segunda-feira, 29 de julho de 2013

Questões para pensar o Brasil: Altamiro Borges: Dilma suspenderá anúncios da Globo?






Boa leitura, sobre uma página que precisa ser virada na história do Brasil. Que nenhuma empresa controle a mídia como temos hoje. Monopólio é ditadura, é crime contra a sociedade brasileira.

Cabuloso não é fato da Rede (roubo) Globo ser sonegadora de impostos, mas o que fizeram para sumir com os processos: http://carcari.blogspot.com.br/2013/07/a-historia-da-sonegacao-da-globo.html
Altamiro Borges: Dilma suspenderá anúncios da Globo?

26/07/2013
Empresas que sonegam impostos não podem receber recursos públicos. É crime fiscal
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Pela legislação em vigor no Brasil, empresas que sonegam impostos não podem receber dinheiro público. Elas praticam crime fiscal, prejudicando os investimentos na educação, saúde, transporte e outros serviços. Neste item, a publicidade oficial dos órgãos do governo e das estatais pode ser encarada como um tipo de subsídio. A TV Globo, que abocanhou mais de R$ 500 milhões em anúncios em 2012, foi denunciada pela blogosfera – a partir de Miguel do Rosário, do blog Cafezinho – por ter sonegado milhões em impostos. Até hoje, a poderosa emissora não mostrou o Darf, o comprovante do pagamento. Fica, então, a pergunta: o governo Dilma suspenderá a publicidade na Rede Globo?

Nesta semana, os jornalistas Amaury Ribeiro Jr., autor do best-seller “A privataria tucana”, e Rodrigo Lopes garantiram no jornal mineiro “Hoje em Dia” que o império global ainda não saldou sua dívida com a Receita Federal e deram um furo jornalístico: “A Globopar, empresa ligada à TV Globo, está com parte das suas contas bancárias e bens bloqueados, devido a uma dívida ativa de R$ 178 milhões com o Tesouro Nacional. De acordo com documentos conseguidos pelo Hoje em Dia na Justiça Federal do Rio de Janeiro, a dívida inscrita no cadastro de inadimplentes foi originada por várias sonegações de impostos federais”.

Ainda segundo os jornalistas, “por solicitação da Procuradoria da Fazenda Nacional do Rio de Janeiro, as contas bancárias da Infoglobo e a da empresa Globo LTDA também chegaram a ser bloqueadas. Mas os irmãos Marinho – Roberto Irineu, José Roberto e João Roberto – conseguiram autorização da Justiça para liberar o bens dessas duas últimas empresas no mês passado, na 26ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro... A dívida da Globopar, no entanto, já está inscrita no cadastro de inadimplentes do Tesouro Nacional, em fase de execução. Na semana passada, a Globo conseguiu adiar a entrega de seu patrimônio ao tesouro até que o processo transite em julgado”.


O jornal “Hoje em Dia” também teve acesso ao processo que apurou o sumiço do inquérito de sonegação das Organizações Globo na compra dos direitos da transmissão da Copa de 2002. “Um documento enviado pela Receita à Justiça em 2010 comprova, ao contrário do que a emissora divulgou, que a dívida de R$ 600 milhões nunca foi paga. A papelada comprova ainda que o Ministério Público Federal ao ser avisado sobre operações de lavagem de dinheiro entre a Globo e a Fifa nas Ilhas Virgens Britânicas prevaricou muito... Um inquérito criminal contra os irmãos Marinho chegou a ser instaurado, mas também sumiu das dependências da Receita Federal”.


Por último, a reportagem de Amaury Ribeiro Jr. e Rodrigo Lopes informa que “nos últimos dois anos, a empresa foi notificada 776 vezes pela Receita Federal por sonegação fiscal... A maior parte dessas autuações envolve a apreensão de equipamentos, sem o recolhimento de impostos, no aeroporto do Galeão, no Rio De Janeiro. Para um bom entendedor a Globopar é uma empresa contumaz na prática do descaminho”. Diante destes fatos escabrosos, os dois jornalistas ironizam: “O ministério da Comunicação do governo Dilma Rousseff e os demais governantes desatentos liberaram verba para empresa inadimplente com a União, o que constitui ato de improbidade administrativa”.


Novamente a pergunta que não quer calar: a presidenta Dilma Rousseff continuará autorizando os bilionários anúncios publicitários numa empresa que sonega impostos e que já foi notificada 776 pela Receita Federal? Os senadores e deputados não cobrarão uma resposta do governo? Os manifestantes que ocupam as ruas nas últimas semanas não exigirão o fim deste incentivo à sonegação fiscal e à corrupção? A mídia “privada” continuará com seu pacto mafioso de silêncio? Tantas perguntas e tão poucas respostas!

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Estatuto da Juventude, pela metade ou por inteiro?

Boa leitura, novos desafios.


10/07/2013 - 00h38Atualizado em 11/07/2013 - 17h25

Deputados aprovam Estatuto da Juventude; texto vai a sanção

Projeto prevê benefícios como meia-passagem em ônibus interestaduais; e meia-entrada em cinema e eventos culturais para jovens de famílias de baixa renda.
Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Sesssão Extraordinária. Discussão do substitutivo do Senado ao Projeto de Lei 4529/04, que institui o Estatuto da Juventude. dep. Manuela Dávila (PCdoB-RS)
Plenário aprovou projeto que prevê políticas públicas para cidadãos de 15 a 29 anos de idade.
O Plenário aprovou nesta terça-feira (9) o substitutivodo Senado ao Projeto de Lei 4529/04, que institui o Estatuto da Juventude. O texto define princípios e diretrizes para o Poder Público criar e organizar políticas para cidadãos de 15 a 29 anos de idade. A matéria será enviada à sanção.
De autoria da Comissão Especial de Políticas Públicas para a Juventude, a matéria foi relatada pela deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS). Nas negociações feitas em Plenário, a relatora manteve um dos principais pontos alterados pelos senadores: a meia-passagem para estudantes.
Assim, ficou mantido o desconto de 50% nas passagens interestaduais para os jovens, independentemente do motivo da viagem. Entretanto, por haver discordâncias sobre a constitucionalidade, ela excluiu o benefício para o transporte intermunicipal.
O Senado havia proposto a concessão de duas vagas gratuitas para jovens de baixa renda e duas vagas com desconto de 50%, se as gratuitas fossem ocupadas.

"O Senado restringiu o meio passe para quatro lugares, dois livres e dois para carentes. Nós estamos devolvendo o meio passe para todos os estudantes, porque a conjuntura política mudou. Porque hoje nós temos mais deputados que concordam que, depois das grandes passeatas, os estudantes têm direito ao meio passe, e não a lugares restritos como o Estatuto do Idoso garante", disse a relatora.

Veja infográfico sobre os principais pontos do Estatuto da Juventude
Manuela D’Ávila também manteve o artigo do texto da Câmara sobre o ensino para alunos com deficiência, segundo o qual é dever do Estado assegurar a esse jovem o atendimento educacional especializado gratuito, preferencialmente, na rede regular de ensino.
Meia-entrada
Outro ponto disciplinado pelo projeto, a meia-entrada de estudante, também tem inovações. Além dos estudantes, terão direito a ela os jovens pertencentes a famílias de baixa renda com até 29 anos.
O texto considera famílias de baixa renda aquelas com renda mensal de até dois salários mínimos e inscritas no cadastro único do governo federal.
Em todos os casos, a meia-entrada ficará limitada a 40% dos ingressos disponíveis, conforme prevê o Projeto de Lei 4571/08, do Senado, incorporado parcialmente ao substitutivo do estatuto.
Esse projeto foi aprovado no dia 24 de abril, em caráter conclusivo, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, mas depende de recurso que pede sua análise pelo Plenário da Casa.
Segundo a relatora, o acordo para aprovar o Estatuto da Juventude envolveu a votação do PL 4571 pelo Plenário na próxima semana.
Emissão de carteirinha
O Estatuto da Juventude também disciplina a emissão da carteirinha estudantil, assim como o PL 4571/08. Somente os estudantes matriculados no ensino regular, especial, profissional, e de jovens e adultos poderão ter acesso à carteirinha que dará direito à meia-entrada. Cursos de idioma, por exemplo, estão excluídos.
Gustavo Lima / Câmara dos Deputados
Sesssão Extraordinária. Discussão do substitutivo do Senado ao Projeto de Lei 4529/04, que institui o Estatuto da Juventude. dep. Manuela Dávila (PCdoB-RS)
Manuela D’Ávila manteve a meia-passagem para estudantes em transporte interestadual.
Como já previsto nas leis que regulam a Copa do Mundo 2014 e as Olimpíadas 2016, a meia-entrada não valerá nesses eventos.
Foi retirada do texto a exigência de selo de segurança personalizado para as carteirinhas.
Bebidas
Permanece no substitutivo a proibição de propagandas de bebidas com qualquer teor alcoólico com a participação de jovem menor de 18 anos.
Esse tópico faz parte dos direitos de atenção à saúde, cuja política deverá ter como uma das diretrizes a garantia de inclusão do tema no currículo escolar, além da questão do uso de drogas. A inovação nesse quesito é a inclusão do tabaco.
O texto do Senado exclui, entretanto, o planejamento familiar e as doenças sexualmente transmissíveis dentre os assuntos a serem tratados.
Os professores deverão conversar também com os alunos sobre o impacto da gravidez, seja planejada ou não.
Tanto nos projetos pedagógicos quanto na capacitação de profissionais de saúde e de professores, o uso de álcool, tabaco e drogas precisa ser abordado.
Profissão e renda
Para estimular a profissionalização, o substitutivo aprovado prevê que o Poder Público realize ações voltadas ao preparo para o mercado de trabalho. Deverá ser dada prioridade a programas de primeiro emprego e à introdução da aprendizagem na administração pública direta.
Uma das medidas constantes do texto da Câmara e retirada pelo substitutivo aprovado é a que previa a criação de uma linha de crédito especial para jovens empreendedores.
Sistemas nacionais
Com o objetivo de articular as diversas políticas de municípios, estados e União direcionadas aos jovens, o substitutivo cria o Sistema Nacional da Juventude (Sinajuve), coordenado pelo governo federal, e do qual participarão todos os governos.
Planos nacional, estaduais e municipais de juventude deverão ser elaborados. Para cumprir os objetivos das políticas públicas para a juventude, os municípios poderão se unir em consórcios.
Conselhos
A exemplo dos conselhos da criança e do adolescente, os governos deverão criar conselhos de juventude para colaborar na formulação das políticas públicas.
Gustavo Lima / Câmara dos Deputados
Sesssão Extraordinária. Discussão do substitutivo do Senado ao Projeto de Lei 4529/04, que institui o Estatuto da Juventude
Público acompanhou votação nas galerias do Plenário.
Entre as atribuições do conselho de juventude estão a de notificar o Ministério Público sobre infração administrativa ou penal contra os direitos do jovem garantidos na legislação.
Confira outros pontos excluídos pelo Senado do texto que vai à sanção:
- escolas com mais de 200 alunos não precisarão mais ter um local apropriado para a prática de atividades poliesportivas;
- não há mais reserva de 30% dos recursos do Fundo Nacional de Cultura para projetos e programas culturais voltados aos jovens;
- emissoras de rádio e televisão não terão mais de destinar espaços e horários especiais para tratar da realidade social do jovem;
- o Poder Público não terá mais a prioridade de universalizar a educação em tempo integral; e
- a União não terá mais de criar e gerenciar subsistemas nacionais de informações sobre a juventude e de acompanhamento das políticas.
Reportagem – Eduardo Piovesan
Edição – Pierre Triboli

