sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Direto ao assunto: O adversário da esquerda é a apatia!

Tarsila do Amaral: Obra "Morro da Favela" (1924)


Novembro de 2019. Primeiro ano do impensável governo de "Bolsonero", denominação que ainda considero a mais adequada, já que as similaridades são incríveis, pois - apesar da divergência histórica, o que levou a acusação de que o imperador Nero (no ano de 64 na antiguidade) é que os interesses dos poderosos prévia uma grande reforma urbana em Roma, e a "solução" teria sido o grande incêndio, que por coincidência ocorreu, e há historiadores que atribuem ao imperador romano a autoria, ou pelo menos a conivência. Pois bem, sobreviver ao primeiro ano de Bolsonero foi um difícil exercício, mais pela paciência do que pela combatividade.

A ausência de combate pode ser explicada pela insistente lógica "republicana" construída pela mídia e pelos setores da classe dominante e parte da sociedade civil referente ao "período de tolerância com governos que aniversariam no seu primeiro ano", essa narrativa perpassou por todos/as os/as presidentes que passaram pelo palácio do Planalto. 

E no Brasil dos grandes interesses, também vale "respeitar" certas regras republicanas, mesmo que em rota de colisão com o ridículo, autoritário e incompetente governo de Bolsonero, isso relativo tanto a essa "postura do cargo público". Com relação ao pacote de reformas, o nacionalismo bolsonarista foi trocado rapidamente pelo "esqueçam tudo que eu escrevi do FHC", até aí nada de novo. Importante dizer - antes que alguém encha o saco com isso - que os governos Lula e Dilma já tinham se comprometido com um programa de coalizão na "carta aos brasileiros", portanto, sendo de esquerda ou não, todos e todas embarcamos na grande coalizão. 

Bom, já havia inscrito aqui que o rol de alegorias iria ficar no governo, pois fazem parte da sua tática de manutenção da estratégia. Damares, Weintraub e outros ficam, ficam e não irão cair, pois são a tropa de elite do governo. Distraem, causam raiva, tiram o sono, perturbam...e é isso que farão dentro do jogo de cena e de entretenimento da oposição ao governo. Devemos deixa-lós em paz, não, mas oferecer atenção a cortinas de fumaça tem sido o centro da luta da esquerda e das forças progressistas, quando o centro real e que de fato interfere na vida da classe trabalhadora segue, sem interferências populares. 

Na vida real e na boca do "povo" a previdência, o custo de vida e o novo regime de "empregabilidade" ou de "geração de renda" incidem mais nos diálogos das ruas, do que os assuntos propagados pelas "autoridades". Certo que devemos denunciar e manter viva a defesa do nosso projeto político-cultural, mas na "boca do povo" os diálogos são de frustamento, derrota e do velho discurso "não a nada o que fazer". A apatia dentro do esquema central do conceito de alienação, parece ser a principal arma subjetiva mais eficaz da classe dominante no Brasil.

Antes do sexo seguro e do uso da camisinha, a prevenção a revoltas populares e lutas sociais de massa tem sido a principal preocupação das classes dominantes brasileiras desde o desembarque de Cabral na inauguração da sua nova "fábrica Brasil", que serviu muito bem a Portugal. 

Um ano de governo, e a depressão política parece ser mais contagiante do que a capacidade de resistência. 

De um lado uma militância que se divide entre o orgânico - intervindo no cotidiano, apoiada nas entidades, movimentos e organizações sindicais e populares, buscando cumprir o seu papel na agitação e propaganda; do outro o ativismo -  comprometido com eventos e atos pontuais, vivendo a vida assalariada média; o certo é que cada vez mais há um limbo daqueles e daquelas que estão com seus vínculos partidários, sindicais, sociais, etc., mas que estão canalizando sua militância em espaços de luta e resistência que se distanciam da velha lógica da "guerra interna", do "quem tem a razão e a verdade", das disputas entre nós, das direções assumidas e depois limitadas pelo mundo real, ou seja, quem viveu estas experiências e fez dialeticamente sua análise critica sobre o momento atual, acumulada pela avaliação do período em que adentramos o século XXI com a esperança do Fórum Social Mundial e agora vivendo sob a visão do retorno de um fascismo atualizado pela Big data e as novas tecnologias.

