quarta-feira, 27 de março de 2013

É uma questão de classe.



Bipolaridade pode ser a doença do século ou um distúrbio utilizado como novo bode expiatório para a mesma pessoa ter duas opiniões ou gestos.

Danuza Leão conseguiu num curto espaço de tempo (uma semana) criticar a burguesia carioca e detonar o direito das trabalhadoras domésticas. Em seu artigo de 24/02/2013, "Não chore, Guilhermina" fez uma brilhante critica satirica sobre os sócios de um famoso clube do Rio, o Country, num trecho até diz: "O Country é um clube decadente, frequentado por pessoas --excetuando algumas poucas-- tão decadentes quanto. Gente que não tem coragem de se expor, e passa a vida almoçando, jantando, casando, traindo, roubando, dando pequenos golpes dentro da própria família, protegida pelas paredes do clube;" e consegue elucidar como se comporta a burguesia deste país (incluído ela, claro).

Já no artigo de 4/03/2013 intitulado "A PEC das empregadas" ela literalmente "solta os bofes" para fora e destila todo o seu veneno sobre as trabalhadoras que vivem ainda a margem dos direitos nesta sociedade. Faz comparações em outros países numa forma de como se as empregadas lá fora nos EUA e na Europa não vivem esse "luxo" porque as nossas brasileiras deveriam? E assim ela vai construído (ou fantasiando) um biotipo de madame que "coitadinha" não tem como pagar uma creche integral para seus filhos/as e como "pagará para aos da empregada".

 Esse tipo de bipolaridade só pode ser entendida como ela é: posição de classe.

Ela pertence a uma classe que por anos olhou (e olha) a sociedade de cima, sempre tentando filantropizar os de baixo. Criticam os programas de transferência de renda como o Bolsa Família quando ela (a burguesia) passou anos distribuindo moedas e migalhas para evitar uma revolta ou revolução social, assim cantou Cazuza que também era burguês e que nunca negou que também "cheirava mal" em uma das suas acídas canções.

Tudo então no Brasil em desenvolvimento de hoje é o mesmo de antes quando a sociedade é capitalista:  é uma questão de classe!

O problema é unir em torno de uma mesma causa ou idealismo todos/as assalariados/as deste país que não são ricos e nem burgueses, mas que se permitem a querer parecer o que não são. Essa falsa idéia de "classe média" que divide opiniões e fragmenta a possibilidade de construir um país dos trabalhadores/as.

Uma coisa eu diria aos meus conhecidos da "classe média": "- vocês compram a revista Caras, mas nunca irão aparecer nas fotos dela", quanta pobreza de espírito tem essa gente assalariada média superior que pertence a classe trabalhadora, mas não se reconhece nela.

Feliz páscoa. Boa Leitura (dos artigos abaixo)
Ah, e contrariando Vanuza vejam as matérias depois dos artigos dela!

24/02/2013 - 03h00
Não chore, Guilhermina


Passei a detestar clubes desde o dia em que, há muitos anos, presenciei uma conversa entre alguns sócios de um famoso clube do Rio, o Country. Nesse tempo a garotada tinha a mania de roubar carros, dar umas voltas no quarteirão e depois largá-los em qualquer lugar. Detalhe: não eram ladrões, apenas adolescentes brincando de transgredir.

Só que nesse dia a polícia viu, e foi atrás; os meninos, apavorados, entraram no estacionamento do Country (eram filhos de sócios), e a polícia foi atrás. O final dessa história não importa, mas nunca esqueci do que ouvi. Segundo esses sócios, a polícia não tinha o direito de entrar num clube privado, que tal? Foi a partir daí que comecei a detestar clubes e, mais ainda, os que ditam as regras dos clubes.

No Country é assim: a pessoa que pretende ser sócia, em primeiro lugar compra um título --entre R$ 500.000,00 e R$ 1.000.000,00; depois paga o mico de ter seu nome estampado num quadro, e se arrisca a pagar um mico ainda maior, o de não ser aceito (as famosas bolas pretas), e ter que fingir que nada aconteceu. Ninguém jamais saberá porque a pessoa levou bola preta, e também jamais saberá quem deu a(s) bola(s) preta(s). Esse é um ato de covardia, e como no clube ninguém tem assunto, um prato para os sócios. O alvo predileto dos que votam costuma ser mulheres solteiras e bonitas; eles sabem, intuitivamente, que a elas jamais terão acesso. E tem o grupo das mulheres, que pressiona os maridos para votar contra, porque não querem no clube mulheres solteiras e bonitas, ai ai.

