Este é o tema da nossa 2ª Conferência Municipal da Juventude de Guarulhos onde no dia 18 de junho já pela manhã no salão de artes do Adamastor centro milhares de jovens da nossa cidade vão mobiliza-se para participar deste que deve ser consolidado como o espaço das grandes decisões da juventude.
Em 2008 a tarefa dada para os jovens no Brasil todo na primeira conferência era “levante a sua bandeira”, e foram várias as reivindicações de estudantes, jovens dos cursinhos comunitários, negros (as), trabalhadores, indígenas, jovens mulheres, enfim, foram levantadas as lutas por mais políticas públicas, contra o assassinato de jovens negros (as), contra a homofobia, etc.
Educação e direito ao trabalho serão causas eternas da juventude, portanto foram as mais exigidas e com razão. Aos jovens é cobrado apenas deveres. Esquecem os “adultos” de que para tanto é preciso garantir direitos.
A crise econômica tem atingido mais a Europa, sobre os jovens ela é mais cruel. Os indignados, em apuros ou geração “nini” (nem estuda, nem trabalha), é como são categorizados os jovens em Portugal, na Espanha e Grécia. São jovens com nível superior, falam mais de uma língua, tiveram ensino de qualidade, e porem estão desempregados ou subempregados. Sua participação política fica cada vez mais voltada para ações diretas como ocupação de praças públicas, manifestações e assembléias públicas para questionar um velho conhecido dos nossos países aqui na America do Sul, o FMI (Fundo Monetário Internacional) e suas políticas de arrocho salarial, meta de desemprego e pressão sobre os direitos sociais.
E no Brasil? Uma situação inversa de ascensão para o ensino superior aliada a falta de pessoal qualificado para o mercado de trabalho e uma brutal divida social com a juventude que cada vez mais abandona ou passa pelo ensino médio com baixo aproveitamento escolar.
Por isso o desenvolvimento entrou na pauta da 2ª Conferência onde a juventude precisa debater e propor qual é o caminho que devemos seguir? Não basta bom ensino, sem inserção real ao direito ao trabalho, não basta ter emprego sem uma escola que prepare o jovem para vida. E não basta crescer economicamente sem pensar na sociedade que elimine a violência, por exemplo, como meio de resolver conflitos. Ou o individualismo e o consumo que não nos trazem a idéia de uma cidade sustentável e de direitos.
Efetivar direitos representa olharmos para a juventude que busca acesso a universidade pela organização comunitária dos cursinhos, que busca a paz pela religiosidade, que quer respeito as suas opções sexuais, que não tolera a violência contra a mulher, que busca resgatar sua identidade afro descendente, enfim são expressões de um novo tempo da própria juventude, se ficarmos parados ou “deixando a vida levar” não vamos pensar o momento e nem construir o futuro.
Que a nossa grande rede social seja aquela que irá mobilizar a nossa juventude para 2ª Conferência, o futuro começa a movimentar-se agora.
Wagner Hosokawa – Coordenador Municipal da Juventude da Prefeitura, assistente social e mestrando pela PUC/SP.