segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

”Militares do Exército tiram foto e 'ficham' morador de favela no Rio” - Nas abordagens aos moradores das favelas, os militares enviavam RG e foto das pessoas por um aplicativo para um setor de inteligência, que avaliava eventual existência da anotação criminal. Após flagrar esse "fichamento" das pessoas, a reportagem da Folha chegou a ser impedida de continuar no local e foi encaminhada por homens do Exército a uma distância de 300 metros. Ao justificar a medida, um militar disse que a presença da imprensa estaria "intimidando" a ação deles. Mais tarde, com a troca de um oficial, a presença da reportagem foi liberada novamente. O pedreiro Edvan Silva Monteiro, 47, reclamou da abordagem dos militares. Pouco antes das 12h, ele voltava para a Vila Kennedy após ter perdido seu dia de trabalho. Afirmou que havia sido obrigado a retornar para casa porque estava sem documento ao tentar deixar a comunidade pela manhã. "Estava saindo pro serviço apenas com a marmita. O pessoal do Exército disse que precisava ver meus documentos. Ao voltar para casa [para buscá-los], acabei me atrasando e fui dispensado por meu patrão", afirmou Monteiro, que disse ter sido fotografado com e sem boné pelos soldados do Exército. • A OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil), que criou um grupo para acompanhar a intervenção no Rio, classificou as ações dos militares como "gra ves infrações às garantias constitucionais". "A ação afrontou os direitos constitucionais de ir e vir e da liberdade de expressão, ao cercear moradores e equipes da imprensa", afirmou a OAB, que estuda medidas judiciais para impedir novos casos como os desta sexta. • A Defensoria Pública do Rio manifestou "veemente discordância" com a prática." A abordagem pessoal por qualquer agente de segurança só é permitida quando há razões concretas e objetivas para a suspeita de que o indivíduo esteja portando bem ilícito ou praticando algum delito. O fato de se morar em uma comunidade pobre não é razão suficiente para este tipo de suspeita", afirma. • A página Maré Vive, administrada por líderes comunitários da favela da Mar é, na zona norte, afirmou que esse tipo de revista pelo Exército nunca seria tolerado em bairros nobres. "Eu queria ver se isso algum dia vai acontecer no Leblon, Ipanema, Flamengo, Laranjeiras, Barra, qualquer lugar que não a favela." • A ONG Justiça Global disse que enviou à ONU (Organização das Nações Unidas) e à OEA (Organização dos Estados Americanos) pedido para que mandem observadores internacionais para acompanhar a intervenção no Rio. • A socióloga Julita Lemgruber, do Centro de Estudos de Segurança Pública da Universidade Cândido Mendes, afirmou que a abordagem do Exército a moradores de favelas "é medida que viola o direito constitucional de todo cidadão de não ter sua liberdade e intimidade cerceada". (FSP 23/02/18)



Não costumo mais reproduzir matérias da mídia golpista, porém, o relato do morador de uma das comunidades invadidas pela intervenção federal do exército. 

O que chama a atenção é que o pedreiro perdeu o dia de trabalho, sem nenhuma manifestação das instituições do Estado. Bom, quando a greve atinge parte da classe, importante lembrar que a outra parte esta em LUTA por direitos, agora neste fato, o Estado e sua propaganda de violência e força militar querem intervir sobre a vida das pessoas que trabalham e sobrevivem. Criminoso mesmo estão entre aqueles que estão em condomínios fechados que se misturam entre chefes do tráfico e outros, sonegadores e exploradores como vimos nas emboscadas aos líderes da organização PCC. 

De novo, a inversão de valores contra a classe.
Reflita, se puder....

Veja matéria:

”Militares do Exército tiram foto e 'ficham' morador de favela no Rio” - Nas abordagens aos moradores das favelas, os militares enviavam RG e foto das pessoas por um aplicativo para um setor de inteligência, que avaliava eventual existência da anotação criminal. Após flagrar esse "fichamento" das pessoas, a reportagem da Folha chegou a ser impedida de continuar no local e foi encaminhada por homens do Exército a uma distância de 300 metros. Ao justificar a medida, um militar disse que a presença da imprensa estaria "intimidando" a ação deles. Mais tarde, com a troca de um oficial, a presença da reportagem foi liberada novamente. 

O pedreiro Edvan Silva Monteiro, 47, reclamou da abordagem dos militares. Pouco antes das 12h, ele voltava para a Vila Kennedy após ter perdido seu dia de trabalho. Afirmou que havia sido obrigado a retornar para casa porque estava sem documento ao tentar deixar a comunidade pela manhã.

"Estava saindo pro serviço apenas com a marmita. O pessoal do Exército disse que precisava ver meus documentos. Ao voltar para casa [para buscá-los], acabei me atrasando e fui dispensado por meu patrão", afirmou Monteiro, que disse ter sido fotografado com e sem boné pelos soldados do Exército.

• A OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil), que criou um grupo para acompanhar a intervenção no Rio, classificou as ações dos militares como "graves infrações às garantias constitucionais". "A ação afrontou os direitos constitucionais de ir e vir e da liberdade de expressão, ao cercear moradores e equipes da imprensa", afirmou a OAB, que estuda medidas judiciais para impedir novos casos como os desta sexta.

• A Defensoria Pública do Rio manifestou "veemente discordância" com a prática." A abordagem pessoal por qualquer agente de segurança só é permitida quando há razões concretas e objetivas para a suspeita de que o indivíduo esteja portando bem ilícito ou praticando algum delito. O fato de se morar em uma comunidade pobre não é razão suficiente para este tipo de suspeita", afirma.

• A página Maré Vive, administrada por líderes comunitários da favela da Mar é, na zona norte, afirmou que esse tipo de revista pelo Exército nunca seria tolerado em bairros nobres. "Eu queria ver se isso algum dia vai acontecer no Leblon, Ipanema, Flamengo, Laranjeiras, Barra, qualquer lugar que não a favela." A ONG Justiça Global disse que enviou à ONU (Organização das Nações Unidas) e à OEA (Organização dos Estados Americanos) pedido para que mandem observadores internacionais para acompanhar a intervenção no Rio.

• A socióloga Julita Lemgruber, do Centro de Estudos de Segurança Pública da Universidade Cândido Mendes, afirmou que a abordagem do Exército a moradores de favelas "é medida que viola o direito constitucional de todo cidadão de não ter sua liberdade e intimidade cerceada".

Convite do lançamento do livro que será na FAPSS nesta sexta feira (02/03)


Ola companheiras e companheiros,

Segue o convite do lançamento do livro que será na FAPSS (SP) onde debateremos sobre a conjuntura, a democracia e os rumos das lutas. Será um momento importante junto aos alunxs e colegas docentes do curso de Serviço Social e imagino que também poderão estar presentes participantes interessados no tema.

Mais do que apresentar a construção da pesquisa, é reafirmar que caminhos a classe trabalhadora brasileira vai enfrentar e deve construir diante do retrocesso da classe dominante e seus meios de controle/ consenso, que democracia deve nos mobilizar e manter em vigilância contra o arbítrio, a opressão e o autoritarismo que nesse momento histórico usa mais efetivamente a mídia, o cotidiano desesperançado e a força da opressão financeira como meio de manter o consenso capitalista, e onde as forças de repressão do Estado figuram apenas para impor "ordem".

Bom, seguimos. Não podem nos calar, nem suprimir nossa posição. Posição que tem mantido a espinha da classe de pé e não de joelhos.

Quem quiser, puder ou tiver paciência, nos vemos nessa sexta.

abraços