Duas Frentes nacionais, Brasil Popular e Povo Sem Medo, articulam com o movimento sindical via centrais, partidos de esquerda e movimentos sociais e populares uma grande greve geral para 28 de abril, véspera da possível votação do nefasto projeto de reforma da previdência.
Projeto que dispensa comentários, basta ler o que dizem os pesquisadores do DIEESE, intelectuais e profissionais posicionados sobre a questão previdenciária no Brasil, e claro, do ponto de vista do principal ator que será afetado por esta medida: os/as trabalhadores/as.
Esta greve geral marca historicamente uma ponte entre a primeira greve geral no Brasil, de 1917, em outro contexto do capital e antes da própria legislação trabalhista e da previdência pública. O que é nada comemorativo neste centenário é justamente a causa que provocou a primeira e a esta nova greve: a luta pelos direitos da classe trabalhadora.
A cem anos atrás o Estado Brasileiro patinava em sua condição republicana, a democracia era frágil e a exploração capitalista saltava os olhos pela forma como reprimia os lutadores e lutadoras, a desumanidade das fábricas e todo setor produtivo nacional. Hoje, depois desse período todo a roda da historia girou.
2017 o Estado Brasileiro é minimo aos sonhos de uma cidadania plena, com uma republica ainda vitima dos acordos na transição democrática da década de oitenta, novamente privilégios foram preservados antes do conjunto da sociedade, a exploração capitalista esta adaptada aos ditames neoliberais, com desemprego estrutural, sub-emprego, precarização, informalidade, terceirização e toda forma de desumanidade moderna, agora é "neo". E num contexto de democracia arrasada pela ruptura da ordem constitucional com o golpe institucional promovido pelo Congresso nacional e referendado pela corte suprema (STF).
Nada a comemorar? Imaginemos que ao garantirmos a nossa resistência, estabelecemos conexões necessárias entre o passado e o presente, podendo virar a mesa. Para isso, a velha paciência volta em cena, o estudo e a formação retomados, a perspectiva de intervir sobre ou contra as velhas instituições conservadoras e o seu papel dominante retornam com um peso significativo.
Para alguns militantes, o que voga é esse momento paciente/ impaciente de fazer sem se preocupar com calendários muito institucionalizados ou engessados pelo modus operandi destas instituições. Outros, tentam na pressa, restabelecer uma narrativa e uma mobilidade de classe que destoa do ritmo da própria classe, tentam correr atrás do rabo, girando, girando.
Todos e todas, iremos nos encontrar no dia 28 de abril, onde a muito tempo não víamos esse clima de impaciência sem rumo, que sabe que esta reforma, em especial, atinge no coração da classe trabalhadora, que tem na previdência pública um sopro de vida, financeiro e de dignidade.
O que se tem vivido nesse processo é a vontade de virar a mesa das instituições. O povo, genericamente, quer que haja justiça com as próprias mãos contra o corpo majoritário da sociedade política brasileira, há ratos abandonando o navio de Temer a cada pesquisa negativa (bate a casa dos 90% de impopularidade), e nesse caso, qualquer virtude ou oportunismo pode emergir.
Melhor que seja do lado de cá, dos que lutam e querem transformar.
Até lá, construindo diariamente, nossa centenária greve geral!