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Homens sem rosto, identidades perdidas de uma população no cárcere.


Segue um artigo que escrevi em 2007, mas muito atual.
Boa Leitura!


Homens sem rosto, identidades perdidas de uma população no cárcere.


Wagner Hosokawa
Assistente Social formado pela PUC-SP

Apresentação e análise

Conhecendo o sistema carcerário apenas pelo olhar da mídia, muitas vezes não observamos os rostos ou identidades dessas pessoas que perdem nomes e naturalidades, entre outros pertences da sua individualidade. O que é apresentado nos programas de linha policial a partir da lógica “mocinho e bandido” esconde a realidade presente na diária reprodução da ideologia dominante que limita as relações sociais, na sociedade capitalista contemporânea, e torna a população carcerária em meros casos que “infringem a ordem estabelecida pela legislação penal vigente”.

A criminalização da questão social não deve ser apontada apenas como uma manifestação pura e simples do individuo, mas como resultante dos aspectos sócio-econômicos, políticos e culturais pelos quais se apresenta. A própria reorientação do capitalismo na década de 1990, que aumenta sua acumulação via reestruturação produtiva, gera mudanças no processo de desenvolvimento industrial no Brasil, deslocando inclusive suas prioridades para o mercado financeiro, com métodos de produção cada vez mais dinâmicos, rápidos e quantitativos. Esses fatores reduzem significativamente os postos de trabalho, e sao elementos do período neoliberal em nosso país.

A alienação do trabalho alcançou um elevado estágio neste período da história, quando o individuo se individualiza, se desprende das idéia de coletivo e de vida comunitária, para se jogar à lógica da luta pela sobrevivência individualista. Como diz Ianni, “talvez se possa dizer que esse desencontro entre a sociedade e a economia seja um dos segredos da prosperidade dos negócios (no capitalismo moderno) (...) em outros termos, a mesma sociedade que fabrica a prosperidade econômica fabrica as desigualdades que constituem a questão social” (Ianni, 1991). Em relação a essa analise e à criminalização do indivíduo, observemos a opinião do Sr. Alberto Silva Franco, desembargador aposentado do TJ de São Paulo, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo (15/08/04), sobre a proposta de revisão da lei de crimes hediondos: “quem está num nível de miséria é um perturbador do sistema econômico. O Estado mínimo não está preocupado com o social (...).”

Isso se aplica ao modelo de Estado Mínimo adotado pelos governos desde o fim da década de 1980, num projeto que combina a desaceleração do desenvolvimento produtivo e o fortalecimento do mercado de capitais como política econômica na América Latina, inclusive no Brasil. Essa opção impôs uma idéia de que a melhor distribuição de renda acontece como conseqüência natural do crescimento econômico, da estabilidade monetária e do equilíbrio financeiro.

Passada mais de uma década, esse modelo não se mostrou eficaz, e mais uma vez ocorreu o seu inverso: aumento de desempregados na última década, queda de poder aquisitivo e renda e aumento dos crimes voltados contra o patrimônio.

Esta situação engendrou, como via possível, o subemprego, a informalidade, a mendicância, a dependência de programas de transferência de renda ou, em último caso, a criminalidade.

Buscamos, a partir desta compreensão da sociedade, partir para um estudo sobre a população carcerária, trazendo para o centro desse debate as particularidades de pessoas que, de forma diferenciada, tiveram suas vidas cruzadas pela situação do cárcere, e terão de aprender a ter uma nova convivência social, e buscar novos meios de sobrevivência no “mundo” muito restrito que é o da penitenciária.

Partimos dos mesmos pressupostos que direcionam o trabalho realizado pelo Instituto Terra Trabalho e Cidadania (ITTC)[1], que coordenou, de 1999 a 2001, uma pesquisa minuciosa para conhecer a população carcerária da penitenciaria Mário de Moura Albuquerque (P1, na cidade de Franco da Rocha-SP)[2].

Nosso objetivo aqui é construir um desenho das identidades dos presos para conhecê-los, individualmente e coletivamente, nas relações sociais existentes antes do delito e no dia-a-dia do cumprimento da pena. Nossa interrogação também diz respeito ao modo de estabelecer as relações com estas informações e criar possibilidades no processo de ressocialização dos presos.

A pesquisa, apesar da importância e riqueza dos seus dados, ainda não foi totalmente analisada ou organizada de forma completa, pois alguns elementos novos são atualizados pelo tempo, pelas mudanças na legislação, pelas penas já cumpridas ou deslocamento dos presos para outras unidades penitenciárias. Também é preciso considerar uma margem de diferença em alguns dados, devido à negativa ou desconhecimento do preso a respeito da questão apresentada pelo entrevistador. Assim, algumas análises não dizem respeito ao universo total pesquisado, mas esse cuidado foi adotado, para que não se generalize aquilo que se mostrou parcialmente na visão dos entrevistados.

Mesmo assim, as informações colaboram para apresentar um perfil de uma população, não reconhecida como formada por indivíduos que têm direitos, com um cotidiano desconhecido pelo próprio sistema penitenciário e pela sociedade.

No universo total da pesquisa[3], temos informações de caráter quantitativo e também questões abertas (de caráter qualitativo), sendo 327 os presos pesquisados.

Apresentação preliminar dos dados

Uma das primeiras categorias que destacamos é sobre o trabalho. 270 dos entrevistados citaram pelo menos uma categoria de trabalho no item “profissão”, contra 54 que não responderam por não terem clareza sobre seu ofício, antes de cometerem o crime. Isto significa que apenas 16% não declararam ter exercido uma profissão ou trabalho.

Sobre a idade dos condenados, a ausência de perspectiva entre os jovens está refletindo inclusive no seu ingresso nos crimes comuns, seja o furto, seja o roubo, e no universo da nossa pesquisa, temos 153 jovens de 18 a 25 anos já condenados. É a faixa etária de maior concentração, são 47% de jovens alijados do convívio social. Portanto, a maioria é de trabalhadores e jovens.

Também é relevante o número de presos que tiveram passagem pelo sistema FEBEM (Fundação do “Bem-Estar” do “Menor”)”[4]. Cerca de 60 entrevistados responderam positivamente quando perguntamos se o preso em questão já esteve interno num sistema ou participou de outras medidas sócio-educativas[5].

Isso mostra uma população jovem e trabalhadora envolvida na criminalidade e alijada de sua capacidade de produzir socialmente, a partir do cerceamento de sua liberdade, resultante de suas histórias de vida e das oportunidades (não) colocadas à disposição da grande massa da população brasileira em situação de vida precária e vulnerável, como veremos a seguir.

Pessoas que, nas entrelinhas da própria pesquisa, buscam reencontrarem-se em atividades, visitas ou até mesmo em cartas. Buscam, assim, retomar uma sociabilidade mínima durante o cumprimento da pena e o retorno à sociedade, que não se dá apenas pela condição de sair em “liberdade”.