O Country é um clube decadente, frequentado por pessoas --excetuando algumas poucas-- tão decadentes quanto. Gente que não tem coragem de se expor, e passa a vida almoçando, jantando, casando, traindo, roubando, dando pequenos golpes dentro da própria família, protegida pelas paredes do clube; lá tudo pode e tudo é perdoado, desde que aconteça entre os sócios. É como se fosse um país dentro de outro país, com um presidente, seus ministros, suas fronteiras, suas leis. Não sei onde tem mais mofo, se nos sofás ou nas cabeças desses frequentadores, que adoram seus privilégios: as piscinas, as quadras de tênis, a liberdade de assinar as notas para pagar no fim do mês --quando pagam. Como os sócios estão, em boa parte, falidos, podem comer seu picadinho --ruim-- lembrando dos velhos tempos. Bom mesmo vai ser no dia em que um deles escrever um livro contando as histórias do clube, que devem ser de arrepiar, mas vai ser difícil: quando você fica sócio, passa automaticamente a fazer parte de uma sociedade secreta, tipo uma máfia, onde a omertà (voto de silêncio) é sagrada. Tudo pode --e põe tudo nisso--, desde que seja só entre eles.

Logo que cheguei de férias soube do affair Guilhermina Guinle, que tentou ser sócia do clube mas foi bombardeada por bolas pretas. Pensei, pensei, e não entendi. Por que uma mulher bonita, charmosa, rica, de sucesso, quer ser sócia do Country? E pensei que, como todos os que já receberam as tais bolas pretas, ela mereceu: é o castigo de querer pertencer ao clube mais gagá do Brasil. Dá para entender que uma pessoa pague uma fortuna pelo título de um clube em que alguns poucos vão decidir se ela pode frequentá-lo? E é possível alguém querer frequentar um lugar em que é preciso pedir licença para entrar, e essa permissão ser dada --ou não-- por um pequeno grupo cujo momento de gloria é a reunião do clube, onde podem dar vazão às suas frustrações e se vingar da vida? Não dá para entender mes-mo.

Aliás, seria uma boa ideia desapropriar aquele belo terreno que dá frente para a av. Vieira Souto e fazer ali um jardim público onde os atuais sócios poderiam ir dar seus passeios e falar mal da vida dos outros, sem pagar um só tostão.

O papa se demitiu, os meteoros estão caindo, o mundo se acabando, e o Country continua acreditando em suas bolas pretas. É de chorar.


24/03/2013 - 03h00
A PEC das empregadas




Essa Pec das empregadas precisa ser muito discutida; como foi mal concebida, assim será difícil de ser cumprida, e aí todos vão perder.

A intenção de dar as melhores condições à profissional, faz com que seja quase impossível que o empregador tenha meios de cumprir com as novas leis; afinal, quem vai pagar esse salário é uma pessoa física, não uma empresa.

Vou fazer alguns comentários sobre as condições --diferentes-- em que trabalham as domésticas aqui e em países mais civilizados.

Vou falar da França e dos Estados Unidos, que são os que mais conheço. Lá, quem mora em apartamento de dois quartos e sala, é considerada privilegiada, mas nenhum deles tem área de serviço nem quarto de empregada (costuma existir uma área comunitária no prédio com várias máquinas de lavar e secar, em que cada morador paga pelo tempo que usa); uma família que vive num apartamento desses tem --quando tem-- uma profissional que vem uma vez por semana, por um par de horas.

É claro que cada um faz sua cama e lava seu prato, e a maioria come na rua; nessas cidades existem dezenas de pequenos restaurantes, e por preços mais do que razoáveis.

Apartamentos grandes, de gente rica, têm quarto de empregada no último andar do prédio (as chamadas "chambres de bonne", que passaram a ser alugadas aos estudantes), ou no térreo, completamente separados e independentes da família para quem trabalham.

