Blog do Wagner Hosokawa. Para quem curte novas idéias para política, a sociedade e a vida!
terça-feira, 10 de dezembro de 2024
Jovens, se o "futuro" do PT for eleger Jo´se Dirceu deputado federal, então saiam do PT !
Respeito a história do Zé. Eu era de uma geração que não teve medo de gritar "Stalin não morreu, necarnou no Zé Dirceu. Eu respeito a história até ele ser o líder do Campo Majoritário do PT.
José Dirceu tem direito de disputar eleição. Com certeza, uma vez resolvida todas as questões com a justiça é seu direito buscar um mandato de deputado para "lavar a sua honra", mesmo sendo esse conceito de "honra" bem pequeno burguês. Como militante e dirigente acredito que teriam melhores formas de preservar sua história, honra e desforra ao que enfrentou nos últimos anos.
Poderia liderar uma grande frente que buscasse reeleger e eleger uma bancada de jonens lutadores (as). Poderia liderar um novo pacto nacional com um amplo grupo de forças políticas do campo progressista ao centro esquerda para resurgir um projeto de nação. Poderia, mas prefere não fazer. Buscar um mandato para dizer que é seu é melhor, mais comôdo e bom para os negócios.
Se em 2026 o que restou para jovem militância polítca do PT é escutar "não é o momento", para "ajudar na vitória" do "grande líder" José Dirceu de Oliveira, eu diria, com conhecimento de causa que: jovens deixem o PT e busquem se organizar, mobilizar, articular e construir um espaço que lhes valorize.
A frase "não é o momento" é o que minha geração escutou na década de 1990. Sobre o discurso de inexperiência, "vocês ainda são jovens" e todo tipo de desculpa, minha geração serviu para tudo: votar, eleger e reeleger (até hoje) os mesmos dirigentes nos seus cargos de executiva, carregar bandeira, organizar listas, distribuir jornais, fazer campanha na rua, se fazer presente em reuniões, plenárias, encontros, congressos, seminários, etc., etc., só que poucos tomaram a frente e ocuparam espaços fundamentais de luta política. Eu mesmo tive poucas dessas tarefas e mesmo assim escutando o velho mantra "não é momento", fui dirigente municipal, da executiva da macro região, membro de chapa municipal, estadual e nacional e as vezes negociador. ontudo, a luta interna por um programa de esquerda e socialista foi solitária, a candidatura a vereador por duas vezes foi solitária e derrotada.
No fim, aos 45 anos, nunca foi o momento e nunca seria se depender da lógica dos dirigentes que agora empurram seus familiares para alçar o lugar do parlamento e poucos governos do PT. Sobrenomes agora são eleitos pela normalidade da sucessão patriarcal que criticamos nas ruas e são reproduzidas nos nossos espaços.
Então jovens, se alguém disser que não é o seu momento, saia, procure constrruir o seu lugar na luta política de classes, pois isso não pertence a ninguém. Leia Lênin, que diz, "Há décadas em que nada acontece e a semanas em que décadas acontecem", não espere o tempo do momento, o momento da luta, do levante, da revolução, do enfrentamento, da resistência esses são os momentos. Não é apenas 2026, mas antes, durante e depois.
Um jovem que dispõe sesu esforços para eleger o velho, que com seu passado nesse caso levou a vitória de Lula em 2002 com Roberto Jeferson, Valdemar da Costa, Maluf e companhia, sim estes mesmos que deram o golpe, que se aliaram ao bolsonarismo fascista, estes que eram chamados de companheiros e quem criticasse a política de alianças era considerado "inimigo", foram construidos pelo velho modo de vera política como uma oportunidade pessoal e não coletiva.
Coletivo é palavra que usada é apenas um, item de discurso. Coletivo como exercicío é a ação, o estudo, escuta, fala, diálogo e principalmente gesto.
Lula no Seminário do PT sobre a realidade brasileira no dia 06/12/24 fez um discurso (novamente) duro sobre a militancia e o trabalho de base (assista:https://www.youtube.com/watch?v=zwGfAVpLQEM) e amídia adora essa contradição (ver; https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2024/12/06/a-petistas-lula-faz-mea-culpa-reclama-de-comunicacao-e-pede-volta-a-base.htm), porém, isso é suficiente?
O chamado de Lula quando deixou a carceragem de Curitiba foi uma convocação aos jovens para ocuparem os espaços da política, mas foi para todos/as ou só para alçar Boulos para sua lista de sucessão futura?
Aos que querem pagar para ver ou fazer parte da turma do "não é o momento", só tenho que lamentar. Cada vez que um jovem em um partido que se denomina de esquerda como PT tem que ser contido com a frase, "não é o momento", essa sim é a morte da primavera!