Blog do Wagner Hosokawa. Para quem curte novas idéias para política, a sociedade e a vida!
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Internação compulsória, a porta aberta da ilegalidade e do oportunismo!
O debate do crack não pode ser a desculpa para o retorno de uma medida medieval, sim medieval remetendo a idade média, uns séculos atrás do nosso tão evoluído mundo. É comum políticos oportunistas que ao abrirem mão das suas responsabilidades apostarem em cadeias, prisões, repressões, enfim, opressões diversas que parecem ser "soluções mágicas" mas que ao ser aplicada são de fato "higienização social".
Quando ando pelos bairros,visito as escolas (públicas ou particulares), nas comunidades ou até mesmo em bairros bem estruturados o que vemos que o "mal do crack" existe onde a iluminação pública é ruim, onde a escola não atende mais no ensino noturno (e fica fechada sem dar oportunidades para as comunidades), onde em "favelas" (áreas com moradias precárias), não recebem apoio ou investimento público, ou seja, onde há ausência de políticas públicas há violência e drogas, obvio.
Dizer que os Centros de Atendimento Psicosociais (Caps), resolvem por si só é demagogia, é preciso investir na REDE de serviços e atendimentos. A presidente Dilma acerta quando investe recursos no atendimento em casa, na família, ou remete recursos para que os municípios, mas há grandes desafios.
Me preocupa a qualidade dos nossos parlamentares, inclusive do meu partido, que atendem aos apelos oportunistas e boicotam medidas já construídas pelos movimentos sociais e populares, os conselhos de categorias como psicologos e de assistentes sociais que já posicionaram-se contra a internação compulsória.
Este caro leitor e leitora, não pode ser visto como única solução. Porque está provado que há questões de saúde e de acompanhamento social e familiar. Eu apresento link`s que apoiam estes meus argumentos.
Dos itens que considero mais importante é que:
- Historicamente, a internação compulsória foi usada mais para "recolher" pessoas consideradas com distúrbio mental, ou problemas de "convivência social", essa imbecilidade sustentou um lugar que atualmente foi fechado que é o presídio Juqueri em Franco da Rocha;
- O uso da internação compulsória por entidades criminosas que internam pessoas em nome de interesses econômicos de membros da família; (Nossos/as idosos/as ainda são vitimas de criminosos - que não podem ser chamados de familiares - que se aproveitam das aposentadorias, a vigilância sanitária de Guarulhos autua e fecha várias entidades que abusam idosos/as)
- O uso político da internação compulsória que no Brasil e em inúmeros países onde ditadores, políticos corruptos e oportunistas mandavam prender oposicionistas nestas "instituições idôneas" para reprimir e calar a voz destes. (há vários registros durante a ditadura Vargas e depois a militar após o golpe de 1964)...
Não podemos mascarar o problema, a internação compulsória é uma medida que fere as liberdades democráticas e não vão solucionar a questão. Vejam então o que o estado mais prisional do mundo, que é os EUA, onde a pena de morte não evita o surgimento de psicopatas, assassinos e estupradores.
Porque não cobramos mais recursos para saúde? Mais estrutura para os CAPS? Ampliação dos serviços em rede com várias áreas? Apoio ao atendimento em casa e a busca-ativa das famílias? E claro, óbvio, se há cracolândia há traficantes, onde está o enfrentamento a quem fornece? O governo estadual sob o comando do PSDB sempre prefere culpar o outro, mas não diz que reduziu recursos para saúde, que não reajusta os salários dos profissionais da Saúde...pergunte a um trabalhador do Hospital das Clinicas quanto ele recebe?
Não ao oportunismo! Não a internação compulsória!
http://coletivodar.org/2011/10/dartiu-xavier-%E2%80%9Ca-internacao-compulsoria-e-sistema-de-isolamento-social-nao-de-tratamento%E2%80%9D/
http://coletivodar.org/2011/12/ato-nacional-contra-internacao-compulsoria-esta-sexta-0912/
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1005282-conselhos-de-psicologia-vao-a-procuradoria-contra-internacao-compulsoria.shtml
Brasil: A rebelião ética
Aos leitores (as) do blog: este é um texto antigo, mas com lições atuais. escolhemos a luta e ser socialista é transformar a vida das pessoas e dar-lhes condições de construir consciência política coletiva.
boa leitura!
A rebelião ética
Frei Betto
São Paulo
O PT elegeu 187 prefeitos e 2.485 vereadores em todo o Brasil. Não é só uma vitória. É, sobretudo, uma responsabilidade. O resultado confirma a avaliação positiva, por parte dos eleitores, do "modo petista de governar", consagrado em municípios como Porto Alegre, Ribeirão Preto e Santo André.
Houve uma rebelião ética do eleitorado. A imunidade e a impunidade de tantos políticos corruptos, somadas à malversação do dinheiro público, levaram parte do eleitorado a demonstrar que tem vergonha na cara. Acresce-se a isso a decepção com o governo FHC. Nem a oposição esperava que, na presidência, o sociólogo fechasse os cinco dedos da mão sobre o cabo da faca que corta impiedosamente verbas da esfera social.
Aquiles, contudo, não perdeu o calcanhar por ter um corpo invulnerável. As novas administrações terão que fazer jus à rebelião ética, evitando o menor indício de nepotismo, favorecimentos ou acordos por baixo do pano.
Um ponto nevrálgico da política brasileira urge ser atacado pelo PT: os
fundos de campanha. Há políticos e políticas reféns de bancos, empresas e empreiteiras. Mesmo para o PT a síndrome de Robin Hood tem limites. Em geral, quem financia leva a melhor, o que sujeita a democracia ao poder econômico. A legislação eleitoral precisa ser reformulada para que a isonomia de campanha seja assegurada e controlada com transparência.