Essas domésticas --fixas e raras-- têm salario mensal, e sua carga horária é de 8 horas por dia, distribuídas assim: das 8h às 14h (portanto, 6 horas seguidas) arrumam, fazem o almoço, põem a casa em ordem. Aí param, descansam, estudam, vão ao cinema ou namoram; voltam às 19h, cuidam do jantar rapidinho (lá ninguém descasca batata nem rala cenoura nem faz refogado, porque tudo já é comprado praticamente pronto), e às 21h, trabalho encerrado.

Mas no Brasil, muitos apartamentos de quarto e sala têm quarto de empregada, e se a profissional mora no emprego, fica difícil estipular o que é hora extra, fora o "Maria, me traz um copo de água?". E a ideia de dar auxílio creche e educação para menores de 5 anos dos empregados, é sonho de uma noite de verão, pois se os patrões mal conseguem arcar com as despesas dos próprios filhos, imagine com os da empregada.

Quem vai empregar uma jovem com dois filhos pequenos, se tiver que pagar pela creche e educação dessas crianças? É desemprego na certa.

Outra coisa esquecida: na maior parte das cidades do Brasil uma empregada encara duas, três horas em mais de uma condução para chegar ao trabalho, e mais duas ou três para voltar para casa, o que faz toda a diferença: o transporte público no país é trágico. Atenção: não estou dando soluções, estou mostrando as dificuldades.

Na França, quando um casal normal, em que os dois trabalham, têm um filho, existem creches do governo (de graça) que faz com que uma babá não seja necessária, mas no Brasil? Ou a mãe larga o emprego para cuidar do filho ou tem que ser uma executiva de salário altíssimo para poder pagar uma creche particular ou uma babá em tempo integral, olha a complicação.

Nenhum país tem os benefícios trabalhistas iguais aos do Brasil, mas isso funciona quando as carteiras das empregadas são assinadas, o que não acontece na maioria dos casos; e além da hora extra, por que não regulamentar também o trabalho por hora, fácil de ser regularizado, pois pago a cada vez que é realizado? Se essa PEC não for muito bem discutida, pode acabar em desemprego.

P.S.: É difícil saber quem saiu pior na foto esta semana: se d. Dilma, dizendo em Roma que a culpa pelas tragédias de Petrópolis se deve às vítimas, que não quiseram sair de suas casas, ou se Cristina Kirchner, pedindo ajuda ao papa no assunto das Malvinas.

Danuza Leão é o símbolo vivo de uma elite inculta, egoísta e vil
fonte: http://www.blogdacidadania.com.br/2013/03/danuza-leao-e-o-simbolo-vivo-de-uma-elite-inculta-egoista-e-vil/


Há um setor da sociedade que simplesmente não consegue enxergar e aceitar o processo civilizatório em que o Brasil mergulhou após os seguidos desastres administrativos, econômicos e sociais que governos medíocres, vendidos e ladrões lhe impuseram até 2002.

Talvez o mais eloquente símbolo do processo civilizatório em curso no Brasil seja estar se tornando raro famílias de classes média e alta terem “empregadas domésticas” que trabalhem de sol a sol por ninharias que não pagam refeição em um bom restaurante.

Agora, após séculos de verdadeira escravidão a que mulheres e até meninas pobres se submeteram trabalhando nessas condições para famílias de classe social superior, o Congresso criou vergonha e estendeu aos trabalhadores domésticos os direitos de todos os outros.

Um dos muitos avanços sociais para a maioria empobrecida do nosso povo que os governos Lula e Dilma vêm proporcionando está na raiz do ódio que a elite tem deles, pois acabou a moleza de madames como a colunista da Folha de São Paulo Danusa Leão terem escravas.

Eis que a socialite-colunista, que já andou vertendo seu ódio de classe devido à conquista dos aeroportos e viagens internacionais pelas classes “inferiores”, agora se revolta com os direitos trabalhistas serem estendidos também às “domésticas”.

Para tanto, como bem anotou o site Brasil 247, a socialite-colunista se valeu dos “argumentos” que há mais de século os escravocratas brasileiros usaram para manter este país como o único em que persistia a escravidão de negros.