Deixamos claro que não apresentamos uma opinião de intervenção “moral”, como se apresentam nos instrumentos da ideologia dominante[6] que querem imputar sobre a população carcerária a responsabilidade única pelo crime, como se houvesse divisão entre “bons ou maus”, desconsiderando as diferenças de classe, de oportunidade e de inserção social existentes em nossa sociedade.


Execução penal no Brasil, verdades e mentiras sobre a atual situação carcerária e a realidade social vivida
As informações da pesquisa refletem, em parte, os resultados de estatísticas nacionais, como os dados do IBGE[7], chamados de “Dados do Século XX”, que reúnem informações sobre o perfil da população brasileira neste último século. No capítulo “Justiça”, apresenta inúmeras alterações do perfil da população carcerária entre as décadas de 1940 e 90, bem como a diferenciação dos crimes.

Os crimes contra o patrimônio[8] representam apenas 26%, em 1943, dos motivos totais de condenações. Em meados de 1985 quase 58%. Se considerarmos nossa pesquisa, realizada em 1999-2001, dos 327 pesquisados, 199 foram condenados por roubo, outros 22 por furto, 47 por tráfico, e apenas 18 por “matar alguém”.

Nos relatos dados pelos pesquisados no item “causa do delito”, em que se perguntava “por que realizou tal atividade criminosa”, temos 106 respostas abertas que afirmam que cometeram crime de furto e roubo em função de “desemprego”, “necessidade financeira”, “ajudar a família” e “melhorar as condições de vida”.

Porém, devemos considerar os diferentes processos históricos pelos quais passou a sociedade brasileira, entendendo seu crescimento populacional e as diversas mudanças socioeconômicas que foram determinantes para a alteração do comportamento em relação ao crime e à violência.

Considerando a violência como um fator da crescente desumanização, é interessante trazer para a análise a perspectiva do relatório da ONU[9] sobre os países latino-americanos: “durante o decênio 1980-1990, os salários mínimos urbanos reais diminuíram, quase em todos os países da América Latina”. Essa análise guarda relação com a mudança de perfil carcerário apontada acima.

Dados do “Mapa da Violência 4 – os jovens do Brasil” colocam nosso país em quinto lugar no ranking de homicídios entre os jovens na faixa dos 15 aos 24 anos: de cada 100 mil jovens brasileiros, 52,1 foram assassinados em 2000. Na pesquisa, há um comparativo desse quadro sobre os custos da violência, por exemplo, representando 10% do PIB só em atendimento aos casos de homicídios na saúde. Na maioria dos casos, os motivos são os mesmos: ascensão social por meio de atividades ilícitas e crimes que vão de roubo e furto a tráfico de drogas.

Segundo Pochmann[10], “... o jovem fica vulnerável a alternativas ilegais de sobrevivência (...) onde o desemprego não é um componente isolado”. Observando as análises de especialistas de outras áreas, há mais lenha nessa fogueira da relação do jovem e a reprodução da questão social. Na matéria publicada no jornal Folha de S. Paulo (04/04/04), sob o titulo “Fenômeno cria geração perdida”, cinco pesquisadores de uma instituição ligada à Unicamp afirmam que “a permanência na marginalidade teria raízes nos ganhos aferidos com as ações criminosas e no grau de envolvimento com o crime, atividade na qual muitas dessas pessoas – em algum momento da vida – encontraram a única forma de subsistência”. Considerando os dados no estado de São Paulo, os pesquisadores informam a “proporção assustadora”: das mais de 125 mil pessoas nas cadeias, a maioria é jovem e presa por roubo.

Na mesma matéria, há apontamentos sobre que tipo de relação o Estado vem fazendo sobre a questão da segurança e criminalidade. ”(...) o Estado usa o enorme número de capturados para sustentar o sucesso da ação policial e frisar uma falta de relação direta entre o melhor policiamento e a queda da criminalidade. Mas a quantidade de presos, dizem os estudiosos de segurança, não necessariamente reflete eficiência da força estatal”.

Como conseqüências disso, há uma inserção cada vez maior de presos e presas cumprindo pena em condições questionáveis, segundo informações inclusive de organizações de defesa dos direitos humanos, e constantes crises no interior do sistema penitenciário.

Números de matrícula: esquecendo várias histórias de vida.

Reconhecendo a realidade enfrentada no interior do cárcere, e fazendo relação com os dados nacionais apresentados, podemos afirmar que: o sistema constituído atualmente não depende apenas de recursos, mas também de um projeto que possibilite realizar ações de atendimento que resguardem os direitos dos presos na construção de seu perfil e de sua identidade no sentido da ressocialização e inserção dos egressos e das egressas na sociedade.

Na pesquisa realizada pelo ITTC[11], no cabeçalho de identificação do entrevistado, associados ao seu nome, estão os números de matrícula de cada um no sistema. Não questionamos a importância das regras que delimitam a organização administrativa da instituição penal. Nosso ponto é a “institucionalização da pessoa”, evidenciada a partir do momento em que ela é reconhecida no sistema pelo seu número, e não pelo seu nome. Podemos dizer que ela é rebatizada, o nome de nascença é o número de encarcerado.

A partir daqui, apresentamos uma análise dos dados da pesquisa para que nos leve a entender o cotidiano dos presos.

No item “situação carcerária”, a questão sobre “quais cursos gostariam que fossem oferecidos na Penitenciária” recebeu as seguintes resposta: 139 indicações em cursos de informática, 109 de elétrica, 88 de enfermagem, 125 de desenho mecânico e 61 de outros. Destacamos a iniciativa do preso para qualificar-se, atualizar-se ou formar-se em algum curso técnico que possibilite apreender mais conhecimento durante o cumprimento da pena e que lhe possibilite algum trabalho no cárcere ou quando do seu regresso à sociedade.

Sobre as atividades realizadas pelos presos, foi perguntado: “quais atividades culturais e educacionais que participa”. Temos 160 respostas para “atividades religiosas”, seguidas de 130 para “festas” e 79 para “palestras”, ou seja, esses mesmos presos participam de algum tipo de ocupação do próprio tempo, dedicando-se a alguma atividade, mesmo que tenha valor subjetivo, como no caso da religiosa. Porém, as ofertas são ínfimas, restritas em diversidade e qualidade[12].

Para a questão: “gostariam de participar de alguma atividade e de quais atividades”, temos 131 respostas para a realização de hortas comunitárias, 108 para música (instrumentos musicais), 93 para pintura ou artesanato, 88 para criação de pequenos animais, 56 para teatro e 27 para outros. Ficam claros os vários interesses dos presos e suas possibilidades de criatividade, apontando que o trabalho não deve ser a única alternativa, pois outras atividades são direitos garantidos pela legislação.

Em relação à situação familiar dos presos, 277 afirmam ter família. Destes, 35 afirmaram estar casados, 20 solteiros e 132 “amasiados” (termo que trata de um relacionamento a dois sem formalização legal); contra 47 que responderam não ter família constituída.

A identidade e o perfil do grupo de presos da P1 ganha mais uma característica: eles são jovens, trabalhadores e se sentem pertencentes a uma família. É uma informação importante para podermos traçar ações e políticas públicas para a sociedade e para o público no sistema penitenciário.

Sobre a comunicabilidade com o “mundo exterior”, temos, nas respostas sobre as visitas, 220 entrevistados que afirmaram receber algum tipo de visitante, acrescidos de outros 50 detentos, que declararam receber visitas esporádicas. Ainda sobre as visitas, na categoria “recebe visita de quem”, são citados desde “familiares” genericamente, e, especificamente, citados com maior freqüência, “pai, mãe, filho(a), esposa e irmã”, seguidos de primos(as), tias(os), namorada, avô e avó. Sobre o “recebimento de correspondência”, cerca de 260 recebem cartas de pessoas, familiares ou amigos(as).

Vale destacar a presença marcante de presos da cidade de São Paulo, em torno de 137(na sua maioria da zona leste, norte e sul – nesta ordem), e de cidades da grande São Paulo, como Guarulhos, o grande ABCD, Osasco, Santa Isabel e Suzano, entre outras. Algumas cidades do interior são mais citadas, como Campinas e Ribeirão Preto, e ainda encontramos presos oriundos de cidades como São José do Rio Preto, Teodoro Sampaio, Registro e Amparo, que somadas, representam 52 dos detentos do interior do estado de São Paulo.

Lembramos que há situações precárias em termos econômicos e sociais das famílias, onde distância é um fator importante para impossibilitar o contato maior e constante com o parente próximo, a esposa, a companheira ou com os amigos, dificultando a manutenção dos laços de amizade e as relações sócio-afetivas.

Identidades espalhadas pelo chão do sistema:
Recomeçando pelos limites impostos pela sociedade.

Na questão “escolaridade”, temos: presos com primário completo são 35, e com primário incompleto, 100, seguidos de 121 presos com ginasial incompleto e apenas 21 com ginasial completo. 14 apresentavam ensino médio incompleto, e 4 tinham completado o ensino médio; 4 tinham ensino superior incompleto, e 2 completaram esse nível de estudo. Apenas 6 não informaram sua escolaridade, e 20 afirmaram ser analfabetos. A falta de um programa educacional interno que viabilize ampliar estas faixas de conhecimento e oportunizar a alfabetização é uma situação a ser considerada.

O nosso jovem detento, trabalhador, paulista, constituiu família e têm escolaridade situada na incompletude dos diversos níveis de ensino, seja primário, ginasial ou médio.

