sexta-feira, 15 de outubro de 2010

As duas lições dos 33 mineiros chilenos, um exemplo contra a ordem.


A manifestação mundial e a cultura do espetáculo proporcionaram um anti big brother diante das câmeras da mídia. O que foi apresentado para o público em geral por uma cobertura jornalística de baixa intensidade intelectual pode ser resumido como "espetáculo da espera" ou seja, não importa se os "hermanos" pudessem ver a luz do dia hoje, no natal ou após o carnaval. Então qual primeiro exemplo que todos os sobreviventes nos deram?

Das condições sub humanas, precarizadas e sem direitos pelo que passam os trabalhadores (as) nas minas de cobre do Chile, alvo de lutas sindicais intensas na política chilena. Para os empresários não seria melhor vemos todos mortos, com um belo enterro e aos poucos caindo no esquecimento? A história destes trabalhadores prova o quanto são comuns desastres causados pelos menores custos e maior produtividade na extração dos minérios. Tanto que após bem sucedido resgate a única preocupação dirigiu-se para o aumento no valor do cobre, bem como o rebatimento disso sobre as grandes construtoras.

Mal saíram literalmente do "buraco" os mineiros já são a expressão “viva” dos custos que serão gerados com a segurança no trabalho e aumento do déficit público para o alto pelo custo de salvar 33 vidas, cerca de 37 milhões.

A mídia trabalhou um obsequioso silencio sobre estes direitos mínimos exigidos no sec. XXI onde a evolução tecnológica já deveria ter privilegiado a melhor das peças que movem a mineração: os mineiros.

Outro exemplo forte esta no exemplo do anti big brother sendo esta uma direção clara na contramão dos conceitos neoliberais do "vale" tudo entre as pessoas, a cultura da competição e do sucesso individual. Novamente subestimando a inteligência da própria humanidade a mídia coloca-se no papel de auto ridicularizar-se quando pergunta: "como foi possível a sobrevivência de todos sem conflitos, vivendo coletivamente e comunitariamente?"

Trata-se de jogar toda luta da civilização para a vala dos comuns e desconsiderar os avanços da sociedade contemporânea que trata diretamente da evolução do homem diante os desafios, enfermidades, guerras, etc. E a razão humana que nos permite pensar e por conseqüência buscar a relação de dominação com a natureza e todas as coisas.

Perguntar "como sobreviveram" é quase uma confissão de crime de consciência, pois esta é a essência do conceito neoliberal onde o "laissez-faire"[1] tem na competição entre os homens retorna o ser humano genérico evoluído para o ser nos seus primórdios: "os mais destacados sobreviverão e vencerão", (completando) sobre os outros. Por isso nossos anti big brother mostraram que aquilo que é produzido pela mídia como reality show inofensivo é reproduzido pela sociedade em proporções tão micro nas relações humanas que torna-se imperceptível mas que se regula e auto reproduz nos novos costumes, na "luta diária" pela vida econômica, pelo "reconhecimento" social, enfim a idéia de que 33 pessoas vivendo em confinamento absoluto numa contramão destes valores do capital põe em xeque esta "ordem".

Numa atitude clara de desvio destes debates a "santa" aliança entre mídia e capital privado buscam separar o clima de unidade e subverter a lógica da solidariedade colocando-os como "celebridades", com ofertas individuais e pulverizadas inclusive sobre as próprias famílias. Frente a esta rede de conflitos e interesses no seu interior vemos a luta de classes em evidente imagem e contraste na dura realidade dos trabalhadores mineiros, na possibilidade de ter uma nova sociedade que tenha igualdade na diversidade, solução dialogada dos conflitos, da idéia da socialização dos bens de consumo, da solidariedade para além dos que precisam (economicamente), mas voluntaria e humana entre pessoas.
Que o exemplo dos 33 mineiros chilenos seja a lição que precisam ser entendida e refletida pela classe trabalhadora que deve alimentar-se do mundo possível neste "buraco" que o capitalismo meteu a todos/as nós - trabalhadores (as).

[1] Laissez-faire é hoje expressão-símbolo do liberalismo econômico, na versão mais pura de capitalismo de que o mercado deve funcionar livremente, sem interferência. Esta filosofia tornou-se dominante nos Estados Unidos e nos países ricos da Europa durante o final do século XIX até o início do século XX.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

E você vai ficar aí parado? Uma escolha que pode decidir os rumos do Brasil.