Os escravocratas diziam que se os negros fossem libertados, seriam os principais prejudicados porque não conseguiriam se sustentar sem a “proteção” do senhor de escravos.

Agora, uma centena e tanto de anos depois, a colunista da Folha diz que dar direitos trabalhistas a domésticas seria ruim para elas porque, dessa forma, não conseguirão emprego.

Essa mulher é colunista do dito “maior jornal do país”. Espanta como alguém tão desinformada pode ter espaço em um veículo de projeção nacional para provar por escrito sua ignorância desumana.

Danusa é o retrato de uma elitezinha minúscula, iletrada, desinformada, egoísta, racista, sonegadora e pervertida. Leia a sua diarreia mental na Folha deste domingo. Prossigo a seguir.


06/05/2011 16:41

Situação das empregadas domésticas é precária
Comunicado do Ipea traçou o perfil atual das trabalhadoras domésticas
Foto: João Viana
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“A situação do emprego doméstico permanece precária”, aponta Luana Pinheiro

A formalização no emprego doméstico avançou pouco entre 1999 e 2009. A constatação está no Comunicado 90: Situação atual das trabalhadoras domésticas no país,divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta quinta-feira, 5. Com base nas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD/ IBGE), o estudo revela que, em dez anos, a proporção de trabalhadoras domésticas com carteira assinada mudou de 23,7% para 26,3%, crescendo menos de três pontos percentuais.

Como conseqüência do alto índice de informalidade, a renda média do emprego doméstico permaneceu abaixo do salário mínimo. Em 2009, as trabalhadoras


domésticas ganhavam R$ 321,27. No mesmo ano, a remuneração mínima nacional era R$ 465. “Houve ganho de renda nesse período porque, mesmo para quem não tem carteira assinada, o salário mínimo funciona como um indexador, mas a situação do emprego doméstico permanece precária”, comentou Luana Pinheiro, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea. 

O Comunicado mostrou ainda que, por causa da baixa perspectiva da ocupação e a abertura de novas oportunidades com o aquecimento da economia, o emprego doméstico tem atraído cada vez menos as jovens brasileiras. Em dez anos, ocorreu um significativo envelhecimento entre as trabalhadoras domésticas. As mulheres com mais de 30 anos ganharam importância na composição do grupo, representando 72,7%. Em 1999, elas eram 56,5%.

“O envelhecimento aponta uma redução gradual no número de mulheres com ocupação doméstica. Até 2009, isso vinha acontecendo; mas, especificamente nesse ano, houve recuperação da proporção de trabalhadoras domésticas, o que pode ter sido provocado pela crise econômica”, explicou Luana.

No período avaliado pela pesquisa, houve um crescimento expressivo no número de diaristas. A proporção de trabalhadoras domésticas que prestam serviços em mais de um domicílio atingiu, em 2009, 29,3%, 12 pontos percentuais acima do registrado dez anos antes. Se, por um lado, a opção pela ocupação de diarista elevou a renda do emprego doméstico, por outro, tornou o vínculo empregatício ainda mais precário.

“O ganho de renda foi de cerca de R$ 50, muito pouco se considerarmos que essas mulheres não têm carteira assinada, férias, 13º. O poder público deveria ter uma preocupação em regulamentar essa atividade”, concluiu Luana Pinheiro.

http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=8298

Racismo contra empregadas domésticas no Brasil é denunciado na CIDHEFE – seg, 11 de mar de 2013

Washington, 11 mar (EFE).- Associações de defesa dos direitos das mulheres denunciaram nesta segunda-feira para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), em Washignton, nos Estados Unidos, o tratamento racista e sexista que as empregadas domésticas são vítimas no Brasil.

A ONG Global Rights e a Associação Cultural de Mulheres Negras (ACMUN) lamentaram um "racismo estrutural", e especialmente forte em relação às empregadas domésticas, em um país onde na última década os negros passaram a ser a maioria da população

"Jornadas de entre dez e quinze horas diárias, turnos noturnos, condições de insalubridade e salários que, em muitas ocasiões, se pagam mais tarde do que o pactuado" são algumas das denúncias apresentadas diante dos membros da comissão da CIDH

"A Constituição brasileira discrimina as empregadas domésticas ao não reconhecer a elas os mesmos direitos que a outros trabalhadores, e isso, para começar, lhes nega o acesso aos serviços de seguridade social", disse o porta-voz da Global Rights Carlos Casado.

