Um longo caminho. É assim que vejo a questão da resistência ao golpe de 2016 e o que enfrentaremos pela frente. Muitos debates estão saindo aos milhares, como se algo tivesse saído por um "portal" de outra dimensão e libertou demônios e seres estranhos à sociedade democrática que supúnhamos ter.
Ou será que eramos nós que construímos um "mundo a parte" e tínhamos certeza do seu funcionamento "republicano" e dentro de parâmetros democrático-liberais, onde pairava a luta contra o acumulo de riqueza desenfreado e a "guerra" de narrativas. Tudo errado, ou equivocado.
Já faz um tempo que me perturba a nossa esquerda brasileira, a nossa intelectualidade referenciada no pensamento refinado estadunidense ou eurocêntrico e o desprezou ou negligência aos que buscaram tentar pensar o Brasil.
Se a ideia de nação para démodé, isso seria verdade se tivéssemos tido períodos longos de exercício democráticos ou de grandes acordos nacionais em uma perspectiva liberal clássica (e não me refiro ao lixo que tem se formado aí afora) ou como diria um intelectual, pior que ser dominado por uma elite, é ser dominado por uma elite medíocre.
Não vejo com tristeza ou desânimo o fato de que estamos em um período de baixa das forças sociais adiante da resistência ideopolítica e as reformas neoliberais promovidas, é evidente que é ruim percebemos que nossos atos, mesmo que representativos, não sejam efetivos para intervir no processo político.
O que estamos vivendo é uma transição. Para qual lugar e para que sociedade brasileira deveríamos seguir? Bem, esta resposta só pode ser respondida pelas nossas reflexões-ações e do acumulo das nossas perspectivas de luta e resistência de médio e longo prazo.
Mesmo que 2018 esteja na porta e o grande líder esteja percorrendo o Brasil, apostar no curto prazo é pouco demais para uma classe trabalhadora toda que ainda apática pode buscar o seu caminho tendo a certeza do seu passado, firme no presente e projetando com ousadia o seu futuro.
Bom filme!