quinta-feira, 28 de julho de 2011

Não aceito que privatizem a minha mãe!

Privatização representa uma palavra que para sociedade brasileira tem encarnado seja a imagem do céu ou do inferno.

Uma coisa é certa, para o povo brasileiro privatizar significa mexer na vida das pessoas. Primeiro: vamos entender de onde vem essa idéia, pois privatizar representa para os interesses do capitalismo (grandes empresas, banqueiros, gerentes do mercado financeiro, elites financeiras), fazer o Estado (a organização política, social e econômica do país), entregar a gestão de riquezas (petróleo, minérios, etc.) e serviços (comunicações, saneamento, etc.) para "gestão" de empresas privadas.

Esse processo tornou-se principio e meta dos interesses do capital a partir do projeto neoliberal. Projeto que no Brasil foi conduzido com força no primeiro mandato do ex-presidente Collor, Itamar Franco e a FHC, que privatizou empresas como a CSN (siderurgia), telecomunicações (telefonia), a Vale (minérios), bancos públicos (Banespa e outros), parte da Petrobras, abertura de serviços na saúde e no ensino superior, pedágios em rodovias, distribuição de energia (Bandeirantes em SP e Light no RJ) entre outros.

Ampliação de serviços, essa pode ser a única "vantagem" apontada pela população. O que é muito pouco diante das necessidades reais da sociedade. E os problemas dessa lógica? Podemos listar: abuso das tarifas, atendimento ruins junto ao "consumidor", ausência de controle da sociedade, serviços de baixa qualidade (incompatível com os altos lucros), prejuízo aos trabalhadores que atuam nestas áreas (baixos salários, contratações irregulares, etc.), quantidade com prejuízo da qualidade e perda de soberania nacional, pois o Estado abriu mão de riquezas e serviços que tem caráter estratégico para um povo e um país.

Criando uma "cidadania do procon", ou seja, ser "cidadão/a" representa apenas ser consumidor e refém dos interesses das empresas. Os governantes tornam-se "reclamantes" e não tem autoridade e nem poder de exercer o seu papel de defesa dos interesses coletivos. A vitória de Lula representou um sentimento contrário a privatização, expressados nos debates eleitorais e nas urnas em 2002. O governo Lula atuou para mostrar que é possível valorizar o serviço estatal se for reformado, se cumprir papel público e atender a população (ou seja, interesses coletivos).

Exemplos disso nesta última década: requalificação dos bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) que promoveu a estatização de bancos estaduais como a Nossa Caixa (SP), fortalecimento da Petrobras que ampliou seus investimentos, reforma da Eletrobrás e da Companhia Ferroviária Nacional.

Isso mostrou a capacidade e a importância de ter um Estado forte onde parte dos recursos hoje para áreas de habitação, pesquisa e tecnologia, infraestrutura e políticas sociais.

Porém existe o problema da disputa de projetos no governo e na sociedade que evidenciam também os limites do governo Lula e Dilma por dois motivos: 1) a criação das Parcerias Público-Privadas que representa privatizar antes do início da obra e da gestão do serviço; 2) mini-privatizações: pedagiamento de rodovias federais, manutenção da venda de poços de petróleo e agora a entrega de serviços e infraestrutura dos Aeroportos.

Isso pode gerar um problema no debate da sociedade: privatizar é bom? É necessário? Nos "prós" e "contras" temos que fazer algumas reflexões.

Nos "prós" a favor da privatização temos: a legislação que garante direitos para os servidores públicos que é extremamente desigual com relação aos salários e benefícios entre trabalhadores que atendem a população e outros servidores de altos cargos de caráter burocrático (gerando privilégios e engessamento dos serviços); o modelo de controle social das empresas precisa democratizar-se e ser mais transparente; e a desburocratização dos processos internos (seu funcionamento) e externos (no atendimento e prestação desses serviços), frente ao "discurso da eficiência" do setor privado.

Nos "contra" a privatização temos: a ausência do controle da sociedade; os lucros não são revertidos para o investimento na ampliação, qualidade e melhoria dos serviços; o poder público e a população ficam reféns das empresas e não há compromisso com o interesse público, um bom exemplo é da telefonia, onde empresas como a Telefônica que praticamente quebraram o serviço público de telefone nas regiões onde não há telefonia móvel (celular) ou fixa, prejudicando comunidades e cidades.

