As reflexões de Zé Paulo seguem necessárias e nos provocam para sabermos no momento histórico atual: "O que os socialistas e comunistas devem fazer nesse momento?"
Abandonar a luta democrática? No ponto que ele nos diz que "comunismo e democracia se combinam", tenho total acordo e tem sido uma perseguição minha desde o mestrado até o doutorado, apesar de ter me aprofundado em um método especifico, os orçamentos participativos. Mas minha questão vai além e ele sempre responde com uma frase que para mim é certeira: "um regime que tem medo livros, não tem como se sustentar" e de fato não basta uma direção revolucionária que indique os desafios econômicos do alto de um comitê central, sem esse processo que agregue os e as maiores interessados/as na transformação da sociedade que é classe trabalhadora.
Ele toca em algo que para mim ainda é um trauma político-pessoal. O dever de insurgir no processo eleitoral, de utilizar o sistema, de ter a tribuna como trincheira (como ensinou Lauro campos), ocupar o parlamento burguês para nosso agitprop, para golpear as representações burguesas enquanto a classe se organiza nas ruas, nos locais de trabalho, nos bairros, enfim, é duro saber se você é capaz de assumir uma tarefa, e de fato qual deve ser o papel dos socialistas e comunistas nesse momento? Se ausentar? Assumir tarefas pequenas no dia a dia da classe? Ou seus quadros devam assumir de fato as responsabilidades que o tempo histórico nos exige?
Não tenho respostas. Porém, depois de assistir essa aula fica a duvida: a provocação do velho marxista dirigida a nós é uma convocação para uma tarefa.
Sempre aprendi que não há tarefas boas ou ruins, na luta de classes há tarefas. Cabe o militante exercer sua práxis seguindo a diretriz do bom comandante soviético (Lenin), onde "não há prática revolucionária, sem teoria revolucionária".
Já faz um tempo que desiludi com o jogo democrático, onde joguei com peças erradas e aprendi uma valiosa lição: "nunca abandone seus princípios e o militante que você é, pois foram com estas qualidades que avançamos. Desviadas por orientações ruins, o gosto amargo da derrota é mais pessoal do que da classe".
Voltemos a essas reflexões em breve.
Recomendo que assistam, do começo ao fim!