Se nos próximos dois anos as novas administrações não demonstrarem coerência com as promessas de palanque, darão aos adversários, na eleição de 2002, os trunfos da incompetência capazes de assegurar o continuísmo dessa malânica política econômica, que beneficia os credores internacionais e promove a exclusão interna. Só o empenho na reforma tributária poderá reverter a aberração desse modelo que concentra a renda em mãos do governo federal e
descentraliza os serviços pelos municípios.
Novos prefeitos, nova equipe de governo, sobretudo em funções vitais. É ingenuidade manter em cargos de confiança quem não se afina politicamente com o novo projeto. Nesse sentido, a tradição da Ordem Dominicana é um exemplo de democracia, há 800 anos: findo o mandato de um superior, estão compulsoriamente demitidos todos os nomeados em sua gestão.
A melhor crítica à política neoliberal adotada pelo governo federal - via
privatizações irresponsáveis que, hoje, penalizam a população, como as telecomunicações - é oferecer serviços eficientes. Pouco adiantam as boas intenções se a prefeitura não é capaz de presteza e qualidade em serviços de saúde e saneamento, de tapar um buraco de rua ou de assegurar vaga nas escolas e transporte para a população carente.
Não basta que a mídia funcione como ombudsman das administrações municipais. Em geral, quem está no poder só tem ouvidos para elogios. Qualquer crítica soa como intriga da oposição. Bom seria contar com uma equipe de ombudsmen, de analistas políticos a lideranças populares, para abrir os olhos e ferir os ouvidos de quem corre o risco de fazer da política um jogo narcísico.
O PT inovou a administração pública ao implantar programas como o orçamento participativo, a bolsa-escola, o banco do povo, o médico de família, a renda mínima etc. Mas corre o risco de paternalizar ou excluir os movimentos populares, transformá-los em correias-de-transmissão ou esvaziá-los. Quem nasceu para "organizar a classe trabalhadora" deve, agora, respeitar a autonomia e estimular o fortalecimento das organizações dos excluídos, como o MST.
Se não quiser repetir a via dos antigos partidos de esquerda da Europa, cooptados pela social-democracia, o PT não pode negar suas origens, nem esquecer o que falou e escreveu. Sua razão de ser não reside senão no compromisso com aqueles que lhe deram origem e sustentação: os pobres.
Para esses, que são multidão no Brasil, só haverá futuro, fora da morte precoce, se houver partilha dos bens da terra e dos frutos do trabalho humano. Bem fez Marta Suplicy ao reafirmar o socialismo moderno em seu discurso de vitória. Sem esse horizonte o PT perde o seu rumo e o seu prumo.
Da coesão programática e ideológica do PT, fundada na coerência ética, dependerá sua possibilidade de se tornar alternativa de governo em 2002. O Brasil merece perder o título de campeão mundial de desigualdade social.
http://alainet.org/active/995&lang=es
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Aécio Neves adia votação do estatuto da juventude e ameaça impedir os estudantes de acompanharem as discussões no senado.
Aécio Neves (PSDB) adia votação do estatuto da juventude e ameaça impedir os estudantes de acompanharem as discussões no senado.
Entre outras coisas, o Estatuto da Juventude pretende garantir transporte público gratuito para estudantes e meia passagem em transportes interestadual e intermunicipal para jovens; meia-entrada para estudantes em eventos culturais e de lazer; financiamento estudantil e ações afirmativas para democratizar o acesso ao ensino superior a jovens negros, indígenas, com deficiência e oriundos de escola pública.
Mas Aécio Neves pediu vista ao projeto e adiou a votação do Estatuto no Senado. Jogando um balde d’água fria nos estudantes, o senador mineiro ainda sugeriu que apenas os líderes estudantis tivessem acesso à sala da Comissão de Constituição e Justiça na próxima quarta-feira (21), quando o projeto voltará à pauta de votações.
da Agência Senado
COMISSÕES / CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA
14/12/2011 – 16h16
Adiada votação de projetos sobre Estatuto da Juventude e Ato Médico
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) reformulou seu parecer favorável ao projeto de lei da Câmara (PLC 98/11) que institui o Estatuto da Juventude – acolhendo, inclusive, algumas emendas de senadores. Mas não houve consenso para sua votação pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) nesta quarta-feira (14). Se não houver entendimento até a próxima quarta-feira (21), quando a proposta volta à pauta de votações, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) deverá apresentar voto em separado.
Randolfe resistiu em introduzir mudanças no texto aprovado pela Câmara para não atrasar mais a sanção do PLC 98/11 pela presidente Dilma Rousseff. Entretanto, precisou negociar com entidades estudantis e a classe artística sobre o alcance e as condições de concessão de meia-entrada em eventos artístico-culturais, de entretenimento e lazer.
Assim, formulou emenda – inspirada ainda em sugestão do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) – para garantir o benefício aos estudantes e minimizar o prejuízo causado ao setor cultural pela expedição de identidades estudantis fraudulentas e sem controle. A venda de ingressos com desconto de 50% também será limitada à metade da ocupação da casa de espetáculo, no caso de eventos financiados com recursos públicos, e a 40% do total de bilhetes, se for custeado exclusivamente por entidades privadas.
Manifestações
Desentendimentos entre a Polícia do Senado e estudantes que vieram acompanhar a discussão e votação do Estatuto da Juventude suscitaram comentários dos senadores. Após negar ter impedido a entrada dos jovens na reunião, o presidente da CCJ, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), pediu a eles que não se manifestassem quando a matéria estivesse em debate.
Como essa recomendação foi desrespeitada ao se decidir pelo adiamento da votação, o fato gerou protesto de Aloysio e Demóstenes. Antecipando-se a um eventual acirramento dos ânimos na reunião da próxima quarta-feira (21), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) sugeriu que se limitasse a permanência na sala aos líderes estudantis.
