Porque o PT vai as
urnas neste domingo?
10 de novembro de 2013.
Um domingo comum na vida dos brasileiros (as), tendência de sol e
caminhando para o fim do ano.
Mas milhares de homens
e mulheres irão novamente escrever mais uma página da história da
política do nosso país. São filiados (as) que irão votar para
escolha das novas direções do Partido dos Trabalhadores com uma
mudança na forma de composição que poderá representar uma
profunda mudança de paradigma nas novas relações culturais que
queremos construir para o Brasil.
A paridade nas direções
entre homens e mulheres, as cotas para jovens até 29 anos e etnicas
(negros e indigenas) expressa a vontade de um partido que em seu
último congresso nãoquer esperar apenas os resultados da elevação
da renda economica dos brasileiros (as) como único fator de melhora
do país.
Transformações
culturais nas relações entre homens e mulheres, negros e indigenas
devem ser provocadas inclusive pela responsabilidade de ter nas suas
direções a inclusão destes segmentos de genero, raça e etnia como
forma de forçar o debate, a reflexão, as contribuições sobre o
enfrentamento do racismo, do machismo, do sexismo, da homofobia e
demais expressões não humanas e que se perpetuam como formas de
dominação desta sociedade capitalista.
O socialismo não
resolverá por si só as questões que envolvem direitos humanos,
pois a economia e a política devem caminham juntas também numa
outra perspectiva societária que tem no seu principio fundamental a
emancipação humana.
Para o PT este é um
dos seus principais desafios. O outro é superar a ideia dominante do
pragmatismo e do governismo que contamina cada vez mais as disputas
internas, força a aceitação de práticas cada vez mais
condenavéis, principalmente com relação ao financiamento do
partido e das campanhas eleitorais.
As alianças tornam-se
um problema não só pelas figuras públicas com que nos aliamos,
sendo que algumas representam setores da classe domintante da pior
espécie do coronelismo, do clientelismo local e de interesses como
banqueiros, emepresários, etc., mas pelo fato de que em nome das alianças não construímos nunca maioria suficiente para
aprovar os projetos de lei de interesse coletivo e da classe
trabalhadora. Até que ponto as alianças são convenientes para a força majoritária em detrimento do crescimento político do PT e dos seus aliados no campo da esquerda?
Mesmo sendo necessário
para renovar as direções, o Processo de Eleições Diretas (PED) no
PT não tem empolgado a militância. Um clima de apatia e a pouca
participação tem sido marcantes para que parte de tudo que ai está
fique como é nas direções, ou seja, sem muitas mudanças. Lõgico
que surpresas sempre existem.
Há quem diga que houve
o esgotamento deste modelo que tem sido alvo de polêmicas nas
últimas eleições internas. Criada na gestão que tinha o
companheiro José Dirceu na presidencia do partido o instrumento era
uma forma de “democratizar” a escolha dos dirigentes, ao mesmo
tempo que era um meio de barrar a militância das tendências e
correntes do pensamento a esquerda do PT que possuem uma participação
mais ativa na vida partidária, pois a escolha das novas direções
eram por etapas e a participação nos encontros eram necessários.
Ou seja, não era apenas o voto direito, mas um período intenso de
debates.
1998 foi marcada por
uma intervenção durante a presidencia de Dirceu que impediu que a
militancia carioca pudesse disputar o governo do estado com candidato
próprio, onde pela primeira vez a maioria da direção se sobrepôs
a maioria dos filiados (as) fluminenses. Um trauma que se abriu em
nome das alianças. Lembrando que o aliado a época da força
majoritária era Garotinho.
2005 parte da esquerda
vê uma porta se abrindo. Muitas das denúncias do “mensalão”
eram inclusive parte da chave que permitia as maiorias absolutas da
força majoritária nas direções do partido. Contudo o vendaval se
abateu mais sobre a militância a esquerda do partido. As baixas
sobre a militância socialista foram de rachas que originaram o Psol
até saídas mais a moderação política e a direita na espectro
político.
2013 para as forças
políticas da esquerda socialista e popular do PT representa a
sobrevivência na vida dirigente do partido e a possibilidade de
construir uma nova alternativa calçada em principios, coerência de
ideias e posições ideologicas com maior firmeza. Projetos coletivos
devem entrar na próxima pauta do PT e isso tem sido sentido
inclusive na velha guarda da força majoritária.
E por isso o PT irá as
urnas neste domingo, para renovar suas direções e permitir que na
pluralidade de militantes, suas posições e ideias possam ser no
minímo uma luz no fim do túnel para que não seja apenas a
preparação da próxima disputa.