quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Internação compulsória, a porta aberta da ilegalidade e do oportunismo!



O debate do crack não pode ser a desculpa para o retorno de uma medida medieval, sim medieval remetendo a idade média, uns séculos atrás do nosso tão evoluído mundo. É comum políticos oportunistas que ao abrirem mão das suas responsabilidades apostarem em cadeias, prisões, repressões, enfim, opressões diversas que parecem ser "soluções mágicas" mas que ao ser aplicada são de fato "higienização social".

Quando ando pelos bairros,visito as escolas (públicas ou particulares), nas comunidades ou até mesmo em bairros bem estruturados o que vemos que o "mal do crack" existe onde a iluminação pública é ruim, onde a escola não atende mais no ensino noturno (e fica fechada sem dar oportunidades para as comunidades), onde em "favelas" (áreas com moradias precárias), não recebem apoio ou investimento público, ou seja, onde há ausência de políticas públicas há violência e drogas, obvio.

Dizer que os Centros de Atendimento Psicosociais (Caps), resolvem por si só é demagogia, é preciso investir na REDE de serviços e atendimentos. A presidente Dilma acerta quando investe recursos no atendimento em casa, na família, ou remete recursos para que os municípios, mas há grandes desafios.

Me preocupa a qualidade dos nossos parlamentares, inclusive do meu partido, que atendem aos apelos oportunistas e boicotam medidas já construídas pelos movimentos sociais e populares, os conselhos de categorias como psicologos e de assistentes sociais que já posicionaram-se contra a internação compulsória.

Este caro leitor e leitora, não pode ser visto como única solução. Porque está provado que há questões de saúde e de acompanhamento social e familiar. Eu apresento link`s que apoiam estes meus argumentos.

Dos itens que considero mais importante é que:

- Historicamente, a internação compulsória foi usada mais para "recolher" pessoas consideradas com distúrbio mental, ou problemas de "convivência social", essa imbecilidade sustentou um lugar que atualmente foi fechado que é o presídio Juqueri em Franco da Rocha;
- O uso da internação compulsória por entidades criminosas que internam pessoas em nome de interesses econômicos de membros da família; (Nossos/as idosos/as ainda são vitimas de criminosos - que não podem ser chamados de familiares - que se aproveitam das aposentadorias, a vigilância sanitária de Guarulhos autua e fecha várias entidades que abusam idosos/as)
- O uso político da internação compulsória que no Brasil e em inúmeros países onde ditadores, políticos corruptos e oportunistas mandavam prender oposicionistas nestas "instituições idôneas" para reprimir e calar a voz destes. (há vários registros durante a ditadura Vargas e depois a militar após o golpe de 1964)...

Não podemos mascarar o problema, a internação compulsória é uma medida que fere as liberdades democráticas e não vão solucionar a questão. Vejam então o que o estado mais prisional do mundo, que é os EUA, onde a pena de morte não evita o surgimento de psicopatas, assassinos e estupradores.

Porque não cobramos mais recursos para saúde? Mais estrutura para os CAPS? Ampliação dos serviços em rede com várias áreas? Apoio ao atendimento em casa e a busca-ativa das famílias? E claro, óbvio, se há cracolândia há traficantes, onde está o enfrentamento a quem fornece? O governo estadual sob o comando do PSDB sempre prefere culpar o outro, mas não diz que reduziu recursos para saúde, que não reajusta os salários dos profissionais da Saúde...pergunte a um trabalhador do Hospital das Clinicas quanto ele recebe?

Não ao oportunismo! Não a internação compulsória!

http://coletivodar.org/2011/10/dartiu-xavier-%E2%80%9Ca-internacao-compulsoria-e-sistema-de-isolamento-social-nao-de-tratamento%E2%80%9D/

http://coletivodar.org/2011/12/ato-nacional-contra-internacao-compulsoria-esta-sexta-0912/

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1005282-conselhos-de-psicologia-vao-a-procuradoria-contra-internacao-compulsoria.shtml

Brasil: A rebelião ética


Aos leitores (as) do blog: este é um texto antigo, mas com lições atuais. escolhemos a luta e ser socialista é transformar a vida das pessoas e dar-lhes condições de construir consciência política coletiva.

boa leitura!