O funcionário frisou que "apenas 27% das empregadas domésticas são registradas". Para a porta-voz da ACMUN Eva Regina Pereira Ramão "sexo e raça são condições determinantes do lugar de trabalho" no Brasil, como demonstra o fato do emprego doméstico ser desempenhado em sua maioria por mulheres negras.

"Poucas mulheres negras tiveram educação e com isso ficam em postos de trabalho nos quais sobressaem a informalidade, a precariedade e a ausência de equidade", afirmou a ativista, que pediu ao governo "maior envolvimento" para terminar com a discriminação.

Os membros da delegação do governo brasileiro enviados a Washington reconheceram o racismo e o sexismo "estrutural", mas asseguraram que estão trabalhando para resolver o problema por meio de programas de discriminação positiva como "Brasil Sem Miséria" e "Minha Casa, Minha Vida".

"É um problema que cada vez mais levamos em conta. Antes, o governo passava pisando em ovos sobre a questão, mas já faz tempo que é uma prioridade para nós", estamos realizando medidas "para melhorar a instrução entre as empregadas domésticas", disse a funcionária Angela Nascimento.

Mesmo com as respotas, a comissária da CIDH Rose-Marie Belle Antoine pediu que o governo enfente o problema com mais seriedade.

"A situação, apesar dos esforços do governo, continua sendo ruim e ameaçadora. Quando as empregadas domésticas, que já sofrem discriminação por si só, pertencem todas a uma mesma raça, o fenômeno aumenta", concluiu Rose-Marie. EFE

fonte:

http://br.noticias.yahoo.com/medvedev-expressa-condol%C3%AAncias-oferece-ajuda-primeiro-ministro-jap%C3%A3o-20110311-052925-393.html


Senado aprova PEC das Domésticas

O Senado encerrou nesta terça-feira (26) a votação da proposta de emenda à Constituição que iguala o direito de trabalhadores domésticos aos demais urbanos e rurais, naquela que ficou conhecida como PEC das Domésticas.
provada em primeiro turno, a proposta voltou a ser aprovada por unanimidade na votação desta terça. Informalmente, vários senadores apelidaram, durante a votação, a PEC de Benedita da Silva, hoje deputada federal pelo PT-RJ e ex-empregada doméstica, uma das principais articuladoras da aprovação.

No total a PEC traz 16 direitos aos trabalhadores domésticos: indenização em caso de despedida sem justa causa, seguro-desemprego em caso de desemprego involuntário, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), garantia de salário mínimo para aqueles que recebem renumeração variável, adicional noturno, salário-família, proteção ao salário, jornada de oito horas diárias e 44 horas semanais, observância de normas de higiene, saúde e segurança, hora-extra, auxílio creche e pré-escola, reconhecimento de acordo e convenções coletivas, seguro contra acidente de trabalho, proibição de discriminação de salário, de função e de critério de admissão, proibição de trabalho noturno, em condições insalubres ou perigoso a menores de 16 anos e proibição de discriminação com pessoa com deficiência.

Imediatamente serão aprovados nove aspectos, sendo que os outros sete dependem de regulamentação para que comecem a ser aplicados.

Dentre os aspectos que serão validados imediatamente estão a garantia de salário nunca inferior ao mínimo (hoje em R$ 678), jornada de trabalho não superior a 8 horas por dia (máximo de 44 horas semanais), pagamento de horas-extras, além do reconhecimento de convenções ou acordos coletivos.

terça-feira, 26 de março de 2013

Coronel foi executado na zona norte de SP. Acusados foram absolvidos por falta de provas


São Paulo
18/3/2013 às 00h30
Após cinco anos, execução de comandante da PM continua sem solução

