segunda-feira, 11 de abril de 2011

MILICO FRUSTRADO, BOLSONARO NÃO TINHA APOIO NEM DOS SUPERIORES. POR NÃO CONSEGUIR TER COMPETÊNCIA PARA SEGUIR A "CARREIRA" MILITAR.

MILICO FRUSTRADO, BOLSONARO NÃO TINHA APOIO NEM DOS SUPERIORES. POR NÃO CONSEGUIR TER COMPETÊNCIA PARA SEGUIR A "CARREIRA" MILITAR, ESCOLHEU A POLÍTICA....FOI PELA VIA DA PRÓPRIA DEMOCRACIA QUE NÃO DEFENDE.

FAÇAMOS UM FAVOR AO BRASIL...VAMOS CASSAR O MANDATO DE QUEM NÃO CRÊ (E COSPE) DO PRATO DA DEMOCRACIA.


Vida militar

Bolsonaro cursou a Escola Preparatória de Cadetes do Exército[5] e em seguida a Academia Militar das Agulhas Negras, turma de 1977. Integrou a Brigada de Infantaria Pára-quedista, onde especializou-se em paraquedismo. Posteriormente também desenvolveu-se em mergulho autônomo. Foi casado com Rogéria Bolsonaro, a quem ajudou a eleger vereadora da capital fluminense em 1992 e 1996, com que teve três filhos: Flávio Bolsonaro -deputado estadual fluminense, Carlos Bolsonaro - assim como o pai e mãe - vereador da cidade do Rio de Janeiro, e Eduardo. De seu segundo casamento com Ana Cristina, teve Renan.

Em 1986, já capitão, foi preso por quinze dias por liderar manifestação por melhoria dos soldos, sem a autorização de seus superiores, caracterizando um ato de indisciplina e imoralidade. Seria absolvido pelo Supremo Tribunal Militar dois anos depois. Também foi intitulado pelo Gal. Leonidas Pires como um indigno de um oficial do exército, devido a sua postura problemática e à indisciplina na carreira.

Vida política

Em 1988 entrou na vida publica elegendo-se vereador da cidade do Rio de Janeiro pelo PDC. Nas eleições de 1990, pelo mesmo partido, elegeu-se deputado federal. Seguiria-se outros quatro mandatos seguidos. Pertenceu ao PPR (1993-1995), PPB (1995-2003), PTB (2003-2005), PFL (2005), e desde 2005, é filiado ao PP.

Ficou conhecido por suas idéias de cunho nacionalista, conservador, criticando fortemente o comunismo e as esquerdas, condenando a homossexualidade[6] e por declarações polêmicas. Bolsonaro defende abertamente o regime militar instalado no Brasil em abril de 1964.

Representante das Forças Armadas brasileiras na Câmara dos Deputados, sua principal luta é a recomposição salarial dos militares.

Polêmicas

Defesa da tortura

Em 2000, Jair Bolsonaro defendeu, numa entrevista à revista IstoÉ, a utilização da tortura em casos de tráfico de droga e seqüestro e a execução sumária em casos de crime premeditado [5]. Bolsonaro justifica o uso da tortura pois, segundo ele, "O objetivo é fazer o cara abrir a boca. O cara tem que ser arrebentado para abrir o bico." Bolsonaro foi criticado pelos meios de comunicação, por políticos e pelo Grupo Tortura Nunca Mais, sobretudo depois de ter afixado na porta de seu escritório um cartaz que dizia aos famíliares dos desaparecidos da ditadura militar "quem procura osso é cachorro". [7] Segundo o Grupo Tortura Nunca Mais, "Lembramos que há uma outra denúncia contra o mesmo deputado na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, assinada por todas as entidades que estiveram presentes no Encontro dos Anistiados, junto com um vídeo (CD) que mostra Jair Bolsonaro saindo do Clube Militar do Rio de Janeiro, dizendo: "Nós não devíamos só torturar. Devíamos torturar e matar."[8]