A rebelião ética

Frei Betto
São Paulo

O PT elegeu 187 prefeitos e 2.485 vereadores em todo o Brasil. Não é só uma vitória. É, sobretudo, uma responsabilidade. O resultado confirma a avaliação positiva, por parte dos eleitores, do "modo petista de governar", consagrado em municípios como Porto Alegre, Ribeirão Preto e Santo André.

Houve uma rebelião ética do eleitorado. A imunidade e a impunidade de tantos políticos corruptos, somadas à malversação do dinheiro público, levaram parte do eleitorado a demonstrar que tem vergonha na cara. Acresce-se a isso a decepção com o governo FHC. Nem a oposição esperava que, na presidência, o sociólogo fechasse os cinco dedos da mão sobre o cabo da faca que corta impiedosamente verbas da esfera social.

Aquiles, contudo, não perdeu o calcanhar por ter um corpo invulnerável. As novas administrações terão que fazer jus à rebelião ética, evitando o menor indício de nepotismo, favorecimentos ou acordos por baixo do pano.

Um ponto nevrálgico da política brasileira urge ser atacado pelo PT: os
fundos de campanha. Há políticos e políticas reféns de bancos, empresas e empreiteiras. Mesmo para o PT a síndrome de Robin Hood tem limites. Em geral, quem financia leva a melhor, o que sujeita a democracia ao poder econômico. A legislação eleitoral precisa ser reformulada para que a isonomia de campanha seja assegurada e controlada com transparência.

Se nos próximos dois anos as novas administrações não demonstrarem coerência com as promessas de palanque, darão aos adversários, na eleição de 2002, os trunfos da incompetência capazes de assegurar o continuísmo dessa malânica política econômica, que beneficia os credores internacionais e promove a exclusão interna. Só o empenho na reforma tributária poderá reverter a aberração desse modelo que concentra a renda em mãos do governo federal e
descentraliza os serviços pelos municípios.

Novos prefeitos, nova equipe de governo, sobretudo em funções vitais. É ingenuidade manter em cargos de confiança quem não se afina politicamente com o novo projeto. Nesse sentido, a tradição da Ordem Dominicana é um exemplo de democracia, há 800 anos: findo o mandato de um superior, estão compulsoriamente demitidos todos os nomeados em sua gestão.

A melhor crítica à política neoliberal adotada pelo governo federal - via
privatizações irresponsáveis que, hoje, penalizam a população, como as telecomunicações - é oferecer serviços eficientes. Pouco adiantam as boas intenções se a prefeitura não é capaz de presteza e qualidade em serviços de saúde e saneamento, de tapar um buraco de rua ou de assegurar vaga nas escolas e transporte para a população carente.

Não basta que a mídia funcione como ombudsman das administrações municipais. Em geral, quem está no poder só tem ouvidos para elogios. Qualquer crítica soa como intriga da oposição. Bom seria contar com uma equipe de ombudsmen, de analistas políticos a lideranças populares, para abrir os olhos e ferir os ouvidos de quem corre o risco de fazer da política um jogo narcísico.

O PT inovou a administração pública ao implantar programas como o orçamento participativo, a bolsa-escola, o banco do povo, o médico de família, a renda mínima etc. Mas corre o risco de paternalizar ou excluir os movimentos populares, transformá-los em correias-de-transmissão ou esvaziá-los. Quem nasceu para "organizar a classe trabalhadora" deve, agora, respeitar a autonomia e estimular o fortalecimento das organizações dos excluídos, como o MST.

Se não quiser repetir a via dos antigos partidos de esquerda da Europa, cooptados pela social-democracia, o PT não pode negar suas origens, nem esquecer o que falou e escreveu. Sua razão de ser não reside senão no compromisso com aqueles que lhe deram origem e sustentação: os pobres.

Para esses, que são multidão no Brasil, só haverá futuro, fora da morte precoce, se houver partilha dos bens da terra e dos frutos do trabalho humano. Bem fez Marta Suplicy ao reafirmar o socialismo moderno em seu discurso de vitória. Sem esse horizonte o PT perde o seu rumo e o seu prumo.