Apatia aliada a baixa condição político cultural aliada a forte penetração da ideologia neoliberal onde o "mercado a cima de todos e repressão para todos de baixo", o individualismo oportunista do "viva o agora" e que não se preocupa com a coletividade humana, a aliança perversa de um analfabetismo funcional (e intencional) aliada a lógica de consumo como sustentação da existência humana.

O resultado produziu o bolsonarismo, seu governo e suas posturas autoritárias, que ainda são iniciais e que podem se tornar, em breve, a partir da organização do seu partido, acionista parceiro da hegemonia político e econômica do atual capitalismo financeiro. 

Quando o termo "ditadura do mercado" aparece nas analises político-conjuntural da década de 1990, alguns dirigentes de esquerda consideravam o termo "muito duro", hoje o termo tem força, exerce sua força e impõe ao mundo sua lógica, a das corporações financeiras e seu poder, não de lobby, mas de mando efetivo.

Não trago dados, há muitos e muitas instituições que as divulgam e as analisam com DIEESE, BRASIL DE FATO, INESC, NÚCLEOS DE PESQUISA, entre outros, e este não é o objetivo desta opinião.

Nesse momento é importante considerar: o lado de lá, da classe dominante avança várias casas, não sente os enfrentamentos provocados pela sua "guerra político-cultural", as instituições da república seguem reproduzidas pelos netos, filhos e herdeiros de lugares onde os filhos e filhas da classe trabalhadora não conseguiram chegar, seja no Poder Judiciário, nas hierarquias militares, nas Promotorias Públicas, nas várias áreas do Poder Executivo e Legislativo. Evidente que essa formação e inserção depende de uma organização e um instrumento político que faça o investimento necessário. Isso no Brasil não há. Repito, não há.

Derrotar a apatia exige ainda um forte trabalho de agitação, propaganda e formação de massa, intensa, combinada e difusa na sociedade e no Estado.

Não existe tarefa ruim para classe trabalhadora, existe tarefa histórica. Esse momento exige que assumamos esta tarefa.

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

No al golpe en Bolivia - Comité Directivo del Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales


Declaración del Comité Directivo de CLACSO. No al golpe en Bolivia

clacso.org













9 de noviembre de 2019


El Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales (CLACSO) expresa su preocupación ante la vulneración de derechos y el irrespeto a los principios democráticos y a las decisiones de la mayoría del pueblo boliviano. Asimismo, rechaza el uso de la violencia, el reavivamiento del odio clasista y racial y el uso de estrategias de confrontación que dañan la institucionalidad democrática y la paz social.

Las fuerzas reaccionarias que desconocen el resultado electoral generan violencia sobre mujeres indígenas, campesinas y autoridades en ejercicio para hacerse ilegítimamente con el poder. No han esperado siquiera las conclusiones de la auditoría internacional que se realiza como muestra de la voluntad del actual gobierno de despejar las posibles dudas sobre los resultados de los comicios.

Ante esta situación, el Comité Directivo de CLACSO hace un llamado a los diversos grupos y sujetos para deponer las acciones violentas y contribuir a la búsqueda de alternativas de diálogo que respeten la institucionalidad del país, salvaguarden las conquistas alcanzadas por su pueblo, defiendan la democracia y detengan con urgencia el intento de golpe. A su vez, manifiesta su voluntad de contribuir a una solución pacífica y consensuada entre los sectores en conflicto y a un diálogo sin injerencias externas, que respete la decisión acordada en la CELAC de mantener a América Latina y el Caribe como zona de Paz.


No al golpe en Bolivia

Comité Directivo del Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales



Masiva marcha de los Movimientos Populares en contra del golpe de Estado en Bolivia



Masiva marcha de los Movimientos Populares en contra del golpe de
Estado en Bolivia

Los Movimientos Populares marcharon hoy en repudio al golpe de
Estado en Bolivia, y en defensa de la democracia y la paz en toda la región.