Defesa do regime militar no Brasil

O deputado federal é conhecido por suas alegações de que a ditadura militar brasileira teria sido um período glorioso da história do Brasil. Segundo carta do deputado publicada no jornalFolha de São Paulo, foram "20 anos de ordem e progresso".[9] O deputado também disse, em entrevista ao CQC, se espelhar nos presidentes do regime militar, sentindo falta "do respeito, da família, da segurança e da ordem pública e das autoridades que exerciam autoridade sem enriquecer"[10]. De acordo com a entrevista de 2000 dada à IstoÉ, Bolsonaro ainda defende a censura, embora a reportagem não especifique qual tipo.[5]

Discussão com Maria do Rosário no Congresso

Em 11 de novembro de 2003, Bolsonaro discutiu com a deputada Maria do Rosário, do Partido dos Trabalhadores, sob as lentes das emissoras de televisão que gravavam uma entrevista do deputado à RedeTV! no Congresso Nacional. Na ocasião, Bolsonaro afirmou que os menores de 16 anos deveriam ser penalmente imputáveis, ao que a deputada reagiu contrariamente. Bolsonaro, então, teria dito à deputada que chamasse o marginal Champinha (ver Caso Liana Friedenbach e Felipe Caffé) para ser motorista da sua filha pequena. A discussão resultou em ofensas pessoais, com Bolsonaro afirmando que Rosário o chamava de estuprador, ao que ela respondeu afirmativamente ("é, o senhor promove [o estupro] sim") tendo ele respondido "não vou estuprar você porque você não merece".[11] Após Maria do Rosário declarar que daria uma bofetada em Bolsonaro caso ele tentasse estuprá-la, Bolsonaro revidou dizendo "dá que eu te dou outra" e empurrou Maria do Rosário (que até então não havia tocado nele), obrigando um segurança a contê-lo.[12] O deputado chamou Rosário de vagabunda e ela, revoltada, saiu chorando do local. Depois de representações sem sucesso movidas contra o deputado pedindo sua cassação, Bolsonaro afirmou "estar se lixando" para elas.[13]

Incitação à violência

O deputado Bolsonaro já fez críticas tanto ao Governo Lula como de Fernando Henrique Cardoso, cujo fuzilamento defendeu em sessão da Câmara, causando grande polêmica.[14]. Bolsonaro também defendeu palmadas para "corrigir" filhos homossexuais.[15]

Política para usuários de drogas

Jair Bolsonaro considera que o uso de drogas pode ser revertido por uso da força, nunca tendo proposto tratamentos médicos ou soluções de saúde pública e política educacional para o problema do vício. Em novembro de 2010, o deputado disse que usuários de maconha deveriam "apanhar" para que não passassem a "cheirar" (usar cocaína).[16] Em entrevista dada ao programa CQC, em abril de 2011, Bolsonaro reiterou as afirmações anteriores. Questionado no programa sobre como reagiria caso se o filho fosse usuário de drogas, Bolsonaro disse: "Daria uma porrada nele, pode ter certeza disso".[17]

Projeto contra as cotas raciais

Em 2006, como forma de protesto contra a formulação de políticas de cotas raciais nas universidades públicas, o deputado apresentou um projeto de lei complementar na Câmara dos Deputados, propondo o estabelecimento de cotas para deputados negros e pardos. Bolsonaro admitiu em seguida que, se o projeto fosse à votação, seria contra ele.[18]

Defesa da pena de morte

Em várias entrevistas, Bolsonaro se posicionou favoravelmente à instituição da pena de morte no Brasil para casos de crimes premeditados pois, segundo ele, "o bandido, ele só respeito o que ele teme".[19] Também é a favor da redução da maioridade penal.

Voto contra a ampliação do uso de armas não-letais

Em 2008, foi o único deputado do Rio de Janeiro a votar contra o projeto de lei para ampliar o uso de armas não-letais, justificando que esse tipo de recurso já é utilizado[20].