Sobre a “profissão” dos presos, 270 afirmaram ter ofícios ou conhecimentos especializados. Existem habilidades e conhecimentos que não são potencializados no presídio, pois 136 presos informaram não ter ou não realizar nenhuma atividade de trabalho no cárcere.

Outros 118 estão atuando em algum tipo de trabalho, em oficinas de trabalho, atividades internas da administração, na cozinha ou em atividades externas. Assim, a chamada “ociosidade” nos presídios é o que impera, não pela recusa do preso, não pela ausência de qualificação, não pela falta de interesse do preso em aprender o novo, mas pela ausência de ações constituídas para exercício de trabalho ou desempenho de atividades.

Mesmo na realização dos escassos trabalhos oferecidos pelo sistema, encontramos precariedades. Nas questões relativas às condições de trabalho e segurança e sua existência ou não na penitenciária, mais especificamente na questão: “recebe equipamento de segurança?”, 106 presos afirmaram não haver oferta de equipamentos de segurança para a realização do seu trabalho. Em outra questão, sobre problemas de higiene no ambiente de trabalho, foram dadas 30 respostas afirmativas, alegando 17 situações problemáticas nos sanitários, 15 no sistema de esgoto, 8 no ambiente da cozinha e 2 na oficina.

À pergunta “você já sofreu algum acidente de trabalho na penitenciária?”, 19 responderam que sim, sendo que 4 afirmaram ser de “queda”, outros 9 relacionaram o acidente com o material utilizado no trabalho (produto químico etc.), e os demais não responderam ou não souberam responder.

Para além de questões de formação e déficit de ocupação do preso, temos o descaso em relação à legislação trabalhista[13], de segurança individual, na falta de estímulo quanto aos hábitos de higiene e cuidado pessoal, se refletindo em todo o cotidiano do preso. Mesmo no trabalho, não há preocupação em manter os indivíduos, o grupo e o coletivo protegidos de riscos e condições insalubres.

Segundo os entrevistados, a profissão é fundamental na perspectiva de retorno ao convívio familiar e social. A esse respeito, vale a pena comentar sobre um pequeno resultado obtido a partir da pesquisa citada, quando os profissionais do Instituto Terra, Trabalho e Cidadania, a partir da análise e leitura das informações obtidas nas entrevistas, realizaram um esforço no sentido de aproximar os desejos e as necessidades indicadas pela população carcerária, por meio do reconhecimento da existência de uma necessidade coletiva de melhoria da alimentação e da pouca oferta de atividades internas no cárcere.

O resultado foi a proposição e a implantação de um projeto de horta, a ser implementada, cuidada e desenvolvida pelos presos, e que foi encaminhada pela entidade juntamente com a diretoria de produção do presídio, para a diretoria geral. O projeto resultou em uma atividade concreta para um grupo de presos e, ao mesmo tempo, em melhoria na qualidade da alimentação diária.

Com relação a outros direitos e garantias, destacamos o item: “há contagem de remição da pena[14]?”. Temos 200 respostas positivas, porém, quando perguntado: “você controla?”, há apenas 129 respostas afirmativas. Isso mostra o não acompanhamento do preso em relação ao seu direito, pela ausência de informações que o auxiliem no acompanhamento dos seus direitos.

Quanto à saúde dos entrevistados, destacamos algumas informações, no item “você tratava de alguma doença antes de ser detido?”. 48 responderam que sim, e 279, que não. Porém, mais adiante, era perguntado: “depois que chegou aqui, apresentou alguma queixa ou doença?” Temos 101 respostas afirmativas, mostrando que as condições do cárcere são promissoras para o desenvolvimento de situações de falta de saúde, e ainda não demonstram a presença de medidas de prevenção ou atendimento especializado para tratamento de doenças conseqüentes da idade, hereditariedade ou adquiridas no cárcere.

Nas questões de sexualidade, relacionadas a saúde, temos no item “orientação sexual”, as seguintes quantidades: 303 heterossexuais, 8 homossexuais e 3 bissexuais. Sobre as visitas íntimas, 187 afirmaram que não recebem, e 140 afirmaram receber. Destes, a maioria recebe na própria cela, e 113 com freqüência quinzenal, contra 24, de freqüência esporádica. Quando perguntados se receberam na penitenciária algum tipo de orientação sobre o uso de preservativos, cerca de 141 responderam que sim, em oposição aos 186 que responderam não.

Ainda na questão da saúde, e mais especificamente sobre saúde mental, cabe expor os resultados do item “saúde mental antes de ser preso”, na questão “você sofreu algum tipo de agressão?” Temos 119 respostas, que foram divididas e classificadas pelo tipo: espancamento, 116; violência sexual, 2; e tortura, 31. Os outros tipos de agressão são: humilhação, 79; ameaça, 61, e extorsão, 28. É importante ressaltar que temos várias respostas múltiplas por isso supera - e muito - os 119 que responderam afirmativamente.

Esses resultados são seguidos pela pergunta seguinte: “se foi agredido fisicamente, por quem foi?” Mesmo que haja um grande número de entrevistados que “afirmam” sofrer algum tipo de agressão por parte de autoridade policial, a pesquisa não se aprofundou suficientemente nesta questão.

Não há como afirmar quais são as razões ou situações que envolveram a agressão, seus motivos, porém cabe afirmar que não há amparo legal ou moral que justifique a violência como procedimento sobre uma população contida, privada da liberdade e que deveria ter sua integridade física e moral assegurada pelo Estado.

Conclusão
Nem Santos, nem Demônios:
Desmistificando a imagem projetada para a sociedade, reconstruindo rostos.

Observando os números, dados e informações vindos dos próprios presos, pairam no ar inúmeras indagações, reflexões e perguntas que levam nossa imaginação para uma situação inimaginável: e se fossemos nós a estar nesta situação? Justamente porque a conclusão a que se chega, olhando toda a estrutura que mantêm o sistema carcerário, é que a sociedade brasileira não deveria ter um sistema carcerário que desumaniza e desvia-se da sua tarefa.

Por outro lado, olhar para o dia-a-dia, as histórias de vida, as questões que levaram cada um deles a cometer um crime, enfim, a compreensão e a aproximação do perfil dos 327 presos da Penitenciária de Franco da Rocha indicam caminhos e instrumentos fundamentais para pensar ações de ressocialização do preso dentro de possibilidades restritas, sem grandes investimentos, sem grandes ilusões mas, no mínimo, dentro da lei. Isso significa mexer nas questões que envolvem o sistema carcerário.

Esse desvelar do preso e do cárcere mostra-nos o quanto é importante levar para a sociedade este debate, rompendo o estigma, presente e assumido, inclusive por quem se encontra cumprindo pena, aceitando a violência, acomodando-se e naturalizando a prisão como uma roda viva para quem nela está. Para quem nela passou ou a ela retornou, por reincidência, é assim e “sempre será!”

Há de se acumular propostas alternativas e reverter o quadro de violência e falta de oportunidades para a classe trabalhadora paulista (no caso da P1), e mais, ampliar as oportunidades para o preso caracterizado como: jovem, ex-trabalhador, com pouca ou nenhuma escolaridade, com sentimentos e valorização da família a que pertence, enfim, ampliar as oportunidades para o cidadão brasileiro, que se encontra privado do convívio social e submetido a condições desumanas nos presídios.

Acreditamos que revelamos um vasto campo de limites e possibilidades no sentido de fazer incorporar um outro olhar sobre os presos.




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[1] O ITTC é uma organização não governamental que atua na defesa dos direitos humanos. E em São Paulo, hoje, tem sua ação, prioritariamente, voltada ao atendimento de presas estrangeiras, em convênio com Secretaria da Administração Penitenciaria (SAP), e presas brasileiras em geral, distribuídas pelos “presídios” da capital paulista.

[2] A pesquisa citada deu origem no mesmo período ao desenvolvimento de projeto de apoio a ressocialização dos internos desta penitenciária.

[3] A pesquisa possui nove categorias, sendo: 1) dados gerais; 2) dados processuais; 3) dados sociais; 4) situação carcerária; 5) trabalho; 6)saúde; 7)saúde mental; 8) saúde atendimento; 9) hábitos; no item citado os dados “causa do delito” estão contidos nos dados processuais

[4] O sistema FEBEM citado refere-se à medida de internação e medidas em meio aberto que compõem o artigo 122, que trata das medidas sócio-educativas (cap. IV, seção VII), contidas na lei 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

[5] As medidas sócio-educativas surgem como um novo paradigma sobre a atuação da sociedade, por meio do Estado, para a reinserção do adolescente infrator e volta ao convívio familiar ou com a comunidade. A esse respeito, o Estatuto da Criança e do Adolescente se contrapõe à concepção punitiva contida no revogado “código de menores”.

[6] Sobre “as classes sociais e o estado”, V. Lênin, 1917, do livro “O Estado e a revolução”, cap. I. Nesse capítulo, autor trabalha sobre a literatura marxiana para analisar como se reproduz, na sociedade capitalista, a diferença entre as classes, e como o Estado, as forças armadas e inclusive as prisões atuam na forma repressiva do capital para conter revoltas ou ações contrárias aos objetivos dominantes.

[7] IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia Estatística, fundação pública vinculada ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão do governo federal.

[8] Consideram-se “crime contra o patrimônio” o furto, o roubo, o estelionato e o latrocínio, pela legislação vigente e utilizada pela pesquisa do IBGE.

