quarta-feira, 18 de abril de 2012

Excesso de realidade é frustação, excesso de idealismo é isolamento!



Quando Rosa de Luxemburgo escreve suas reflexões sobre o título: “Reforma ou revolução?” uma questão fundamental deveria ser levantada já no seu título que acompanha a interrogação. Rosa, “a vermelha”, tem muito ainda a nos ensinar neste tempo onde tudo que se diz, que se pensa que se reflete parece vapor que se espalha no ar.

Rosa não nos deixa uma afirmação, mas uma reflexão. Reforma ou revolução? Poderia ser compreendida como o momento a ser construído pelos militantes e dirigentes socialistas diante da conjuntura política.

Para Rosa não haveria só a reforma ou só revolução, e sim o entendimento de que na conjuntura da Alemanha a democracia burguesa foi o caminho escolhido e legitimado pelo PSDA num país onde o capitalismo já havia consolidado suas bases principais.

Portanto a reforma poderia ser parte do processo para a revolução. Ou inclusive concluída a revolução seria necessário implementar a nossa reforma.

Esse ainda é o processo que move militantes e dirigentes no momento atual. Nós socialistas do PT entendemos que o que permite avançar nosso projeto popular não é governar apenas, porém governar também pode contribuir para o avanço do projeto revolucionário.

Qual revolução? Evocamos sempre a mudança para garantir mais direitos e melhor distribuição da riqueza socialmente produzida! Isso não pode representar o fim e nem a desculpa para compor regimes autocráticos ou autoritários em nome da economia socialista.

A democracia está para a revolução em Rosa de Luxemburgo, como para Rosa a revolução deve ser construída a partir de uma reforma profundamente democrática.

Por isso o Poder Popular deve estabelecer suas bases de defesa principalmente naquilo que as elites têm mais medo: da insurgência exercida por processos democráticos populares e participativos.

Nem o maior exército bélico do planeta pode impor-se sobre uma massa popular nitidamente esclarecida e no exercício da sua soberania em determinar seus rumos ao ponto de chamarmos isso (lá na frente) de emancipação política e humana.