Alegações de sexismo

Bolsonaro é considerado machista por seus opositores. Segundo o coordenador nacional do MNDH, Gilson Cardoso, Bolsonaro seria oposto à Lei Maria da Penha, que busca coibir a violência doméstica contra mulheres.[21] Em sua briga com Maria do Rosário, Bolsonaro disse que não "estupraria" a deputada, afirmando que ela não "merecia". Além disso, a empurrou diante das câmeras, chamando-a de vagabunda, tendo sido contido por um segurança.[12] Em abril de 2011, Bolsonaro respondeu em entrevista à CQC que seus filhos não se relacionariam com uma mulher negra porque foram "bem educados".[22] Em entrevista dada à Revista IstoÉ, Bolsonaro afirmou controlar a vestimenta da mulher no que diz respeito aotopless. Sobre seu primeiro casamento, Bolsonaro afirmou que a ex-mulher era obrigada a "seguir suas ideias" na política.[5]

Alegações de homofobia

Em 2010, Bolsonaro novamente se envolve em polêmicas ao declarar ser a favor de dar surras em crianças e adolescentes que tenham tendências homossexuais, se colocando como defensor da "família tradicional". Segundo o deputado: "O filho começa a ficar assim meio gayzinho, leva um coro, ele muda o comportamento dele. Olha, eu vejo muita gente por aí dizendo: ainda bem que eu levei umas palmadas, meu pai me ensinou a ser homem." A fala de Bolsonaro repercutiu negativamente entre defensores dos direitos humanos e associações de defesa dos direitos LGBT. A ABGLT defendeu que Bolsonaro fosse processado por sua postura discriminatória. A Câmara procurou punir o deputado, alegando que ele não poderia participar da comissão de direitos humanos por defender violência contra crianças e homossexuais.[23] Em reunião da Comissão dos Dreitos Humanos da Câmara, Bolsonaro manteve todas as declarações; na ocasião, ele também foi defendido pelo deputado Fernando Chiarelli (PDT-SP).[24] O parlamento do PP já se manifestou contra o casamento gay, classificando-o como "ridículo" e "horroroso".[25]

O Brasil é amplamente reconhecido como um país de altos índices de violência homofóbica.[26][27] Manifestações como as de Flávio Bolsonaro e Jair Bolsonaro foram alvo de protestos contra a homofobia em abril de 2011.[28] Petições pela cassação de Bolsonaro e de repúdio às falas do parlamentar foram realizadas na internet. Uma petição da Avaaz contava com cerca 81 mil assinaturas em 9 de abril de 2011. [29]

Preconceito com os povos indígenas

Jair Bolsonaro também ganhou notoriedade por comentários considerados preconceituosos pelos seus críticos à política indígena do Governo Federal, em um de seus pronunciamentos a uma audiência na Câmara dos Deputados, que tratava sobre a questão indígena em Roraima. Neste dia, Bolsonaro afirmou que os povos indígenas eram "fedorentos e não educados". A crítica, principalmente voltada à política de demarcação de terras indígenas, culminou com Bolsonaro afirmando que pessoas como os índios, supostamente não "educados" e "não falantes de nossa língua", não deveriam ter direito a uma tão grande porção de terra. Os comentários de Bolsonaro causaram grande indignação entre índios, parlamentares e grupos de defesa de direitos humanos, que consideraram que o comentário de Bolsonaro feria o princípio de não discriminação da Constituição Brasileira (Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação).[30]

Sentido-se constrangido e ofendido com os comentários do parlamentar sobre a questão indígena, uma das lideranças do sateré-maués presentes na audiência pública chegou até mesmo a atirar um copo de água em sua direção.[31] Após o episódio, Bolsonaro disse que o índio deveria "comer capim" para voltar às "suas origens", conforme a citação seguinte:

Cquote1.svgÉ um índio que está a soldo aqui em Brasília, veio de avião, vai agora comer uma costelinha de porco, tomar um chope, provavelmente um uísque, e quem sabe telefonar para alguém para a noite sua ser mais agradável. Esse é o índio que vem falar aqui de reserva indígena. Ele devia ir comer um capim ali fora para manter as suas origens.Cquote2.svg
Jair Bolsonaro.[32]

