sábado, 21 de fevereiro de 2015

O povo não gosta de quem vacila! Uma CNB e duas ou mais posições, para onde vamos PT?



Para os que não vivem e nem buscam conhecer o PT com certeza não tem muita moral para julgar ou falar do que não conhece. Vejo os posts nas redes sociais e charges ofensivas como se todos e todas, inclusive eu, fizessem parte de uma "quadrilha criminosa". Desculpe a estes que reproduzem como "papagaios" a posições políticas, vocês ale´m de estarem enganados e são no mínimo (meio) imbecis.

Aos que querem debater seriamente a política e os rumos do país, vamos lá!

No PT as tendências são correntes de pensamento, por isso há eleições internas no PT com defesa de teses e votação de propostas e claro cada uma tem sua identidade política. A CNB (Construindo um Novo Brasil) é uma corrente na qual estão o ex presidente Lula e José Dirceu, é a maior força política interna e é fiel portadora da indicação de Dilma que hoje é nossa presidenta da República.

O que me chama atenção é que vivemos num momento da conjuntura política que exige posição. Sim, quando setores conservadores e ligados a velhas elites pedem o "impedimento" da presidenta sem motivação real ou denuncia oficial há um clima de "armação" e golpe.

Nesse processo em curso onde o poder real exercido pela classe dominante hegemônica, as elites e seus representantes, usam o que podem e o que não deveriam: mídia, uso da força e outros para "pressionar" o golpe em curso.

Os setores mais conservadores não estão 100% unidos. E é o que salva a democracia. Os "cães" mais raivosos que se abrigam nos grupos militares, pequenos burgueses histéricos e parte ínfima de uma classe média assalariada medíocre querem sangue, força bruta e ditadura.

E o PT? Bem, como militante petista e vinculado a movimentos sociais e um governo petista esperava uma decisão, orientação e lógico resistência na defesa da democracia.

Olhe o que acontece inclusive no meio da CNB, as declarações de Cantalice (vice presidente) e Rochinha (da Comissão de Ética) expressam o desacordo de rumos, eles negam a divergência eu discordo.

Em 18/02/2015 - 10h38 (Por Agência PT), Cantalice diz em nota,

"PT não se mobilizará contra atos antigoverno (...) “Não convocamos nem vamos convocar nada neste sentido. Nosso governo segue firme no propósito de ampliar as conquistas obtidas pela população desde que o PT assumiu a Presidência”, afirma Cantalice. (...) Alguns mais afoitos pregam a quebra da legalidade em clara inspiração golpista e estimulam convocações de rua no intuito de nos emparedar. De outro lado, não podemos em hipótese alguma entrar no jogo dos adversários. Por isso, NÃO estamos convocando nenhuma manifestação para nos contrapormos aos tais atos convocados para o dia 15 de março."

Do outro lado, Rochinha em 19 de fevereiro de 2015 (LD), afirma:

"Queremos um PT e um governo de esquerda. Este será um ano de uma pauta política e social bastante agitada e complexa (...) A reeleição da presidenta Dilma se deve à participação da mobilização efetiva dos jovens ou não jovens de vários setores, mas de esquerda e progressistas que mesmo não fazendo parte do PT foram para as ruas defender um projeto de inclusão social que já estava em andamento com sucesso, reconhecidamente a nível internacional nos últimos 12 anos. Doa a quem doer, o PT precisa assegurar para esta camada da população que seus esforços não foram em vão.(...)"

E a "unidade" entre os dois está nas afirmações a seguir:

"Partido se mantém firme na defesa e na ampliação das conquistas obtidas pela população nos últimos anos" (Cantalice)

"É preciso mostrar para o povo, que não haverá desvio, e que o partido e o governo se manterão nos trilhos a qualquer custo, comprometidos com os direitos sociais e orientados pela ideologia de esquerda." (Rochinha)

Pois bem, se não há nem no núcleo dirigente majoritário do partido uma orientação coerente, me respondam o que é para mim, militante político petista, a "defesa das conquistas de nosso governo"?

Um partido político de esquerda tem o dever de produzir respostas e posições, mas tem acima de tudo a obrigação de dizer ao povo e a sua militância quais devam ser as lutas que devemos fazer para defender um governo que elevou a renda de uma parte dos brasileiros (as) esquecidas pelos governos anteriores do PSDB.

Não fico a esperar. Temos a luta pelo Plebiscito Constituinte por um sistema político participativo e soberano e a defesa de reformas necessárias para o país.

1964, a esquerda brasileira foi pega de surpresa. As poucas resistências foram impedidas. Nas palavras de Brizola (com razão), "naquele dia eles (os militares pró ditadura) entraram e foram entrando sem nenhuma resistência, se pudêssemos ter enfrentado eles a história poderia ter sido outra".

Não esperarei passivo um direção sem direção!

Ditadura e golpe na democracia brasileira nunca mais!

PS.: Eu poderia ter chamado este artigo de "Meu partido cagou de medo!", mas preferi o "vacilou" mesmo.

link dos artigos:
http://www.pt.org.br/pt-nao-se-mobilizara-contra-atos-antigoverno/
http://www.linhadireta.org.br/noticia/p/?acao=vernoticia&id=44565