Com o fim do 5. Congresso do PT de forma "morna" e sem muitas orientações claras para militância agora vemos na capa da revista da poderosa Globo (porque não considera-la assim, já que nos faz de "gato e sapato") a "ameaça" de um poderoso empresário da ramo da empreiteiras (a Odebrecht) dizer que vai derrubar a República com o que pode "revelar" dos acordos durante os governos Lula e agora Dilma.
A imagem da capa é digna de quem quer ainda a revanche. Vamos lembrar que as "multidões" ou "opiniões públicas" são manipuladas a tempos em nossa pequena República brasileira.
Minha questão não é essa. Não é a mídia e nem as elites. O problema ainda é o partido.
Até quando nós, militantes, assistiremos isso como uma novela onde queremos (claro) que o "mocinho" vença! E espero estar do lado do "mocinho" (óbvio) Mas de cena em cena, a cada canetada autoritária do poderoso juiz Mouro (e é poderoso mesmo, porque faz da República "gato e sapato"), assistimos (inquietos) cada capítulo.
Outra duvida cruel: é uma novela mexicana ou uma nova narrativa novelista? Será uma daquelas histórias onde quem decide é o público? Pode até ser pelo caminhar das cenas, ou seja, a cada novo capítulo o enredo é o mesmo: o "mocinho" é aquele que desde o começo da estória sofre, consegue chegar um pouco no topo (na presidência, no caso), mas continua sofrendo, apanhando e quando você imagina que ele (e ela) saem da mer..., voltamos a ameaça da "paz".
Eu gosto de novelas. Mas essa já está dando naquele lugar!
E a passividade de nós, expectadores militantes do PT, tenta por meio de outros subterfúgios elevar o ego - já destroçado - quando lançam pesquisas (pouco confiáveis) sobre o ódio concentrado em apenas 12% da população.
Ora, então 12% é desprezível? Hitler na Alemanha não iniciou o nazismo com força, foi ampliando, crescendo. 12% de ódio, para mim é significativo. 12% dialogam, conversam e influenciam a depender da forma e do conteúdo. Alimentados então...
E claro a história das nossas 16 mil adesões. Muito significativas, se não fossem pela forma.
Há tempos as organizações e tendências internas do PT onde milito denunciam a forma como se filiam os "novos" petistas e como a "máquina" partidária se movimenta. O "Processo de Eleições Diretas" não "democratizou" o PT como uns dizem, porém "ir votar" não é participação política ainda mais como são carregados (literalmente e sem aspas).
A ausência da definição sobre papel da organização partidária que é necessário apenas com analises e posições políticas não irá tão cedo resolver os problemas da unidade. O partido que governa o Brasil precisa dizer a sua militância o que fazer?
Não apenas para ocupar as ruas, isso não basta e é tem se tornado medíocre. Entregar panfletos também não. Ou seja, ativismo só tem função na organização partidária quando há clareza no programa a seguir. O velho Lênin disse, muitos repetiram e poucos entendem: "sem teoria revolucionária, não há ação revolucionária".
"O tempo e vento" podem até compor o final desta novela a qual milhares de militantes petistas estão aguardando, a questão é se haverá cenas emocionantes de reencontro, reconciliação e grandeza.
Por enquanto, há incerteza, angustia e duvida. A duvida é provocada pelo que poderá acontecer e pelo que não esperávamos.
2005 o mensalão foi nossa crise moral. 2015 a lava jato poderá ser a ressaca da qual não imaginávamos. E a dor de cabeça é inquietante.