Blog do Wagner Hosokawa. Para quem curte novas idéias para política, a sociedade e a vida!
sábado, 24 de abril de 2021
A nova farsa da velha direita: PL 5595/20 não é pela educação, mas pelo privilégio!
quarta-feira, 7 de abril de 2021
Cuidados para não se tornar um autoritário!
Cuidados para não se tornar um autoritário!
Bolsonaro não é uma fase, é um projeto. Projeto que foi
sempre funcional às classes dominantes desde a colonização até a República. A
diferença é que os cães de guarda (ou de reserva) subiram a rampa do Planalto.
O fascismo brasileiro não é diferente de outros movimentos
ao redor do mundo. Sua existência se deu de uma ramificação da lógica
capitalista, por isso, mesmo que o fascismo original recuse parte das ideias
liberais, base da sociedade do capital, ainda assim não recusam o sistema, pois
a base dessa sociedade de mercado é a exploração por meio da subserviência,
servidão alienada e opressões consentidas ou de contenção.
Jair era uma caricatura quando interessava. Era o palhaço de
uma corte que se apoiava nele quando precisava criticar qualquer radicalismo de
esquerda, bastava um político de centro dizer que rechaçava radicalismos, “nem
de esquerda e nem de direita". Mas como disse o poeta, “tinha uma pedra no
meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra", e venho a porta que
se abre em 2016.
Jair não foi um erro na curva e nem uma questão nacional, localizada ou um problema brasileiro. As influências, relações e projetos já estavam em diálogo, disseminadas
nas suas bolhas e ganharam repercussão progressiva para fazer oposição aos
governos do PT. O fascismo brasileiro foi estimulado como uma das trincheiras
para combater o “avanço do comunismo" na medida que nada abalava as
sucessivas vitórias dos governos do PT.
Os governos do PT buscaram conciliar classes, atender
interesses diversos, apoiar em especial no campo das políticas públicas conceitos
modernos e modernizantes de Direitos Humanos, com planos, pactos, conferências
e toda forma de fortalecer uma sociedade civil amplamente progressista. O “New
Deal brasileiro” (Singer, 2012) do período dos governos do PT foi como uma
“paixão de uma noite de verão” e virou trevas em 2016, indicando que as classes
dominantes aceitam os lucros preservados, mas não inclusão social dos pobres,
indicando seu ódio de classes que é a raiz da sua criação numa sociedade onde o
andar de cima constitui o ideário racista, patriarcal, misógino, conservador,
opressor, violento, patrimonialista, homofóbico, escravista, antidemocrático e
avesso a matriz dos valores liberais originais.
A experiência de um governo fascista-neoliberal de Jair expressa
a nossa condição sincrética, pois, sendo parte do sistema não quer renunciar ao
poder e nem dos seguidores, segue em contradição entre fazer a “velha política”
que denunciou nas eleições de 2018 e manter os dentes cerrados para sua base de
apoiadores. E é justamente a sua base que tem deixado perplexo uma parte da
militância de esquerda e progressista. Onde os interesses de parte da classe dominante preferiu seguir com uma saída que combina "ordem e progresso".
Ao chegar em abril de 2021 com mais de 330mil mortos pela
Covid-19 e esperando que as medidas de proteção como uso da máscara e do álcool
em gel fossem suprapartidárias e acima das ideologias, o que vemos são gestos
canalhas e manifestações imbecis individuais e coletivas, de bombados à
médicos, de artistas à jornalistas, parece que nenhuma categoria sai ilesa de
ter seus imbecis de estimação seguindo as “orientações” do sr. Jair.
Nossa reação de indignação perpassa nossos princípios e
convicção nos Direitos Humanos, e quando menos esperamos estamos reproduzindo
uma postura autoritária quando dissemos: “foi em festa clandestina, fica na
espera da UTI", ou “não acredita em isolamento, não deveria tomar
vacina".
Longe de mim ficar numa linha abobalhada de humanismo
alienado, não acredito em caridade, mas em solidariedade de classe. Nem sou
ingênuo sobre a origem dos Direitos Humanos, que nascem dos princípios liberais
e que em parte são tolerados dada memória dos horrores do passado, em
particular, da Segunda Guerra e do totalitarismo nazifascista.
Contudo, devemos as
vezes respirar. Refletir para não nos somarmos ao autoritarismo que combatemos
e reestabelecer nossa compreensão de classe para exercitar uma práxis revolucionária
e não meramente emotiva motivada pelo momento. Assim como Lênin, que viu com
dor o assassinato do irmão mais velho, teve a frieza e a razão em observar que
o crime dele de tentar assassinar o Czar para instaurar uma nova ordem
societária tinha pouco resultado objetivo e subjetivo para mudar as relações
sociais e as suas estruturas.
