segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Medíocre na média é conduzir uma luta de classes sem povo e sem reflexão! Esperanças em tons de vermelho são papéis de parede numa casa de deformações!

O PED 2013 é para o petismo um momento de reflexão e movimento. Reflexão não apenas pelos debates oficiais agendados pela direção do partido, mas pela intensidade como se vê nas articulações, nas relações entre militantes, nas formas como se apoiam determinados grupos ou pessoas filiadas.

De movimento porque obriga até o mais acomodado dos burocratas a se apoiar em alguma atividade ou evento partidário, ou movimentar a "marcha dos dedos" dos pseudo intelectuais dos gabinetes, principalmente das forças que se reivindicam "a esquerda do pt", que sustentados pela máquina partidária não teriam outro momento de ver suas brilhantes teses publicadas senão neste momento.

Há quem diga que o debate no PT acabou. Ledo engano, o debate (o verdadeiro) esta apenas começando. Quais seriam os elementos a serem discutidos na intensidade merecida? O socialismo? Os rumos do governo do PT? A ausência de política na política partidária? Todos e muitos mais seriam fundamentais, mas para mim agora (ou até o momento), é o desvelamento de quem somos e o que queremos fazendo parte deste instrumento político chamado de Partido dos Trabalhadores.

Como militante pré "Lula lá", digo isso porque minha filiação e militância ao PT se dá antes das nossas vitórias eleitorais em Guarulhos (2000) e Lula (2002), então podemos dizer que vivi intensamente uma forma de luta política que tinha suas dificuldades, suas tarefas, seus desafios e sem a crise dos "holerites" que estamos vivendo atualmente. De maiorias frágeis, muito frágeis.

Sou de uma cidade em que uma corrente mensageira possuía o comando do governo e do partido num ano, e no outro após a derrota nas prévias e vitória nas urnas de um grupo que logo logo retomou suas origens majoritárias provaram para mim que (pelo menos no PT), basta você ser eleito (a) ao executivo e num passe de mágica (e um bom diário oficial), faz-se a nova maioria.

Mas o centro da minha critica não está nos "majoritários", pelo contrário, eles por divergência de projetos e convergência tática de construção de governo eu sempre me manterei na crítica construtiva, dialética e  coerente com a trajetória histórico política que construí até agora.

Eu sou militante da EPS, da Esquerda Popular Socialista, tendência que conseguiu no último período ser a convergência de uma esquerda petista e brasileira que reúne simplicidade e teoria, reflexão e ação, pragmatismo e coerência, posição sem imposição.

E é sobre esta última que preciso escrever, de forma fraterna, mas dura.

Analistas de teses tem escrito sobre as posições das forças políticas que colocaram-se a disputar os rumos do PT neste período. Pois bem, opinião é só opinião - se fosse para construir buscava o dialogo - contudo respeito intelectual aos processos são no mínimo necessários, e claro humildade (também) intelectual. Pois sem isso a tal da dialética fica sem sentido.

Primeiro, o que é na média um medíocre? É segundo o dicionário "estar na média", de "pouco valor", bem então vamos lá, se nossa tese (da EPS) está "na média" isso inclui então as teses do nosso próprio campo de esquerda, que "na média" batem e assopram sobre as velas da comemoração dos "dez anos que mudaram o Brasil"

Segundo, na média o "pouco valor" (medíocre) atribuído só expressa a arrogância intelectual de quem se considera no mínimo "melhor", ou de "melhor elaboração critica do momento vivido" e isso é uma tese que no mínimo é um "sopro de esperança" num tom de "vermelho". Partindo de qual premissa? Ah, a de que "o nosso governo" precisa avançar nos compromissos assumidos pelo "nosso partido". Conivência ou conveniência andam quase próximos, onde é bom votar a parte, registrar posição e guardar para o ego e depois manter-se no status quo da direção, com seus benefícios pagos pela militância que realmente está vivenciando as contradições do projeto institucional do PT e buscando no mínimo muda-lo ou transforma-lo.

Terceiro, se na média (nós da EPS) somos medíocres, na máxima temos tendências ou teses de "falastrões", divagam sem se apropriar necessariamente da compreensão do que seria melhor para o fortalecimento das idéias ou ideais da esquerda brasileira.

Houve um tempo no PT em que nós da esquerda do PT, donos da verdade e certos de nós mesmos, denunciamos essa mesma política de alianças que levaria parte da direção do lulismo ao banco dos réus num julgamento evidentemente político contra o PT e não a favor de uma postura republicana sobre a coisa pública.

2005 era a redenção. Alguns achavam que era a hora de ir pra cima, hoje nós (a esquerda do PT) lutamos para não sermos varridos das direções - não por uma maioria oportunista - mas, por uma base cada vez mais pragmática, apolítica e deslumbrada com os "dez anos que mudaram o Brasil".

Sobreviver virou palavra de ordem na esquerda do PT. E o pior podemos ser derrotados por nós mesmos.

Na média somos todos medíocres - na esquerda do PT -
, mas alguns medíocres estão buscando uma reflexão e um acumulo de forças que outros só conseguem estagnar-se na sua própria mediocridade falastrona.

Bela contribuição ao socialismo e aos socialistas do PT.