Mais de 60% dos votos válidos. A oposição pode chiar, a imprensa local pode chamar a população de incapaz de escolher, mas a verdade é uma só: elegeu-se o projeto mais adequado a governar a cidade, no momento.
Dizer que a culpa foi do medo não condiz com o clima da última semana. Inclusive os "cães raivosos" do oponente deveriam ser colocados numa celinha e substituídos por pessoas que possam promover diálogo com a população. Foi um show de xingamentos, vozes roucas, acusações, enfim, a baixaria é a marca do oponente.
Guarulhos é uma cidade que vive presa aos velhos paradigmas do passado, um tradicionalismo besta ligado a velha sombra de ser ex região administrativa da capital que formou uma elite falida, pouco capaz de produzir um representante político a altura e incapaz de governar a cidade sem se lambuzar com a corrupção, não importa a sua proporção será corrupta.
Do outro lado vive um momento importante de crescimento vivido (e inconteste, como guarulhense e militante que correu o mundo nas escolas de nossa cidade), que foi fruto do investimento público em serviços, novos espaços culturais, nova cultura habitacional, educacional, mesmo na saúde (criticada aqui em todos os lugares do Brasil), são visíveis a vinda de novos profissionais no setor público e privado. Finalmente a vinda de algumas lojas de porte não são recebidas com a chave da cidade como fez o falecido (e esquecido), prefeito Nefi Tales em 1997 ao dar a chave da cidade para o gerente do Mc donald's na av. Tiradentes. Imagine se fizéssemos isso com o fran's cafe, armarinhos fernandes, poupe-me...que venham, aqui o desenvolvimento chegou e tem nome e rg.
O governo do PT não superou certas contradições da política brasileira como as alianças para governanr e vencer eleições, as vezes percebo até certo "petismo" nos olhos de um aliado, com mais vigor do que certos "companheiros" que vejo na sede e na vida do partido.
Vencer o quarto mandato leva a várias análises, inclusive as catastróficas. A eleição do companheiro Almeida foi para o PT um teste, um teste ruim de uma nova lógica interna: do chantagismo eleitoral!
Montou-se um central de inverdades e análises de botequim. Muitas jogando o governo e o companheiro prefeito para baixo! Impondo derrota no segundo turno e se chegasse ao segundo turno não teria folego para chegar ao final...
Pois bem, todos que apostaram nisso falharam. Vencemos bem no primeiro turno ao ponto de faltar poucos 2 mil votos para encerrar esse período. Novamente testados na urna no segundo turno vencemos com mais de 60% dos votos e o nosso adversário perdeu de forma vergonhosa (com menos votos que da última vez que disputou conosco em 2008).
Quem ganha com isso? Não é o PT e nem a cidade!
O quarto mandato dá ao PT e seus aliados uma condição tranquila de construção do quinto mandato por diversos fatores:
1) Almeida terá tranquilidade para governar, pois não é candidato a reeleição e governar bem agora é construir uma vitrine para 2016;
2) A cidade tem atraído grandes investimentos de grande, médio e pequeno porte, basta administrar bem interesses, principalmente da população para que haja resposta popular;
3) Com a parceria através do governo Dilma a cidade continua com as grandes obras e investimento social, as eleições de 2014 apontam para sua reeleição, uma vez que alcança picos de 70% de aprovação da sua atuação a frente do governo federal;
4) Manter-se no meio da população, ir às ruas e bairros, sem perder essa relação popular através não só dos meios participativos mas principalmente participar da vida da cidade;
Estas condições básicas podem construir uma passagem tranquila para o quinto mandato, tendo sempre que responder a grande pergunta que fará sempre a população: "Porque manter nosso partido frente da responsabilidade de governar a cidade?"
Essa resposta precisa ser respondida com a militância, a mesma que foi convocada para sair as ruas para pedir os votos. É a mesma que dará essa resposta e a governabilidade!
(Sobre o debate socialista e a luta dos trabalhadores é preciso maior análise, caminhando nas ruas é perceptível que a massa popular reconhece isso no PT. Falta a nós militantes da esquerda socialista saber penetrar, dialogar e não abandonar a relação comunitária, diária e necessária com nosso povo para aí saber como construir um projeto político hegemonico de cidade e de sociedade, e não apenas ser um "bom governo" sem identidade político-ideologica e sem organização política para as lutas reais do povo)
Wagner Hosokawa
é militante do PT e da Esquerda Popular Socialista (EPS)
e mestre em Serviço Social pela PUC/SP