Essa reação humana de indignação está no ar e muitos de nós estamos respirando e até propagando, já que a palavra segue cassada, não nesse momento, mas em todos os momentos em que a hegemonia dominante quer cercear posições e opiniões contrárias. Nunca foi tão importante ter uma posição, uma identidade e certezas com relação a manter o debate vivo em casa, no trabalho, nas lives, nos encontros remotos e outros espaços que estamos frequentando, mesmo que a distância e isolados.
As lições que apreendemos até aqui devem servir de gesto. Vivemos aprendendo a história, as gerações que formam vitimas de pestes, guerras e privações que atingiram massas de pessoas e gerações ao longo da nossa existência humana. O Estado Social Capitalista conciliou as classes, atendeu necessidades urgentes da classe trabalhadora, mas a burguesia também viu sua acumulação prosperar. O capitalismo neoliberal disseminou a discórdia sobre direitos sociais e para promover o mercado totalmente livre estimulou o individualismo no limite, onde a competição, a busca pela satisfação individual, o consumo total, enfim, criou uma geração de frustrados, depressivos e derrotados individualmente, já que as experiências coletivas foram combatidas em todas as dimensões da micro e macro política.
E quando uma pandemônio se estabelece em Brasília e uma pandemia se abate sobre o planeta, dois caos em tempos diferentes e que se estabelecem sobre uma sociedade vulnerável econômico e socialmente, com um Estado desarmado de políticas públicas e sociais que reage apenas às emergências e uma geração de jovens e adultos que estão vivenciando o caos causado por um vírus que se espalhou pelo mundo e no país causando mortes e dores intermináveis ainda.
Nunca foi tão real a fragilidade humana e exigindo de nós uma reação. Porém, responder ódio com ódio não é ação revolucionária e fulaniza as relações e não soma. Nunca foi tão importante manter sinais de alerta, levantes e contrapontos, mas organizados e alinhados num projeto coletivo, ou seja, seguir com nossos contatos, lugares e relações de luta, seguir nos protestos virtuais ou presenciais como carreatas e outras, seguindo as orientações de segurança (álcool gel e mascara), articulando e amarando com novas pessoas e como bons propagandistas da nossa causa gritar aos quatro ventos "fora Bolsonaro".
Então, vamos sim expressar nossa indignação, mas sempre
voltar para o ponto que interessa: como derrotar o fascismo-neoliberal e
imprimir um processo de luta que construa as bases para uma revolta que se
converta em revolução e desta uma nova ordem societária de relações sociais verdadeiramente humanas,
emancipadas.
Cães danados do fascismo
Babam e arreganham os dentes
Sai do ovo a serpente
Fruto podre do cinismo
Para oprimir as gentes
Nos manter no escravismo
Pra nos empurrar no abismo
E nos triturar com os dentes
Ê, república de parentes, pode crer
Na nova Babilônia eu e você
Somos só carne humana pra moer
E o amor não é pra nós
Mas nós temos a pedrada pra jogar
A bola incendiária está no ar
Fogo nos fascistas
Fogo, Jah!
Ê, república de parentes, pode crer
Na nova Babilônia eu e você
Somos só carne humana pra moer
E o amor não é pra nós
Mas nós temos a pedrada pra jogar
A bola incendiária está no ar
Fogo nos fascistas
Fogo, Jah!
Cães danados do fascismo
Babam e arreganham os dentes
Sai do ovo a serpente
Fruto podre do cinismo
Para oprimir as gentes
Nos manter no escravismo
Pra nos empurrar no abismo
E nos triturar com os dentes
Ê, república de parentes, pode crer
Na nova Babilônia eu e você
Somos só carne humana pra moer
E o amor não é pra nós
Mas nós temos a pedrada pra jogar
A bola incendiária está no ar
Fogo nos fascistas
Fogo, Jah!
Ê, república de parentes, pode crer
Na nova Babilônia eu e você
Somos só carne humana pra moer
E o amor não é pra nós
Mas nós temos a pedrada pra jogar
A bola incendiária está no ar
Fogo nos fascistas
Fogo, Jah!
Fogo, fogo (queima)
Fogo, fogo
Queima, Senhor! (queima)
Todo homem que oprime outro homem
Por ganância, por dinheiro
Faz da nossa revolta teu incêndio
Cada um de nós tua fagulha, Senhor
E queima a Babilônia
Salve, Jah!
Fogo, Jah!
