sexta-feira, 14 de março de 2014

"A novidade lá no brejo da cruz...."



https://www.youtube.com/watch?v=NxK9PoHSgPc

"A novidade lá no brejo da cruz eram crianças que comiam luz...", essa música de Chico Buarque e Milton Nascimento retrata bem a situação das crianças nas regiões do semi árido em nosso país afora, realidades que mostram porque o ser humano é o ser vivo superior no planeta terra. Mesmo em condições sobre humanas consegue pensar na sua sobrevivência e projetar em seus sonhos dias melhores.

Já ouvi e vivi situações muito ligadas a essa trajetória dos homens e mulheres sobreviventes das secas e do abandono de Estado e que agora ao ter renda e até mesmo já aposentados e vivendo parte plena dos seus direitos demostram na mesa da cozinha o trauma dessa história: a abundância de comida é (segundo relatos) a forma como demostram ou querem bem os seus primogênitos diante da contramão do inicio das suas vidas.

Em tempos de capitalismo desumano, porque o selvagem ainda era minimamente humano, a escolha da humanidade está inclusive na centralidade da questão: quais efeitos piores podem ser causados pela forte financeirização do capital? A quem interessa cobrar os ativos desta bolha ou se beneficiar com ela quando houver um estouro maior que o de 2008? E claro, para onde irão se refugiar os ricos da real "umbrela corp." quando reunirem seus ativos bilionários frente a massas de povos nas ruas cobrando respostas para a crise do capital nessa escala?

O futuro não deve se preocupar com os seus mortos vivos de Hollywood pelas ruas, mas sim pelos vivos e que cairão em desgraça por um sistema cada vez mais sistêmico nas relações humanas, mais resumido nas formações e conhecimentos e mecânico no processo de formação de sociedade.

A globalização deu para as massas a possibilidade de expor as vísceras do sistema, porém será capaz de  ser entendido seu recado. O documentário "Trabalho Interno" retrata bem o que foi a crise econômica global do capitalismo em 2008, seus efeitos sobre os povos e países, além de concluir que o capitalismo é assim, mesmo em crise os perdedores (trabalhadores) perdem mais e os vencedores (elites) vencem mais e continuam desfilando sobre os tapetes dos palácios ou salões.

Se sabemos onde está a raiz do problema, porque não reagir? Décadas de modelo neoliberal respondem  o momento do não trabalho e do não conhecimento, o primeiro (segundo alguns intelectuais) a forte informalização do vinculo trabalho e manutenção da lógica emprego, você pode fazer tudo com os recursos tecnológicos existentes; o segundo é a forte popularização do senso comum global - menos leituras, menos reflexões, menos tempo para isto, menos análise critica da realidade, tudo menos para a ser teleologico e ontologico e mais resumos de conhecimentos para o ser ideo dominado.

Caminhos? Podem ser teias, redes ou relações interativas entre militantes ou ativistas ou pessoas que querem no literal mudar o mundo. No filme "O livro de Eli" a luta constante para que o protagonista chegasse a um lugar onde havia a resistência a esse processo de desconstrução da humanidade e do seu conhecimento é no minimo revelador da capacidade da humanidade em subverter contra a ordem estabelecida de um ser contra o outro.

Evidente, para quem lembra do filme independente de cada religião o sujeito principal do filme lutou para preservar a Bíblia, ao final ele tem o livro confiscado por  grupos que queriam tomar para si, mas a surpresa (desculpe quem não viu o filme), mas o sujeito principal pede lápis e papel para poder ditar o que havia concentrado e decorado em sua mente, folha por folha.

Comecei com música, termino com música: "podem me bater, podem calar, mas eu não mudo de opinião", só se inventarem um meio repressivo tão eficaz para calar nossa consciência! E isso ainda não é possível, por isso possível mesmo é transformar a humanidade.