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) atribuiu à Polícia do Senado a responsabilidade por incidentes na entrada dos estudantes. Segundo o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), até spray de pimenta foi usado. Requião considerou todo o episódio “inoportuno” e pediu que não se repetisse.
fonte:
http://www.senado.gov.br/noticias/estatuto-da-juventude-e-ato-medico-na-pauta-da-ccj-desta-quarta.aspx
http://historiaspraboiacordar.wordpress.com/2011/12/14/aecio-neves-adia-votacao-do-estatuto-da-juventude-e-ameaca-impedir-os-estudantes-de-acompanharem-as-discussoes-no-senado-semana-que-vem/
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Alô São Paulo, mais uma contra a população, PSDB quer sufocar a defensoria pública! Não vamos deixar!
sábado, 10 de dezembro de 2011
Vício privado, pior que o público.
Nota do blogueiro:
Eu sei reconhecer quando um artigo consegue expressar minha concordância, por isso esse artigo do Clóvis Rossi do último domingo (04/12/11), expressa o que nós da esquerda brasileira estamos denunciando a tempos: o setor privado é cínico e o povo não pode pagar pela crise gerada pelo capital.
Os Estados nacionais não são os indutores da crise, mas sim o modelo do capitalismo mundial que quando bota o mundo na sua crise quer que o dinheiro público venha em seu socorro.
E o pior, há gente ignorante e cretina que só vê as "explicações" de economistas farsantes que querem congelar salários, prejudicar funcionários públicos e retirar direitos sociais. Cretinice é pouco. Boa leitura!
Vício privado, pior que o público.
Mais que os Estados, são os particulares que se afogaram em dívidas, e assim continuam
A narrativa convencional sobre a crise europeia atribui toda a culpa aos governos que gastaram demais e se endividaram demais. Logo, o tratamento só pode ser o que está sendo aplicado um pouco por toda a parte: furibundos cortes de gastos.
É claro que há uma lógica sadia na defesa do equilíbrio orçamentário: ninguém -nem o Estado, nem o botequim da esquina, nem pessoas físicas- deveria gastar mais do que ganha (salvo se puder se financiar de maneira sustentável, o que não é o caso da Europa na presente conjuntura.)
Feita essa ressalva, do mais puro sentido comum, é preciso desconstruir a narrativa convencional, pela simples razão de que ela não é verdadeira: quem gastou demais no período prévio à crise de 2008 foram os particulares, em especial a banca.
Dados de um relatório técnico do Parlamento Europeu: a dívida pública em relação ao PIB da zona euro diminuiu -repito: diminuiu- de 72% em 1990 para 67% em 2007. Note que o período abrange os anos de bonança, em que gastar e, para isso, endividar-se passaria sem grandes escândalos.
Já as dívidas das famílias subiram de 52% para 70%, e as das instituições financeiras pularam de 200% para 250%, sempre como proporção do PIB.
A grande diferença entre o vício público e o vício privado é que, na hora do aperto, os particulares correm para os braços (ou melhor, para os cofres) do Estado, o que o Estado não pode fazer no sentido inverso, como se está vendo agora.
Contar a história da dívida como ela de fato é, em vez de adotar a preguiçosa narrativa convencional, não é apenas um exercício de respeito aos fatos, mas também uma maneira de alertar para a possibilidade de que o receituário para sair da crise pode aprofundá-la porque não leva em conta que a crise da dívida é maior na banca do que no Estado.
Os bancos não confiam nos seus pares, como informa o "El País": "Um reflexo da crescente desconfiança é que os bancos preferem depositar seus fundos no Banco Central Europeu, com remuneração baixíssima, em vez de emprestá-los a outras entidades com maiores rendimentos mas sem segurança". Detalhe eloquente: o BCE paga apenas 0,5% por esses depósitos ante 2,5 vezes mais na banca privada.
Nesse ambiente, avança-se rumo ao temido "credit crunch", o estrangulamento do crédito, que foi o impulsionador do "crash" de 2008/09, avisam banqueiros centrais de diferentes países. "Há sinais de um 'credit crunch', com o receio de que se torne pior", diz Mervyn King, que comanda o Banco da Inglaterra.
Se falta dinheiro para azeitar a máquina econômica, que é a função legítima da banca, retirar ainda mais dinheiro, via cortes brutais de gastos, equivale a tirar a máscara de oxigênio de um doente em respiração assistida.
Ou, como prefere Paul Krugman, Nobel de Economia: "Embora líderes europeus continuem a insistir em que o problema é gasto demais nas nações devedoras, o verdadeiro problema é gasto de menos na Europa como um todo. E seus esforços para corrigir as coisas exigindo austeridade ainda mais áspera desempenharam um grande papel para tornar a situação pior".
Clóvis Rossi - publicado em 04/12/2011 na FSP, cad. mundo.
extraído do site: sergyovitro.blogspot.com
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Mulheres, um laço branco contra a violência!
Mulheres, um laço branco contra a violência!
Estranho, assim você leitor pode estar se perguntando. Mas é isso mesmo, a campanha do “laço branco” é uma ação mundial de enfrentamento à violência contra mulher e com um detalhe: é uma iniciativa dos homens.
Surgiu depois do fatídico dia de 6 de dezembro de 1989, onde um rapaz de 25 anos invadiu uma sala de aula da Escola Politécnica, na cidade de Monteral, Canadá. Ele ordenou que os homens se retirassem da sala, permanecendo somente as mulheres. Esse homem assassinou 14 mulheres, à queima roupa. Em seguida, suicidou-se. O rapaz deixou uma carta na qual afirmava que havia feito aquilo porque não suportava a idéia de ver mulheres estudando engenharia.