Como resposta, Bolsonaro foi repreendido por Lindberg Farias e Moacir Micheletto. Também obteve o repúdio da advogada Joênia Wapichana, cujo discurso, que segue, foi lido no congresso: "Sou brasileira, assim como os demais indígenas aqui presentes, descendentes dos primeiros habitantes do Brasil, os quais definiram o território brasileiro no Norte. Interesses particulares não poderão se sobrepor aos direitos coletivos! As comunidade indígenas têm o direito de buscar o que for de direito, porque o Brasil fez o compromisso de respeitar os direitos humanos. Trabalho para as comunidades indígenas porque elas possuem, ao seu favor, a Constituição Federal Brasileira e, infelizmente, nem todos a respeitam. Cumpram a Constituição Federal de 1988! Os povos indígenas têm sim muita educação, tanto que estão fazendo uma manifestação pacífica. Eles têm cheiro de terra, porque da terra é que vivem”.[30]

Entrevista ao CQC

Em entrevista ao programa CQC, no dia 28 de março de 2011, Bolsonaro esclareceu suas visões políticas e sociais. Ele relatou que se espelha no governo ditatorial militar e que sente saudades dos presidentes Médici, Geisel e Figueiredo, todos governantes do regime. Também se posicionou a favor do possível desenvolvimento de uma bomba atômica no país. Ele se manifestou dizendo que "daria uma porrada", caso visse o seu filho fumando maconha. Sobre a questão da homossexualidade se posicionou contra os movimentos que fazem "apologia" a homossexualidade e bissexualidade. Disse que seu filho, com "boa educação e um pai presente", "não corre o risco" de se tornar homossexual. Ele também disse que desfiles gays são "promoção de maus costumes". Ao ser perguntado pela cantora Preta Gil sobre o que faria se seu filho caso apaixonasse por uma garota negra, Bolsonaro disse que "não discutiria promiscuidade" e que "não corre esse risco porque seus filhos foram muito bem educados", uma das declarações que mais causou polêmica na entrevista.[33] No dia seguinte, ele afirmou que a resposta a Preta Gil havia sido um "mal entendido".[34] A cantora disse que entrará com uma representação no Ministério Público contra Bolsonaro por homofobia e preconceito racial[35] A OAB-RJ anunciou que encaminhará pedido de cassação do mandato de Bolsonaro por quebra de decoro parlamentar, justificando que as declarações do deputado do Partido Progressista são "inaceitavelmente ofensivas pois têm um cunho racista e homofóbico, incompatível com as melhores tradições parlamentares brasileiras".[36] Na quarta-feira seguinte ao programa, Bolsonaro declarou que "está se lixando para esse pessoal", referindo-se a movimentos homossexuais.[37] Em resposta aos protestos contra Bolsonaro, seus filhos, Carlos e Flávio Bolsonaro, respectivamente vereador e deputado estadual pelo PP-RJ, justificaram dizendo que a última declaração dada na entrevista, em que classificou o namoro inter-racial como uma "promiscuidade", pode ter sido mal interpretada por um erro na edição feita pelo programa.[1] Eles também disseram, tentando defender as declarações contra homossexualidade na família, que ser homossexual não é o "normal", que apenas uma minoria tem esse posicionamento e que a maioria dos brasileiros pensa como Jair Bolsonaro, defendendo a integridade da família e a segurança.[1] O próprio Bolsonaro justificou-se alegando que pensou que a pergunta fosse sobre o relacionamento de seu filho com um homossexual.[38] Os filhos de Bolsonaro consideram como "oportunistas" todas as pessoas que acusam o deputado de ser homofóbico e racista, eles mostram-se completamente a favor do pai e afirmam que têm as mesmas opiniões do deputado.[39] Bolsonaro se defende dizendo que foi entrevistado por um computador e diz que não entendeu a última pergunta da entrevista.[40]

Cquote1.svgEle entende que a homossexualidade é fruto do meio onde a pessoa convive. E nós não convivemos. Nós, graças a Deus, convivemos no meio familiar. Não convivemos em meios tão badalados, como alguns artistas gostam de frequentar. Essa é a posição dele, ele não está querendo se referir ao homossexualismo como uma doença.Cquote2.svg
Flávio Bolsonaro, deputado estadual pelo PP-RJ e filho de Jair, explicando afirmações do deputado na entrevista cedida ao CQC sobre a homossexualidade e a família.[1]

