“Os poderosos podem matar uma, duas até três rosas, mas nunca deterão a Primavera”.
Che Guevara
De Tiago Soares
Perto do nosso II Congresso Estadual da JPT/SP, que será realizado em Novembro, trago reflexão sobre a juventude do PT no estado de São Paulo, depois de um primeiro congresso onde ainda não se sabia direito para onde a nossa organização de juventude, poderia se estabelecer a direção estadual eleita naquele primeiro congresso começou a definir melhor sua estrutura organizativa.
A tarefa, numero um onde todos os agrupamentos defendiam, era superar o modelo de setorial existente e proporcionar um novo modelo organizativo com as instâncias e a municipalização dessa nova estrutura. O que a “maioria” não imaginava que os elementos necessários para essa consolidação, no congresso nacional haviam sido derrubados se tornando um impeditivo, como por exemplo, a destinação de uma porcentagem do fundo partidário para as direções de juventude da JPT nacional/estadual/municipal, os que defendiam como eu essa medida, destacavam a importância da autonomia financeira da instâncias da JPT, muito interpretaram esse tema, como uma “ameaça” para criar um partido “paralelo” mas na realidade, havia uma disputa geracional e de tutela, já que as instância tendo uma viabilidade econômica maior e autônoma como os “dirigentes” poderiam intervir no dia-a-dia de luta e organização da JPT? E aqui não acho que a JPT deve ser independente, ao contrario de autonomia, pois a direção da juventude deve seguir o programa partidário.
Sabemos muito bem como é o tratamento de um presidente/a do PT quando o/a secretario/a é da sua corrente, e quando não pertence ao seu agrupamento, são barreiras que acabaram impedindo uma maior consolidação das instâncias da JPT em nosso estado e todo Brasil, claro que aqui no estado de São Paulo a direção estadual tinha um dialogo melhor com presidente, mas nos municípios essa realidade fica mais nítida, até porque na estadual a secretaria eleita, teve a boa sorte em fazer parte do mesmo campo que o presidente estadual, mas nem sempre é assim e refletir sobre essa questão é importantíssimo nesse processo de discussão de congresso.
Outro ponto que ai necessita de uma reflexão maior é o dialogo e o protagonismo da JPT/SP, no enfrentamento ao governo estadual do PSDB, só vamos ganhar o maior estado da federação, quando a JPT estiver dialogando e estando na vanguarda da OPOSIÇÃO, com todo respeito aos demais partidos de esquerda que fazem oposição ao governo tucano, mas a Juventude do PT tem que esta na linha de frente dialogando e impulsionando os movimentos sociais sem hegemonismo, para isso a JPT/SP necessita fazer a sua parte e aproximar das pautas e lutas da CUT, MST, UEE, UPES, MMM, LGBT´s , UNEAFRO e muitos outros movimentos, reaprender deve sempre estar na nossa meta, o mundo mudou as redes sociais viraram um pólo de mobilização, como aproveitar esse grande instrumento para converter a juventude para o nosso projeto democrático popular, outro desafio é canalizar essa onda para uma organização real de fato, apesar de ser uma ferramenta que nos proporciona a falar com milhões, ainda não conseguimos concentrar esses milhões para luta anticapitalista/neoliberal, como juventude de esquerda, socialista e de massas, a JPT não deve perder esse horizonte de vista e deve reafirmá-lo, novamente nesse segundo congresso.
Rearticular nossa frente de atuação nas universidades públicas estadual/federal deve estar na nossa estratégia como juventude do PT, como provocar o debate nas escolas públicas de Ensino Fundamental e Médio Estadual referente à péssima qualidade de ensino, superar o analfabetismo funcional, instrumento neoliberal de dominação, que virou regra é tão atual como impulsionar, a campanha contra o fim do genocídio da Juventude Negra, que segundo o dossiê levantado pela UNEAFRO/Brasil em parceria com outras entidades do movimento negro, o número de jovens negros/as mortos em SP é exorbitante e na maioria das vezes protagonizado por agentes de segurança do estado.
Temos a condição de estar na linha de frente dessas e outras ações, mas para isso necessita acontecer um pacto de unidade na ação das forças da JPT/SP, que esteja acima das divergências internas, tenhamos discernimento para consolidar a nossa organização e municipalizar de fato as nossas instâncias, chegar até o final dessa próxima gestão em 95% de municípios do estado com direções municipais instituídas é possível pois é a partir de lá dos municípios que conseguiremos construir a nossa intervenção numa real OPOSIÇÃO ao governo Alckmin, mas deve ser uma meta de todos/as.
E nesse processo passa as eleições municipais 2012, onde devemos impulsionar o maior número de candidaturas jovens no estado, garantindo nas instâncias do partido uma estrutura mínima para essas candidaturas(Legislativo/Executivo), não somente para carregar o famoso piano.
Outro debate primordial é garantir a autonomia financeira das instâncias da JPT, com um percentual do fundo partidário, só assim poderemos de fato ter a plena condição de superar os obstáculos do antigo modelo “setorial” e de “tutela” que ainda nos persegue, apesar dos avanços que conquistamos no 1° Congresso Nacional, com a paridade na direção e a cota étnico/racial, que devemos manter e ampliar chegou a hora de consolidar e Inaugurar de uma vez por toda, Um novo período na juventude petista paulista.
Tiago Soares é Secretario Municipal da JPT/Guarulhos, JN13(Juventude Negra 13), Membro da Comissão Organizadora Estadual do II-CoeJPT/SP e Signatário da pré-tese Inaugurar um novo período.