Este fato mobilizou a sociedade que lançou a primeira Campanha do Laço Branco (White Ribbon Campaign): homens pelo fim da violência contra a mulher.
O símbolo do laço branco representando a paz e difundida por homens alcançou inúmeros países chegando até a nossa cidade pela Coordenadoria da Mulher da prefeitura de Guarulhos.
Devemos entender que não nascemos racistas ou machistas, esse é um processo histórico e ideológico que vem passando de geração a geração e mudar essa cultura política inclusive depende do primeiro passo.
A opressão é uma manifestação que só pode ser alterada se mudarmos nossa visão de mundo e de sociedade, como dizem “o opressor está na cabeça do oprimido”, para construir homens novos precisamos transformar culturalmente o pensamento é reproduzido socialmente.
Há crimes que na foram esclarecidos, homens assassinos (porque foragidos só atestam a sua culpa), soltos e famílias sem poder ter paz diante da injustiça. Essa forma de tratar a vida humana como uma relação secundaria e sem valor promovem a violência e a mídia contribui muito para isso expondo de forma sensacionalista a dor alheia.
O filme “Se eu fosse você” ilustra algo que se pudesse ser real mudaria radicalmente os conceitos entre homens e mulheres no ponto fundamental: as diferenças de gênero são diferentes de opressão de gêneros, ou seja, um não domina o outro.
Por isso, mais do que usar uma camiseta, ou broche ou fazer discurso contra a violência contra mulher, a questão é o que você faz e qual é a sua atitude.
Em tempo: o ser humano é dominante por conta da sua razão e sua capacidade de dominar a natureza e transformá-la. As jovens mulheres estão se manifestando em todo mundo seja contra a mercantilização do corpo durante os grandes eventos da Copa do Mundo e das Olimpíadas, a defesa da maior participação, de direitos básicos como creche noturna e outras barreiras que impedem as mulheres de serem plenamente humanas diante do “ animal” homem.
LINK`s:
www.guarulhos.sp.ov.br/lacobranco (VOCÊ HOMEM, CADASTRE-SE CONTRA A VIOLÊNCIA)
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Agora é pra valer: Esquerda Popular Socialista do PT.
O nome acima é o que vai identificar um conjunto de militantes, trabalhadores (as), estudantes, jovens, negros (as), sindicalistas, dirigentes de movimentos sociais e todos (as) com uma só característica, serem petistas e socialistas.
Não somos uma organização formada apenas de jovens, mas somos uma tendência nacional jovem na perspectiva das nossas lutas. Madura diante dos desafios que temos no PT, em sermos sujeitos de um processo histórico que vem de longe e acreditamos que irá mais longe ainda.
No mundo de hoje a certeza que temos é uma só: que o capitalismo derrotará a humanidade. É nossa tarefa retomar a identidade da esquerda brasileira. Onde ser de esquerda representa estar em sintonia com o povo, na sua melhor definição, daqueles que na massa compartilham, disputam e sobrevivem nesta sociedade desigual econômica e socialmente.
Povo na sua máxima definição: classe trabalhadora, portanto assumimos para nós a responsabilidade de tornar estes milhares de simpatizantes e eleitores (as) do PT em militantes. Neste momento histórico é o nosso grande desafio!
Nadar na contramão do pensamento único do “governismo”, é saber que nossa contribuição não é para manutenção de meios ilícitos e nem de formas copiadas das velhas elites que se encastelam no poder do Estado servindo os interesses dos ricos. Contribuímos para construir políticas públicas, ações e serviços que legitimem um estado de direitos sociais e humanos para avançar numa outra visão política sobre a coisa pública.
Somos homens, mulheres, gay`s, lésbicas, travestis, negros, negras, jovens, idosos, pessoas com deficiência, enfim somos humanos, queremos elevar à vida a condição plena da liberdade, e não do livre mercado.
Temos ideologia e por isso nos contrapomos às idéias do capitalismo: o liberalismo, o neoliberalismo, o conservadorismo e o conjunto de teorias que hoje forjam esta sociedade, que não é a nossa.
Não temos medo de dizer: somos socialistas, buscando na tradição clássica marxiana a certeza de que esta é a teoria fundante e dialética do comunismo, da liberdade e igualdade plena, nos propomos a estudar para não nos tornarmos seita, a ouvir para não sermos sectários e a defender nossos ideais para não sermos cooptados pelas vozes e pensamentos da ordem.
Faremos desobediência civil quando a justiça social estiver ameaçada, onde houver a discriminação, a homofobia, o preconceito racial e de toda forma, recusaremos toda lei e toda decisão legal que prejudique a sociedade, e principalmente os trabalhadores (as).
Aprendemos que o momento é de acumular forças, por isso não somos ingênuos em não reconhecer a luta institucional como meio de divulgar nossas idéias, defender nossos companheiros e companheiras e construir uma alternativa de poder que seja exercido pela grande maioria dos homens e mulheres do nosso país.
Não iremos nos isolar, porque queremos também afirmar que a violência daqui também é a violência do lado de lá das nossas fronteiras territoriais seja na grande pátria latino americana, seja na Ásia e em toda Europa, sabemos que se perdermos em algum lugar, toda humanidade perderá. As crises econômicas no atual estágio do capital indicam que não haverá o imperialismo de nações capitalistas, mas sim das suas corporações que subempregam os povos, desrespeitam suas soberanias e superexploram os países do mundo “em desenvolvimento” para manter seus padrões de vida e estética mundial dos ricos.
Antes que alguém que está distante da realidade do PT diga que nossa iniciativa é só mais uma que se adaptará ao poder institucional-burocrático que dirige o PT hoje, nós só temos uma resposta: não nos acomodamos!