La movilización pasó por la embajada de Bolivia y luego se dirigió a la
Cancillería para exigirle al gobierno de Macri que reconozca el golpe de Estado.

“Nosotros estamos hoy aquí movilizados, desde acá se pueden ver
enormes columnas de compañeros y compañeras de los Movimientos
Populares y de los gremios que no estamos dispuestos a soportar ni un
solo golpe de Estado en Latinoamérica que atente contra los derechos
de los humildes y del Pueblo trabajador”, manifestó el secretario general
 de CTEP, Esteban Castro, en el acto de cierre frente a Cancillería.


“Una pequeña facción esta dando un golpe de Estado apoyado por el
imperialismo yanqui y el poder financiero internacional. Y nosotros
sabemos que lo que esta pasando en Bolivia, quieren que pase en el
resto de la región. Pero que no se confundan, acá estamos nosotros
que hemos decidido construir una salida política para este gobierno de
miserables, en paz y sin violencia, luchando organizados y en unidad”,
remarcó el Gringo Castro.

PT pós eleições diretas de 2019: o que fazer neste 7°Congresso do partido.


Nota do autor 1 - o artigo abaixo foi enviado para email responsável pela Tribuna de Debates do 7º Congresso do PT em 12/07/19, já era o segundo artigo que enviei, contudo a julgar pelo entusiasmo da militância e o baixo número de publicações naquele espaço julguei que poderia oferecer mais uma contribuição. Não sei se por CENSURA ou outro critério que não me foi informado, já que não recebi resposta alguma ele não foi publicado. Uma pena, num momento tão delicado da política nacional de um partido que governou o país, sofreu um golpe e agora foi isolado de alguns setores ditos de esquerda, ainda haja censores impedindo uma opinião sincera de um militante que pode ser que nem seja tão importante para ser lido. Triste ver que esse espaço, "Tribuna de Debates", se tornou tão inútil diante das "prioridades" da direção do partido;

Nota do Autor 2 - publico no meu blog no mesmo momento que o STF julgou favorável a compreensão e defesa do princípio da constituição federal que determina que ninguém será condenado até que se esgote todas as possibilidades de sua defesa ou de decisão na última instância. Decisão que soltou - mas não libertou plenamente - Lula. Sua liberdade exige atenção e vigilância plena, já que o fascismo à brasileira cada vez mais radicaliza. Espero que ele possa cumprir o que os ventos tem trazido das suas reflexões no cárcere, em particular sobre o PT;

Nota do autor 3 - Também, considerando a dinâmica da política nesse momento histórico, o presidente Evo Morales sofre um terrível golpe. O momento exige solidariedade de classe, mesmo que já houvessem sinais de que isso estava em vista diante dos movimentos errôneos da própria direção do MAS e da forma que a direita fascista tem agido na América Latina.

Segue o artigo censurado: 

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PT pós eleições diretas de 2019: o que fazer neste 7°Congresso do partido.


Antes de iniciar o debate quero sinceramente dizer que decidi não votar no processo eleitoral interno. Repito, decidi e como decisão tem um sentido de posição política. Antes das críticas sobre responsabilidades e “direito de cobrar" é bom cada um, militante filiado/a, uma reflexão pessoal. Eu sempre me guiei pela disciplina militante, quase irritante, desde o cumprimento das tarefas, a contribuição para o debate e cumprimento das decisões partidárias, mesmo derrotado segui de forma fiel.

O tempo e as vivências expõem as contradições, poderia dizer que como militante vinculado à forças internas o respeito a decisão partidária é sagrado. Sempre tive certeza do papel do partido político e de esquerda na luta de classes no Brasil, e o PT tinha essa força interna e externa que me completava, em especial a sua democracia interna.

Mesmo diante de fortes divergências como o desmantelamento da política interna de formação, do descumprimento de deliberações realizadas pelo mesmo campo majoritário que aprovou suas posições, principalmente nas disputas eleitorais. Nem tudo isso foi suficiente para abalar o meu petismo, na crise de 2005 escolhi o caminho dos estudos sobre a trajetória e divergências internas.

