O texto abaixo é um trecho dos fatos que ocorreram em 1919 na Alemanha, onde a social democracia ao ocupar os principais cargos de poder e isolar dirigentes socialistas revolucionários e comunistas não souberam fazer a leitura sobre as manifestações que aconteciam em Berlim.
As medidas do governo social democrático e os desdobramentos que terminam com o assassinato de Rosa e Liebknecht.
Não reproduzo os fatos para alarmar e nem achar que história se repete.
Mas assistindo os últimos acontecimentos e observando a falta de análise sobre os fatos, a não consideração das articulações e participação da juventude do PT em conjunto com o MPL e os rumos do governo Dilma, são lições que devem ser levadas em consideração por nós militantes de esquerda e que lutamos no PT pelas nossas causas.
boa leitura.
Hoje na História: Fracassa a Rebelião Espartaquista na Alemanha
fonte: extraído do http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/2440/conteudo+opera.shtml
Em 5 de janeiro de 1919, uma grande manifestação de trabalhadores em Berlim toma de assalto prédios públicos e redações de jornais, percorrendo as ruas da cidade. Embora tenha começado espontaneamente, o levante recebe logo o apoio dos comunistas alemães, que ansiavam por uma revolução nos moldes bolcheviques, ficando para a História como a Revolta Espartaquista.
A Liga Espartaquista - alusão a Espártaco, líder da maior rebelião de escravos da Roma Antiga - era uma facção dissidente da social-democracia alemã que havia sido fundada em 1915 por Rosa Luxemburgo, Karl Liebknecht, Clara Zetkin e outros. O grupo já havia desempenhado um papel importante na revolução alemã de 1918. Menos de um mês antes da revolta, transformara-se oficialmente no Partido Comunista Alemão.
Os acontecimentos se precipitaram a partir de dezembro de 1918, menos de um mês depois da derrubada da monarquia. Uma contra-ofensiva do governo, presidido pela social-democracia de Friedrich Ebert e Phillip Scheidemann, exonera o chefe de polícia da capital, Emil Eichhorn, membro do Partido Social-Democrata Independente (USPD). Ebert e Scheidemann consideravam intoleráveis as permanentes manifestações de massa não-controladas em Berlim. Acusado de incapacidade para manter a ordem pública e de permitir que a polícia se transformasse em uma instituição “quase revolucionária”, Eichhorn se transformara em uma pedra no sapato para o governo.
Mas o chefe de polícia desafia a demissão, recusando-se a obedecer as ordens do ministro do Interior, afirmando que sua autoridade só podia ser questionada pelo conselho de operários e soldados de Berlim. A direção do USPD na cidade o apoia e resolve resistir, convocando as massas às ruas para uma manifestação. Já os espartaquistas apoiam a ação nas ruas, mas defendendo a greve geral – e, mais importante, que as tropas do exército deveriam ser desarmadas e os trabalhadores, armados.
Rosa, principal teórica do comunismo alemão e do socialismo democrático, apoia a revolta, mas ressalva que a greve deveria servir apenas para medir forças e aguardar a reação do governo, além de avaliar a repercussão junto aos trabalhadores de outras regiões do país. A manifestação de 5 de janeiro tem um sucesso surpreendente e a direção do Partido Comunista recebe informes que garantiam que uma parte dos soldados aquartelados em Berlim estava do lado dos insurretos (mais tarde, viria à tona que isso não era verdade).
Reuniões conjuntas da USPD, dos comunistas e dos delegados revolucionários constituem um organismo com 33 membros e um secretariado de três dirigentes: Liebknecht, Lebedour e Scholze. As atribuições desse organismo permanecem até hoje obscuras: dirigir o movimento como um protesto ou tentar derrubar o governo?
A questão era pertinente porque a esquerda socialista alemã tinha sido formada em uma cultura de que revoluções “não se fazem”, mas são feitas pelas massas; governos caem, não são derrubados; o palácio se rende, não é tomado. A ordem político-social desaba, finalmente, pela força da ação das massas, e o governo, pela perda de legitimidade, desmorona.
A característica abertamente comunista dos acontecimentos faz o governo social-democrata de Friedrich Ebert e Sheidemann (levado ao poder com a derrubada da monarquia e a implantação da República de Weimar) reagir truculentamente. A milícia protofascista dos Freikorps (originalmente formada pelo empresariado alemão para defender a monarquia) é enviada para esmagar a revolta. Sob o comando de Gustav Noske, também social-democrata, os milicianos prendem os líderes da revolta.
A 15 de janeiro de 1919, Rosa Luxemburgo, Karl Liebknecht e Wilhelm Pieck são presos e levados para interrogatório no Hotel Adlon em Berlim. No mesmo dia, os paramilitares – que mais tarde iriam apoiar os nazistas – levam-nos do hotel. Nessa altura, Pieck consegue fugir; Rosa e Liebknecht levam coronhadas na cabeça e são colocados dentro de um carro. Durante o percurso, os dois são baleados na cabeça e o corpo de Rosa é depois atirado no curso d'água conhecido como Canal do Exército.