Essa é a certeza que finca no chão duro e seco da política partidária atual a nossa força em seguir em frente buscando fazer nesta “terra arrasada” a construção de uma tentativa de resistir, mudar os rumos e inaugurar um novo período para o PT e para o Brasil.
O calor da solidariedade da classe presente e viva no conjunto dos companheiros e companheiras que depois de um longo processo de mobilização e articulação, nos trouxe até a Escola Nacional Florestan Fernandes, na cidade de Guararema, nestes dois dias, 03 e 04 de dezembro. Nosso congresso nacional de fundação da nova tendência nacional do PT só mostra que é possível e necessário reunir a militância petista em torno de um programa democrático, popular e socialista para contribuir na longa marcha que temos na revolução brasileira.
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
VOTE, 10% DO PIB PARA EDUCAÇÃO - NEM PRECISA DEFESA, SÓ DA SUA POSIÇÃO!
Companheiros/as,
Guarulhos Já - Especial Bairro Flor da Montanha
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
A praça é do povo...
Desde janeiro de 2008, o setor financeiro de Nova York fechou 22 mil postos de trabalho. E mais 10 mil estão previstos
07/11/2011
Frei Betto
Há algo de novo, e não de podre, no reino da Dinamarca! Verdade que provocado pelo cheiro de podridão. Como suportar o odor fétido de uma Câmara dos Deputados que absolve uma deputada flagrada e filmada recebendo bolada de dinheiro escuso?
A 12 de outubro, manifestantes foram às ruas do Brasil, e de 1.242 cidades dos EUA, emitir protestos cívicos. Aqui, 30 mil pessoas, a maioria em Brasília, exigiram o fim do voto secreto no Congresso Nacional; o direito de o Conselho Nacional de Justiça investigar e punir juízes corruptos; a vigência da Ficha Limpa nas eleições de 2012; e o fim da corrupção na administração pública.
A novidade é que, tanto aqui como nos EUA, as mobilizações foram convocadas por redes sociais. Uma ação espontânea, sem partidos e líderes carismáticos, e que, no mínimo, mereceria o apoio da UNE, da CUT e dos partidos ditos progressistas.
Nos EUA, cresce o movimento Ocupem Wall Street. Ali se situa o centro financeiro estadunidense, protegido pela exuberante estátua do touro que bem simboliza a ganância e a prepotência do capital financeiro.
Semana passada, mais de 1.000 manifestantes foram presos nos EUA, desmascarando a propalada liberdade de expressão da democracia capitalista. Liberdade, sim, de especulação feita por aqueles que Roosevelt qualificou de “monarquia econômica”.
A elite usamericana entrou em pânico, embora as manifestações sejam bem mais pacíficas e ordeiras que as do Tea Party (extrema direita) em 2009. O deputado republicano Eric Cantor chamou os manifestantes de “gangues”. Mitt Rommey, pré-candidato republicano em 2012, acusou-os de provocar uma “luta de classes”...
O fato é que o poder público, aqui, e o poder econômico, lá, estão prensados contra a parede. E agora o movimento se expande pelos países da Europa diretamente afetados pela crise financeira e mais interessados em salvar bancos que empregos.
A avareza dos magnatas ianques é tamanha que acusam Obama de “socialista” pelo simples fato dele apoiar a regra Volcker, que proíbe bancos, beneficiados com ajuda governamental, de praticarem especulação.
Bush aprovou (e Obama ainda não revogou) a redução de US$ 5 bilhões no montante de impostos pagos pela minoria que ganha mais de US$ 250 mil por ano (cerca de R$ 420 mil). “Taxem os ricos!”, diziam os protestos do Ocupem Wall Street.
Desde janeiro de 2008, o setor financeiro de Nova York fechou 22 mil postos de trabalho. E mais 10 mil estão previstos. O banco Goldman Sachs despediu 1.000 funcionários e o Bank of America, 30 mil.
São consideradas “muito ricas” nos EUA apenas 31 milhões de pessoas, o que equivale a 1% da população. E todo o sistema de governo mais protege essa minoria do que os outros 99%. No Brasil, os muito ricos são 3 milhões.
O Brasil está sob ameaça da crise financeira. Nossas exportações, em especial soja e minério de ferro, dependem muito da China. Por sua vez, 41,5% das exportações chinesas são consumidas pelos EUA e a União Europeia. Se estes dois blocos reduzirem suas importações, o sinal vermelho acende na China. Ela cresceu 10,3% ano passado e, este ano, não deve ir além de 8,7%, caindo para 8,2% em 2012. O que pode afetar as exportações brasileiras e trazer de volta, junto com o dragão da inflação, o desemprego.
Todas essas manifestações de rua são positivas, porém insuficientes. Não basta protestar. É preciso propor – uma nova ordem econômica, um novo projeto político, um outro mundo possível...
Outro risco implícito às atuais manifestações é confundir apartidarismo com repúdio a partidos. Estes são imprescindíveis para manter ou transformar o atual estado de coisas. E, ano que vem, teremos eleições municipais. Com o Ficha Limpa vigente, saberemos em quem não votar. Mas é preciso ter clareza em quem votar, livre das promessas vãs e da demagogia televisiva.
É hora de iniciar o debate de valores e critérios para a escolha de vereadores e prefeitos. Caso contrário, tudo ficará como dantes no quartel de Abrantes.
Frei Betto é escritor, autor de “Calendário do Poder” (Rocco), entre outros livros
Muito além da polêmica sobre a presença ou não da PM no campus da USP
É uma enorme falácia, dentro ou fora da universidade, dizer que presença de polícia é sinônimo de segurança e vice-versa.