Bolsonaro combinou que voltaria ao programa para esclarecer suas afirmações, em especial sobre a pergunta de Preta Gil, em que chamou de "promiscuidade" o namoro entre seu filho e uma negra.[41] A entrevista gerou muita polêmica e rendeu ao deputado vários protestos e acusações. As declarações de Bolsonaro foram consideradas um "caso explícito de racismo" por Luiza Bairros, ministra-chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.[42] A ministra se referiu à declaração de Bolsonaro sobre cotas raciais e afirmou que não se pode confundir a liberdade de expressão com um crime de preconceito racial. Segundo ela, Bolsonaro cometeu um crime previsto na constituição brasileira.[42] O deputado havia dito que não aceitaria "ser operado por um médico cotista" ou "embarcar em um avião comandado por um piloto cotista".[43]

As declarações de Bolsonaro repercutiram também nas redes sociais. Em menos de uma semana, uma página no Facebook contava com mais de vinte mil membros que protestavam contra as supostas declarações de homofobia e racismo do deputado.[40] No Twitter, a hashtag com o título de "forabolsonaro" ficou entre as mais comentadas da semana.[40] Outros sites contam com mais de vinte e cinco mil assinaturas pedindo a cassação do mandato do deputado.[40] Bolsonaro pode ser processado, para a OAB, que defendeu que a Câmara dos Deputados abra um processo contra o deputado por quebra de decoro.[44] Até às onze horas do dia 7 de abril de 2011, o site na internet que permite o cadastramento de pessoas que querem "proteger o Brasil de Bolsonaro" e pretende atingir a marca de cem mil cadastramentos, já chegava a 79 mil assinaturas pela Internet.[29]

Na segunda-feira seguinte ao programa da entrevista, originalmente exibida em 28 de março de 2011, o programa CQC reapresentou as duas perguntas mais polêmicas da entrevista,[45]a de que ele era contra cotas raciais, em que foi interpretado como racista, e a pergunta de Preta Gil, em que o deuputado de refere ao namoro entre raças diferentes, em especial do seu filho com uma negra, como uma promiscuidade. O deputado, em relação a última pergunta da entrevista, esquivou-se dizendo que não havia entendido a pergunta feita por Preta Gil, apoiando-se também no comentário do apresentador Marcelo Tas, que disse que queria acreditar que "o deputado não entendeu a pergunta". Bolsonaro afirmou ter entendido que o namoro seria com um homossexual. Também respondeu que seus filhos foram "muito bem-educados" e não viveram num meio como "lamentavelmente" vivera a cantora, que já havia declarado publicamente ter participado de orgias bissexuais. Um dos apresentadores do programa, Rafinha Bastos supôs que o deputado havia se apoiado na inexistência de uma lei contra a homofobia para que sua resposta não fosse considerada um crime, como seria se a resposta tivesse sido racista. O deputado ainda promete explicar-se publicamente. Alguns grupos que estão a favor de Bolsonaro também se manifestaram. O site de Preta Gil foi atacado, possivelmente, por simpatizantes das ideias do deputado.[46] Neonazistas convocam "ato cívico" a favor de Bolsonaro através de redes sociais.

Uma manifestação convocada pela internet[47] ocorreu em 9 de abril, próximo ao MASP, em São Paulo. Um grupo contrário a Bolsonaro, formado por cerca de setenta, exibiu cartazes e cantos de geurra; o grupo favorável ao deputado tinha por volta de quarenta integrantes, sem nenhum negro. Apesar de tensão e de intervenção policial, não houve confronto.[48][49]Mesmo sem agressão física, oito integrantes do grupo que apoiava Bolsonaro e duas do grupo contra o pepista foram detidas. Os primeiros faziam parte dos grupos Ultradefesa, União Nacionalista e Carecas, averiguados por crime de intolerância, e os últimos eram punks anarquistas que não portavam documentos. Um participante do grupo autodenominado "nacionalista" ainda teve de ser retirado após discutir com integrante do movimento gay.[50]

Ainda em redes sociais, simpatizantes de Bolsonaro pedem que ele concorra a presidência, como em "Bolsonaro para Presidente", e se dizem "fãs" do deputado.[47]