Da coesão programática e ideológica do PT, fundada na coerência ética, dependerá sua possibilidade de se tornar alternativa de governo em 2002. O Brasil merece perder o título de campeão mundial de desigualdade social.


http://alainet.org/active/995&lang=es

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Aécio Neves adia votação do estatuto da juventude e ameaça impedir os estudantes de acompanharem as discussões no senado.


Aécio Neves (PSDB) adia votação do estatuto da juventude e ameaça impedir os estudantes de acompanharem as discussões no senado.

Entre outras coisas, o Estatuto da Juventude pretende garantir transporte público gratuito para estudantes e meia passagem em transportes interestadual e intermunicipal para jovens; meia-entrada para estudantes em eventos culturais e de lazer; financiamento estudantil e ações afirmativas para democratizar o acesso ao ensino superior a jovens negros, indígenas, com deficiência e oriundos de escola pública.

Mas Aécio Neves pediu vista ao projeto e adiou a votação do Estatuto no Senado. Jogando um balde d’água fria nos estudantes, o senador mineiro ainda sugeriu que apenas os líderes estudantis tivessem acesso à sala da Comissão de Constituição e Justiça na próxima quarta-feira (21), quando o projeto voltará à pauta de votações.

da Agência Senado

COMISSÕES / CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA
14/12/2011 – 16h16
Adiada votação de projetos sobre Estatuto da Juventude e Ato Médico
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) reformulou seu parecer favorável ao projeto de lei da Câmara (PLC 98/11) que institui o Estatuto da Juventude – acolhendo, inclusive, algumas emendas de senadores. Mas não houve consenso para sua votação pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) nesta quarta-feira (14). Se não houver entendimento até a próxima quarta-feira (21), quando a proposta volta à pauta de votações, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) deverá apresentar voto em separado.
Randolfe resistiu em introduzir mudanças no texto aprovado pela Câmara para não atrasar mais a sanção do PLC 98/11 pela presidente Dilma Rousseff. Entretanto, precisou negociar com entidades estudantis e a classe artística sobre o alcance e as condições de concessão de meia-entrada em eventos artístico-culturais, de entretenimento e lazer.

Assim, formulou emenda – inspirada ainda em sugestão do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) – para garantir o benefício aos estudantes e minimizar o prejuízo causado ao setor cultural pela expedição de identidades estudantis fraudulentas e sem controle. A venda de ingressos com desconto de 50% também será limitada à metade da ocupação da casa de espetáculo, no caso de eventos financiados com recursos públicos, e a 40% do total de bilhetes, se for custeado exclusivamente por entidades privadas.

Manifestações

Desentendimentos entre a Polícia do Senado e estudantes que vieram acompanhar a discussão e votação do Estatuto da Juventude suscitaram comentários dos senadores. Após negar ter impedido a entrada dos jovens na reunião, o presidente da CCJ, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), pediu a eles que não se manifestassem quando a matéria estivesse em debate.

Como essa recomendação foi desrespeitada ao se decidir pelo adiamento da votação, o fato gerou protesto de Aloysio e Demóstenes. Antecipando-se a um eventual acirramento dos ânimos na reunião da próxima quarta-feira (21), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) sugeriu que se limitasse a permanência na sala aos líderes estudantis.

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) atribuiu à Polícia do Senado a responsabilidade por incidentes na entrada dos estudantes. Segundo o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), até spray de pimenta foi usado. Requião considerou todo o episódio “inoportuno” e pediu que não se repetisse.

fonte:
http://www.senado.gov.br/noticias/estatuto-da-juventude-e-ato-medico-na-pauta-da-ccj-desta-quarta.aspx

http://historiaspraboiacordar.wordpress.com/2011/12/14/aecio-neves-adia-votacao-do-estatuto-da-juventude-e-ameaca-impedir-os-estudantes-de-acompanharem-as-discussoes-no-senado-semana-que-vem/

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Alô São Paulo, mais uma contra a população, PSDB quer sufocar a defensoria pública! Não vamos deixar!


Se não conhecesse a seriedade das entidades que assinam, não repassaria a vocês, caros leitores (as)....

