A frase "o Brasil não pode esperar" nunca foi tão importante quanto agora. O relatório da Comissão Nacional da Verdade expressa o que é tão necessário para que o país possa definitivamente seguir seu caminho democrático.
Antes que hajam as vozes dos ignorantes e desavisados que dizem: 1) "Mas isso foi a tanto tempo, já passou!" ou 2) "A esquerda também matou e fez terrorismo"
Vamos a verdade: primeiro sobre o tempo. Diga ou pergunte a você mesmo se você simplismente "deixaria" pra lá se um pai, mãe, filho (a), ou parente próximo fosse preso, torturado e executado pelo Estado, num país sem pena de morte e onde ninguém deveria ser perseguido por "pensar" diferente do governo (que não foi eleito por sinal, pois os "milicos de farda" não tinham direito e nem respaldo da sociedade para governar).
Outra verdade: segundo sobre o "terrorismo", bem se a TV, o rádio ou a mídia imprensa chamar seu pai ou mãe de "bandidos" sem provas e pelo único motivo de acusar para incriminar ou jogar a sua imagem na "lama", você aceita que as pessoas o "rotulem". Bem se você é ingênuo demais para acreditar nisso pare de acreditar em Jesus Cristo, Mandela ou Tiradentes. Todos conspiraram, se reuniram quanto seus governantes impediam tal ação, e subverteram a ordem contra o poder da minoria do seu tempo. Foram taxados de "terroristas" e por isso receberam a cadeia ou morte.
Portanto deixemos de crer em mentiras que o Estado ou setores da sociedade lhe disseram. A hora de colocar o pingo nos "is" é agora. Essa é a hora da VERDADE.
Segue a nota dos movimentos sociais.
http://www.levante.org.br/nota-publica-pela-punicao-dos-torturadores-da-ditadura-militar/
Nota Pública: Pela punição dos torturadores da Ditadura Militar
Postado em 10 dezembro 2014 por Levante
As organizações políticas se manifestam para expressar a importância do dia 10 de dezembro de 2014 que marca um esforço concentrado de 2 anos na luta por memória e verdade.
Autoridades, movimentos sociais e entidades de diretos humanos colaboraram nas investigações das violações cometidas pelo Estado brasileiro durante o período da ditadura militar.
Depois de observarmos o atraso ideológico de uma gente que sai às ruas pedindo intervenção militar, constatamos que vivemos em um período de polarização da luta social, e nos colocamos diametralmente opostos a estes sujeitos. Somos favoráveis ao aprofundamento radical da democracia em nosso país.
O relatório produzido pela Comissão Nacional da Verdade, assim como as recomendações ao Estado brasileiro, devem deflagrar um novo período de lutas aos movimentos sociais que atuam contra a impunidade com centralidade na luta pela Justiça.
Esse processo coloca em evidência a necessidade do Estado brasileiro, através da Presidência da República, executar a sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos que prevê a punição dos agentes de Estado responsáveis por crimes de tortura. Dessa forma, daria vazão à principal bandeira dos movimentos em luta pela justiça que é a superação da lei de anistia, possibilitando o fim da impunidade.
A dívida histórica do Estado brasileiro com a justiça ameaça a democracia sempre que o aparato repressivo atua com sua estrutura atrasada de uma polícia militarizada e com um método defasado que aterroriza a sociedade.
Existe uma relação intrínseca entre a impunidade dos torturadores, a violência policial e o sistema político vigente com o processo inacabado de democratização do país. A violência do Estado que perseguiu, torturou e matou centenas de militantes políticos é a mesma que hoje possui em sua estrutura os autos de resistência que é um dos instrumentos que tem justificado o extermínio da juventude pobre, em especial negra, nas periferias das grandes cidades.
O sistema político que sustentou a ditadura militar de 64 a 85 deu lugar a um modelo que bloqueia a participação social e não tem condições de operar as reformas necessárias para o país. Daí vem a necessidade de se fazer uma profunda reforma do sistema político que só acontecerá com pressão social por meio de uma Constituinte Exclusiva e Soberana.
A execução da sentença da CIDH é o próximo passo na luta pela justiça, que viabilizará a punição dos torturadores e o fim da impunidade que assombra nosso presente de lutas pela emancipação nacional.