quarta-feira, 24 de abril de 2013

24 de Abril, dia do jovem trabalhador (a)



24 de Abril, dia do jovem trabalhador (a)

Por Wagner Hosokawa
Secretário Municipal da Coordenadoria da Juventude da Prefeitura de Guarulhos (SP) e mestre em Serviço Social pela PUC/SP



Com a intenção de “comemorar” a participação da juventude no mercado de trabalho esta data pode agora ser lembrada a partir não apenas dos dados sobre a empregabilidade dos (as) jovens, mas inclusive pela sua dimensão sócia histórica da conquista de direitos.

A última década tem como marca um novo paradigma para juventude com relação ao mundo do trabalho, as medidas do governo federal em estimular a maior ascensão da juventude ao ensino superior sejam pela ampliação de vagas nas universidades federais, pelas cotas raciais e sociais ou pelo Prouni tem permitido ao jovem filho ou filha de trabalhadores (as) a possibilidade de sonhar mais alto.

Nunca o ingresso no mercado de trabalho foi tão significativo para juventude como agora. Dados do Ministério do Trabalho apontam que dos 30,32 milhões de brasileiros com idade entre 16 e 24 anos, 20,23 milhões são economicamente ativos. Além disso, 24,45% dos jovens brasileiros trabalham e estudam.

No entanto, 18,9% dos jovens estão desempregados. E as jovens mulheres ainda enfrentam barreiras patriarcais e machistas, pois são impedidas de trabalhar devido o cuidado com a família ou filhos (as), questão ainda em aberto para as políticas públicas.

Mas a grande vitória a ser comemorada é a aprovação do Estatuto da Juventude no senado federal e que vai para sanção da presidenta Dilma. Entre as vitórias legais estão os itens que tratam dos direitos da juventude e o mercado de trabalho, respeitando condições como a de aprendizes, dos estágios que devem cumprir seu papel formador e das garantias trabalhistas, ou seja, no texto aprovado todo capitulo X é dedicado ao Direito à Profissionalização, ao Trabalho e à Renda.

Participação inclusive é matéria principio do Estatuto da Juventude, reafirmando que estes direitos só sairão do papel pelo protagonismo da própria juventude.

Guarulhos é uma cidade onde a identidade da juventude trabalhadora está fortemente ligada ao setor da metalurgia e química, somando-se a outros segmentos industriais e afins existem segundo dados nacionais mais de 46 mil jovens empregados que vive em um processo de inserção social desafiador.

De um lado essa identidade operária que exige na atualidade muita profissionalização e conhecimento das novas tecnologias e ao mesmo tempo vivenciando a cidade com seus problemas urbanos de moradia, direitos sociais como educação, saúde, etc.. E do outro a necessária participação sindical para que direitos trabalhistas sejam respeitados, este segundo item tem atraído muitas questões dos sindicatos de trabalhadores que sentem um afastamento desta juventude no meio sindical, são reflexões a serem feitas.

Ainda temos a imensa massa de jovens adolescentes que tem ainda como primeiro emprego o comércio que apesar de captar esses jovens ainda precisam buscar meios de construir a possiblidade da carreira sendo este um espaço de empregabilidade muito rotativo para juventude.

Termino afirmando que relação da juventude e o mercado do trabalho é um desafio de Estado, olhando para janela do mundo os sinais da crise europeia apontam que a juventude é a maior penalizada frente à crise do capital, nós no Brasil podemos dar outra resposta: a valorização dessa juventude!