Márcio França, do partido do atual prefeito eleito e do tucanismo do governador Alckmin, isolando o PSDB local de possíveis bicadas de outros pró Serra, por exemplo. Tenta governar os primeiros meses por uma premissa que mais parece um réquiem do governo petista: apostar na culpa do passado, aplicar medidas populistas e gerenciar a máquina pública. Sobre esse novo momento, há muito ainda que aguardar, pouco a esperar.

O que me preocupa é como chegamos até aqui: na ressaca da derrota. 

Seria canalha ou pouco respeitoso apresentar um único motivo pela derrota. Dizer que foi o candidato, o golpe (impeachment de Dilma), o anti-petismo, o desgaste político de tanto anos governando, enfim, o conjunto das coisas explicam a causa da derrota. 

Governo que afastou-se do partido. Partido enfraquecido pelo governo. Governismo cego contra militância. Militância que afastou-se do governo. Pauta de gabinete sobre a pauta social e popular. Alianças em detrimento dos movimentos sociais. Reconfiguração das prioridades e interesses. Ausência de formação e politização. Acomodamento na máquina. Quantas destas questões separadas ou juntas não compuseram as teses sobre o vai e vem do governo do PT nestes últimos anos.

Para chegar ao prazo final de inscrição e indicações de presidentes e chapas ao PED (Processo de Eleições Diretas) sem nomes, composições e programas políticos. Para além dos 16 anos de governo, existem os anos anteriores da formação do partido e das lutas sociais empreendidas, e ainda assim, um partido político que se comporta como uma agremiação partidária qualquer. Tragédia.

E quem são os derrotados e derrotadas? Não foram os dirigentes do partido, os mandatários, os candidatos e candidatas, os/as líderes, enfim, o maior derrotado e derrotada é a própria classe social originária e depositária das esperanças e do voto de confiança no PT, a própria classe assalariada guarulhense. Que recebeu, em parte, serviços públicos novos em lugares distantes, integração e impulso parcial da cidade para outro patamar, se não fosse assim, porque tantos candidatos (as) a prefeitura em 2016? Quem aceita administrar uma cidade falida? O poder opera vários discursos, esse colou.

A ressaca da derrota ainda está no ar. Depressões, ausências e distanciamentos, ora de depurar e restabelecer novas solidariedade necessárias. O certo é que este partido ainda gera grandes graus de interesses diversos, podendo não ser possível unificar pelo consenso, apenas pelo acordo. 

Se a unidade possível é pelo acordo, este precisa assumir poucos pontos e ao mesmo tempo englobar os mais variados interesses, duro exercício. Fazer política é assim, as vezes, em poucas palavras é preciso buscar explicar o livro inteiro e agradar parcialmente a todos e todas.

Ou poderíamos seguir a velha visão moderna: fazer política é escolher quem não se vai desagradar.

A pergunta que precisa ser respondida é: "se o PT pode ainda ser o depositário da esperança da população, precisamente da classe assalariada?" e se sim, como construir esse novo caminho capitalizando o que fez pela cidade, organizando pessoas e não eleitores (apenas) e tornando seu lugar - partido - em lugar de participação política.

Para uns reaprender, para outros mudar.