sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Porque o PT vai as urnas neste domingo?




Porque o PT vai as urnas neste domingo?

10 de novembro de 2013. Um domingo comum na vida dos brasileiros (as), tendência de sol e caminhando para o fim do ano.

Mas milhares de homens e mulheres irão novamente escrever mais uma página da história da política do nosso país. São filiados (as) que irão votar para escolha das novas direções do Partido dos Trabalhadores com uma mudança na forma de composição que poderá representar uma profunda mudança de paradigma nas novas relações culturais que queremos construir para o Brasil.

A paridade nas direções entre homens e mulheres, as cotas para jovens até 29 anos e etnicas (negros e indigenas) expressa a vontade de um partido que em seu último congresso nãoquer esperar apenas os resultados da elevação da renda economica dos brasileiros (as) como único fator de melhora do país.

Transformações culturais nas relações entre homens e mulheres, negros e indigenas devem ser provocadas inclusive pela responsabilidade de ter nas suas direções a inclusão destes segmentos de genero, raça e etnia como forma de forçar o debate, a reflexão, as contribuições sobre o enfrentamento do racismo, do machismo, do sexismo, da homofobia e demais expressões não humanas e que se perpetuam como formas de dominação desta sociedade capitalista.

O socialismo não resolverá por si só as questões que envolvem direitos humanos, pois a economia e a política devem caminham juntas também numa outra perspectiva societária que tem no seu principio fundamental a emancipação humana.

Para o PT este é um dos seus principais desafios. O outro é superar a ideia dominante do pragmatismo e do governismo que contamina cada vez mais as disputas internas, força a aceitação de práticas cada vez mais condenavéis, principalmente com relação ao financiamento do partido e das campanhas eleitorais.

As alianças tornam-se um problema não só pelas figuras públicas com que nos aliamos, sendo que algumas representam setores da classe domintante da pior espécie do coronelismo, do clientelismo local e de interesses como banqueiros, emepresários, etc., mas pelo fato de que em nome das alianças não construímos nunca maioria suficiente para aprovar os projetos de lei de interesse coletivo e da classe trabalhadora. Até que ponto as alianças são convenientes para a força majoritária em detrimento do crescimento político do PT e dos seus aliados no campo da esquerda? 

Mesmo sendo necessário para renovar as direções, o Processo de Eleições Diretas (PED) no PT não tem empolgado a militância. Um clima de apatia e a pouca participação tem sido marcantes para que parte de tudo que ai está fique como é nas direções, ou seja, sem muitas mudanças. Lõgico que surpresas sempre existem.

Há quem diga que houve o esgotamento deste modelo que tem sido alvo de polêmicas nas últimas eleições internas. Criada na gestão que tinha o companheiro José Dirceu na presidencia do partido o instrumento era uma forma de “democratizar” a escolha dos dirigentes, ao mesmo tempo que era um meio de barrar a militância das tendências e correntes do pensamento a esquerda do PT que possuem uma participação mais ativa na vida partidária, pois a escolha das novas direções eram por etapas e a participação nos encontros eram necessários. Ou seja, não era apenas o voto direito, mas um período intenso de debates.

1998 foi marcada por uma intervenção durante a presidencia de Dirceu que impediu que a militancia carioca pudesse disputar o governo do estado com candidato próprio, onde pela primeira vez a maioria da direção se sobrepôs a maioria dos filiados (as) fluminenses. Um trauma que se abriu em nome das alianças. Lembrando que o aliado a época da força majoritária era Garotinho.

2005 parte da esquerda vê uma porta se abrindo. Muitas das denúncias do “mensalão” eram inclusive parte da chave que permitia as maiorias absolutas da força majoritária nas direções do partido. Contudo o vendaval se abateu mais sobre a militância a esquerda do partido. As baixas sobre a militância socialista foram de rachas que originaram o Psol até saídas mais a moderação política e a direita na espectro político.

2013 para as forças políticas da esquerda socialista e popular do PT representa a sobrevivência na vida dirigente do partido e a possibilidade de construir uma nova alternativa calçada em principios, coerência de ideias e posições ideologicas com maior firmeza. Projetos coletivos devem entrar na próxima pauta do PT e isso tem sido sentido inclusive na velha guarda da força majoritária.

E por isso o PT irá as urnas neste domingo, para renovar suas direções e permitir que na pluralidade de militantes, suas posições e ideias possam ser no minímo uma luz no fim do túnel para que não seja apenas a preparação da próxima disputa.