NOTA PÚBLICA
06/12/2011
As entidades abaixo assinadas vêm a público manifestar-se veementemente contrárias ao projeto de lei complementar PLC 65/2011, em trâmite na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que pretende transferir a gestão do Fundo de Assistência Judiciária (FAJ) da Defensoria Pública para a Secretaria de Justiça e Cidadania do Governo de São Paulo.
A proposta, de iniciativa de parlamentar, além de ignorar o modelo público constitucional de assistência jurídica vigente no país, está repleta de outras inconstitucionalidades: trata-se de vício de iniciativa porque a competência de legislar sobre a Defensoria Pública é do governador do estado; e material, por afrontar a autonomia institucional, garantida pela emenda constitucional n° 45, de 2004, e a previsão constitucional de que o Estado deve prestar orientação jurídica por meio da Defensoria Pública, e não pelo Executivo e suas Secretarias.
As entidades subscritas também manifestam alto grau de preocupação com as consequências desta transferência da gestão do Fundo de Assistência Judiciária (FAJ) junto à população carente do estado, destinatária final dos serviços da Defensoria Pública. O FAJ representa hoje cerca de 90% da verba destinada à instituição pelo Executivo Estadual. Na prática, portanto, o modelo proposto pela OAB-SP vai simplesmente inviabilizar a prestação de assistência jurídica gratuita realizada no estado tanto pela Defensoria quanto pelos advogados dativos.
A Constituição Federal do Brasil, há 23 anos, estabeleceu como dever do Estado garantir a defesa jurídica daqueles que não podem arcar com as custas de um advogado particular. Nos termos da Carta Magna, em seu artigo 5°, LXXIV: "O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos". E para efetivar esta prestação de serviço jurisdicional o artigo 134 da Constituição instituiu a Defensoria Pública. No entanto, contrariando a própria história da entidade, a atual diretoria da seção São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil persiste em caminhar no sentido oposto, colocando interesses corporativos à frente do modelo público de assistência jurídica vigente no país.
No estado de São Paulo, a Defensoria Pública foi criada em 2006, após 18 anos do comando constitucional e após movimentação popular que envolveu mais de 400 entidades da sociedade civil organizada. Como a assistência jurídica gratuita é um dever público, nos locais onde ainda não há instalações da Defensoria, o Estado, por meio desta, paga advogados inscritos na OAB-SP para atuarem na defesa da população carente. Estes profissionais, que não prestaram concurso público, são remunerados a cada processo ou a cada audiência, por meio de receitas públicas advindas do Fundo de Assistência Judiciária (FAJ), sem qualquer procedimento licitatório por força de lei, cuja constitucionalidade é questionada pela Procuradoria Geral da República e Defensoria Pública junto ao STF (ADIN 4163).
Este modelo, verificado nesta proporção apenas no estado de São Paulo, constitui um paliativo, claramente inconstitucional, em transição, e altamente oneroso aos cofres públicos, ao bolso do cidadão contribuinte. Para que isso fique mais claro, imaginemos, por exemplo, se o número insuficiente de juízes e promotores no estado de São Paulo recebesse a mesma tratativa. Para suprir tal lacuna, o Executivo contrataria bacharéis em Direito, sem concurso público, para atuarem como magistrados ou promotores de justiça. Isso seria plausível? Como a resposta é não, por que para a instituição Defensoria Pública isso pode ser feito?
Enquanto o estado não conta com o número ideal de defensores públicos para prestação de assistência jurídica gratuita, permanece a necessidade de contratação de advogados dativos. E como pelo ordenamento jurídico vigente cabe à Defensoria gerir o fundo do qual advém verbas para o pagamento de advogados conveniados, à instituição não resta outra alternativa senão zelar pela boa gestão do erário e honrar os deveres estipulados no convênio firmado com a Ordem dos Advogados.
Mas inconformada justamente com esta gestão do convênio realizado pela Defensoria e após ameaçar a interrupção dos serviços prestados pelos advogados dativos, as lideranças da advocacia paulista aprovaram no Colégio de Presidentes de Subseções, em outubro, proposta para esta transferência da gestão do convênio de Assistência Judicial. Em seguida, foi apresentado o projeto de lei 65/2011 na Assembléia Legislativa do Estado com o mesmo objetivo.
Em resposta a uma nota divulgada pela OAB-SP, a administração da Defensoria Pública explica os porquês do não pagamento de pequena parcela de certidões aos advogados dativos. Durante processo de análise, "verificou-se que uma parte das certidões apresentava inconsistências e irregularidades, porque preenchidas sem todas as informações necessárias. Houve casos de pedidos de pagamento por situações não previstas nos termos do convênio. Havia também casos de certidões apresentadas em duplicidade", diz a nota assinada no final de outubro.
Apesar da patente inconstitucionalidade deste projeto de lei, o deputado e advogado Jorge Caruso (PMDB) deu parecer favorável à iniciativa, causando grande perplexidade junto aos defensores públicos.
As entidades abaixo subscritas aguardam agora da Casa Legislativa paulista a manutenção do histórico compromisso com os princípios e regras constitucionais vigentes no país, votando pelo imediato arquivamento do PLC 65/2011.
Assinam esta nota pública:
Associação Paulista de Defensores Públicos - APADEP
Associação Nacional de Defensores Públicos - ANADEP
Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública do Estado de São Paulo
Movimento Nacional da População de Rua - MNPR
União dos Movimentos de Moradia de São Paulo - UMMSP
Pastoral Carcerária de São Paulo
Instituto Terra, Trabalho e Cidadania - ITTC
Instituto Práxis de Direitos Humanos
Equipe da Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública de são Paulo