[9] Relatório de 1994, do comitê preparatório da cúpula social mundial, ONU.

[10] Professor de Economia da Unicamp e ex-secretário de trabalho da Prefeitura de São Paulo (na gestão Marta Suplicy).

[11] Pesquisa desenvolvida em 1999-2001, pelo Instituto Terra, Trabalho e Cidadania, já citada.

[12] Ressaltamos o que está estabelecido pela Lei de Execuções Penais (LEP), no seu artigo 41, com referência aos direitos do preso: “V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação; VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena; Vll - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa”.

[13] Artigos 138 e 153 e 154 do decreto 611/92.

[14] O condenado que cumpre pena em regime fechado ou semi-aberto pode remir (abater) pelo trabalho parte do tempo de execução da pena na proporção de um dia de pena por três horas de trabalho (art. 33 da LEP). V. Manual dos direitos dos presos, publicado pelo ITTC (Instituto Terra, trabalho e cidadania).



Referências Bibliográficas
OLIVEIRA, Isaura de Mello Castanho; PAVEZ, Graziela Acquaviva, e SCHILLING, Flávia, Reflexões sobre violência e justiça. São Paulo, Educ, (ANO).

Fernandes, Florestan, “Apontamentos sobre a teoria do autoritarismo”;

Folha de SP, Cotidiano, (15.08.04), sob o título “Direito Penal não resolve o problema” – questões pendentes na configuração de uma política social: uma síntese – Laura Tavares analise publicada em dezembro de 2004, no site www.outrobrasil.net.

IANNI, O. “A questão social”. In: São Paulo em Perspectiva. São Paulo, Jan/Mar. 1991. COMPLETAR REFERÊNCIA

ITTC, Manual dos direitos dos presos, São Paulo;

Wacquant, Loic, “Porque punir os pobres: uma nova gestão da miséria nos Estados Unidos” Instituto Carioca de Criminologia – editora Freitas Bastos;

Yazbek, Maria Carmelita, Revista Temporalis – Abepss, ano II, n° 03 jan a jun / 2001 – “A questão social no capitalismo”, texto Pobreza e exclusão social: expressões da questão social no Brasil.[GK1]

Wagner Hosokawa
Assistente Social formado pela PUC-SP.

Revista PUCVIVA

Publicado nos Blogs: 
http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/eles-estao-na-cadeia,236,5197.html
Postado por Eduardo Marculino às 01:52
Marcadores: Dossie Violência, Sociedade, Sociologia". (WAGNER HOSOKAWA,
http://historianovest.blogspot.com/2010/02/homens-sem-rosto.html)

Manifesto contra a redução da maioridade penal


Manifesto contra a redução da maioridade penal

Nós, cidadãos brasileiros e organizações sociais, manifestamos preocupação com as declarações de autoridades e com a campanha dos grandes meios de comunicação em defesa de projetos de lei que visam reduzir a maioridade penal ou prolongar o tempo de internação de crianças e adolescentes em medida socioeducativa.

A grande mídia tem feito uma campanha baseada na criação de um clima de medo e terror, para construir um apoio artificial das famílias brasileiras à liberação da prisão de seus filhos e netos como solução para a segurança pública. Autoridades aproveitam esse clima para, de forma oportunista, se colocarem como pais e mães dessas propostas.

Dados da ONU apontam que uma minoria de países definem o adulto como pessoa menor de 18 anos. De acordo com a Unicef, de 53 países, sem contar o Brasil, 42 adotam a maioridade penal aos 18 anos ou mais, o que corresponde às recomendações internacionais de existência de um sistema de justiça específico para julgar, processar e responsabilizar autores de delitos abaixo dos 18 anos. Ou seja, a legislação brasileira é avançada por ser especializada para essa faixa etária.

Não existe uma solução mágica para os problemas na área de segurança pública que nosso País vivencia. A redução da maioridade penal ou o prolongamento do tempo de internação não passam de uma cortina de fumaça para encobrir os reais problemas da nossa sociedade.

A universalização da educação de qualidade em todos os níveis e o combate à violenta desigualdade social, somados a programas estruturantes de cidadania, devem ser utilizados como instrumentos principais de ação em um País que se quer mais seguro e justo.

Os dados do sistema carcerário nacional – em que 70% dos presos reincidem na prática de crimes - demonstram que essas mesmas “soluções mágicas” só fizeram aumentar os problemas. O encarceramento das mulheres cresce assustadoramente e, com relação às crianças e adolescentes, o que se vê são os mesmos problemas dos estabelecimentos direcionados aos adultos: superlotação, práticas de tortura e violações da dignidade da pessoa humana.

Reduzir a maioridade penal é inconstitucional e representa um decreto de falência do Estado brasileiro, por deixar claro à sociedade que a Constituição é letra-morta e que as instituições não têm capacidade de realizar os direitos civis e sociais previstos na legislação.

Às crianças, adolescentes e jovens brasileiros, defendemos o cuidado, pois são eles que construirão a Nação brasileira das próximas décadas. Cuidar significa investimento em educação, políticas sociais estruturantes e, sobretudo, respeito à dignidade humana.

Por isso, somos contrários à redução da maioridade penal e defendemos, para resolver os problemas com a segurança pública, que o Estado brasileiro faça valer o que está na Constituição, especialmente os artigos relacionados aos direitos sociais.

Cidadãos brasileiros:
Fábio Konder Comparato- Professor Emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo
Marilena Chauí, Professora titular de Filosofia Política e História da Filosofia Moderna da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP)
Alberto Silva Franco - desembargador TJSP e membro-fundador do IBCRIM - Instituto Brasileiro de Ciências Criminais
Pedro Casaldáliga, bispo emérito de São Félix do Araguaia
Rui Falcão, presidente do PT
Altamiro Borges, jornalista e membro do Comitê Central do PCdoB
Eric Nepomuceno, jornalista e escritor
Dora Martins - Juíza de direito
José Henrique Rodrigues Torres - Juiz de Direito, Presidente da AJD
Kenarik Boujikian - Juíza de Direito
Severine Carmen Macedo, Secretária Nacional de Juventude.
Adriana Del Compari Maia da Cunha advogada
Aldimar de Assis, Presidente do Sindicato dos Advogados de São Paulo
Alessandro da Silva, Juiz do trabalho em Santa Catarina, membro da AJD
Alexandre Bizzotto - Juiz de Direito Criminal - Goiás
Alexandre Morais da Rosa. Professor Adjunto da UFSC. Membro da AJD.
Alexandre T. Mandi - especialista em Direito Constitucional pela PUC-Campinas e mestrando em Economia Social e do Trabalho na UNICAMP
Ana Paula Alvarenga Martins - Juíza do Trabalho - TRT
Ana Paula Costa Gamero – advogada
Andre Augusto Salvador Bezerra- Juiz de Direito da Comarca da Capital, São Paulo
André Vaz Porto Silva - Juiz da 1ª Vara Criminal de
Andreza Lima de Menezes – advogada
Ângela Konrath - Juíza do Trabalho - Santa Catarina
Antonio V. Barbosa de Almeida – Advogado
Arthur Henrique da Silva Santos- Presidente do Instituto de Cooperação da CUT e Diretor da Fundação Perseu Abramo.
Bruno Vinicius Stoppa Carvalho
Carlos Augusto Abicalil- Assessor Parlamentar e Deputado Federal PT-MT 2003-2011
Carlos Eduardo Oliveira Dias - Juiz do Trabalho - TRT,
Cassiana Tormin- Jornalista e Vereadora de Luziânia-GO
Célia Regina Ody Bernardes - Juíza Federal Substituta/SJDF
Claudia da Cruz Simas de Rezende – advogada
Comarca de Pedro Afonso -TO.
Didi Viana, Vice-Prefeito de Luziânia-GO do Trabalho de Jaciara - MT
Douglas Belchior - Professor da Rede Pública Estadual de SP e Membro do Conselho UNEafro-Brasil
Eduardo Guimarães, blogueiro
Eduardo Manzano, médico, Presidente de honra da ONG Comsaúde, e vereador em Porto Nacional
Emiliano José, Bahia, jornalista e escritor
Erenay Martins, Professor da Rede Municipal de Educação de São Paulo
Erick Le Ferreira – advogado
Fabio Prates da Fonseca, juiz de direito, são Paulo
Fernanda Afonso - Juíza de Direito - São Paulo
Fernanda Menna Peres - Juíza de Direito - São Paulo
Fernando Antônio de Lima - juiz de direito no Juizado Especial de Jales-SP
Flora Vaz Cardoso Pinheiro – advogada
Gabriel Medina, coordenador de Juventude da Prefeitura de São Paulo
Geraldo Prado - Juiz de Direito - Rio de Janeiro
Gerivaldo Neiva - Juiz de Direito. membro da AJD e LEP-BR. - Bahia
Gilberto Maringoni - professor na Universidade Federal do ABC (UFABC)
Guilherme Panzenhagen – advogado
Igor Fuser - professor na Universidade Federal do ABC (UFABC)
Iole Ilíada, Vice-Presidente da Fundação Perseu Abramo
Isabel Teresa Pinto Celho - Juíza de Direito - Rio de
Ivani Martins Ferreira Giuliani _ Juíza do Trabalho
Jardel Lopes - Escola de Formação Política e Cidadania do Vale do Aço-MG
Jefferson Lima, Secretário Nacional de Juventude do Partido dos Trabalhadores
João Marcos Buch - Juiz de Direito - Joinville - Santa Catarina
Joaquim Palhares, diretor da Agência Carta Maior
Jorge Luiz Souto Maior, Juiz do trabalho, titular da 3ª. Vara do Trabalho de Jundiaí. Professor livre-docente da Faculdade de Direito da USP.
José dos Santos Costa - Juiz de Direito da Comarca de São Luís
Jose Edilson Caridade Ribeiro - Juiz de Direito - São Luiz – Maranhão
José Roberto Lino Machado - Desembargador do TJ de S.Paulo
Jose Ulisses Viana - Juiz de Direito - Recife/PE
Juliano Marold - Advogado OAB/PR 51.182
Lauro Gondim Guimarães - Advogado.
Leopoldo Antunes de Oliveira Figueiredo - Juiz da Vara
Ligia Maria de Godoy Batista Cavalcanti - Juíza de Direito – Natal/RGN
Liliane Mageste Barbosa - Servidora Pública
Lívia Martins Salomão Brodbeck – advogada
Luana Barbosa Oliveira – advogada
Luís Carlos Valois - Juiz da Vara de Execuções Penais do Amazonas
Marcelo Semer - Juiz de Direito - São Paulo, Ex-presidente da Associação Juízes para a Democracia
Marcio Sotelo - ex-procurador geral do Estado de São Paulo
Marcus Orione - Juiz de Direito - São Paulo
Margarida Cavalheiro, Secretaria Executiva da Comissão Regional de Justiça e Paz do Mato Grosso do Sul
Maria da Conceição Carneiro Oliveira, educadora, blogueira e mãe
Maria Guilhermina Cunha Salasário. Bibliotecária, conselheira do Conselho Nacional contra a Discriminação LGBT da SDH, Vice presidenta Lésbica - ABGLT. Conselheira do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Fpolis/SC
Mariana Martins Nunes - advogada
Martina Reiniger Olivero - advogada
Matilde Ribeiro, Secretária Adjunta da Secretaria Municipal de Igualdade Racial de São Paulo
Mauricio Brasil - Juiz de Direito - Salvador/Bahia
Milton Lamenha de Siqueira, Juiz da Vara Criminal da Comarca de Pedro Afonso-TO.
Monia Regina Damião Serafim RG 44.216.064-1 Advogada
Nize Lacerda Araújo Bandeira – advogada
Patrícia Mendes - advogada
Patrick Mariano Gomes- Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares-RENAP
Paulo Cinquetti Neto - advogado
Paulo Kliass, Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, carreira do governo federal e doutor em Economia pela Universidade de Paris 10.
Pietro Dellova, Professor
Regina Novaes, Antropóloga, Rio de Janeiro
Reinaldo Cintra Torres de Carvalho - Juiz da Vara da
Renan Thomé de Souza Vestina
Renato Rovai - Revista Fórum
Renato Simões, secretário de movimentos sociais do PT
Rosivaldo Toscano Junior, juiz de direito,
Rubens R R Casara, juiz de direito do TJ/RJ e professor de processo penal do IBMEC/RJ.
Sayonara Grillo Coutinho Leonardo da Silva - Juíza de Direito - TRT 1 e UFRJ
Sérgio Mazina Martins, Juiz de Direito da 2a Vara, Especial da Infância e Juventude de São Paulo, Prof. de Direito Penal na UNIFIEO/SP, Membro da AJD
Silvio Luiz de Almeida - presidente do Instituto Luiz Gama
Silvio Mota - Juiz de Direito - Fortaleza/CE
Siro Darlan Oliveira - Desembargador do TJ Rio de Janeiro
Wagner Hosokawa - Mestre em Serviço Social pela PUC/SP e Coordenador de Juventude da Prefeitura de Guarulhos
Wisley Rodrigo dos Santos - advogado
Yasmin Oliveira Mercadante Pestana - advogada