Coronel foi executado na zona norte de SP. Acusados foram absolvidos por falta de provas
Do Domingo Espetacular
A execução do comandante da PM, o coronel José Hermínio Rodrigues, não foi esclarecida até hoje. Uma investigação polêmica e um processo com falhas levaram a absolvição dos acusados por falta de provas.O Tribunal de Justiça de São Paulo absolveu o ex-soldado Pascoal dos Santos e o ex-sargento Lelces André Pires.
Pascoal falou ao Domingo Espetacular por um radiocomunicador. Ele disse que vai ter dificuldades para trabalhar.
— De repente acontece uma desgraça dessa na sua vida. Tira a sua farda, tira a sua arma, e hoje eu tenho que me esconder igual rato pra poder sobreviver e manter minha família. É um absurdo. Eu temo mesmo, temo.
O coronel Hermínio comandava 10 mil homens de quatro batalhões na zona norte de São Paulo. Ele investigava um grupo de extermínio formado por policiais militares, que ficou conhecido como “Matadores do 18”, em referência ao número do batalhão da PM.
Em janeiro de 2008, ele caiu em uma emboscada. O coronel estava de férias e à paisana, passeava de bicicleta por uma avenida da zona norte. O assassino chegou de moto, parou próximo à vítima e atirou diversas vezes no policial. Três disparos atingiram o rosto dele.
Duas investigações foram abertas, no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), da Polícia Civil, e outra na Polícia Militar.
O delegado Marcos Carneiro era o chefe da divisão de homicídios na época do crime. Ele contou que o objetivo era justamente executar o coronel.
— Descobriu-se que o interesse foi matar o coronel Hermínio, não foi para roubar, não foi para fazer nada. Era para matar o coronel Hermínio. 
O primeiro indício contra os PMs Pascoal e Lelces veio de um suspeito de integrar um grupo de extermínio. Em depoimento, Wellington franco disse que "o executor do homicídio do coronel foi Pascoal. Havia um mandante: Lelces André Pires de Morais." Ainda segundo Wellington, "Lelces sempre dizia a Pascoal que se conseguissem matar aquele coronel, os problemas deles estariam resolvidos".
Lelces e Pascoal eram subordinados ao coronel no 18º batalhão da grande SP. O coronel decidiu transferir alguns policiais acusados de pertencer a grupos de extermínio. Entre eles, Pascoal. Esse poderia ser um motivo para o assassinato.  
Pascoal e Lelces tiveram a prisão temporária decretada em 2010. Eles ficaram quase dois anos presos, até conseguir na Justiça o direito de responder em liberdade. O inquérito da Justiça Militar está diferente do da Polícia Civil. No depoimento de Wellington, ele desmentiu tudo diante do juiz e disse que foi torturado pela polícia para incriminar os dois.
Além da denúncia de tortura, o julgamento militar apontou outro problema. A perícia feita nas cápsulas encontradas perto do corpo do coronel e a perícia das armas apreendidas não foram confrontadas. Isso só aconteceu depois de dois anos e nada foi constatado.
Por fim, com a questão da perícia, o inquérito da Polícia Civil não pode chegar a um resultado conclusivo. Os dois PMs foram absolvidos. A promotoria vai recorrer da absolvição.
Linhas de investigação
Três pistas que podem levar à morte do coronel ainda não foram analisadas pela polícia: um grampo telefônico que monitorava o coronel, uma lista no computador dele de policiais que seriam punidos e uma suposta pressão sofrida por Hermínio para agilizar a compra de radiocomunicadores no valor total de R$ 150 milhões. 
Assita ao vídeo: 

27 de Março dia Nacional do Grafite


Para todos e todas que curtem o grafite. É arte, não criminalize. Não seja RACISTA.


Ação Educativa

FONTE: http://gigabrowgrafite.blogspot.com.br/2011/03/27-de-marco-dia-nacional-do-grafite.html
DOMINGO, 27 DE MARÇO DE 2011

27 de Março dia Nacional do Grafite

Hoje várias cidades brasileira comemoram o dia nacional do grafite, homenageando Alex Vallauri que morreu em 26 de março de 1987 e foi homenageado no dia 27 pelos seus amigos que fecharam e grafitaram o túnel da Avenida Paulista. Para que essa data não passe em branco vários grafiteiros de João pessoa se reúnem hoje na Av, Epitácio pessoa, próx ao quartel de engenharia, para realizar a grafitagem de um mural e colorir a pele da cidade.