Direitos humanos

Até agora, várias instituições responsáveis pela promoção dos direitos humanos pediram investigação e punição de Jair Bolsonaro. O Movimento Nacional pelos Direitos Humanos exigiu que o deputado fosse punido pelas declarações, afirmando que "como toda a nação brasileira, o Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) se viu perplexo e indignado diante das ofensas racistas e homofóbicas proferidas pelo deputado federal Jair Bolsonaro contra a cantora Preta Gil, e por conseqüência contra ambos os grupos sociais, em programa de televisão, na última segunda-feira, dia 28 de março."[51] A Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transsexuais pediu investigação criminal de Jair Bolsonaro com base nos crimes de racismo e injúria e difamação.[52] A UNESCO, braço da ONU, pediu que as falas de Bolsonaro fossem investigadas.[53] A Folha de São Paulo, em editorial do dia 5 de abril, defendeu que o deputado fosse submetido a juízo político por discriminação e preconceito, embora se opondo à cassação. O grupo Tortura Nunca Mais publicou uma nota de repúdio às falas de Jair Bolsonaro.[8] Por meio do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (CNCD/LGBT), o governo federal brasileiro afirmou que "Bolsonaro reforça a sua faceta homofóbica, racista e sexista, agindo, de forma deliberada, com posturas incompatíveis com o decoro e a ética exigida de um representante da sociedade brasileira no Congresso Nacional". Segundo a ministra da Igualdade Racial, as declarações de Bolsonaro foram "caso explícito de racismo".[54] A coordenadora da organização não-governamental Actionaid, Rosana Heringer, defendeu que, na impossibilidade de cassação de Bolsonaro pela lei do racismo, "ele merece uma punição do ponto de vista simbólico e cultural, para pensar duas vezes antes de falar isso de novo."[55] A Comissão de Direitos Humanos da Câmara disse que investigará Bolsonaro por suas falas de conteúdo discriminatório.[56] O presidente da Fundação Palmares, Eloi Ferreira de Araujo, demonstrou indignação em relação às falas de Bolsonaro. Segundo ele, "É preciso coibir todo e qualquer ato que vise fomentar o racismo. E é isso que faremos".[57] No dia 6 de abril de 2011 o deputado Bolsonaro faltou à reunião da Comissão de Direitos Humanos, segundo o seu gabinete, ele estaria preparando uma defesa contra as acusações de racismo pela entrevista cedida ao programa de televisão.[58] No mesmo dia, manifestantes fizeram um protesto contra o deputado, exibindo cartazes com uma caricatura de Bolsonaro assemelhando-se a Adolf Hitler e trazendo a hashtag "#forabolsonaro", utilizada no Twitter para promover a indignação contra as declarações do deputado.[58][59] Mais tarde, foi divulgado que o presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas(UBES), Yann Evanovick, afirmou que "Não dá para um país, com teoricamente uma democracia plena, ter parlamentares preconceituosos, homofóbicos e machistas, como o deputado Bolsonaro". Junto dele, a União Nacional dos Estudantes e outras vinte entidades enviaram um documento à Comissão de Direitos Humanos pedindo a investigação de Bolsonaro por crime de racismo [60] O presidente da câmara, Marco Maia (PT), disse estudar a possibilidade de alteração no códigod e ética da câmara para viabilizar punições alternativas ao deputado. [61] Protestos de grupos ligados a UNE, movimentos indígenas, negros e religiosos protestaram no dia 7 de abril na Câmara Federal, comparando Bolsonaro a Hitler.[62]

Processos contra Bolsonaro pela entrevista

A entrevista ao CQC rendeu ao deputado vários processos por quebra de decoro e racismo. Para o presidente da OAB, Ophir Cavalcante, a Câmara dos Deputados deve abrir um processo contra Bolsonaro.[63] A cantora Preta Gil também já entrou com um pedido de processo contra o deputado por racismo, ela afirmou que as declarações foram claramente racistas e que o próprio deputado "assume o que é", a cantora agradeceu ao programa por "provar" esse racismo.[64]