Mas nós temos a pedrada pra jogar
A bola incendiária está no ar
Fogo nos fascistas
Fogo, Jah!
Fonte: Musixmatch
Compositores: Francisco Cesar Goncalves
Letra de Pedrada © Chita Producoes E Edicoes Musicais Ltda (chit
segunda-feira, 5 de abril de 2021
Quantos professores/as à UNICEF vai enterrar?
Quantos professores/as à UNICEF vai enterrar?
Ao ler as notícias do dia, uma de destaque no site UOL me
chamou atenção: “Unicef: Fechamento de escolas na pandemia fez Brasil regredir
duas décadas”, no conteúdo o centro da informação era o “perigo de regressão no
desenvolvimento escolar brasileiro” devido o fechamento das escolas como medida
de proteção adotada pelos poderes executivos dos estados e municípios,
lembrando que o governo negacionista e genocida de Bolsonaro via MEC apenas emitiu
normativas adiando ou mudando tanto os calendários, quanto a forma de ensino do
presencial para o remoto, pressionado pela pandemia da Covid-19 e pela opinião
pública.
A posição oficial da UNICEF chama atenção pelo coro que faz
com certos “movimentos” como o “Escolas Abertas” financiada por setores da
elite paulistana como os Setúbal ligados ao Itaú.
E a matéria jornalística em si é curta e traz um discurso
básico do representante da UNICEF no Brasil que precisa ser desmontada ao longo
desse artigo de opinião.
Antes de tudo, explico que não sou um comentarista alheio à
realidade. Militei no movimento de defesa do Estatuto da Criança e do
Adolescente, fui membro da coordenação do Fórum Municipal de Defesa da Criança
e do Adolescente (FMDCA), fui membro pela sociedade civil do Conselho Municipal
DCA, pertenci ao Fórum Estadual DCA, membro do Comitê Estadual Contra a Redução
da Idade Penal, participei da Jornada Internacional Contra o Trabalho Infantil,
ou seja, conheço a área de defesa de direitos de crianças e adolescentes. Recentemente
fui membro da Comissão Estadual que elaborou o Plano Estadual de Educação em
Direitos Humanos do estado de São Paulo.
Dito isso, a questão é o atual quadro das instituições como
a UNICEF que é um organismo internacional ligado ao sistema de proteção de
Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) e teria como dever conhecer
a realidade dos países membros e compreender que garantir direitos não se aplicam
da mesma forma entre os países. Tais diferenças implicam inclusive manter a permanente
vigilância sobre a situação política destes.
A preocupação do UNICEF poderia ser louvável ao apontar na
matéria do UOL que “O risco, de acordo com Bauer, é que os números da evasão
escolar não mudem com o fim da pandemia e a reabertura das instituições, já
que, uma vez desvinculadas, as crianças acabam se envolvendo em atividades de
trabalho infantil, o que dificulta o retorno”, ok isso é trágico.
Mas antes da pandemia da Covid-19 o Brasil passava por uma
tragédia ainda maior que a própria crise internacional de saúde, já que em 2016
a Emenda Constitucional 95 que impôs o teto de gastos reduziu os recursos dos
orçamentos púbicos e das áreas afetadas, em especial, o social foi o grande
afetado. Segundo o Relatório da própria UNICEF de 2018 informa que “No Brasil,
quase 27 milhões de crianças e adolescentes (49,7% do total) têm um ou mais
direitos negados. Os mais afetados são meninas e meninos negros, vivendo em
famílias pobres monetariamente, moradores da zona rural e das Regiões Norte e
Nordeste.” (2018, p.05) e com um detalhe importante: um ensurdecedor silêncio
sobre a causa.
A UNICEF não se manifestou nem uma linha sobre a EC 95, enfim,
soube acertar nos dados da exclusão sem coragem de denunciar um dos seus
motivos que é a política ultraliberal implantada pelo governo ilegítimo de
Temer.
O INESC (Instituto de Estudos Socioeconômicos) a anos tem contribuído para analise crítica
do orçamento público e os impactos das reformas neoliberais interferindo para
que as políticas públicas e sociais não saiam do papel e sigam financiando a
lógica rentista e financeira do mercado com recursos dos/as contribuintes, e em
artigo publicado em outubro de 2019 informa que “Entre 2016 e 2019, nenhum
orçamento autorizado para políticas públicas destinadas às crianças e
adolescentes foi gasto integralmente.”, e das várias “descobertas” nos códigos
do orçamento verificou que “em 2018 e 2019 a ação que contempla em seu plano
orçamentário a fiscalização para erradicação do trabalho infantil simplesmente
sumiu em termos de recurso do planejamento do governo.”