Com Lula e Dilma, o Brasil mudou. O crescimento econômico e a distribuição de renda passaram a caminhar lado a lado. O resultado é que, de 2003 para cá, 31 milhões de brasileiros entraram para a classe média, 24 milhões saíram da pobreza absoluta e 13 milhões conquistaram um emprego com carteira assinada.



As desigualdades sociais e regionais diminuíram, a economia se estabilizou e a inflação foi domada. A dívida com o FMI foi paga e, graças à força de seu mercado interno, o Brasil foi um dos últimos países a entrar e um dos primeiros a sair da crise econômica que abalou o mundo no ano passado.



O presidente Lula foi eleito o “estadista do ano” por várias instituições estrangeiras e ganhou a admiração de povos e presidentes mundo afora. Desfrutando de um respeito inédito no cenário internacional, o Brasil conquistou o direito de receber a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. E, segundo vários estudos, pode erradicar a miséria e se tornar a quinta maior economia do planeta já na década que se inicia.



Em resumo, o Brasil de hoje é um país muito mais justo e desenvolvido. Pronto para dar um novo e decisivo passo rumo a um futuro de mais prosperidade econômica e social, seja aproveitando os caminhos já abertos, seja explorando novas riquezas, como o Pré-Sal, que vai dinamizar toda a nossa base industrial e gerar milhões de novos empregos.



Dilma é a garantia de que esse futuro de prosperidade se realizará. Porque ela participou de todas as etapas do governo Lula e coordenou seus principais programas, como o PAC, o Luz para Todos e o Minha Casa, Minha Vida. Por tudo isso, ela conhece os problemas e as soluções para o país melhor que qualquer outro candidato. Dilma presidente é a garantia de que o Brasil vai seguir mudando.

QUEM COMPARA VOTA DILMA. 13




(1) Alguns dados comparativos dos governos FHC e Lula.

Geração de empregos:
FHC/Serra = 780 mil x Lula/Dilma = 12 milhões

Salário mínimo:
FHC/Serra = 64 dólares x Lula/Dilma = 290 dólares

Mobilidade social (brasileiros que deixaram a linha da pobreza):
FHC/Serra = 2 milhões x Lula/Dilma = 27 milhões

Risco Brasil:
FHC/Serra = 2.700 pontos x Lula/Dilma = 200 pontos

Dólar:
FHC/Serra = R$ 3,00 x Lula/Dilma = R$ 1,78

Reservas cambiais:
FHC/Serra = 185 bilhões de dólares negativos x Lula/Dilma = 239 bilhões de dólares positivos.

Relação crédito/PIB:
FHC/Serra = 14% x Lula/Dilma = 34%

Produção de automóveis:
FHC/Serra = queda de 20% x Lula/Dilma = aumento de 30%

Taxa de juros:
FHC/Serra = 27% x Lula/Dilma = 10,75%

10 Motivos para votar em DILMA. Pelo cineasta JORGE FURTADO*




Tenho alguns amigos que não pretendem votar na Dilma, um ou outro até diz que vai votar no Serra. Espero que sigam sendo meus amigos. Política, como ensina André Comte-Sponville, supõe conflitos: “A política nos reúne nos opondo: ela nos opõe sobre a melhor maneira de nos reunir”.

Leio diariamente o noticiário político e ainda não encontrei bons argumentos para votar no Serra, uma candidatura que cada vez mais assume seu caráter conservador. Serra representa o grupo político que governou o Brasil antes do Lula, com desempenho, sob qualquer critério, muito inferior ao do governo petista, a comparação chega a ser enfadonha, vai lá para o pé da página, quem quiser que leia. (1)


Ouço e leio alguns argumentos para não votar em Dilma, argumentos que me parecem inconsistentes, distorcidos, precários ou simplesmente falsos. Passo a analisar os dez mais freqüentes.

1. “Alternância no poder é bom”.

Falso. O sentido da democracia não é a alternância no poder e sim a escolha, pela maioria, da melhor proposta de governo, levando-se em conta o conhecimento que o eleitor tem dos candidatos e seus grupo políticos, o que dizem pretender fazer e, principalmente, o que fizeram quando exerceram o poder. Ninguém pode defender seriamente a idéia de que seria boa a alternância entre a recessão e o desenvolvimento, entre o desemprego e a geração de empregos, entre o arrocho salarial e o aumento do poder aquisitivo da população, entre a distribuição e a concentração da riqueza. Se a alternância no poder fosse um valor em si não precisaria haver eleição e muito menos deveria haver a possibilidade de reeleição.

2. “Não há mais diferença entre direita e esquerda”.