É preciso defender que parcerias ou prestação de serviços só podem ser feitos se tiverem no seu principio o controle social público! A criação das agencias reguladoras não respondem a essa perspectiva, não tem poder de decisão real e nem ideal no modelo atual. Outra coisa, com relação ao dito popular: "quem paga escolha a música", não é verdadeira no caso das privatizações.

Onde as panes de energia em SP ou os bueiros explosivos no RJ não tiveram dos governos postura firme, quem cobrou as empresas foi o Ministério Público. Para que você leitor (a) tenha parâmetro para decidir é necessário observar o que é melhor para o interesse coletivo? Privatizar é abrir mão de algo que é público (política, econômica e socialmente), e entregar para o interesse privado.

Por isso para mim eu reafirmo: não aceito privatizar minha mãe, no caso a nação brasileira. Soberania é uma palavrinha que todo (a) brasileiro (a) deveria conhecer, pois, torcer ptra seleção é pouco como gesto de orgulho pelo país.

Em tempo, a OMC (Organização Mundial do Comércio) que regula as relações comerciais dos seus países membros e o Brasil faz parte. Lá países como Estados Unidos, Japão, entre outros do bloco "desenvolvido" defendem retirar da educação e da saúde sua condição de direitos mudando para modalidade "serviços", isso representa um atraso para humanidade.

Se isso for aprovado preparem os bolsos, porque só vai ter escola ou saúde quem puder pagar. Salvem-se quem puder!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Sistema Único da Assistência Social: agora é lei!



Dia 07 de julho entra para história do Brasil como a data em que a primeira presidenta sanciona uma lei de extrema importância para o país. A lei 12.435/ 2011 modifica artigos da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS de 1993), e introduz várias conquistas que fazem parte do SUAS – Sistema Único da Assistência Social.

Chamada de PL SUAS (Projeto de Lei do SUAS), sua importância está em criar o sistema único, definir um padrão dos serviços, benefícios, direitos e a identidade desta política pública.

Enterra (pelo menos legalmente), o clientelismo, o paternalismo e o assistencialismo do Estado Brasileiro e estabelece que a política pública, deve regrar as relações entre população a ser atendida e o poder público.

Busca superar a cultura política tradicionalista das “primeiras damas boazinhas” que distribuem alimentos e roupas aos pobres, tornando inclusive essa tarefa em dever do poder público, sem que seja ofertada enquanto “favor” e sim direito da população.

Da perspectiva para Assistência Social dando para ela objetivos claros que fazer com que o trabalho desenvolvido faça com que famílias e pessoas atendidas superem a situação de pobreza e não se perpetuem como dependentes do Estado.

Antes que os pessimistas de plantão ou os que não acreditam na força das mudanças levantem a voz, vamos primeiro ler, entender e compreender o valor (ou gosto) dessa vitória da sociedade brasileira.

A constituição de 1988 no campo da disputa política de projetos incluiu direitos que entram em choque pelos interesses que defendem como o direito a propriedade privada e os direitos sociais universais (educação, saúde, moradia, etc), por isso, o capitalismo é o sistema social, econômico e político dominante nas nossas relações e é desigual pela sua natureza.

Ao longo de décadas os militantes políticos do pensamento a esquerda, socialistas e comunistas, buscaram intervir para tornar mais justa a partilha da riqueza socialmente produzida como tática de fortalecer os trabalhadores desempregados que conseqüentemente viviam (e vivem) na pobreza e na miséria causadas por este sistema. O próprio capitalismo cedendo a pressões das lutas sindicais na Europa também se reformulou no período do “welfore state” (o Estado de Bem Estar Social), onde a idéia de uma política de seguridade social foi gestada a partir do interesse público sobre a sociedade e principalmente aos que eram vitimizados pela “exclusão social” do sistema.

Até aqui o que concluímos? Que não havendo “vacina” ou redistribuição justa da riqueza a Política da Assistência Social deve prover os mínimos sociais para sobrevivência e repactuação da cidadania a toda família e individuo que dela precisar, como um direito garantido pelo Estado. Pois não podemos prever o dia de amanhã. Para o sistema não importam manter seus “ricos”, o que importa é manter a lógica que gera a riqueza. Já pensou nisso?