05/11/2011
Raquel Rolnik
www.raquelrolnik.wordpress.com
Ontem participei, a convite do Grêmio da FAU, de um debate sobre a questão da segurança na USP e a crise que se instalou desde a semana passada, quando policiais abordaram estudantes da FFLCH, cujos colegas reagiram. Além de mim, estavam na mesa o professor Alexandre Delijaicov, também da FAU, e um estudante, representando o movimento de ocupação da Reitoria.
Para além da polêmica em torno da ocupação da Reitoria, me parece que estão em jogo nessa questão três aspectos que têm sido muito pouco abordados. O primeiro refere-se à estrutura de gestão dos processos decisórios dentro da USP: quem e em que circunstâncias decide os rumos da universidade? Não apenas com relação à presença da Polícia Militar ou não, mas com relação à existência de uma estação de metrô dentro do campus ou não, ou da própria política de ensino e pesquisa da universidade e sua relação com a sociedade. A gestão da USP e de seus processos decisórios é absolutamente estruturada em torno da hierarquia da carreira acadêmica.
Há muito tempo está claro que esse modelo não tem capacidade de expressar e representar os distintos segmentos que compõem a universidade, nem de lidar com os conflitos, movimentos e experiências sociopolíticas que dela emergem. O fato é que a direção da USP não se contaminou positivamente pelas experiências de gestão democrática, compartilhada e participativa vividas em vários âmbitos e níveis da gestão pública no Brasil. Enfim, a Universidade de São Paulo não se democratizou.
Um segundo aspecto diz respeito ao tema da segurança no campus em si. É uma enorme falácia, dentro ou fora da universidade, dizer que presença de polícia é sinônimo de segurança e vice-versa. O modelo urbanístico do campus, segregado, uni-funcional, com densidade de ocupação baixíssima e com mobilidade baseada no automóvel é o mais inseguro dos modelos urbanísticos, porque tem enormes espaços vazios, sem circulação de pessoas, mal iluminados e abandonados durante várias horas do dia e da noite. Esse modelo, como o de muitos outros campus do Brasil, foi desenhado na época da ditadura militar e até hoje não foi devidamente debatido e superado. É evidente, portanto, que a questão da segurança tem muito a ver com a equação urbanística.
Finalmente, há o debate sobre a presença ou não da PM no campus. Algumas perguntas precisam ser feitas: o campus faz parte ou não da cidade? queremos ou não que o campus faça parte da cidade? Em parte, a resposta dada hoje pela gestão da USP é que a universidade não faz parte da cidade: aqui há poucos serviços para a população, poucas moradias, não pode haver estação de metrô, exige-se carteirinha para entrar à noite e durante o fim de semana. Tudo isso combina com a lógica de que a polícia não deve entrar aqui. Mas a questão é maior: se a entrada da PM no campus significa uma restrição à liberdade de pensamento, de comportamento, de organização e de ação política, nós não deveríamos discutir isso pro conjunto da cidade? Então na USP não pode, mas na cidade toda pode? Que PM é essa?
Essas questões mostram que o que está em jogo é muito mais complexo do que a polêmica sobre a presença ou não da PM no campus.
Raquel Rolnik é arquiteta urbanista, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Campinas e coordenadora da área de urbanismo do Pólis - Instituto de Estudos, Formação e Assessoria em Políticas Sociais
Supermercado ou pelourinho?
Brasil de Fato é premiado por reportagem sobre racismo
'Supermercado ou pelourinho?' venceu na categoria Mídia Alternativa e Comunitária na 1ª edição do prêmio, entregue nesta segunda-feira (7), no Rio de Janeiro
Supermercado ou pelourinho?
Casos de racismo e tortura no Extra, Walmart e Carrefour expõem os resquícios do escravismo e da ditadura civil-militar no Brasil
08/11/2011
Jorge Américo e Eduardo Sales de Lima,
da Redação
“Por que o negro, quando entra no mercado, passa a ser monitorado? Por que, inconscientemente até, o funcionário de segurança dessas lojas passa a ‘copiá-lo’? Porque, na cabeça dele, o negro é o suspeito padrão”. É o que defende o advogado Dojival Vieira, em entrevista à Radioagência NP. Ele acompanha três casos de pessoas que teriam sofrido tortura física e/ou psicológica em decorrência de racismo nas três maiores redes de supermercado do Brasil: Carrefour, Walmart e Extra (pertencente ao grupo Pão de Açúcar).
Dois destes casos aconteceram no início deste ano. Em Osasco (SP), no dia 16 de fevereiro, a dona de casa Clécia Maria da Silva, de 56 anos, foi parar no hospital depois de ter sido acusada de furto por seguranças da rede Walmart. Um segurança revistou sua bolsa. A cliente portava o cupom fiscal que comprovava o pagamento das mercadorias que levava. Segundo a médica que atendeu a dona de casa, ela teve uma crise de hipertensão e ficou próxima de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). O segurança teria dito que “isso acontece mesmo com os pretos”, segundo relato da cliente à Dojival, que acompanha o caso. A ocorrência foi registrada como calúnia no 9º Distrito Policial de Osasco no dia 18 de fevereiro.
Outro caso, tão grave quanto. Um garoto de 11 anos relatou ter sido levado a uma “salinha” nos fundos do hipermercado Extra da Marginal do Tietê, na cidade de São Paulo, e confirmou ter sido agredido por seguranças no dia 10 de janeiro. O garoto teria sido abordado após passar no caixa com biscoitos, salgadinhos e refrigerantes e se encaminhava para a saída da loja.
Estes dois casos não são inéditos. Em 2009, no estacionamento do Carrefour de Osasco, o vigilante Januário Alves de Santana foi apontado como suspeito de roubar seu próprio carro. Na sequência, sofreu torturas por quase 30 minutos, com socos, pontapés e uma tentativa de esganadura que lhe provocou fratura no maxilar, provocando a destruição da sua prótese dentária.
