quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Cinco motivos para reeleição do prefeito Almeida: lições para o PT e para sociedade.


Tenho ouvido de diversos companheiros (as), outros "campanheiros" e colegas mais próximos sobre o governo do companheiro prefeito, Sebastião Almeida, onde há avaliações totalmente desanimadoras e com os mais variados argumentos como, (1) o governo é lento nas respostas para população; (2) a prefeitura esta fazendo menos; (3) a cidade esta abandonada em algumas regiões; (4) algumas ações estão paralisadas; (5) a mudança no transporte foi ruim.

O governo do companheiro Eloi Pieta avançou do patamar zero, de uma cidade abandonada, sem serviços públicos organizados e atendimento insuficiente, a corrupção até 2000 pautou a vida política de Guarulhos.

A luta política local e a conjuntura nos deram a vitória eleitoral, isso nos levou ao governo. Vamos lembrar que com dois vereadores o PT fez grandes mobilizações e combateu fortemente a corrupção seja pública ou privada que rodeavam a prefeitura.

Podemos até dizer que um governo mais "honesto" e que não precisaria ser petista daria conta de “cuidar da cidade”. A nossa história e as pessoas que atuavam nos movimentos sociais e sindical, parte de intelectuais e professores, profissionais e gente dedicada a comunidade foram os que permitiram fazer um governo mais voltado para a população, a expansão para o Pimentas entre outras conquistas.

O modo petista de governar foi mais forte nas nossas ações de governo no primeiro mandato, muito diferente do segundo. Exemplo disso foram as coordenadorias de ação local (CAL) que mantinham uma relação entre a população e a prefeitura.

Agora o eleitorado mudou? Avalio que sim, o perfil foi mudando a cada nova eleição. Vamos lembrar que a nossa primeira vitória (2000) foi de poucos votos e o inexpressivo Jovino quase nos derrota. O nosso eleitorado foi ampliando em parte da população esquecida pela prefeitura nos últimos anos e parte dos setores médios que viam no PT um governo que trabalha dentro dos princípios da "ética na política".

Pro isso avançamos para uma reeleição folgada em (2004), com Eloi bem avaliado pessoalmente, ou seja, sai de cena a intervenção coletiva do governo do PT e entra a personalidade na figura do "prefeito realizador". Isso levou o segundo mandato de Eloi para outra mudança significativa, pois o trabalho do governo foi de investir em obras e com isso fortalecer a sua auto-imagem, que colocou-se a prova na eleição de Janete para deputada federal.

O terceiro mandato do PT com a eleição de Almeida se dá num clima que seguiu o que restava da crise moral do PT de 2005. O partido se recupera na reeleição de Lula mesmo sabendo que os inimigos usavam dessa “indignação contra o PT”.

Nossa oposição buscou duas táticas no seio da população: influenciou os setores médios para fazer opinião pública contra o PT e as classes pobres utilizou-se a compra de seu voto via "contratações" de cabos eleitorais como "exércitos de descamisados".

Vencemos com o compromisso de "continuidade com inovação", ou seja “continuar o bom trabalho” era o motivo principal para nossa vitória em 2008. Nós, internamente no PT, nos acomodamos no governo e relaxamos nas nossas avaliações políticas sem refletir esses movimentos no próprio interior da sociedade guarulhense.

O eleitorado não é estável, nem imutável e não pode ser tratado com a mesma análise, sempre! Muita coisa mudou. As pessoas mudam. As gerações mudam, o jovem de hoje não viveu aquela Guarulhos do final da década de 90 e quem viveu o governo Eloi só tem parâmetros para avaliar o governo Almeida a partir da continuidade, ser observar as diferenças.

Daqui começo meus argumentos que me convencem a reeleição do companheiro Almeida:

1- O governo continuou as obras que não foram concluídas no período do governo Eloi, entre as maiores temos o viaduto (que nem estava na metade quando foi “inaugurado”), com o descompromisso da empreiteira Camargo Correia e que exigiu mobilizar a própria Proguaru, os andares do Hospital Pimentas Bonsucesso com o setor de maternidade e a ampliação do Adamastor centro. Lembremos que em outros tempos isso não seria possível pelo tamanho, pelo valor da obra e entre outros. Aqui a prova da agilidade e capacidade do governo Almeida em dar respostas e não desculpas para concluir o que foi herdado;

