domingo, 20 de dezembro de 2009

Eu não jogo pra debaixo do tapete!

Este mês de dezembro foi marcado por dificuldades no sistema público de proteção a crianças e adolescentes, nos abrigos municipais - que são equipamentos responsáveis pela acolhida de crianças e/ou adolescentes vítimas (reitero, vítimas), de abuso, exploração sexual, violência de todo tipo e maus tratos. Contudo é preciso dizer a verdade - aquela que os meios de comunicação comerciais se negam a publicar - é que tivemos problemas na casa 3 (que abrigam principalmente adolescentes), por um fato muito evidente dos dias de hoje: a ausência do estado.

Fomos surpreendidos na noite do dia 07/12/09 com uma denúncia vinda das próprias funcionárias de que delinquentes supostamente armados iriam invadir e chacinar a todos que estivessem por lá.

Motivo: aumento significativo da ronda da GCM na região. Pasmem, a própria população clama por segurança e um grupo de traficantes locais se incomodam com o abrigo devido a maior ronda, para justamente proteger. Isso é algo que deveria ser esclarecido e divulgado, uma vez que então temos regiões onde a cidadania esta sendo negada por uma pequena parte de bandidos.

Com isso, só restou a secretaria municipal com apoio de outras áreas de governo desativar o serviço que era prestado, sem mesmo ter condições de ter concluído um ano de existência. Uma derrota para toda sociedade, pois, quando a mesma não cria condições de acolher isso representa a completa falta de direção para a humanidade.

Não foi a prefeitura que propiciou a violência que levou a criança e/ou adolescente ao abrigo municipal, mas cabe a ela o dever de cuidar, acolher e resguardar os direitos destes meninos e meninas que tem o direito de viver, sonhar e construir um novo mundo e uma sociedade que os respeite.

Caso alguém não saiba, o munícipio é responsável por 90% dos custos dos serviços de proteção, defesa e acolhida de crianças e adolescentes vitimas de alguma violência. Hoje só a prefeitura por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social e Cidadania, mantêm (sem apoio nenhum do govendo do estado e federal), os cinco conselhos tutelares, os abrigos e convênios como com o Projeto Meninos e Meninas de Rua.

Olhar para o investimento na criança e no adolescente é fundamental, por isso insistimos que todos e todas tem seus deveres.

Estamos realizando reuniões quase que diárias para equacionar e resolver a questão do acolhimento institucional, realizando consultas e dialogando com o conjunto do governo os recursos orçamentários necessários para oferecer um serviço de direitos com dignidade e resultados que devem vir na direção do Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária.

Nós estamos empenhados, e os demais? Tranquilos? Acredtio que sim, pois, só quem defende esta causa pode ficar acordado, buscando soluções. Boa noite e boa sorte, aos que acham que a sua vida é feliz, por estar longe do que se chama "problema".

Nós acreditamos na mudança, e estamos mudando. Independente do confortável lugar da imprensa, dos parlamentares irresponsáveis e de gente desumana.