A existência dessas “salinhas de tortura”, evidenciadas no caso do garoto abordado no Extra e do vigia agredido no Carrefour, põe os supermercados em condição análoga às masmorras. Isso de acordo com Hédio Silva Jr., ex-secretário de Justiça do Estado de São Paulo.“São crimes hediondos. São salas de interrogatórios, espécies de masmorras contemporâneas em que as pessoas são isoladas do público e submetidas a toda sorte de constrangimento. Ao acentuar o papel da vigilância, com isso não estou diminuindo ou relativizando a responsabilidade que a empresa que contrata o serviço, que são os supermercados, possui”, elucida.
Pelo menos no caso de 2009 ocorreu uma decisão inédita do Poder Público. No início de fevereiro, a polícia de São Paulo indiciou seis seguranças da rede de supermercados Carrefour pelo crime de tortura motivada por preconceito racial. Mas há muito pela frente. A partir de agora, de acordo com Dojival Vieira, caberá ao MP oferecer a denúncia e à Justiça aceitá-la, instaurar o processo, passar os indiciados a réus e condená-los de acordo com a lei. Segundo Douglas Belchior, integrante do conselho geral da Uneafro-Brasil, o ineditismo desse indiciamento por crime de tortura motivado por preconceito racial ainda expõe a vagarosidade no tratamento de crimes dessa lógica dentro das instâncias de poder.
Punir e vigiar
Juntas, essas três maiores redes varejistas do país lucraram R$ 71,5 bilhões em 2009. Só o Walmart possui 400 lojas no Brasil. Em 2010, as unidades da empresa espalhadas pelo mundo faturaram quase 410 bilhões de dólares. Mesmo com o lucro, parece não haver preocupação em relação a investimentos na capacitação de seus seguranças. “As empresas de segurança transportaram, para as relações de consumo, práticas que não são próprias, não são compatíveis com o Estado democrático de direito. E as empresas que as contratam – os supermercados e shoppings – não tiveram até agora a preocupação de investir na capacitação e no treinamento desses funcionários”, pondera Dojival.
Segundo ele, essas empresas contratadas subverteram o princípio constitucional, base de qualquer Estado democrático de direito. “Qual é a lógica que essas empresas impuseram? Todos são culpados até que se prove a inocência”, explica.
Hélio Silva vai mais a fundo e enlaça a falta de treinamento desses profissionais de segurança que trabalham nessas redes de supermercado com a herança cultural brasileira. “Se eles não têm treinamento, é mais ou menos óbvio que ele vai reproduzir no trabalho dele os conceitos que ele aprendeu socialmente.
Por isso, além de educação escolar, como um todo, a formação desses profissionais tem que ter um conteúdo que o prepare para não reproduzir no seu trabalho os conceitos aprendidos socialmente”, defende. Segundo ele, o Brasil tem um certo atavismo cultural muito vinculado a esse tipo de prática cruel e que muitas instituições têm dificuldades para romper com essa mentalidade. Como ressalta Dojival, esses prováveis casos de racismo ilustram os efeitos perversos de dois tipos de “herança” de quais o país ainda não se livrou: o escravismo e a cultura do “prende e arrebenta” do período ditatorial. “Todos sabemos que boa parte dessas empresas são propriedade de militares que serviram na ditadura e importam para as relações de consumo as práticas desse período, que no caso dos negros, fica agravada pelo fato de ser o suspeito padrão, exatamente pela condição de sub-cidadão que ele ocupa desde o período escravista”, salienta Dojival.
O Brasil de Fato entrou em contato com as assessorias de imprensa das três redes de supermercado, Extra, Walmart e Carrefour, mas não obteve nenhum tipo de posicionamento relacionado aos supostos casos de racismo e tortura, tampouco acerca dos nomes das empresas de segurança que prestam serviço nas lojas. O jornal também tentou contato com Januário Alves de Santana, mas ele firmou um acordo extra-judicial no qual não pode expor qualquer tipo de informação sobre o caso, com fim de que o inquérito não seja prejudicado.
link:http://www.brasildefato.com.br/content/supermercado-ou-pelourinho
Pesadelo na “salinha”
Garoto foi ameaçado de levar chicotadas no hipermercado Extra
08/11/2011
Jorge Américo e Eduardo Sales de Lima,
da Redação
Um garoto negro de 11 anos, que mora num Conjunto Habitacional na zona leste da cidade de São Paulo, prestou depoimento no dia 15, na 10ª DP da Penha, e confirmou agressão e os maus tratos recebidos por parte de seguranças do hipermercado Extra da Marginal do Tietê.
O menino, de acordo com a Agência de Notícias Afropress, relatou que foi levado para um quartinho, obrigado a baixar a bermuda, levantar a blusa e ameaçado de levar chicotadas para provar que não estava furtando mercadorias, conforme comprovou com a apresentação do cupom fiscal emitido pela operadora do caixa, conforme conta advogado Dojival Vieira que o acompanha.
O garoto reconheceu um dos seguranças do hipermercado: Marcos Hoshimizu Ojeda. Segundo o garoto, Marcos foi o primeiro a abordá-lo quando, depois de passar no caixa com as mercadorias (biscoitos, salgadinhos e refrigerantes), se encaminhava para a saída da loja. Porém, o menino teria afirmado que não foi Marcos que o chamou de “negrinho sujo”, “negrinho fedido”, e o ameaçou com três chicotadas, já no quartinho – para onde também foram levados dois outros meninos, ambos negros – de respectivamente 13 e 14 anos, acusados pelos seguranças de furto de mercadorias.
