domingo, 22 de maio de 2022

Voto em Lula é resistência institucional ao projeto fascista de Bolsonaro!

 



Deixa explicar uma coisa sobre minha militância partidária. Filiado desde 1998, mas militante desde 1996 sempre militei na esquerda do PT. Militante não ativista. Ativista vai nos eventos, se envolve mas sem organicidade. Eu militei. Como bom leninista e guevarista me envolvi em tudo: base, direção, delegação, articulação, mobilização, enfim, sempre tratei o PT como um partido da classe, por isso nunca fui lulista, recuar era um pecado contra classe.

Das boas lutas internas tenho orgulho de ter pertencido e apoiado a tese Socialismo ou barbárie de 1998, de ser contra o recuo programático desse ano e ter apoiado Greenhalgh para deputado federal "o advogado do MST", quando a coordenação se distancia do mst naquela eleição, em 2002 participei da ocupação do palco do auditório Elis Regina em SP contra aliança com Quércia, em 2006, em 2010 e 2014 seguimos questionando as alianças, mas sempre apoiando como um militante disciplinado, de partido.

Agora após o golpe de 2016 e a vitória eleitoral do fascismo bolsonarista, seguirei, mesmo não militando no partido desde 2014, mas filiado, respeitando posição, com direito de exercer minha crítica. Votar em Lula agora é um ato de resistência provisória, sem ilusões quanto o programa ou alianças. Agora o que o meu campo de esquerda, socialista e revolucionário construiu nesse período de 20 anos? Nada significativo, com suas lutas internas e egos inconciliáveis estagnamos e ainda somos subsumidos por uma visão de esquerda liberal.

Diante disso, não me considero incoerente, por estar no partido sigo sua deliberação. Não estou indo contra meus princípios, meu voto é pontual e tático contra um mal maior. Quem quer manter sua consciência "limpa e cristalina" siga. Mas seja coerente quando a resistência contra o fascismo exigir irmos as vias de fato. Eu tenho 42 e vivi e vivo resistências, sem problemas para enfrentar fascista na voz ou no braço. Só que a realidade impõe necessidades sobre nossas vontades, sigo as lições de Marx e Lênin, para quem recuar é apenas preparar a reação de classe. Que as experiências de Mao na China e da resistência argelina nos indiquem que aqui o momento é expulsar o miliciano do Planalto. Voto Lula sim.