Organizações:
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST
Central Única dos Trabalhadores - CUT
Força Sindical
Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC)
UNE
UBES
CONEN - Coordenação Nacional de Entidades Negras
AJD - Associação dos Juízes pela Democracia
ABEEF - Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia F' lorestal
ABGLT - Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
Abong- Associação Brasileira de Ongs
Ação Educativa
ADERE-MG - Articulação dos Empregados Rurais do Estado de Minas Gerais
Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs)
AMPARAR -Associação de Amigos e Familiares de Presos de São Paulo
ANPG
APIB - articulação dos povos indígenas do brasil
Articulação Popular e Sindical de Mulheres Negras do Estado de São Paulo-APSMNSP
CAPINA – Cooperação e Apoio a Projetos de Inspiração Alternativa
CEBI - Centro de Estudos Bíblicos;
CENARAB- Centro Nacional de Africanidade e Religiosidade Afro-Brasileiro
Centro de Ação Cultural - CENTRAC
Centro de Estudos Barão de Itararé
CESE - Coordenadoria Ecumênica de Serviço;
CIMI - Conselho Indigenista Missionário
Círculo Palmarino
Comunicação e Cultura
CONAQ - coordenação nacional das comunidades quilombolas
Conselho Latino-Americano de Igrejas (CLAI)
Consulta Popular
Enegrecer- Coletivo Nacional de Juventude Negra
FASE
FEAB - federação nacional dos estudantes de agronomia do brasil
Fora do Eixo
Fórum Ecumênico ACT Brasil;
Fórum Nacional de Democratização das Comunicações
Fundação Fé e Alegria do Brasil
Fundação Luterana de Diaconia (FLD)
Fundo Brasil de Direitos Humanos
INESC
Instituto Paulo Freire-IPF
Instituto Terra, Trabalho e Cidadania- ITTC
KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço
Levante Popular da Juventude
MAM - Movimento dos Atingidos pela Mineração
MNU - Movimento Negro Unificado
Movimento Camponês Popular - MCP
Movimentos dos Atingidos Por Barragens
MPA- Movimento dos Pequenos Agricultores
MPP, Movimento dos Pescadores e Pescadoras
Nação Hip-Hop Brasil
Núcleo Cultural Niger Okan
Pastoral Carcerária Nacional
Pastoral da Juventude - PJ
PJR - Pastoral da Juventude Rural
PÓLIS - Instituto de Estudos, Formação e assessoria em Políticas Sociais
Rede Ecumênica da Juventude- REJU
Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde
SINPAF - Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário
UJS- União da Juventude Socialista
UNEfro-Brasil
UNEGRO
Via Campesina Brasil

quinta-feira, 18 de julho de 2013

PeTismo ao reverso: o contra golpe do vermelho!


PeTismo ao reverso: o contra golpe do vermelho!

Manifestações sem rosto, gigantinhos e gigantões acordados dos seus soninhos e muitos memes no “faceboca” (aberta), assim foi o mês de junho. Muitos humores e roquidões saíram dos armários, felicidade felicianas e preocupações hostis para “Priscila, a rainha do deserto”, bandeiras rasgadas e rostos livre de mascaras cuspidos.

Esse foi o ano do peido das ruas! Não foi um estrondo, mas fedeu.

Nos governos petistas nossa palavra de ordem era a “inversão de prioridades”, e depois de uma decada governando o Brasil, alimentado os pobres, gerando pleno emprego, mudando rotas de desenvolvimento, botando pijamas em milicos nas fodas armadas, enfim, terminou a “paz e o amor” que rondava o nosso governo.

A direita abstenia e que não pode ver um copo de governo que logo pede pra engolir o rabo de galo seco, pobre do santo que de tanta sede de poder institucional da direta, não toma nem um pingo. Resolveu se aproveitar do peido fedido das ruas e colocou a sua banda (pobre) para trabalhar.

“Como nunca antes neste país” a direita através da mídia nunca foi tão legitima em enguer suas bandeiras brancas, verdes, amarelas e rouxas de sede pelo brinquedo que não usam desde o fim do governo FHC 2.

É no PeTismo ao reverso é assim: mensaleiro bom é mensaleiro condenado seja ele filiado ou simpatizante da estrela.

E como não tem o ministerio da bandalheira, fica essa chiadeira no ouvido da Dilma. Como a rainha de copas na estória de “Alice no país da tucanalha”, cortem as cabeças e mantenham os contratos. E a rainha do rodoanel (aqui em SP), reduz secretarias e mantêm firme os contratos do METRÔGATE.

É isso povo. Inagurando um novo artigo.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

PLENARIA NACIONAL DOS MOVIMENTOS SOCIAIS – 05 de Agosto de 2013

NUNCA DORMIMOS, SEMPRE LUTAMOS
#FIMDOCAPITALISMO





CARTA CONVITE

São paulo, 16 de Julho de 2013

Para: Aos Militantes de Movimentos Sociais do campo e da cidade, de todo o Brasil

Assunto: PLENARIA NACIONAL DOS MOVIMENTOS SOCIAIS – 05 de Agosto de 2013,

São Paulo.

Estimados companheiros/as

Após os intensos processos de Mobilização ocorridos em todo o país nos meses de

Junho e Julho realizamos diversas reuniões de avaliações envolvendo amplos setores

dos movimentos sociais. Sendo que a partir de agora se colocam para nós novos

desafios, principalmente na elaboração de uma análise coletiva dos movimentos sociais

em relação ao atual momento e seus desafios, além de seguirmos no esforço de

construirmos lutas unitárias de grande peso para influenciarmos a sociedade brasileira.