sábado, 10 de dezembro de 2011

Vício privado, pior que o público.


Nota do blogueiro:


Eu sei reconhecer quando um artigo consegue expressar minha concordância, por isso esse artigo do Clóvis Rossi do último domingo (04/12/11), expressa o que nós da esquerda brasileira estamos denunciando a tempos: o setor privado é cínico e o povo não pode pagar pela crise gerada pelo capital.


Os Estados nacionais não são os indutores da crise, mas sim o modelo do capitalismo mundial que quando bota o mundo na sua crise quer que o dinheiro público venha em seu socorro.

E o pior, há gente ignorante e cretina que só vê as "explicações" de economistas farsantes que querem congelar salários, prejudicar funcionários públicos e retirar direitos sociais. Cretinice é pouco. Boa leitura!


Vício privado, pior que o público.


Mais que os Estados, são os particulares que se afogaram em dívidas, e assim continuam


A narrativa convencional sobre a crise europeia atribui toda a culpa aos governos que gastaram demais e se endividaram demais. Logo, o tratamento só pode ser o que está sendo aplicado um pouco por toda a parte: furibundos cortes de gastos.


É claro que há uma lógica sadia na defesa do equilíbrio orçamentário: ninguém -nem o Estado, nem o botequim da esquina, nem pessoas físicas- deveria gastar mais do que ganha (salvo se puder se financiar de maneira sustentável, o que não é o caso da Europa na presente conjuntura.)


Feita essa ressalva, do mais puro sentido comum, é preciso desconstruir a narrativa convencional, pela simples razão de que ela não é verdadeira: quem gastou demais no período prévio à crise de 2008 foram os particulares, em especial a banca.


Dados de um relatório técnico do Parlamento Europeu: a dívida pública em relação ao PIB da zona euro diminuiu -repito: diminuiu- de 72% em 1990 para 67% em 2007. Note que o período abrange os anos de bonança, em que gastar e, para isso, endividar-se passaria sem grandes escândalos.


Já as dívidas das famílias subiram de 52% para 70%, e as das instituições financeiras pularam de 200% para 250%, sempre como proporção do PIB.


A grande diferença entre o vício público e o vício privado é que, na hora do aperto, os particulares correm para os braços (ou melhor, para os cofres) do Estado, o que o Estado não pode fazer no sentido inverso, como se está vendo agora.


Contar a história da dívida como ela de fato é, em vez de adotar a preguiçosa narrativa convencional, não é apenas um exercício de respeito aos fatos, mas também uma maneira de alertar para a possibilidade de que o receituário para sair da crise pode aprofundá-la porque não leva em conta que a crise da dívida é maior na banca do que no Estado.


Os bancos não confiam nos seus pares, como informa o "El País": "Um reflexo da crescente desconfiança é que os bancos preferem depositar seus fundos no Banco Central Europeu, com remuneração baixíssima, em vez de emprestá-los a outras entidades com maiores rendimentos mas sem segurança". Detalhe eloquente: o BCE paga apenas 0,5% por esses depósitos ante 2,5 vezes mais na banca privada.


