domingo, 3 de novembro de 2024

O fim de uma era na política de Guarulhos. Uma direita que se renova e uma esquerda que encerra um ciclo!

 Lutas operárias, resistência a ditadura militar, Casa de Cultura Paulo Pontes na Vila Fátima, Greves operárias, Oposição Sindical metalúrgica, luta de padres contra o esquadrão da morte, fundação do PT de Guarulhos, lutas pelo direito a moradia, Tribunal da Terra de Guarulhos, Movimento Estudantil e fundação da UGES,  Lula lá em 1989, lutas contra a privatização do SAAE, Espaço Cultural Florestan Fernandes, cassação do sr. Nefi Tales, vitória eleitoral do PT na prefeitura, 16 anos de governos do PT e o golpe de 2016. Esquecimento da história da cidade antes e depois dos governos do PT, lembrando 10 anos de Orçamento Participativo, mais de 100 escolas municipais, mais de 60 equipamentos de saúde pública, Teatro Adamastor, modernização do serviço público, criação do Fácil, Unifesp e Hospital Pimentas, urbanização entre tantas mudanças.

A derrota de Eloi Pieta, ex-PT e atual Solidariedade, e por uma diferença de 100 mil votos e uma ausência de mais de 332 mil  entre faltantes, votos brancos e nulos, este último grupos (dos ausentes) poderia ter ficado atrás do eleito,  o sr. Lucas Sanches que obteve 361 mil votos.

Eloi perdeu e ganhou onde justamente Lula havia perdido e ganho em 2022, no Pimentas. Apesar de Lula ter tido desempenho melhor na 394 na região de Bonsucesso por uns poucos 400 votos. 

É o fim de uma era. E digo porquê, primeiro Eloi fora do PT não vai promover coesão da esquerda, já que com uma terceira derrota e fora deste campo, bem como a forma de organizar a tática e a estratégia, ficaram presos a uma lógica que mudou. O PT precisa saber se vai gravitar em torno da reeleição de Alencar ou buscar se reconectar com a população como um partido de oposição presente e não ausente como foi nos oito anos da gestão Guti, as demais organizações podem se sobressair como o PSOL principalmente, bem como Unidade Popular, Pstu e Pcb mas precisar também construir, e repito construir  e não correr, com essa reconexão com a população guarulhense.

Guarulhos está virando um grande galpão. O setor de serviços, comercio e logística vieram para ficar e estabelecendo uma nova identidade da cidade dentro do processo de interesses do capitalismo mundial e nacional, contudo, classe trabalhadora é classe trabalhadora. Essas categorias são categorias frágeis da classe, podem ser contratado sem vinculo, sem direitos, precarizados e agora inseridos na lógica dos aplicativos, da plataformização e da polivalência do trabalho, estão inseridos nessa lógica do consumo rápido, urgente, fetichizado ao máximo, onde o prazer fica preso também a uma ideia de lazer mercadológico, ostentação e sem necessariamente refletir o bem estar de viver.

2025 é um novo. Novas angustias e novas esperanças. 


Já em São Paulo...

Em São Paulo um Boulos "petizado" perdeu por uma diferença de 1 milhão de votos e um saldo de crescimento quase insignificante da última disputa para esta, ou seja, Marta de vice, mais de 40 milhões do Fundo Eleitoral do PT, determinado por Lula e um apagamento da lógica militante demostram que algo está errado na lógica atual que se repete faz um tempo. Talvez o Psol do "não recebi um real, tô na rua por um ideal" empolgasse mais um público que buscar mudança não pela direita na política.

Não tem muito que analisar, tem boas reflexões de Saflate, Jessé de Souza, Rudá...mas um alerta.

Tem uns liberais da imprensa a esquerda defendendo que com a vitória eleitoral do centrão, onde PSD de Kassab é o vencedor do momento, tem defendido que a esquerda precisa se "atualizar" olhar para Marçal, "comprar" o discurso do empreendedorismo e abandonar suas lutas, virar uma versão "Tabata-João Campos", tipo um produto de limpeza desengordurante.

Cuidado! Formulas de formuladores que sempre apoiam ou se ausentar nas questões de privatização, terceirização, redução da força dos (as) servidores (as) públicos (as), reformas trabalhista e previdenciária entre outras mágicas que não deram certo para a população, sempre estão aproveitando esses momentos eleitorais para deslegitimar uma luta que é necessária: de classe.

 

Eleições Municipais em Guarulhos, 2. Turno: O que o voto na direita tem a dizer para nós?