Falso. Esquerda e direita são posições relativas, não absolutas. A esquerda é, desde a sua origem, a posição política que tem por objetivo a diminuição das desigualdades sociais, a distribuição da riqueza, a inserção social dos desfavorecidos. As conquistas necessárias para se atingir estes objetivos mudam com o tempo. Hoje, ser de esquerda significa defender o fortalecimento do estado como garantidor do bem-estar social, regulador do mercado, promotor do desenvolvimento e da distribuição de riqueza, tudo isso numa sociedade democrática com plena liberdade de expressão e ampla defesa das minorias. O complexo (e confuso) sistema político brasileiro exige que os vários partidos se reúnam em coligações que lhes garantam maioria parlamentar, sem a qual o país se torna ingovernável. A candidatura de Dilma tem o apoio de políticos que jamais poderiam ser chamados de “esquerdistas”, como Sarney, Collor ou Renan Calheiros, lideranças regionais que se abrigam principalmente no PMDB, partido de espectro ideológico muito amplo. José Serra tem o apoio majoritário da direita e da extrema-direita reunida no DEM (2), da “direita” do PMDB, além do PTB, PPS e outros pequenos partidos de direita: Roberto Jefferson, Jorge Borhausen, ACM Netto, Orestes Quércia, Heráclito Fortes, Roberto Freire, Demóstenes Torres, Álvaro Dias, Arthur Virgílio, Agripino Maia, Joaquim Roriz, Marconi Pirilo, Ronaldo Caiado, Katia Abreu, André Pucinelli, são todos de direita e todos serristas, isso para não falar no folclórico Índio da Costa, vice de Serra. Comparado com Agripino Maia ou Jorge Borhausen, José Sarney é Che Guevara.

3. “Dilma não é simpática”.

Argumento precário e totalmente subjetivo. Precário porque a simpatia não é, ou não deveria ser, um atributo fundamental para o bom governante. Subjetivo, porque o quesito “simpatia” depende totalmente do gosto do freguês. Na minha opinião, por exemplo, é difícil encontrar alguém na vida pública que seja mais antipático que José Serra, embora ele talvez tenha sido um bom governante de seu estado. Sua arrogância com quem lhe faz críticas, seu destempero e prepotência com jornalistas, especialmente com as mulheres, chega a ser revoltante.

4. “Dilma não tem experiência”.

Argumento inconsistente. Dilma foi secretária de estado, foi ministra de Minas e Energia e da Casa Civil, fez parte do conselho da Petrobras, gerenciou com eficiência os gigantescos investimentos do PAC, dos programas de habitação popular e eletrificação rural. Dilma tem muito mais experiência administrativa, por exemplo, do que tinha o Lula, que só tinha sido parlamentar, nunca tinha administrado um orçamento, e está fazendo um bom governo.

5. “Dilma foi terrorista”.

Argumento em parte falso, em parte distorcido. Falso, porque não há qualquer prova de que Dilma tenha tomado parte de ações “terroristas”. Distorcido, porque é fato que Dilma fez parte de grupos de resistência à ditadura militar, do que deve se orgulhar, e que este grupo praticou ações armadas, o que pode (ou não) ser condenável. José Serra também fez parte de um grupo de resistência à ditadura, a AP (Ação Popular), que também praticou ações armadas, das quais Serra não tomou parte. Muitos jovens que participaram de grupos de resistência à ditadura hoje participam da vida democrática como candidatos. Alguns, como Fernando Gabeira, participaram ativamente de seqüestros, assaltos a banco e ações armadas. A luta daqueles jovens, mesmo que por meios discutíveis, ajudou a restabelecer a democracia no país e deveria ser motivo de orgulho, não de vergonha.



6. “As coisas boas do governo petista começaram no governo tucano”.

Falso. Todo governo herda políticas e programas do governo anterior, políticas que pode manter, transformar, ampliar, reduzir ou encerrar. O governo FHC herdou do governo Itamar o real, o programa dos genéricos, o FAT, o programa de combate a AIDS. Teve o mérito de manter e aperfeiçoá-los, desenvolvê-los, ampliá-los. O governo Lula herdou do governo FHC, por exemplo, vários programas de assistência social. Teve o mérito de unificá-los e ampliá-los, criando o Bolsa Família. De qualquer maneira, os resultados do governo Lula são tão superiores aos do governo FHC que o debate “quem começou o quê” torna-se irrelevante.

7. “Serra vai moralizar a política”.

