terça-feira, 23 de agosto de 2011

Salvem-se quem puder: no barco do campo majoritário Lula, Edinho e Ze Dirceu correm de um lado e Demétrio Vilagra do outro no caso de Campinas.



É um caso sério aquele de Campinas, onde o vice-prefeito toma posse como se fosse o legitimo representante da cidade. Demétrio Vilagra (“PT”) assume a prefeitura depois que o seu antecessor (e prefeito eleito), Dr. Hélio (PDT) foi cassado pela Câmara de Vereadores.

Ambos têm sob as suas cabeças a acusação de participar de esquemas de corrupção na Prefeitura de Campinas. O apoio ao Sr. Helio para prefeito não foi uma unanimidade na cidade e contou com a posição contrária da esquerda do PT a aliança com (des) conhecido político que contribuiu para varrer a herança bendita do PT em Campinas, já governada (e bem avaliada) pela população.

A coisa desandou para o partido com o assassinato de Toninho. De lá pra cá as disputas internas poderiam ser chamadas de disputas intensas. A verdade é uma só: a nossa esquerda foi derrota pela conjuntura e pelas amarras de forças políticas que não conseguiram construir unidade pelo menos em torno do governo. Sobrou para o fortalecimento de setores que cresceram economicamente na disputa interna.

Então qual problema? O problema é que se faltou a esquerda socialista estratégia, ao campo majoritário falta vergonha na cara.

No meio da crise política de Campinas as grandes expressões da política de alianças como Lula, Edinho e Ze Dirceu saíram na defesa principal do “companheiro” Dr. Helio, que seria vitima da perseguição política da polícia civil tucana, mal paga mas com alguns delegados fiéis.

Foram afagos, elogios e discursos duros contra a perseguição odiosa a vitima e pessoa honrosa do ex-prefeito Dr. Helio. Foram manobras e artimanhas para aprovar apoios ou pelo menos “panos quentes” frente a posição do PT.

O castelo de cartas caiu em meio a última votação de pedido de cassação que teve dos 33 vereadores, apenas um apóstolo do PCdoB. A versão da bancada petista: a situação do prefeito ficou “insustentável”.

Na posse o sr. Demétrio Vilagra assume em tom de esquecimento, onde poderíamos até imaginar do seu discurso a seguinte questão: “quem era o prefeito anterior mesmo?”

E agora companheiros majoritariamente majoritários?

Cabe a nós, militantes da esquerda socialista do PT, não aceitar estas “lições morais” da cartilha do setor majoritário e formular, construir e elaborar nossas posições. Porque dois pesos e duas medidas não combinam com o sentido da palavra “coerência”.

Wagner Hosokawa

é militante da esquerda socialista do PT


Olhe a matéria nos jornais:

23/08/2011 - 12h39

Em posse, novo prefeito de Campinas ignora antecessor cassado


RODRIGO VIZEU

ENVIADO A CAMPINAS
MARÍLIA ROCHA
DE CAMPINAS


O novo prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra (PT), foi empossado nesta terça-feira (23) pela Câmara Municipal.


Em um discurso de pouco mais de sete minutos, ele omitiu o nome de seu antecessor cassado, Hélio de Oliveira Santos, o dr. Hélio (PDT)

Vilagra afirmou ainda que apoia as investigações do Ministério Público de São Paulo, que denunciou um esquema de cobrança de propina em contratos da Sanasa (empresa de saneamento).

"Como cidadão, como político e como petista, apoio totalmente as investigações, não só em Campinas como nas demais cidades em que estão sendo realizadas", disse Vilagra.

Vice de dr. Hélio, Vilagra é um dos investigados pelo Ministério Público por suposto envolvimento no esquema. O petista nega participação no caso.

Também na manhã desta terça-feira, dois novos pedidos de cassação foram protocolados na Casa, pedindo a abertura de processo de impeachment também contra Vilagra. Os pedidos foram de autoria do vereador Valdir Terrazan (PSDB) e do presidente do PSOL em Campinas, Paulo Búfalo. Ambos pedem o afastamento imediato de Vilagra da prefeitura. Eles devem ser analisados a partir de quarta-feira (24).

Na segunda-feira (22), um pedido de cassação contra Vilagra foi arquivado sob o argumento de que ele ainda não havia assumido a prefeitura.

UNIÃO

Ainda em seu discurso de posse, Vilagra insistiu em pedir "união", prometeu abrir seu gabinete aos vereadores --responsáveis pelo seu futuro-- e disse pretender "trabalhar muito para que Campinas saia da estagnação que se instaurou nos tempos recentes em virtude da crise política".

Vilagra disse ter exercido o cargo de vice-prefeito "com muita lisura e orgulho". "Não compactuo com o erro. O que tiver que ser corrigido será de maneira ética e clara", afirmou.

Sem citar dr. Hélio, ele disse ter passado a integrar a administração municipal a convite do então prefeito Toninho (PT), morto em 2001.

GAFE

Vilagra cometeu uma gafe ao dizer que governará "até 31 de dezembro de 2011" e não até 2012. Ele foi corrigido pelo presidente da Câmara, Pedro Serafim (PDT), que ocupará a prefeitura em caso de cassação do prefeito.

O pedetista riu muito do equívoco, assim como os outros vereadores.

Ao chegar ao plenário e após discursar, Vilagra foi aplaudido de pé pela maioria dos vereadores. Alguns deles, porém, permaneceram sentados e sem aplaudir o petista.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/963946-em-posse-novo-prefeito-de-campinas-ignora-antecessor-cassado.shtml