Nesse ambiente, avança-se rumo ao temido "credit crunch", o estrangulamento do crédito, que foi o impulsionador do "crash" de 2008/09, avisam banqueiros centrais de diferentes países. "Há sinais de um 'credit crunch', com o receio de que se torne pior", diz Mervyn King, que comanda o Banco da Inglaterra.


Se falta dinheiro para azeitar a máquina econômica, que é a função legítima da banca, retirar ainda mais dinheiro, via cortes brutais de gastos, equivale a tirar a máscara de oxigênio de um doente em respiração assistida.


Ou, como prefere Paul Krugman, Nobel de Economia: "Embora líderes europeus continuem a insistir em que o problema é gasto demais nas nações devedoras, o verdadeiro problema é gasto de menos na Europa como um todo. E seus esforços para corrigir as coisas exigindo austeridade ainda mais áspera desempenharam um grande papel para tornar a situação pior".


Clóvis Rossi - publicado em 04/12/2011 na FSP, cad. mundo.

extraído do site: sergyovitro.blogspot.com

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Mulheres, um laço branco contra a violência!

Mulheres, um laço branco contra a violência!

Estranho, assim você leitor pode estar se perguntando. Mas é isso mesmo, a campanha do “laço branco” é uma ação mundial de enfrentamento à violência contra mulher e com um detalhe: é uma iniciativa dos homens.

Surgiu depois do fatídico dia de 6 de dezembro de 1989, onde um rapaz de 25 anos invadiu uma sala de aula da Escola Politécnica, na cidade de Monteral, Canadá. Ele ordenou que os homens se retirassem da sala, permanecendo somente as mulheres. Esse homem assassinou 14 mulheres, à queima roupa. Em seguida, suicidou-se. O rapaz deixou uma carta na qual afirmava que havia feito aquilo porque não suportava a idéia de ver mulheres estudando engenharia.

Este fato mobilizou a sociedade que lançou a primeira Campanha do Laço Branco (White Ribbon Campaign): homens pelo fim da violência contra a mulher.

O símbolo do laço branco representando a paz e difundida por homens alcançou inúmeros países chegando até a nossa cidade pela Coordenadoria da Mulher da prefeitura de Guarulhos.

Devemos entender que não nascemos racistas ou machistas, esse é um processo histórico e ideológico que vem passando de geração a geração e mudar essa cultura política inclusive depende do primeiro passo.

A opressão é uma manifestação que só pode ser alterada se mudarmos nossa visão de mundo e de sociedade, como dizem “o opressor está na cabeça do oprimido”, para construir homens novos precisamos transformar culturalmente o pensamento é reproduzido socialmente.

Há crimes que na foram esclarecidos, homens assassinos (porque foragidos só atestam a sua culpa), soltos e famílias sem poder ter paz diante da injustiça. Essa forma de tratar a vida humana como uma relação secundaria e sem valor promovem a violência e a mídia contribui muito para isso expondo de forma sensacionalista a dor alheia.

O filme “Se eu fosse você” ilustra algo que se pudesse ser real mudaria radicalmente os conceitos entre homens e mulheres no ponto fundamental: as diferenças de gênero são diferentes de opressão de gêneros, ou seja, um não domina o outro.

Por isso, mais do que usar uma camiseta, ou broche ou fazer discurso contra a violência contra mulher, a questão é o que você faz e qual é a sua atitude.

Em tempo: o ser humano é dominante por conta da sua razão e sua capacidade de dominar a natureza e transformá-la. As jovens mulheres estão se manifestando em todo mundo seja contra a mercantilização do corpo durante os grandes eventos da Copa do Mundo e das Olimpíadas, a defesa da maior participação, de direitos básicos como creche noturna e outras barreiras que impedem as mulheres de serem plenamente humanas diante do “ animal” homem.

LINK`s:

www.guarulhos.sp.ov.br/lacobranco (VOCÊ HOMEM, CADASTRE-SE CONTRA A VIOLÊNCIA)

http://www.lacobranco.org.br


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Agora é pra valer: Esquerda Popular Socialista do PT.



O nome acima é o que vai identificar um conjunto de militantes, trabalhadores (as), estudantes, jovens, negros (as), sindicalistas, dirigentes de movimentos sociais e todos (as) com uma só característica, serem petistas e socialistas.