Argumento inconsistente. Nos oito anos de governo tucano-pefelista - no qual José Serra ocupou papel de destaque, sendo escolhido para suceder FHC - foram inúmeros os casos de corrupção, um deles no próprio Ministério da Saúde, comandado por Serra, o superfaturamento de ambulâncias investigado pela “Operação Sanguessuga”. Se considerarmos o volume de dinheiro público desviado para destinos nebulosos e paraísos fiscais nas privatizações e o auxílio luxuoso aos banqueiros falidos, o governo tucano talvez tenha sido o mais corrupto da história do país. Ao contrário do que aconteceu no governo Lula, a corrupção no governo FHC não foi investigada por nenhuma CPI, todas sepultadas pela maioria parlamentar da coligação PSDB-PFL. O procurador da república ficou conhecido com “engavetador da república”, tal a quantidade de investigações criminais que morreram em suas mãos. O esquema de financiamento eleitoral batizado de “mensalão” foi criado pelo presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo, hoje réu em processo criminal. O governador José Roberto Arruda, do DEM, era o principal candidato ao posto de vice-presidente na chapa de Serra, até ser preso por corrupção no “mensalão do DEM”. Roberto Jefferson, réu confesso do mensalão petista, hoje apóia José Serra. Todos estes fatos, incontestáveis, não indicam que um eventual governo Serra poderia ser mais eficiente no combate à corrupção do que seria um governo Dilma, ao contrário.

8. “O PT apóia as FARC”.

Argumento falso. É fato que, no passado, as FARC ensaiaram uma tentativa de institucionalização e buscaram aproximação com o PT, então na oposição, e também com o governo brasileiro, através de contatos com o líder do governo tucano, Arthur Virgílio. Estes contatos foram rompidos com a radicalização da guerrilha na Colômbia e nunca foram retomados, a não ser nos delírios da imprensa de extrema-direita. A relação entre o governo brasileiro e os governos estabelecidos de vários países deve estar acima de divergências ideológicas, num princípio básico da diplomacia, o da auto-determinação dos povos. Não há notícias, por exemplo, de capitalistas brasileiros que defendam o rompimento das relações com a China, um dos nossos maiores parceiros comerciais, por se tratar de uma ditadura. Ou alguém acha que a China é um país democrático?

9. “O PT censura a imprensa”.

Argumento falso. Em seus oito anos de governo o presidente Lula enfrentou a oposição feroz e constante dos principais veículos da antiga imprensa. Esta oposição foi explicitada pela presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) que declarou que seus filiados assumiram “a posição oposicionista (sic) deste país”. Não há registro de um único caso de censura à imprensa por parte do governo Lula. O que há, frequentemente, é a queixa dos órgãos de imprensa sobre tentativas da sociedade e do governo, a exemplo do que acontece em todos os países democráticos do mundo, de regulamentar a atividade da mídia.


10. “Os jornais, a televisão e as revistas falam muito mal da Dilma e muito bem do Serra”.
Isso é verdade. E mais um bom motivo para votar nela e não nele.


*Um dos mais respeitados cineastas brasileiros, Jorge Alberto Furtado, 51 anos, trabalhou como repórter, apresentador, editor, roteirista e produtor. Já realizou mais de 30 trabalhos como roteirista/diretor e recebeu 13 premiações dentre os quais, o Prêmio Cinema Brasil, em 2003, de melhor diretor e de melhor roteiro original do longa O homem que copiava.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Meu voto não tem preço, tem confiança! No segundo turno, pela democracia e um país que respeita a diversidade!


É o Brasil não é teocrático, é laico pela constituição. Constituição conquistada pelo sangue, suor e lagrimas do que lutaram (e não fugiram). Luta é o motor que faz com que os trabalhadores/as sigam fazendo do voto e da atitude formas de garantir direitos. Direitos, que foram negados durante a ditadura engravatada e FHC-SERRA: privatizações, camburões, punições, prisões e corrupções.
O Brasil precisa seguir mudando. Mudando de cultura política. Mudando de opinião. Mudando dessa gente (1%) que se considera dona do que é público e do próprio povo. Povo que tem autonomia para decidir sem necessariamente pensar como uma classe média mediócre que defende o que não tem e vota em quem vai te ferrar...esqueceram o FH e sua magica política econômica de 1999?
O país que eu tenho não é perfeito, se fosse nem precisava de eleição. Por isso mesmo eu voto, e não voto em qualquer um - principalmente em quem não representa a minha classe - a trabalhadora.
Sou trabalhador, sou assistente social, sou assalariado - não importa o salário - não sou dono dos meios de produção, não sou empresário, nem banqueiro e nem industrial.
Por isso, vou de 13 novamente! Vou de 13 ousadamente! Vou de 13 pela democracia e plo Brasil.