O que muda? Muda que antes os serviços, programas, projetos, benefícios, espaços de participação popular, gestão, enfim tudo era garantido por meio de normas operacionais ministeriais onde desde 2005, a partir da iniciativa do presidente Lula e do Ministério do Desenvolvimento Social – cumprindo as decisões das Conferências da Assistência Social – o SUAS existe, opera e atua nos estados e municípios com recursos repassados pelo fundo a fundo da assistência social.

Tornam-se oficiais as proteções sociais, os serviços em unidades de atendimento como os CRAS (Centros de Referencia da Assistência Social) e CREAS (Centros de Referencia Especializados), garantem o poder dos conselhos como espaços de decisão sobre a política da assistência social e maior controle da sociedade, garante a existência dos programas de atenção integral a família (PAIF), define recursos para que o SUAS atue em todo país.

Aí você, leitor (a), perguntaria: “mas isso já não existia?”, sinceramente: NÃO.

O triste é saber que o custo do atendimento a pobreza não gera votos e nem atinge o coração do sistema. Por tudo isso, reafirmo que o SUAS não é pouca conquista, mas a maior vitória dessa nova década que se inicia. Ele é a nossa garantia de que os pobres deixarão de ser “invisíveis”, dependentes do favor estatal ou pior massa de manobra de interesses eleitorais.

Direitos de cidadania meus caros, minhas caras! Nunca é demais lutar por eles!

Vítimas de um país homofóbico. Reagir então é legitima defesa!


Vejam só que mundo interessante. Por isso defendo a PLC 122 já...observem o destaque que dei no argumento juridico-burocrático-cretino dos órgãos de defesa e segurança.

Pai e filho se abraçando apanham porque algum "nazi-imbecil" entendeu que se tratava de um casal gay. Oras e se fosse mesmo? Aí na lógica da "ameba" isso se justificaria.

Ou aprovamos leis duras como a lei anti-homofobia, ou já já alego LEGITIMA DEFESA para enfrentar esses não-humanos....

segue a matéria:

Homem confessa que atacou pai e filho e é posto em liberdade

20/7/2011 18:41, Por CMI Brasil

Por Jovanella 20/07/2011 às 20:14

Polícia Civil conseguiu identificar um dos agressores de pai e filho que foram atacados durante a Exposição Agropecuária Industrial e Comercial,na última quinta-feira, depois de serem confundidos com homossexuais.

Por meio das imagens do sistema de segurança da Exposição Agropecuária Industrial e Comercial (EAPIC), em São João da Boa Vista, a 200 km da capital paulista, a Polícia Civil conseguiu identificar um dos agressores de pai e filho que foram atacados durante o evento na última quinta-feira, depois de serem confundidos com homossexuais.

Sete homens se aproximaram dos dois homens, pai e filho, que estavam abraçados, e perguntaram se eles eram homossexuais. O homem de 42 anos disse que o rapaz ao seu lado, de 18, era seu filho. O grupo se afastou, voltando em seguida para agredir os dois. O pai teve parte da orelha decepada por uma mordida durante a briga e chegou a desfalecer após receber um golpe no queixo. O filho sofreu apenas escoriações leves.

Um dos suspeitos, identificado com a ajuda da população, é serralheiro e tem 25 anos. Ele prestou depoimento ontem no 1º DP da cidade onde confessou estar embriagado e agredir as vítimas por serem homossexuais. A polícia pediu a prisão do suspeito, mas a Justiça negou o pedido, uma vez que o acusado não tinha antecedentes criminais e possui residência fixa na cidade, além da agressão ser considerada crime de menor potencial ofensivo. Como a homofobia não é crime do código penal, a Justiça entendeu que não caberia uma denúncia por discriminação. Uma outra pessoa foi identificada mas ainda não prestou depoimento.

Apesar do estado de São Paulo possuir uma lei antidiscriminatória, ela não se aplica aos crimes cometidos por civis, nem como agravante, apenas, administrativamente, aos estabelecimentos no estado. O pai, que teve parte da orelha arrancada por uma mordida (foto), pretende fazer uma cirurgia plástica para reverter a aparência da lesão.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

E vejam só...e ele ainda quer ser prefeito. Não aguenta uma critica!

Eu digo e divulgo, toda solidariedade aos jornalistas em luta pela democracia!

