segunda-feira, 5 de setembro de 2011

PROPOSTA DA NOVA TENDÊNCIA PETISTA, PARIDADE AGORA É LEI NO PT


03/09/2011

A partir da próxima eleição interna do PT, todas as instâncias partidárias deverão ter o mesmo número de mulheres e de homens em sua composição. A emenda que instituiu a mudança foi aprovada com poucos votos contrários no final desta tarde. A proposta foi formulada pela nova tendência, nascida a partir da fusão de grupos nacionais minoritários e agrupamentos regionais que se assumem socialistas.

Apresentada no seminário “inaugurar um novo período no PT”, convocado para reunir esses grupos, a emenda começou a ganhar apoios das tendências hegemônicas no próprio encontro, quando alguns de seus cardeais passaram para fazer uma saudação à nova tendência. Na quinta-feira 1, o líder da bancada na Câmara, Paulo Teixeira, da corrente Mensagem ao Partido, assinou embaixo. Na manhã de hoje, primeiro dia de debates do IV Congresso do PT, José Dirceu também avalizou a mudança. Na hora da votação, a paridade foi aprovada com pouquíssimos votos contrários.

À primeira vista, uma importante vitória das feministas do PT. Mas a aprovação com apoio maciço dos delegados e delegadas revelou o acerto político da tendência recém nascida, ao escolher cirurgicamente uma bandeira capaz de vencer resistências e cabalar apoios até mesmo entre militantes das tendências majoritárias. Renata Rossi, da direção nacional do PT, e militante da nova tendência, fez a defesa da proposta, em contraponto a uma outra, de paridade progressiva, gestada pelas correntes majoritárias. “Estou muito feliz porque é uma vitória de todas as mulheres, compartilhada pelo conjunto do partido, mas sobretudo porque a proposta nasceu de uma definição tomada logo nas primeiras reuniões preparatórias da fundação da nossa tendência”, explica Renata.

Para Angélica Fernandes, outra das muitas “mães da criança”, há expectativa semelhante em relação a outra proposta do novo agrupamento petista, a chamada autonomia militante. A nova tendência tem suas raízes nos movimentos sociais, como o MST, movimentos de mulheres e LGBTT, e propõe que seus militantes fiquem liberados para defender as posições de suas organizações de base quando houver conflito com resoluções do partido. Se aprovada, a regra não valerá para militantes em cargos de confiança e parlamentares,submetidos às decisões de bancada em matérias polêmicas. “O PT deve se adequar à diversidade de seu quadro de militantes e manter sempre a sua pauta aberta às demandas dos mais diversos segmentos sociais”, argumenta Angélica, em defesa da autonomia militante.