Não somos uma organização formada apenas de jovens, mas somos uma tendência nacional jovem na perspectiva das nossas lutas. Madura diante dos desafios que temos no PT, em sermos sujeitos de um processo histórico que vem de longe e acreditamos que irá mais longe ainda.

No mundo de hoje a certeza que temos é uma só: que o capitalismo derrotará a humanidade. É nossa tarefa retomar a identidade da esquerda brasileira. Onde ser de esquerda representa estar em sintonia com o povo, na sua melhor definição, daqueles que na massa compartilham, disputam e sobrevivem nesta sociedade desigual econômica e socialmente.

Povo na sua máxima definição: classe trabalhadora, portanto assumimos para nós a responsabilidade de tornar estes milhares de simpatizantes e eleitores (as) do PT em militantes. Neste momento histórico é o nosso grande desafio!

Nadar na contramão do pensamento único do “governismo”, é saber que nossa contribuição não é para manutenção de meios ilícitos e nem de formas copiadas das velhas elites que se encastelam no poder do Estado servindo os interesses dos ricos. Contribuímos para construir políticas públicas, ações e serviços que legitimem um estado de direitos sociais e humanos para avançar numa outra visão política sobre a coisa pública.

Somos homens, mulheres, gay`s, lésbicas, travestis, negros, negras, jovens, idosos, pessoas com deficiência, enfim somos humanos, queremos elevar à vida a condição plena da liberdade, e não do livre mercado.

Temos ideologia e por isso nos contrapomos às idéias do capitalismo: o liberalismo, o neoliberalismo, o conservadorismo e o conjunto de teorias que hoje forjam esta sociedade, que não é a nossa.

Não temos medo de dizer: somos socialistas, buscando na tradição clássica marxiana a certeza de que esta é a teoria fundante e dialética do comunismo, da liberdade e igualdade plena, nos propomos a estudar para não nos tornarmos seita, a ouvir para não sermos sectários e a defender nossos ideais para não sermos cooptados pelas vozes e pensamentos da ordem.

Faremos desobediência civil quando a justiça social estiver ameaçada, onde houver a discriminação, a homofobia, o preconceito racial e de toda forma, recusaremos toda lei e toda decisão legal que prejudique a sociedade, e principalmente os trabalhadores (as).

Aprendemos que o momento é de acumular forças, por isso não somos ingênuos em não reconhecer a luta institucional como meio de divulgar nossas idéias, defender nossos companheiros e companheiras e construir uma alternativa de poder que seja exercido pela grande maioria dos homens e mulheres do nosso país.

Não iremos nos isolar, porque queremos também afirmar que a violência daqui também é a violência do lado de lá das nossas fronteiras territoriais seja na grande pátria latino americana, seja na Ásia e em toda Europa, sabemos que se perdermos em algum lugar, toda humanidade perderá. As crises econômicas no atual estágio do capital indicam que não haverá o imperialismo de nações capitalistas, mas sim das suas corporações que subempregam os povos, desrespeitam suas soberanias e superexploram os países do mundo “em desenvolvimento” para manter seus padrões de vida e estética mundial dos ricos.

Antes que alguém que está distante da realidade do PT diga que nossa iniciativa é só mais uma que se adaptará ao poder institucional-burocrático que dirige o PT hoje, nós só temos uma resposta: não nos acomodamos!

Essa é a certeza que finca no chão duro e seco da política partidária atual a nossa força em seguir em frente buscando fazer nesta “terra arrasada” a construção de uma tentativa de resistir, mudar os rumos e inaugurar um novo período para o PT e para o Brasil.

O calor da solidariedade da classe presente e viva no conjunto dos companheiros e companheiras que depois de um longo processo de mobilização e articulação, nos trouxe até a Escola Nacional Florestan Fernandes, na cidade de Guararema, nestes dois dias, 03 e 04 de dezembro. Nosso congresso nacional de fundação da nova tendência nacional do PT só mostra que é possível e necessário reunir a militância petista em torno de um programa democrático, popular e socialista para contribuir na longa marcha que temos na revolução brasileira.

WAGNER HOSOKAWA - A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DOS TRABALHADORES NAS C...