Amigos e colegas:

Anibal e Alckmin: TV Cultura aparelhada e cabeça de repórter

Acabo de ser demitido da Empresa Jornalística Folha Metropolitana um ano, um mês e quatro dias depois de ser contratado para ser repórter de política. Este não é meu primeiro trabalho e nunca tornei público o motivo da saída por julgar que admissão e demissão fazem parte da liturgia das empresas. Logo, jamais exporia as razões da saída, se o motivo fosse contenção de despesas, qualidade do trabalho prestado, incompatibilidade entre mim e a chefia…

Desta vez, porém, é diferente: a minha demissão ocorreu porque noticiei em primeira mão e venho acompanhando o caso de nepotismo na Secretaria de Estado da Energia, sob o deputado licenciado José Aníbal (PSDB). A notícia está na página 10 da edição desta quinta-feira do jornal Metrô News.

Na segunda-feira, fui para uma entrevista com o deputado Carlos Roberto de Campos (PSDB-SP), munido de várias perguntas, uma das quais sobre nepotismo. O Metrô News vem acompanhando o episódio da contratação de Mateus Achilles Gomes pelo secretário-adjunto da Pasta, Ricardo Achilles, desde o início de junho.

Uma das estratégias era ver a opinião de Carlos Roberto sobre o caso ocorrido na pasta comandada por José Aníbal, uma vez que o PSDB é muito veemente nas críticas contra irregularidades. Carlos Roberto não foi induzido ou coagido a falar, mas falou e criticou severamente Ricardo Achilles e o colega de ninho, José Aníbal. A matéria foi publicada hoje, claro, com o consentimento do editor-responsável.

Nesta tarde, Carlos Roberto foi à redação, conversou com a direção do jornal e exigiu que o veículo desse uma resposta. A resposta foi a minha demissão.

Acho que devo dar essa explicação a todos os que me acompanham diariamente, seja por meio das das reportagens da Folha Metropolitana e do Metrô News ou na coluna ‘Em Off’, que mantinha às quartas e sextas-feiras.

Aproveito para agradecer o carinho dos colegas e me desculpar por possíveis desencontro de ideias. Creiam, sempre coloquei a lealdade e o respeito acima dos interesses diversos que permeiam o posto que ocupava. Nunca pactuei com interesses outros que não fosse o de dar a notícia da forma mais correta. Nunca usei do cargo para fins de ética duvidosa. Nunca aceitei barganhar a notícia. Nunca ‘carlosrobertei’, nem ‘anibalizei’ meu trabalho.

Peço que me ajudem a multiplicar essa mensagem indignada. Reitero: entrar e sair de empresas é fato comum e essa não é a primeira vez que acontece. Nunca, porém, tornei público o motivo da saída, por entender que essa é uma particularidade que cabe a patrão e a empregado. Dessa vez, porém, minha saída teve motivação política. Por trabalhar de forma correta, acabei punido.

O ciclo na empresa está terminado.

Um forte abraço a todos.

Abrindo novos espaços para debater idéias e opiniões!

Qual o melhor jeito de fortalecer a democracia? Criando mais espaços de opinião e de debate, dialogando sempre sobre as várias informações que são transmitidas a todo momento e principalmente combatendo essa "imparcialidade" parcial da mídia corporativa e comercial.

Eu aceitei o convite para ser colunista do portal "Tô de olho Guaru", que traz uma proposta inovadora de comunicação e valorizando a liberdade de expressão e posição. Com a responsabilidade de escrever sobre os temas da atualidade, lembrando que não há opinião sem posição e nem posição sem opinião com certeza nós socialistas somos verdadeiros (as) fiéis depositários da democracia popular, ampla e de todos e todas.

Recentemente vi o que uma elitizinha, repugnante e cretina, pode fazer caso ocupe o poder executivo de nossa prefeitura. Me refiro ao triste episódio do repórter Ricardo Filho que não pode exercer seu papel jornalistico porque o PSDB e seu representante local, o suplente Carlos Roberto (empresário) não tolera opiniões divergentes.