Biografia de Alex vallauri

Alex Vallauri (Asmara / Etiópia, 1949 – São Paulo, 26 de março de 1987), grafiteiro, artista gráfico, pintor, desenhista, cenógrafo e gravador. Mesmo tendo nascido no continente africano tem nacionalidade italiana.

Veio para o Brasil (cidade litorânea de Santos – onde treinou a técnica da gravura retratando as pessoas no porto de Santos – e mais tarde para a capital paulista) com a família no ano de 1965. Formado em Comunicação Visual pela Fundação Armando Álvares Penteado (instituição em que alguns anos mais tarde ministrou desenho), se especializou em Artes Gráficas no Litho Art Center na Suécia. Estudou desenho no Billy Accioli na Inglaterra e freqüentou o Pratt Institute nos Estados Unidos (estudando Artes Gráficas e fazendo grafites nos muros da cidade).

De volta ao Brasil, deu continuidade aos grafites em espaços públicos, desta vez nos muros de São Paulo. Ao mesmo tempo estudou novas maneiras de aplicações de gravura, como a xerografia. Pioneiro na arte do grafite no Brasil, Alex usou outros suportes além dos muros urbanos; estampou camisetas, bottons e adesivos. Para ele, o grafite é a forma de comunicação que mais se aproxima do seu ideário de arte para todos.




Seu interesse por objetos kitsch fez com que, em meados dos anos 70, passasse a fotografar painéis de azulejos, pintados nos anos 50 e colados nas paredes de restaurantes de São Paulo. Seus registros fotográficos resultaram no vídeo Arte para Todos, mostrado na Bienal Internacional de São Paulo em 1977.

Para outras documentações envolvendo a decoração kitsch passou a observar e registrar embrulhos de papel de confeitarias, padarias e outros tipos de comércios. Iniciou uma coleção de carimbos de uma fábrica com desenhos da década de 50. Totalizando uma coletânea de 400 carimbos, Vallauri compôs suas obras utilizando esses carimbos em outras novas técnicas experimentadas por ele. As imagens apresentadas em seus trabalhos eram de simples e rápido entendimento, pois ele acreditava que uma vez expostas em meio ao caos da cidade, as imagens deveriam ser de imediata compreensão.

No final dos anos 70, o grafite de uma bota preta, de salto fino e cano longo, foi um dos trabalhos do artista – produzido e inserido na paisagem urbana – no anonimato. Na mesma época, enviou para artistas e amigos uma seqüência de postais manufaturados que consistiam em cópias de cartões postais, contendo edifícios históricos da cidade, com a intervenção do carimbo da bota preta sobreposto aos arranha-céus e com frases sobre a invasão da bota na cidade. Apropriou-se também de imagens das histórias em quadrinhos e da história das artes.

Interferência Urbana-Grafite é uma documentação áudio-visual resultante de um trabalho seu de três anos apresentado na Pinacoteca do Estado de São Paulo em sua individual intitulada: Muros de São Paulo.
Ganhou, em 1981, o prêmio Arte Comunicação da Associação Paulista de Críticos de Arte, pelo conjunto de sua obra. As grandes características do trabalho de Alex Vallauri é o interesse de resgatar o passado, o apropriar-se das imagens, a recontextualização dos significados e as intervenções no cenário urbano.

segunda-feira, 25 de março de 2013

A Coordenadoria da Juventude reafirma seu compromisso por uma cidade de todos e todas.



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A morte do skatista na madrugada de ontem no Paraventi reafirma a necessidade do cumprimento da lei seca, onde a “ditadura do automóvel” tem provocado uma onda de assassinatos como do ciclista que teve o braço amputado e agora em nossa cidade do skatista que morreu atropelado.

26 anos é a idade do autor da morte do skatista (pela matéria publicada no jornal FM de hoje 25/05/2013) indicando que o caso afeta aos jovens como causa e consequencia mostrando a urgência de unirmos forças do Estado e da sociedade no caminho de oferecer uma nova cultura e um olhar de direito a cidade.