Assim sendo, elaboramos a seguinte CARTA-CONVITE, que contém informações

do que temos avaliado e proposta de realização de Plenárias Estaduais e uma Plenária

Nacional dos Movimentos Sociais, no dia 05 de Agosto de 2013 em São Paulo - SP.

I- A avaliação politica geral:

a) A Jornada nacional de lutas do dia 11 de julho, foi um sucesso. Houve atividades da

classe trabalhadora em praticamente todos os estados. Na maioria das capitais houve

manifestações massivas ou houve paralisação efetiva do trabalho e do transporte. Houve

um clima de paralisação geral em todo país.

b) Alguns setores mais conservadores da Mídia tentaram desqualificar em especial BAND,

FOLHA, Estadão mas outros tiveram que reconhecer a natureza nacional e sua

amplitude. Inclusive a Rede Globo deu uma cobertura razoável no jornal nacional.

c)Os temas apontados na mobilização tiveram diferentes interpretações em cada estado.

Em alguns predominou a pauta mais da classe ( redução da jornada de trabalho, fator

previdenciário, retirar o PEC da terceirização..) e em outros lugares houve uma politização

em torno na necessidade da reforma politica e de reformas estruturais.d) Os setores da juventude que haviam se mobilizado em junho, pouco participaram.

e) O governo Dilma assustado com as mobilizações dos jovens tentou tomar iniciativa

politica com a proposta de Constituinte, do plebiscito e dos 5 temas de mudanças. Mas

em nossa opinião, vem sendo sistematicamente derrotado por sua propria base

parlamentar. Ou seja, deste congresso não podemos esperar absolutamente nada ! (Se

eles não conseguem apoiar nem o governo, que lhe abastece com emendas e poder,

imaginem estar ao lado do povo!)

f) A direita também está atônita. Sua única tática é eleitoral, de desgastar o governo até

2014. Mas também não tem unidade em torno de um projeto/discurso alternativo e muito

menos de um candidato que unifique a direita. Tentaram até pesquisar a opinião sobre o

Barbosa, mas logo apareceram seus "podres". As pesquisas de opinião entre os

manifestantes da juventude, nas mobilizações de junho, apontam uma leve preferencia

(22%) pela Marina e depois até o presidente do STF.

g) Foi significativo o fato de várias capitais e cidades terem feitos mobilizações contra a

Globo e suas afilhadas e aqui sim a maioria foram os setores da juventude. Em São

paulo, interferiram na transmissão do jornal das 19 h, e o próprio locutor teve que dar

como noticia o protesto contra a Globo.

h) É muito difícil arrancar nesse momento conquistas, mesmo das pautas mais

econômicas.

i) As bandeiras dos movimentos do campo e do MST estiveram presentes em todos os

atos, e a reforma agraria, voltou a ser citada pela imprensa, de forma simpática.

(Nota: Em cada estado e local, certamente os companheiros/as estão fazendo o balanço

e avaliações das características e resultados que tiveram junto à população e a imprensa,

e suas consequências para a correlação de forças)

II- Diante dessa avaliação, projeta-se:

a) Estamos recém entrando num novo período histórico, de muita disputa politica e

ideológica com a burguesia, seus poderes e os meios de comunicação. Será um períodolongo e de muita disputa, cujos desdobramentos e possibilidades de vitorias da classe

trabalhadora ainda estão em aberto.

b) O governo Dilma havia tomado iniciativa politica nas mobilizações de junho, mas ao

ser derrotado por sua própria base parlamentar, agora, esta estudando outros passos,

que não estão claros. Por ora, há sinais nas seguintes direções: afastar-se mais do PMDB

que lhe traiu publicamente, fazer uma mini reforma ministerial para recompor um centro

de elaboração politica, e orientar os únicos três partidos que permaneceram aliados (PT,

PDT e PCdoB) a insistirem com a tese de projeto legislativo para convocar um plebiscito.

Porem, os termos colocado para o plebiscito que seria convocado por esse decreto são

pífios, e propõem apenas pequenas mudanças eleitorais, sem alteração do quadro

politico.

c) A Burguesia até agora, também deu sinais que não tem unidade, nem de que passos

pretende dar frente as mobilizações.

d) É possível que as forças direitistas, se aproveitem da visita do Papa e da semana da

pátria, de sete de setembro, para irem às ruas e levantarem bandeiras conservadoras.

e) Será um período que nos exigirá muita persistência,sabedoria, debate coletivo,

para entendermos a cada momento, e uma certa ousadia para acertar nos passos que

precisamos dar.

f) O MST e os movimentos do campo precisamos estar cada vez mais estar antenados

e articulados com os trabalhadores da cidade. Nossa luta pelas mudanças no campo, com

a reforma agraria e o projeto de agricultura familiar, camponesa, somente avançarão junto

com eles. Porem, se abre um novo período propicio para retomada das lutas no campo.

III- ALGUMAS PROPOSTAS PARA OS PROXIMOS PASSOS

1- Realizar o maior numero possível de plenárias locais, regionais e estaduais para

avaliar a situação.

2- Construir a unidade de todas as forças populares, no campo partidário, centrais

sindicais, movimentos sociais, movimentos de jovens e as pastorais.3- As centrais sindicais se reuniram a nível nacional, fizeram seu balanço, e estão

organizando o seguinte calendário, para o qual devemos somar forças:

a) Dia 6 de agosto: mobilização nacional nas sedes dos sindicatos patronais, em todas

as cidades, contra o projeto da terceirização das leis trabalhistas patrocinadas pela

burguesia no congresso;

b) Dia 30 de agosto: realização de nova paralisação nacional em todo pais.

4- A agenda principal agora é LUTAR POR REFORMAS POLITICAS, para impor

derrotas à burguesia no campo institucional e abrir espaço para uma maior participação

popular na politica, gerando condições para entrarmos num período de reascenso do

movimento de massas.

5- A partir da reforma politica, abrir a possibilidade das reformas estruturais, como:

reforma agraria, prioridade dos recursos públicos para educação, saúde e transporte

publico; reforma tributaria; reforma do judiciário.

6- Devemos concentrar fogo também no tema do projeto de democratização dos meios

de comunicação, que ataca o controle ideológico hegemônico que a burguesia tem no

controle da imprensa. E ao mesmo tempo há unidade em torno de um projeto alternativo

acordado entre todas as forças populares. E esse projeto poderia ser aprovado, sem

mudanças constitucionais. Está em curso um abaixo-assinado ao projeto de lei, de

iniciativa popular.

7- Há uma proposta – a qual convidamos todos a debaterem nas nossas Plenárias

Estaduais e Nacionais, de que, diante da inviabilidade de um plebiscito oficial,

deveríamos agora abraçar a bandeira de realização de um plebiscito popular, a ser

organizado e coordenado por todas as forças populares que estão nas mobilizações.

Nesse sentido, o plebiscito deveria ter apenas uma questão: Você aprova a

convocação de uma assembleia constituinte exclusiva, a ser eleita pelo povo, de

forma independente, para fazer as reformas politicas no país?

8- Nossa missão agora é fazer esse debate com todas as forças. Por isso, propomos

que todos realizem consultas e debates nos estados, nas plenárias de avaliação,etc . E sea proposta da realização do Plebiscito popular for interessante e aprovada pela maioria

das forças populares, poderíamos lançá-lo e começar a colher assinaturas já nas

mobilizações do sete de setembro. E seguir durante alguns meses, até colher milhões de

assinaturas e ai ir a Brasília numa grande marcha entregar aos três poderes.

IV- CALENDARIO DE LUTAS, já acertado até agora, que devemos nos somar e

potencializar nossas lutas em todos os espaços, na cidade e no interior:

1- Dia 6 de agosto, Mobilização nacional em frente as sedes de sindicatos e simbologias

da burguesia nas cidades, contra a lei de terceirização do trabalho.

2- Semana de 12 de agosto, mobilização da juventude em torno dos temas da educação.

3- Dia 30 de agosto: Paralisação nacional pelas reformas

4- Semana de 5 a 7 de setembro, temos programa a jornada nacional de luta contra os

leilões do petróleo, pela redução das tarifas de energia elétrica, e o Grito dos excluídos.

Devemos nos preparar e participar das manifestações do dia 7 de setembro, inclusive

porque a direita pode também querer disputar conosco, pela simbologia que a data tem.

5- Semana de 16 a 20 de outubro. Jornada nacional e internacional, contra os leiloes do

pré-sal, contra as empresas transnacionais do agro, contra a mineração. Em defesa da

soberania alimentar e de alimentos sadios e baratos para todo povo.

V- ARTICULAÇÃO NACIONAL

No dia 18 de Julho de 2013 realizamos uma Plenária Nacional dos Movimentos Sociais,
com cerca de 40 representantes de organizações nacionais, na qual definimos por
realizar uma nova Plenária Nacional dos Movimentos Sociais, com representantes
Nacionais e dos estados.

Neste sentido, gostaríamos de convidar militantes dos movimentos sociais de todo o
Brasil a se somarem conosco no local e data descrito abaixo.

Data: 5 de agosto de 2013, das 9 às 18h.