Como disse o jornalista: "Carlos Roberto foi à redação, conversou com a direção do jornal a respeito da matéria que tratava de nepotismo por parte do deputado José Aníbal (PSDB) e exigiu que o veículo desse uma resposta. Ricardo Filho afirma que “a resposta foi a minha demissão”. Ricardo Filho disse que não exporia os motivos da demissão se os mesmos fossem triviais, que fazem parte de qualquer rotina trabalhista como corte de gastos, desentendimentos entre chefe e funcionário e afins. “Dessa vez, porém, minha saída teve motivação política. Por trabalhar de forma correta, acabei punido”, ressalta. "

É minha gente, cuidado, muito cuidado. Ditadores se vestem de "progressistas" e "democratas"... eu sigo aqui, na luta e agora podendo ampliar horizontes democráticos de opinião.

Não vou deixar o blog, mas somar agora com essa vida de colunista! De causas sociais , de lutas sociais, sim!

Wagner Hosokawa é o novo colunista do portal, Tô de olho Guaru!

WAGNER HOSOKAWA - Coordenador de Juventude da Prefeitura de Guarulhos

Devido a g lobalização mundial e o grande sucesso das redes sociais, o site

O portal irá trazer os estabelecimentos da nossa cidade, contendo informações, imagens, novidades e a localização, além de informar o link oficial do site de cada comércio ou prestador de serviços.

A novidade que o portal apresenta dessa vez é o novo colunista Wagner Hosokawa atual coordenador de juventude da prefeitura de Guarulhos que irá semanalmente apresentar suas idéias sobre juventude e politicas públicas.

Guarulhense, corinthiano de coração, assistente social de profissão formado pela PUC/SP, mestrando em Serviço Social pela PUC/SP, petista e comunista de fé.

Atuou na UGES – União Guarulhense dos Estudantes Secundaristas (1996 a2001); nos Conselhos Municipais de De Direitos da Criança e do Adolescente e da Educação; no Centro Acadêmico de Serviço Social (2002/2003); na ENESSO (Executiva dos Estudantes de Serviço Social); foi Secretário Municipal da Assistência Social e Cidadania (2009/2010) e hoje está Coordenador Municipal da Juventude da Prefeitura de Guarulhos. Na luta, sempre!

Acesse o link do artigo no portal e conheça o blog do colunista:

http://www.todeolhoguaru.com.br/materias/Juventude+e+Politicas+Publicas%3A+quem+quer+saber+desses+temas%3F

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Hackers e outros no espaço democrático, artigo de Tarso Genro.


OPINIÃO DO BLOGEIRO:

O artigo de Tarso Genro, dirigente do PT e governador do Rio Grande do Sul, traz uma reflexão que tenho tido profundo interesse em debater ou propor. O reascenso dos ideais da esquerda socialista é uma questão que tem exigido de todos e todas nós grande atenção justamente pelo desgaste que determinados setores o fazem pelo mundo e aqui (no Brasil).

Como já disse não tenho medo de justificar minha luta interna no PT. Sou um socialista convicto e minha atuação não perdeu do horizonte a luta pela transformação desta sociedade, mas ser antineoliberal e anticapitalista não tem sido suficiente pelas contradições enfrentadas na tática institucional que impõe limites.

O Estado preparado para amortecer os conflitos da luta de classes e limitar as lutas populares no campo da democracia liberal, meramente representativa, consultiva e deliberativa nos marcos determinados pelos interesses dominantes impedem o avanço das reivindicações econômicas, sociais e políticas dos trabalhadores (as).

Quero dizer que tenho divergências com Genro no PT e na visão de "governança" política que emprega em seu governo, mas concordo com a sua reflexão abaixo. Ou enfrentamos o desafio do reascenso das idéias democratizantes, progressistas e avançadas para um novo momento de participação e decisão popular ou só o "consumismo" como política de governo nos engolirá.

Ou a nossa caminhada em formas tradicionais de participação política sem buscar renovar ou apreender com o processo que esta se formando de protesto e resistência, que no máximo aglomeram as pessoas de forma comum, contudo ainda não avançam para um processo revolucionário e transformador.

As interrogações estão aí, saber olhar, refletir e buscar os caminhos é nosso dever! Boa leitura...

Tarso na Folha de S. Paulo: Hackers e outros no espaço democrático

03.07.2011

A sociedade civil, com seus meios diretos de articulação, sem a mediação dos partidos, está em um conflito com a “sociedade política” existente

Os ataques hackers, que se sucedem contra instituições de Estados, e os movimentos sociais em redes virtuais em defesa de direitos que se expressam em vários lugares do mundo, seja contra políticas de “ajuste” de governos, seja contra regimes fechados de caráter nacionalista-fundamentalista, problematizam a vida democrática baseada exclusivamente na centralidade dos partidos políticos.