Segundo o menino, as ameaças teriam partido de outros dois seguranças, em especial, de um terceiro, encarregados de fazer a revista. Após avisarem que não estavam brincando, teriam agredido com tapas nos genitais, dois tapas e um soco no peito dos adolescentes. O segurança, que “batia ameaçadoramente com um cano de papelão na mesa”, segundo o garoto, também “ameaçou dar facadas na barriga, com uma faca, cuja descrição disse ser de cabo azul como as de cozinha”. Os quatro seguranças que depuseram até aqui negam as agressões.
De acordo com Douglas Belchior, do conselho geral Uneafro-Brasil, o caso do garoto, se confirmado, demonstra como os agentes de segurança privados se sentem legitimados pelo próprio Poder Público. “Se o próprio Estado, com sua polícia oficial, agride, desrespeita, espanca, tortura e assassina, por que as polícias particulares, como é o caso dos supermercados, não vão fazer o mesmo?
Quer dizer, vão fazer muito pior, porque eles estão endossados. Inclusive, grande parte desses profissionais que fazem esse trabalho são ofi ciais do Estado nos seus dias de folga”, denuncia.
OEA
O caso chegou à Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), por iniciativa da Comissão de Direitos Humanos da OAB de São Paulo. Foi aberta também uma Comissão Processante pela Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, que, baseada na Lei Estadual 14.187, de 19 de julho de 2010, pode punir com advertência, multa e até a cassação da licença de funcionamento do estabelecimento acusado de práticas racistas
terça-feira, 8 de novembro de 2011
A USP, a mídia e a democracia.
Não concordo com a tática de parte dos militantes que realizaram a última ocupação na Reitoria da USP, nem vi tanta polêmica na questão dos jovens portando maconha. O que me incomoda sempre é a força policial no campus universitário.
Historicamente a USP não superou a mancha encardida da ditadura militar que ronda o campus universitário, o prejuízo cientifico e político para democracia foi incalculável com os seus milhares de professores presos ou aposentados compulsoriamente como Florestan Fernandes.
Ou os estudantes torturados, mortos e desaparecidos que até hoje não foram esclarecidos pelo estado democrático e que ficará para responsabilidade das gerações seguintes enquanto não enterrarmos simbolicamente sobre a certeza que a verdade foi estabelecida.
E agora? São várias expressões utilizadas pelos “lobos raivosos” da grande mídia, que reproduzem com gosto a determinação dos seus editores usam de bravatas para chamar os estudantes de “delinqüentes”, “baderneiros”ou “vândalos”. Além da campanha permanente de ridicularização da esquerda – que sempre fazem questão de lembrar.
A questão não é a forma como se manifestaram os estudantes e nem suas divergências políticas debatidas em assembléias, mas a visão da elite sobre a universidade. Alckimin vem de uma geração de burocratas, tecnocratas e fundamentalistas religiosos que vêem a universidade um lugar perigoso.
Para Platão e tantos outros filósofos e construtores das idéias ou ideologias que permeiam o mundo, principalmente o contemporâneo e mesmo o pensamento liberal nasceram do berço da “liberdade das idéias”, e as universidades tornaram-se territórios livres do pensamento.
É este olhar para o lugar, o território e sua função social é que me levam a defender a posição de que a presença do órgão repressor do Estado deve manter-se longe das universidades.
Agora e a segurança? Toda segurança para o Estado é patrimonial, nunca para preservar a vida humana. Furtos, assaltos, etc e etc são manifestações desta sociedade.
Que sociedade? Capitalista, individualista e patrimonialista. Onde a segurança em um território livre deve ser exercida inclusive pela construção comunitária do próprio lugar que é a universidade.
A desculpa da “segurança” tem sido usada para reprimir idéias, pois a violência urbana é fruto desta sociedade, a USP não é um país ou um lugar intocável, porém não é imutável, pelo contrário, com esta função social importante – produzir conhecimento, reflexão e pensamento crítico.
O importante é saber qual é a verdadeira intenção do governo tucano em impor uma nova repressão na USP. É FHC onde está você? Com certeza de pijama e esquecido.
Ah, e lição de democracia como sugeriu o Sr. Alckimin aos estudantes pode ser feito na mesma moeda quando o assunto é "venda de emendas parlamentares" e o medo de ter seu governo investigado.
Democracia, ora a democracia. E o povo quer saber disso. É só barrar a corrupção pública, manter a corrupção privada e particular (dos ricos e das camadas médias da sociedade), e a democracia, pra quê?
(é por isso que eu continuo e cresço nesse mediocridade. se os trabalhadores/as não dormem, ninguém dorme! é o meu lema!!!)
Nota referente a mobilização dos Assistentes Sociais e Psicólogas(os) Servidores da Prefeitura Municipal de Guarulhos pela adequação salarial.
Ter, 08 de Novembro de 2011 09:55 fonte: site do Cress SP |
Assistentes Sociais e Psicólogas(os) da Prefeitura de Guarulhos lutam por valorização salarial
Tal ação ocorre, concomitantemente, com outras junto ao Sindicato em relação a questão da criação dos cargos largos (ou genéricos), proposta no Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS) que fere as atribuições privativas das profissões e precariza o serviço público junto à população, bem como o que refere a jornada de trabalho e suas condições, ou seja, Assistentes Sociais e Psicólogas(os) que atuam diretamente com a população na garantia dos seus direitos sociais, o fazem em condições precárias de infraestrura e expostos a situações de risco. Neste sentido, o Núcleo de Base Guarulhos do CRESS-SP compõe Comissão Negociação e tem apoiado e contribuído nos debates e articulações da categoria O CRESS SP está solidário a luta dos trabalhadores do serviço público da cidade de Guarulhos e reafirma a defesa das 30 horas conquistadas pelos assistentes sociais e apoiando para as demais categorias. Valorizar os servidores públicos é garantir direitos para toda classe trabalhadora. |