Local: SINTAEMA – Sind. Dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente doEstado de São Paulo, que fica na Avenida Tiradentes, 1326, bem próximo a estação de Metrô Armênia. São Paulo - SP

Pauta:

− Análise da conjuntura politica

− Próximos passos, sobre plebiscito, reforma politica, mobilizações e lutas.

Como participar:

Pedimos para que todos se articulem em seus estados, para que tenhamos uma

representação dos plenários e fóruns estaduais. E também que os delegados tragam as

opiniões e propostas do seu estado.

Assinam:

João Pedro Stédile (MST-Via Campesina)

Paola Estrada (Sec. ALBA Movimientos)

O sentido das manifestações não seria a refundação do Brasil?

Importante artigo do sempre lutador, Leonardo Boff
Boa Leitura

O sentido das manifestações não seria a refundação do Brasil?

Leonardo Boff,Teólogo-Filósofo

O que o povo que estava na rua no mes de junho queria, em último término, de forma consciente ou inconsciente? Para responder me apoio em três citações inspiradoras.

A primeira é de Darcy Ribeiro no prefácio ao meu livro O caminhar da Igreja com osoprimidos((1998):”Nós brasileiros surgimos de um empreendimento colonial que não tinha nenhum propósito de fundar um povo. Queria tão-somente gerar lucros empresariais exportáveis com pródigo desgaste de gentes”.

A segunda é de Luiz Gonzaga de Souza Lima na mais recente e criativa interpretação do Brasil:”A refundação do Brasil: rumo à sociedade biocentrada (São Carlos 2011):”Quando se chega ao fim, lá onde acabam os caminhos, é porque chegou a hora de inventar outros rumos; é hora de outra procura; é hora de o Brasil se Refundar; a Refundação é o caminho novo e, de todos os possíveis, é aquele que mais vale a pena, já que é próprio do ser humano não economizar sonhos e esperanças; o Brasil foi fundado como empresa. É hora de se refundar como sociedade”(contra-capa).

A terceira é do escritor francês François-René de Chateaubriand (1768-1848):”Nada é mais forte do que uma ideia quando chegou o momento de sua realização”.

Minha impressão é que as multitudináriasmanifestações de rua que se fizeram sem siglas,sem cartazes dos movimentos e dos partidos conhecidos e sem carro de som, mas irrompendo espontaneamente, queriam dizer: estamos cansados do tipo de Brasil que temos e herdamos: corrupto, com democracia de baixa intensidade, que faz políticas ricas para os ricos e pobres para os pobres, no qual as grandes maiorias não contam e pequenos grupos extremamente opulentos controlam o poder social e político; queremos outro Brasil que esteja à altura da consciência que desenvolvemos como cidadãos e sobre a nossa importância para o mundo, com abiodiversidade de nossa natureza, com a criatividade de nossa cultura e como maior patrimônio que temos que é o nosso povo, misturado, alegre, sincrético, tolerante e místico.

Efetivamente, até hoje o Brasil foi e continua sendo um apêndice do grande jogo econômico e político do mundo. Mesmo politicamente libertados, continuamos sendo reconolizados, pois as potências centrais antes colonizadoras, nos querem manter ao que sempre nos condenaram: a ser uma grande empresa neocolonial que exportacommodities, grãos, carnes, minérios como o mostra em detalhe Luiz Gonzaga de Souza Lima e o reafirmou Darcy Ribeiro citado acima. Desta forma nos impedem de realizarmos nosso projeto de nação independente e aberta ao mundo.

Diz com fina sensibilidade social Souza Lima:”Ainda que nunca tenha existido na realidade, há um Brasil no imaginário e no sonho do povo brasileiro. O Brasil vivido dentro de cada um é uma produção cultural. A sociedade construíu um Brasil diferente do real histórico, o tal país do futuro, soberano, livre, justo, forte mas sobretudo alegre e feliz”(p.235). Nos movimentos de rua irrompeu este sonho exuberante de Brasil.

Caio Prado Júnior em sua A revolução brasileira (Brasiliense 1966) profeticamente escreveu: ”O Brasil se encontra num daqueles momentos em que se impõem de pronto reformas e transformações capazes de reestruturarem a vida do país de maneira consentânea com suas neessidades mais gerais e profundas e as espirações da grande massa de sua população que, no estado atual, não são devidamente atendidas”(p. 2). Chateaubriand confirma que esta idéia acima exposta madurou e chegou ao momento de sua realização. Não seria sentido básico dos reclamos dos que estavam, aos milhares, na rua? Querem um outro Brasil.

Sobre que bases se fará a Refundação do Brasil? Souza Lima diz que é sobre aquilo que de mais fecundo e original temos: a cultura brasileira.”É através de nossa cultura que o povo brasileiro passará a ver suas infinitas possibilidades históricas. É como se a cultura, impulsionada por um poderoso fluxo criativo, tivesse se constituído o suficente para escapar dos constrangimentos estruturais da dependência, da subordinação e dos limites acanhados da estrutura socioeconômica e política da empresa Brasil e do Estado que ela criou só para si. A cultura brasileira então escapa da mediocridade da condição periférica e sepropõe a si mesma com pari dignidade em relação a todas as culturas, apresentando ao mundo seus conteúdos e suasvalências universais”(p.127).

Não há espaço aqui para detalhar esta tese original. Remeto o leitor/a a este livro que está na linha dos grandes intérpretes do Brasil a exemplo de Gilberto Freyre, de Sérgio Buarque de Hollanda, de Caio Prado Jr, deCelso Furtado e de outros. A maioria destes clássicos intérpretes, olharam para trás e tentaram mostrar como se construíu o Brasil que temos. Souza Lima olha para frente e tenta mostrar como podemos refundar um Brasil na nova fase planetária, ecozóica, rumo ao que ele chama “uma sociedade biocentrada”.

Não serão estes milhares de manifestantes, os protagonistas antecipadores do ancestral e popular sonho brasileiro? Assim o queira Deus e o permita a história.

domingo, 14 de julho de 2013

A aprovação do Estatuto da Juventude e as manifestações


A aprovação do Estatuto da Juventude e as manifestações

Passada a fase das emoções e sentimentos que saíram do armário neste último mês de junho, as manifestações nos deixam lições e que serão lembradas, implantadas ou debatidas por um bom e longo período.

O estopim foi o transporte público que passou longas décadas se transformando em verdadeiro vilão das massas principalmente dos trabalhadores (as) e jovens que utilizam esse meio de transporte. As tensões não são poucas pelo fato do número de usuários ter dobrado nesta última década levando a supor que aumenta também a arrecadação, mas nunca a qualidade. O fator tempo vivido no trânsito e a superlotação levam a insatisfação, indignação e tensão social do que presenciamos no inicio de junho.

E a juventude, o que tem a haver com isso? Tudo.

Estamos vivendo um momento de transição geracional. De tempos em tempos questões morais, desafios frente aos direitos ou indignações de todo tipo emergem do silêncio, da omissão ou da saturação. Sinais estão em toda parte se pularmos para década de 1960 onde a luta por direitos civis, revoltas e revoluções nacionais e direitos sexuais fizeram a conjuntura mundial virar de ponta cabeça.

No Brasil buscam dividir a partir da década de 1980 as fases dessa insurgência jovem em democratização e luta pelas liberdades democráticas, Fora Collor e a corrupção do primeiro presidente pós ditadura e os enfrentamentos a privatização e o neoliberalismo do governo FHC.

Analistas dizem que a “paz e o amor” construído por Lula chegou ao limite e a presidenta Dilma recebeu a conta.

Independente disso a política volta ao centro do debate e não os governos. Prova disso foi (finalmente) a aprovação do Estatuto da Juventude pela Câmara dos Deputados em segunda votação e levada para sanção (ou não ) da presidência.

Uma década de espera? Não, foram pressões, manifestos, idas e vindas a Brasília, dialogo com parlamentares, moções e emoções em Conferências da Juventude por todo Brasil que fizeram com que essa lei pudesse chegar à sua síntese.

Perfeita? Não, foram acordos e mais acordos para o texto final que ficou como diz o dito popular “chora mais, quem pede menos”, e assim ocorreram alterações que hora privilegiam a juventude integralmente e outras que criam exclusividades entre os próprios jovens.

Isso não tira a vitória do que temos hoje, o Estatuto da Juventude é o documento norteador das políticas públicas da juventude brasileira abordando e incluindo direitos que não eram garantidos em nossos estados e municípios Brasil afora.

Com certeza a voz das ruas era majoritariamente de jovens. Dentre eles e elas estavam os chamados “nem, nem” que nem estudam e nem trabalham, que estão numa faixa de idade muito significativa entre a adolescência jovem e a juventude adulta e que ao estarem organizados ou não em movimentos, nos saques a lojas ou nas quebradeiras a prédios públicos expressavam o que muitos ex jovens, hoje adultos, não querem se quer ouvir: “não queremos ser iguais a vocês, queremos nossos direitos agora!”.

Aguardamos com expectativa a sanção presidencial pelo Estatuto da Juventude. Ele levou uma década para ser aprovado, vamos ver quanto tempo levará para ser implantado. E tenham a certeza, os e as jovens não irão esperar seus direitos serem criados, a disposição das manifestações mostrou que para esta nova geração, o futuro é agora!

Wagner Hosokawa
É Coordenador da Juventude da Prefeitura de Guarulhos e militante da Esquerda Popular Socialista