Os movimentos -também convocados em rede- para protestos fragmentários, centrados em temas muito localizados e particulares, representam, hoje, na cena política internacional, expressões completamente novas da luta política, para orientar o Estado, para “tomá-lo” ou para reformá-lo.

Na velha luta de classes da sociedade industrial, que originou direitos social-democratas, espalhados pelo mundo como legislações de defesa dos direitos e de sustentação dos direitos civis num plano elevado (que passaram a adentrar a fábrica moderna), partidos e sindicatos tinham enorme proeminência.O “desgaste” da esfera política como espaço de conflito e negociação vem centralmente desta contradição: a sociedade civil, com seus meios diretos de articulação, sem a mediação dos partidos, está em conflito com a “sociedade política” realmente existente.

E o Parlamento, em regra, não tem vínculos com a opinião e com as necessidades dos novos grupos e movimentos sociais que montam as redes virtuais, que não se identificam com o jogo político da representação democrática tradicional.

O “novo” representa, antes de tudo, o surgimento do instrumental tecnológico que permite que elas se expressem -independentemente do mérito das suas propostas- de uma maneira maciça, seja pelo conflito público democrático, como no 15M, na Espanha, seja por formas autoritárias de guerrilha virtual hacker -diretamente contra o Estado-, sem medir os prejuízos que causam a toda a sociedade, especialmente àquela parte mais pobre, que precisa de políticas públicas para sobreviver com um mínimo de dignidade.

A representação da previsão de Marx, de um proletariado insurgente contra o capitalismo industrial, apresenta-se, hoje, como uma revolução democrática global, que tem como centro comum a revolta contra o Estado, capturado pela dívida pública, escravo das agências de risco e dos bancos centrais como aparatos burocráticos, sujeito às consultorias “neutras”, orientadas e apropriadas pelo capital financeiro especulativo.

Isso gera a revolta contra a maioria dos partidos, que não se reformaram internamente para acolher essa energia da sociedade civil, que expressa um desejo de participação nos negócios públicos e nas decisões políticas que a democracia tradicional não tem, ainda, aparatos para absorver.

O corporativismo economicista, que não leva em consideração esses fatos -condição que domina uma grande parte do sindicalismo-, falará para uma base cada vez menos interessada, seja por meio de um discurso revolucionário “sem sujeito”, seja com discurso conservador de defesa de privilégios como “direitos adquiridos”.

Os partidos de esquerda que mantiverem a velha tradição de luta interna pelo controle dos aparelhos de poder, sem projeto ousado e inovador, ficarão cada vez mais distantes das bases sociais já em movimento, que lutam para promover a democratização da democracia.

E ficarão como os socialistas gregos, espanhóis, italianos e portugueses, vendo o “bonde passar”: sem fazer as suas reformas, para serem reformados pelo mercado, que capturou o Estado.

TARSO GENRO é governador do Rio Grande do Sul pelo PT. Foi ministro da Justiça (2007-2010), ministro da Educação (2004-2005) e prefeito de Porto Alegre pelo PT (1993-1996 e 2001-2002).

Artigo originalmente publicado no jornal Folha de S. Paulo de 3 de julho de 2011.

Nota da Articulação de Esquerda Assunto: Resposta ao artigo Juventude mostra a sua cara da dep. fed. Janete Pietá


Nota da Articulação de Esquerda

Assunto: Resposta ao artigo Juventude mostra a sua cara.

A direção municipal da Articulação de Esquerda – tendência interna do PT - torna público a sua discordância ao texto escrito pela companheira Deputada Janete Pietá, que busca fazer em seu artigo “juventude mostra a sua cara” uma defesa de práticas que não representam a luta da juventude.

É de se lamentar que a mesma não participou da 2ª Conferência Municipal de Juventude pelos motivos por ela mesma justificados e trazendo uma opinião que não dialoga com os fatos.

Vamos lembrar à companheira, que até 2008 estava no núcleo de direção do governo municipal pelo agrupamento do qual pertence, e que por inúmeras vezes a juventude do PT buscou dialogar durante o governo do prefeito Eloi Pietá sobre a urgência em implementar as políticas públicas de juventude. Mas a conquista dos jovens deu-se pela luta dos próprios jovens, principalmente na realização da 1ª. Conferência Municipal da Juventude realizada com muito custo pelo empenho da comissão organizadora em detrimento a ausência do governo a época.

