segunda-feira, 17 de junho de 2013

Vinte centavos de injustiça! Porque José Eduardo Cardoso está errado.



Pessoas mudam, idéias mudam. Claro em política as opiniões mudam mais rápido do que as ações, num contexto onde o Estado é cada vez mais abduzido pela força do capital e quebrando as regras da idéia do Estado republicano, consensual e coercitivo. Nesse momento apenas coercitivo.

Governos precisam se colaborar, claro. Mas não convergir em conjunturas totalmente opostas como no caso das lutas que percorrem o Brasil pela redução das passagens, tarifa zero e passe livre nos transportes públicos.

O MPL (Movimento Passe Livre) é um movimento antigo, não é novo no cenário. Tem essa característica autonomista, independente de governos e partidos e tem unidade programática (luta pelo direito ao transaporte), mas autonomia organizativa (nenhuma coordenação do MPL nos estado tem uma figura ou grupo central), dando possibilidade de ser um espaço de luta que é abraçado por vários movimentos e segmentos da sociedade.

Se é bom ou não esse modelo prefiro não debater isso aqui. Sou militante socialista e entendo que o partido (marxista-leninista) tem papel organizador da sociedade para política com "P" maiúsculo como diria um intelectual atual, Chico Oliveira já versou sobre o que seria política com "P" maiúsculo em suas análises.

Mas o que me incomoda como militante e inclusive do PT, da esquerda popular e socialista do PT é certas mudanças de humor, de posições e de caráter.

E falo da postura do ministro da (in) justiça José Eduardo Cardoso no episódio dos atos em São Paulo. Oferecer "ajuda" ao governador Geraldo Alckmin do PSDB não é gesto republicano, é oportunismo!

Gesto republicano é forçar o governo a dialogar, coisa que o PSDB nunca fez em São Paulo e a história prova isso. Lembrem das greves dos professores de 1999 e 2000, só porrada, da mesma (desvalorizada) PM do estado. Greve dos polícias civis, porrada, lá a mesma PM, onde Alckmin a ulitiza como "cão de guarda" dos interesses do palácio dos Bandeirantes...e assim vai.

Oportunista porque navega na máre. Nos seus movimentos internos questionando o campo majoritário e na primeira oportunidade vai pro colo do governo. Pode ir pro governo, mas abandonar o próprio coletivo político é serviçal demais!

"Violentos atos de vandalismo". Antes de sermos governo quantas vezes não fomos acusados por esta mesma imprensa golpista e mercantil de vandalos?

Nós,  o PT, quantas vezes não tivemos que correr dos portões da Bovespa sem ter feito absolutamente NADA! Imagine hoje então, ver o ministro da (in) justiça do meu partido, do meu governo querer prestar "solidariedade" em algo inaceitável.

Se fossem "vândalos" haveria solidariedade internacional, o Conselho Nacional de Juventude iria enviar documento a órgãos internacionais? E mais, não há luta sem mobilização, a regra não mudou, com certeza é nós (PT) é que estamos mudando rápido demais, ou alguns "companheiros" que estão mudando depressa em nome de oportunismos com máscara republicana.

O que nos enfraquece não é governar. Exemplo disso é no debate da redução da idade penal onde nossos governos tem investimentos sociais para provar por A + B que investimento social no adolescente e no jovem garante presente e futuro, sem repressão.

Inclusive repressão nunca construiu sociedade nenhuma. Só gerou primaveras árabes, occupys e atos pelo mundo. Espero que nós petistas não estejamos tão mudados a ponto de sermos varridos sem perceber.