segunda-feira, 6 de junho de 2016

Para quem ainda defende "redução" de impostos para empresários. Leia, para não ser otário!

O texto abaixo é um estudo sobre o impacto do FIES nas mensalidades, comprovando que quando o governo ampliou o acesso, derrubando inclusive a necessidade de fiador (luta histórica do movimento estudantil), na sequencia os donos das Instituições de Ensino Superior AUMENTARAM as mensalidades de forma criminosa e canalha.

Para entender: empresários quando querem cortar impostos, isso não representa um "retorno" ao consumidor, ou neste caso, ampliação de jovens com possibilidade de obter crédito ou financiamento estudantil não representa manutenção das mensalidades e sim mais e mais alunos para encher as salas e pagar mensalidades - parte paga pelo fundo público e pelas famílias (e próprios) estudantes.

Então antes de defender menos impostos - os otários - deveriam se lembrar que o impacto é menos serviços públicos e não menor custo dos bens e serviços. Te contam essa mentira a anos sabe porque? Porque falta informação e conhecimento.

Papai Noel, Coelho da Pascoa e Menores preços com menos impostos...NÃO EXISTEM.

Boa leitura!



Ano 4 - nº 317 - 06 de junho de 2016
Ensino Superior: efeito do Fies no valor das mensalidades
O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) é uma política de crédito a 
estudantes de ensino superior em Instituições de Ensino Superior privadas. 

Segundo o site do programa, em 2010, o Fies passou a funcionar em novo 

formato: a taxa de juros do financiamento passou a ser de 3,4% a.a., o 
período de carência passou para dezoito meses e o período de amortização 
para três vezes o período de duração do curso acrescido de doze meses. Além 
disso, o percentual de financiamento subiu para até 100% e as inscrições 
passaram a ser feitas em fluxo contínuo durante o ano.

Artigo do início do ano de 2015, de Isabela Ferreira Duarte (PUC Rio) e João 

Manoel Pinho de Mello (Insper), analisa o impacto do Fies no valor das mensalidades. 
Os autores partem da hipótese de que a existência de empréstimos estudantis 
pode aumentar o preço da mensalidade. 

Os autores apontam que 2010 foi de fato um ano de inflexão do programa. A 

quantidade de novos empréstimos pode ser vista no gráfico abaixo, retirado do 
artigo em questão, com grande aumento a partir de 2010:

Fies – Novos empréstimos


Assim, os autores mostram que, a partir de 2010, houve um aumento 
considerável no Fies com relaxamento das regras de acesso. Tal aumento,
segundo os modelos econométricos construídos pelos autores, levou a 
um aumento das mensalidades bem acima da inflação a partir de 2010.

Abre-se assim o espaço para o questionamento da relação do Estado com
 tais Instituições de Ensino privadas, na medida em que elas se utilizam 
do crédito público oferecido aos alunos como forma de aumentar receitas.