Outra situação perversa que piorou após a EC 95 do Teto de
Gastos: o trabalho infantil. O Programa de Erradicação ao Trabalho Infantil (PETI)
criado durante o governo FHC foi objeto de criticas inclusive durante os
governos Lula e Dilma, já que os valores e a condução do programa não atendia às
propostas da sociedade civil, pelo fato de que os valores sempre foram
insuficientes para competir com o mercado de trabalho precarizado, o acompanhamento
das famílias não existia como parte de um processo de inclusão social, a fiscalização
e o combate eram limitados de recursos humanos, as campanhas não atingiam o
coração de uma cultura escravista e atrasada sobre o mito do “trabalho infantil
= formação do cidadão de bem” apregoado no senso comum e desastroso para suas vítimas.
Então, a UNICEF agora “preocupada com a evasão e com o
trabalho infantil” não se empenhou suficiente antes da pandemia da Covid-19 e
nem foi muito combativa frente ao governo Bolsonaro em cobrar tal
responsabilidade no início de 2019, apesar de já ter em 2018 os dados que
apontam “No conjunto de aspectos analisados, o saneamento é a privação que
afeta o maior número de crianças e adolescentes (13,3 milhões), seguido por
educação (8,8 milhões), água (7,6 milhões), informação (6,8 milhões), moradia
(5,9 milhões) e proteção contra o trabalho infantil (2,5 milhões)” e mesmo
assim diante da crise de saúde pública da Covid-19 preferiu agora se posicionar
num discurso que, em tese, todos e todas defendemos, mas sobre estratégias
diferentes.
O UNICEF sabe inclusive que a realidade das escolas públicas
no Brasil é de perversidade e que não se agravou só na COVID-19 se observarmos as
informações analisadas pelo Laboratório de Dados Educacionais (LDE) da
Universidade Federal do Paraná (UFPR) dos dados coletados em março do ano passado
(202) que pertencem ao Censo Escolar da Educação Básica, do Ministério da
Educação (MEC) apontaram que “o número de escolas públicas que não têm banheiro
e internet de banda larga cresceu entre 2019 e 2020 no Brasil. Em 2019, 3,5 mil
escolas públicas não tinham banheiros, em 2020 aumentou para 4,3 mil. A
internet banda larga não chegava a 15 mil escolas urbanas em 2019, já em 2020
este número saltou para 17,2 mil.”, segundo o jornal A Tarde associada ao site
UOL de março de 2021.
E mesmo contrariando os dados e as estatísticas preferiu fazer
um discurso que atende interesses dos donos de escolas privadas ao alimentar o
discurso da evasão = escolas fechadas, desconsiderando a realidade brasileira que
depois de um ano de pandemia da Covid-19 no Brasil o resultado é um desastre
social e humanitário com mais de 330 mil mortes evitáveis se tivesse havido um
combinado de pactos que passariam por ações coordenadas pelo Poder Executivo Federal
de proteção coletiva, investimento de recursos nas políticas sociais centrais
como saúde (SUS), assistência social e educação na dimensão de promover
mudanças na infraestrutura e acesso ao ensino remoto durante o período da
pandemia.
A escola é uma das poucas políticas públicas universais que
estão presentes nas mais distantes regiões do país, podendo nesse momento ser um
lugar de proteção das famílias periféricas como polo de apoio inclusive de
saúde coletiva, assistência social e proteções sociais diversas.
Mas a UNICEF no Brasil preferiu o caminho da pequenez política. Se calou em momentos importantes, tem os dados, mas não faz os combates necessários e faz um discurso funcional aos setores que nunca tiraram a bunda da cadeira para defender a educação pública, de qualidade e universal.
Setores como deste pseudomovimento “Escolas
Abertas” se omite nos pontos que são os mais fundamentais, pois, quando a
sociedade civil de fato estava mobilizada contra as reformas que prejudicavam a
educação no Brasil não vimos essa disposição. E sabemos que quando a vacinação avançar e o
país voltar a “normalidade” com certeza essas novas vozes irão se calar, pois,
a sua defesa é pontual, é uma defesa de classe, das classes dominantes e pequeno
burguesas, em nome de privilégios que desconsideram a verdade:
Por mais cara que seja a escola privada, tudo que parece
proteger as pessoas se torna estético, as serviço da publicidade dos donos, já
que a situação de precarização dos professores/as persiste, a cultura de
cuidado inexiste, mesmo entre as crianças, já que o individualismo cultuado a
anos não muda como girar uma chave.