Repudiamos a linha adotada por alguns jovens que foram identificados sendo como aliados do agrupamento MENSAGEM ao PARTIDO na 2ª. Conferência de Juventude em buscou desqualificar os quadros dirigentes do PT com discursos de baixa qualidade política para o momento.

O fato é que um assessor parlamentar da deputada Janete utilizou-se de um espaço da 2ª. Conferência da Juventude, um grupo pequeno de 15 pessoas, para caluniar os companheiros Almeida (prefeito), Edmilson Souza (vereador do nosso partido) e Wagner Hosokawa (coordenador municipal e militante do PT). Onde nos causou estranheza não o debate, pois não foram criticas políticas, foram ataques pessoais e inadequados que colocaram inclusive em dúvida a capacidade e qualidade da gestão do PT no município.

Insistimos no diálogo uma coisa é a legitima manifestação da juventude em defender suas posições, mas não vamos admitir falta de respeito político. Uma tentativa desastrosa que visava difamar e caluniar nosso companheiro da Articulação de Esquerda, Wagner Hosokawa que respeitou e ouviu todos ataque pessoais e manter a postura de diálogo na construção das propostas da 2ª. Conferência.


A companheira apresenta em seu artigo um parágrafo bastante interessante que necessitamos debater e que diz, Cabe ao PT ter claro que nossa relação tem que ser de estímulo destes novos militantes, respeitando seus estilos, entendendo através de sua fala agressiva e anárquica a essência. “Queremos nosso espaço na cidade, do nosso jeito e rápido”. O PT nasce para libertar e não para cooptar.”

Primeiro, em nenhum momento da 2ª. Conferência grupo qualquer teve seu direito à participação negada, ao contrário, respeitamos sim as criticas. O compromisso do poder público da qual compomos e contribuímos para os avanços das conquistas do governo do PT depende de ampliar, valorizar e avançar na participação popular.

Temos nos esforçado inclusive, convidando inúmeras vezes, o seu mandato para contribuir, mas não vamos admitir calunias, difamação ou qualquer coisa do tipo em nome de uma disputa partidária que se quer imprimir nos espaços públicos.

Nossa militância vem da luta da juventude, o que nos torna fiéis depositários dos ideais de liberdade, autonomia política e independência da juventude e das suas organizações.

Porém não acreditamos na anarquia do debate ou na despolitização do discurso, esse método não constroem militantes e nem contribui para luta da juventude. Apostar no “autonomismo” é uma tática suicida e que só formam jovens para luta individualista – do meu – quando para nós da AE a formação é em outra direção – para o coletivo.


Organizar grupos anárquicos com um discurso que negam os instrumentos políticos como o partido, só isso merece um bom debate conceitual, no mínimo.

Se existe critica política que venha para as instâncias partidárias. Estamos ávidos para o debate, mas não vamos admitir essa suposta “autonomia” ou pior dizer que utilizamos a 2ª. Conferência como “palanque eleitoral”.

Sobre a “lógica das garrafinhas” criticada, ficamos felizes com a nova posição da companheira isso mostra o avanço das suas posições. Isso vem da lição nas prévias de 2008, onde no PT não donos e nem chefes únicos.

Nós nunca nos curvamos à arrogância autoritária do poder, sempre criticamos as alianças a qualquer preço e nunca estabelecemos a nossa relação partidária nas eleições partidárias ou PED`s através da força dos cargos, nós podemos afirmar essa posição.


Inclusive continuamos a chamar a companheira e sua força política para a unidade no combate as tais práticas. Reafirmamos que nossa relação política com os jovens secundaristas organizados pela Mensagem ao Partido - estes sim, reconhecidos por nós como militantes do PT, foram importantes no debate e respeitando as posições presentes.

Nós acreditamos no socialismo, pena que a companheira prefere “passar a mão na cabeça” de quem prefere a barbárie.

Articulação de Esquerda (Guarulhos)

Julho de 2011



ps.: nota do blogueiro, como eu sou um socialista e acredito, construo e nunca mudei de lado com relação a democracia, quem quiser ver o artigo e o porque da resposta pode conferir:

http://www.janeterochapieta.com.br/?p=2364&cpage=1#comment-700