2 - Triplicaram os serviços de varrição, limpeza, novas latas de lixo, os pontos de ônibus foram reformados e ampliou-se reaproveitamento de entulho (vejam que a Prefeitura está ampliando este serviço), e as ações que permitiram triplicar as ações de tapa buracos e asfalto. E mesmo assim? A cidade é vitima do alto consumo seja de bens ou gêneros alimentícios e do excesso de carros fruto da boa fase da economia. Imaginem como seria o centro sem o calçadão diante do desenvolvimento da última década? A população seguiu este ritmo, a prefeitura paga a conta em crescer os seus serviços;

3- O governo Almeida investiu nos servidores públicos, mesmo com o arrocho dos últimos anos, escolhas foram feitas pelo governo Eloi para que a cidade crescesse, porém é preciso corrigir desigualdades e injustiças contra os trabalhadores (as) que atendem a população. Foram dados aumentos salariais que atingiram 4%, o vale refeição, a convocação de concursados (as) para ampliar ou melhorar os serviços públicos e o dialogo permanente. Com isso tudo em andamento e mesmo não atendendo ainda todos (as) servidores públicos, impossível falar em paralisação de ações se houve aumento de pessoal para servir a população, tudo isso por decisão do governo;

4- A prefeitura esta em quase todas as regiões vamos só lembrar de algumas ações: escolas reformadas, ampliadas ou novas construídas, 11 centros de referencia da assistência social, mutirões e melhoramentos de ruas e calçadas, inúmeros tele cidadanias, enfim, se levantarmos as ações do governo, em dois anos avançamos. Destaco as cinco estações de tratamento de esgoto, três novos CEUs (Centros Educacionais Unificados) devendo chegar a dez, que representam a novidade de um governo que faz em dois anos obras com este porte social para população;

5- Com relação ao transporte público realmente houve uma implantação forçada, onde foi feito o novo sistema de transporte e o Bilhete Único. O que tem gerado problemas foi à reorganização das linhas e que no próprio PT, apesar da tensão, fizemos uma reunião com o novo secretário, nas regiões as atividades de governo como as inaugurações e entregas de uniformes não expuseram nenhum conflito mais duro contra o governo. A aprovação do Bilhete Único já chega a 70% e as mudanças nas linhas estão sendo feitas;

Antes que alguém fale em excesso de otimismo eu digo que a ausência de debate político interno no PT tem levado a uma cegueira política sem leitura da realidade e do trabalho feito pelo governo municipal.

O eleitorado que votará na reeleição do companheiro prefeito, Almeida é (em parte) diferente da que está na cabeça dos petistas. E as eleições de 2010 provaram isso. Os votos dados para o candidato do governo a deputado estadual (Alencar) mostram uma nova mudança do eleitorado que poderá indicar que devemos encontrar meios de nos comunicarmos e dialogarmos.

Cuidados com as pedras no caminho, o que pode nos derrotar? Acredito que o PT só perde para si mesmo.

Os movimentos e as forças políticas internas mostram isso e indicam que nossa derrota dependerá: (a) em manter a chapa vitoriosa de 2008 com Almeida e Carlão pela estabilidade política interna que traz; (b) que as alianças partidárias sejam renovadas por uma carta de compromisso com o nosso programa de governo; (c) se concentrarmos nossos esforços em 2012 e não adiantar o debate de 2016 como quer ou se movimentam algumas lideranças petistas; Até porque é impossível pensar no quinto mandato se não vencermos agora o quarto? (d) retomar a vida partidária, onde o PT precisa voltar a ter vida política orgânica no cotidiano da cidade, denunciando o governo estadual tucano (PSDB); (e) voltar a dialogar (de verdade) com o movimento sindical cutista e independentes, bem como os movimentos sociais e incorporá-los em outros espaços como conselhos e fóruns para avançar nas políticas públicas.

Governar precisa adquirir um novo sentidos para nós, militantes, com o risco de nos perdermos a direção que nos levou ao poder local: Ou seja, contribuir para mudar (sempre) a sociedade garantindo uma Guarulhos mais democrática, de superação da desigualdade social e econômica, com justiça social e de valores socialistas.

Wagner Hosokawa - militante e dirigente da Inaugurar um novo período, tendência interna do PT de Guarulhos, atual Coordenador Municipal da Juventude da Prefeitura.