Abrir escolas públicas ou privadas diante de um desgoverno
federal, estadual e municipal com uma nova onda que atinge terrivelmente
milhões de famílias e já matou mais de 330 mil brasileiros/as é fora da
realidade, já que nem a transmissibilidade do vírus é controlável. Ainda é
necessário repetir o que desde março de 2020 já havíamos apontado: Escolas
fechadas, vidas preservadas!
Wagner Hosokawa – Assistente Social, Militante, Docente, mestre, doutor
e atualmente puto da vida!
Fonte utilizadas
nesse artigo de opinião:
Unicef: Fechamento de escolas na pandemia fez Brasil
regredir duas décadas. Link: https://educacao.uol.com.br/noticias/2021/04/05/fechamento-de-escolas-pandemia-fez-brasil-regredir-duas-decadas-diz-unicef.htm?cmpid=copiaecola
Artigo | O impacto do Teto dos Gastos na vida de crianças e
adolescentes
POBREZA NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA – link: https://www.unicef.org/brazil/media/156/file/Pobreza_na_Infancia_e_na_Adolescencia.pdf
Crianças e adolescentes são prioridade absoluta no orçamento
público?
- link: https://www.inesc.org.br/criancas-e-adolescentes-sao-prioridade-absoluta-no-orcamento-publico/
Número de escolas públicas sem banheiro e internet cresce no
Brasil
Sinopses Estatísticas da Educação Básica
- link : http://portal.inep.gov.br/web/guest/sinopses-estatisticas-da-educacao-basica
sábado, 3 de abril de 2021
Vai ter golpe militar de Bolsonaro?
"Vai ter golpe?!" Essa frase parece pertencer ao vocabulário latino americano a muito tempo. Assim como Galeano em "As veias abertas da América Latina" já nos alertava que a história de invasão colonizadora da Europa e do expansionismo capitalista de olho nas riquezas naturais, da sua mão de obra e sua capacidade consumidora, assim como tudo que interessa a fome do capital em acumular riqueza as custas dos povos iria trazer ao nosso cotidiano como um mal predestinado ao nosso continente latino americano enquanto não houvesse uma revolução que determinasse a nossa emancipação desse sistema.
Periferia do capitalismo, nossos países são experientes em ditaduras civis-militares, golpes de Estado, Estado e suas instituições fracas para o interesse geral e fortes na preservação de privilégios de classe e uma classe trabalhadora que foi sendo subjugada a cada tentativa de organização e mobilização, onde a reação das elites sempre atuou de forma preventiva e violenta.
E mesmo os golpes realizados nesse nosso tempo em nosso continente latino americano não forma assim plenamente exitosos. Contra Chavez na Venezuela teve um revés e o chavismo resiste até hoje, na Bolívia o curto espaço de tempo e a pressão popular levou o MAS (partido de Evo Morales) a vitória, na América central a vergonhosa marcha dos imigrantes expôs que o golpe em Honduras jogou o povo num lamaçal social e econômico, levando as populações deste país e outros da América central a se submeter a tal fluxo imigratório por emprego e comida, no Paraguai mesmo destituindo Lugo, as mobilizações pela vacina e contra a inercia do presidente atual mostram o vigor das lutas sociais por lá, mesmo no Brasil o protagonismo de Lula e o revés da Lava-jato evidenciam força das esquerdas no processo eleitoral de 2022, a situação da Argentina, do Equador e do Uruguai, com sucessões democráticas que deram em governos ultraliberais já tiveram suas mudanças, onde primeiro foram os argentinos ao elegerem Fernandez, e esperasse que hajam mudanças ainda nos dois últimos.
Um golpe como 1964 teve como centro os interesses imperialistas do domínio estadunidense sobre o capitalismo na região. Mas em 2021? Ou 2022? O império precisa intervir com um governo militar ou um dirigente subserviente ou funcional aos seus interesses financeiros?
O golpe de Dilma não conta. Havia um dirigente confiável, Temer, ou seja, o jogo estava sob controle.
Por enquanto, nada sinaliza para uma quebra da "normalidade" institucional. Para burguesia a avaliação é evidente: "todos perdem!", e eles em particular.
Ainda mais em uma conjuntura onde Bolsonaro cada vez mais está acuado debaixo da mesa pelos partidos do Centrão e Lula sinaliza para os mercados uma nova aliança.
Não tem URSS, não há um Jango no governo, nem mesmo uma esquerda unida, orgânica e influente com pelo menos 30% da massa para agir e se levantar.
Agora, nunca esqueçamos disso. A burguesia prefere medidas preventivas. Se nós, a esquerda estivéssemos orgânicos e proativos, não sei se essa seria minha opinião.
Mas não custa lembrar:
DITADURA NUNCA MAIS!