O que incomoda é a tese do modelo "vitorioso" do PED. Instituído sob a desculpa de “ampliar" a democracia interna abre mão do estímulo e do envolvimento participativo via encontros. Particularmente ainda tive a oportunidade de vivenciar os dois modelos. O modelo anterior era cansativo, se reunir o dia todo em encontro, discutir e votar o programa do PT e só na parte da tarde realizar o processo de escolha das direções e delegados/as era um exercício, mas seu resultado em termos de militância orgânica era efetiva e a correlação de forças era variável, sendo determinante as tendências de pensamento buscar não apenas “trazer" o filiado/a e também construir essa relação mais orgânica.

O modelo atual privilegia uma lógica apenas de escolha de direção, pelo sufrágio universal dos/as filiados/as. Desde o início esse modelo tem sido alvo de polêmicas, sendo duas as principais: mobilização movida pelo abuso econômico e filiações em massa, sem critério e próximas dos períodos de eleição interna.

A crise de 2016 é o evento do impeachment, do golpe jurídico-político-midiático, acontece sob um clima hegemônico de “transição segura" de destituição da presidente Dilma e a posse de Temer. Fato, após 2013 o partido subestimou e ignorou os sinais das manifestações, tentou via governo construir uma narrativa de enfrentamento que desagrada e descola a própria base da coalizão parlamentar construída no período de 2010-2014, em particular do PMDB, e mesmo diante disso tudo o partido manteve posição de apostar via institucional o processo de impeachment, escolhe crer num republicanismo de setores do congresso. 

É necessário lembrar que no segundo semestre de 2015 os movimentos sociais incitam e realizam manifestações preventivas ao golpe, ignoradas oficialmente pela direção do partido, tinham forte presença de militantes petistas, participando de forma independente. Essa posição política é incorporada apenas em dezembro de 2015 (ver https://pt.org.br/conheca-a-nova-resolucao-da-executiva-nacional-do-pt-4/) isso quando as manifestações já tinham uma crescente do primeiro para o segundo semestre.

Incorporar a palavra “golpe" em notas e resoluções não faz com que o conjunto do partido também a incorpore como algo que reflete a gravidade do fato. A baixa mobilização nos dias que antecederam ao processo e a votação são incompatíveis com um partido que afirma ter na sua carta de filiações mais de um milhão de membros. Teria um efeito extraordinário a mobilização de 400 mil destes filiados, poderia não ter evitado o golpe, mas seria o reascenso do petismo atualizado com as conquistas do governo Lula-Dilma.

Após essa tempestade a vida partidária não deu um giro sequer. Mantendo sua rotina político institucional incompatível com um partido de classes que disputa um projeto de sociedade, tendo em particular em sua base e defesa a classe trabalhadora brasileira. Faltou afirmar que a derrota de Dilma era a derrota da classe trabalhadora.

Ou seja, era imprescindível ao PT quebrar a sua normalidade político institucional e convocar encontros e congresso permanente, difundir e discutir os efeitos do golpe, exigir a fidelidade política dos seus detentores de funções públicas e construir unidade real e ideal ao momento. Deveria ter sido exaustivo internamente com sua base, intensa nas informações e debates, capaz de articular casa a casa de filiados/as e assumir os riscos da reconfiguração numérica das filiações pela articulação direta com seus militantes.

O tempo passou. A vida partidária seguiu normalidade institucional, as eleições municipais de 2016 e gerais de 2018 foram o centro da estratégia, as manifestações contra as retiradas de direitos foram em paralelas com a ousadia da sequência do golpe de 2016 com a prisão de Lula em 2018.
Importante lembrar que a prisão de Lula interrompeu a normalidade político institucional do PT, mudou agendas, mobilizou e contrariou o cotidiano da vida partidária, expressão disso é a resistência do acampamento Lula livre ao lado do cárcere em Curitiba. Bom exemplo e luta necessária, mas que demostra que o partido político deve fazer escolhas com relação ao seu cotidiano e sua normalidade político institucional que só se justifica em tempos de paz.