Somente em 1999, uma investigação do governo alemão concluiu que as tropas de assalto haviam recebido ordens e dinheiro dos governantes social-democratas para matar os líderes espartaquistas.
Com o assassinato de Rosa e Liebknecht, a Alemanha dos Hohenzollern celebra o seu último triunfo e a Alemanha nazista, o primeiro.
Bertold Brecht escreveu o epitáfio de Rosa Luxemburgo:
Aqui jaz
Rosa Luxemburgo,
judia da Polônia,
vanguarda dos operários alemães,
morta por ordem dos opressores.
Oprimidos,
enterrai vossas desavenças!
A Liga Espartaquista - alusão a Espártaco, líder da maior rebelião de escravos da Roma Antiga - era uma facção dissidente da social-democracia alemã que havia sido fundada em 1915 por Rosa Luxemburgo, Karl Liebknecht, Clara Zetkin e outros. O grupo já havia desempenhado um papel importante na revolução alemã de 1918. Menos de um mês antes da revolta, transformara-se oficialmente no Partido Comunista Alemão.
Os acontecimentos se precipitaram a partir de dezembro de 1918, menos de um mês depois da derrubada da monarquia. Uma contra-ofensiva do governo, presidido pela social-democracia de Friedrich Ebert e Phillip Scheidemann, exonera o chefe de polícia da capital, Emil Eichhorn, membro do Partido Social-Democrata Independente (USPD). Ebert e Scheidemann consideravam intoleráveis as permanentes manifestações de massa não-controladas em Berlim. Acusado de incapacidade para manter a ordem pública e de permitir que a polícia se transformasse em uma instituição “quase revolucionária”, Eichhorn se transformara em uma pedra no sapato para o governo.
Mas o chefe de polícia desafia a demissão, recusando-se a obedecer as ordens do ministro do Interior, afirmando que sua autoridade só podia ser questionada pelo conselho de operários e soldados de Berlim. A direção do USPD na cidade o apoia e resolve resistir, convocando as massas às ruas para uma manifestação. Já os espartaquistas apoiam a ação nas ruas, mas defendendo a greve geral – e, mais importante, que as tropas do exército deveriam ser desarmadas e os trabalhadores, armados.
Rosa, principal teórica do comunismo alemão e do socialismo democrático, apoia a revolta, mas ressalva que a greve deveria servir apenas para medir forças e aguardar a reação do governo, além de avaliar a repercussão junto aos trabalhadores de outras regiões do país. A manifestação de 5 de janeiro tem um sucesso surpreendente e a direção do Partido Comunista recebe informes que garantiam que uma parte dos soldados aquartelados em Berlim estava do lado dos insurretos (mais tarde, viria à tona que isso não era verdade).
Reuniões conjuntas da USPD, dos comunistas e dos delegados revolucionários constituem um organismo com 33 membros e um secretariado de três dirigentes: Liebknecht, Lebedour e Scholze. As atribuições desse organismo permanecem até hoje obscuras: dirigir o movimento como um protesto ou tentar derrubar o governo?
A questão era pertinente porque a esquerda socialista alemã tinha sido formada em uma cultura de que revoluções “não se fazem”, mas são feitas pelas massas; governos caem, não são derrubados; o palácio se rende, não é tomado. A ordem político-social desaba, finalmente, pela força da ação das massas, e o governo, pela perda de legitimidade, desmorona.
A característica abertamente comunista dos acontecimentos faz o governo social-democrata de Friedrich Ebert e Sheidemann (levado ao poder com a derrubada da monarquia e a implantação da República de Weimar) reagir truculentamente. A milícia protofascista dos Freikorps (originalmente formada pelo empresariado alemão para defender a monarquia) é enviada para esmagar a revolta. Sob o comando de Gustav Noske, também social-democrata, os milicianos prendem os líderes da revolta.
A 15 de janeiro de 1919, Rosa Luxemburgo, Karl Liebknecht e Wilhelm Pieck são presos e levados para interrogatório no Hotel Adlon em Berlim. No mesmo dia, os paramilitares – que mais tarde iriam apoiar os nazistas – levam-nos do hotel. Nessa altura, Pieck consegue fugir; Rosa e Liebknecht levam coronhadas na cabeça e são colocados dentro de um carro. Durante o percurso, os dois são baleados na cabeça e o corpo de Rosa é depois atirado no curso d'água conhecido como Canal do Exército.
Somente em 1999, uma investigação do governo alemão concluiu que as tropas de assalto haviam recebido ordens e dinheiro dos governantes social-democratas para matar os líderes espartaquistas.
Com o assassinato de Rosa e Liebknecht, a Alemanha dos Hohenzollern celebra o seu último triunfo e a Alemanha nazista, o primeiro.
Bertold Brecht escreveu o epitáfio de Rosa Luxemburgo:
Aqui jaz
Rosa Luxemburgo,
judia da Polônia,
vanguarda dos operários alemães,
morta por ordem dos opressores.
Oprimidos,
enterrai vossas desavenças!