E qual é problema dos eventos de 08 de setembro de 2019? Simples, a rigor internamente nada mudou, nem uma vírgula e o sentimento é que piorou numa deformidade interna expressa com alianças de forças (tendências) que se enfrentavam político ideologicamente em debates ferozes, e agora se fundindo e confundindo observadores internos sempre presentes. O fator econômico se manteve, mesmo em baixa intensidade aconteceu de forma indiscriminada, aí sim sob uma “normalidade” perigosa. 

Nota: no início afirmei que não participei do processo, minhas conclusões são baseadas em queixas de companheiros/as, vídeos dos debates das chapas (em todos os níveis), situações que após o processo ainda foram alvos de questionamento de legitimidade (ver: https://www.google.com/amp/s/www.gazetaonline.com.br/amp/noticias/politica/2019/09/eleicao-do-pt-tem-mais-voto-do-que-eleitor-ex-deputado-fala-em-fraude-1014197976.html) e vergonhosamente uma ligação feita por um serviço de callcenter que ligou para este militante que escreve o presente artigo.

Tais elementos acumulados e o resultado final (ver: https://pt.org.br/pt-divulga-resultado-da-primeira-etapa-do-congresso-e-conclama-militancia/) com a participação de 350 mil filiados/as, ainda assim a capilaridade interna é contraditória e pouco efetiva como resposta as pautas de Lula Livre, contra o fascismo e suas reformas. Tendo inclusive parte do jogo político interno já ter suas cartas marcadas com relação às delegações já eleitas proporcionalmente por cada chapa e que raramente se altera sua correlação de forças.

Insisto em uma questão que afeta o petismo: a confiança interna. Há uma forte desconfiança interna, não apenas entre forças políticas internas, mas entre filiados/as, tornado fracos os laços de solidariedade de classe e unidade política e de ação. Ausência de confiança que não está ligada apenas a falta de cumprimento de acordos, mas inclusive de respeito à militância.

Por fim, o que esperar deste 7° Congresso do PT? Antes se falava de um grande acordo (não aquele que deu no golpe de 2016) mas um pacto interno de elementos tático e estratégicos definidos para (1) buscar retomar e ampliar influência político institucional, e isso passa pelas eleições; (2) papel da direção do partido e a relação com sua base – em termos de formação, mobilização e unidade; (3) internamente restabelecer vida partidária fora da normalidade político institucional,  aprofundando a questão de classe e decidindo por uma defesa que incorpore setores da classe.

Hoje o partido está pressionado por uma direita ultraliberal que se apega ao “antipetismo" para coesionar a sua base e do outro setores progressistas que tentam capitalizar cobrando equivocadamente do PT que se “destitua" do seu “caráter hegemonista" no campo das oposições, hoje expressa por uma articulação denominada de “Direitos já” organizada pelo “alto" desses setores reuni desde partidos de esquerda como PCdoB e PDT até políticos do PSDB, e se auto-afirmando amplo no campo democrático. Há valores e equívocos.

É evidente que numericamente e socialmente o PT exerce força de influência, com diferença apenas com o Psol quando incorpora os denominados mandatos coletivos e partidos-movimentos que reúnem votos e apoio político ideológico de setores da classe assalariada que se descola do petismo, mas não de um pensamento de esquerda.

Com isso podemos afirmar que é direito e dever do PT manter sua agenda política frente a responsabilidade que possui, a pouca unidade interna expressa na política por Lula livre e  contra as reformas ultraliberais. O problema, ainda, é manter uma normalidade político institucional partidária, que pouco tem haver com finanças e mais com articulação política.

Pode ser que este seja o real problema: há no PT uma disposição de ser um partido da classe trabalhadora? Ou o que guia o PT é ser esse partido de laços fortes com um projeto social democrata radical, pró republicano e que na verdade se configura numa esquerda liberal?

Talvez essa resposta, como decisão de partido e de projeto de sociedade defina em muito o rumo de militantes como eu, antes disciplinados/as e agora insubordinados e preocupados com o futuro deste importante instrumento de classe.