Direito a cidade é o conceito utilizado pelo Estatuto das Cidades e que precisa ser implementado.

Nós pela Coordenadoria da Juventude temos dialogado com setores da juventude que praticam desde o ciclismo, que proporcionou a criação da ciclovia até grupos populares que se reúnem em torno da pratica do skate.

Não somos o único espaço do poder publico para tratar desse dialogo, porém somos os responsáveis de criar meios de dialogarmos com os representantes dos segmentos e isso o fazemos.

Estamos inclusive nesse dialogo apoiando inclusive manifestações culturais como os jovens que praticam a dança do “free step” para que os espaços públicos sejam de fato de todos os públicos.

Manifestamos assim nosso pesar a família pela perda do jovem skatista, que na madrugada de nosso município só buscava exercer seu direito a cidade.

Só links....



Não se reprima, não se reprima...

só links, sem comentários...

http://www.pragmatismopolitico.com.br/2012/09/fernando-meirelles-nossos-sonhos-nao-cabem-capitalismo.html

http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/02/as-40-perguntas-que-yoani-sanchez-nao-ira-responder.html

Democratiza a midia....nas mãos de poucos há interesses privados, nas mãos do povo, há interesses comunitários!




Nem a poderosa e conservadora Fox pode calar os Simpsons...porque dão lucro claro...
mas leia, só pra divertir...e refletir....


DOMINGO, 20 DE NOVEMBRO DE 2011

Episódio de Os Simpsons defende democratização da comunicação


Episódio de Os Simpsons defende democratização da comunicação

Uma das anomalias mais graves da comunicação social no Brasil reside na escandalosa concentração de propriedade de meios de comunicação, anomalia essa que vem sendo combatida na América Latina após ter sido ao menos controlada nos países desenvolvidos.

Este país, porém, corre o risco de continuar a ter oligopólio escandaloso na comunicação porque seus beneficiários usam a censura para impedir que o povo conheça conceitos que nos países desenvolvidos são amplamente aceitos como inerentes à democracia. Aqui, os donos da mídia dizem que democratizar a comunicação é “censura”.

Para combater a desinformação midiática, este blog exibe agora um episódio específico da longeva série de tevê americana “Os Simpsons”. O episódio explica, de forma leve e divertida, os malefícios da concentração de propriedade de meios de comunicação como a que detém a Globo.

O 22º episódio da 15ª temporada – a série já está na 22ª temporada – explica como é importante não haver essa concentração e mostra como a luta de um pequeno comunicador pode mudar toda a comunicação de massas.

Nesse episódio, o magnata Montgomery Burns, dono de uma usina nuclear, decide “comprar a mídia” para melhorar a própria imagem naquela sociedade após descobrir que é odiado pelo povo de Springfield, cidade fictícia da família Simpson.

Burns compra tevês, rádios e jornais, concentrando propriedade de meios de comunicação no melhor estilo da nossa velha conhecida Globo. No entanto, alguém decide enfrentá-lo em uma luta absurdamente desigual.

Lisa Simpson, uma simples garotinha, começa a imprimir um jornal estudantil para combater o império de comunicação de Mr. Burns, que trata de sufocar o pequeno concorrente de todas as formas, chegando a lhe cortar a luz que vinha de sua usina nuclear.

Lisa persiste, passando a imprimir o jornal em um mimeógrafo à manivela, que dispensa luz elétrica. Contudo, diante de novas investidas do império de comunicação de Mr. Burns, a jovem idealista acaba desistindo.

Ao fim do episódio, porém, a luta da pequena Lisa dá frutos ao gerar um efeito naquela comunidade que lembra o que vem acontecendo na blogosfera brasileira, o que torna imperdível o episódio “Guerra da Imprensa”, que o leitor pode conferir logo abaixo.

Reproduzido de Blog da Cidadania, por Eduardo Guimarães
19 nov 2011

SinopseQuando Mr. Burns decide começar um monopólio da Imprensa tal como Rupert Murdoch, Lisa começa a editar o seu próprio jornal em resposta às criticas de Bart aos novos episódios deItchy & Scratchy que apenas promovem o uso da energia nuclear, e junta alguns dos colegas para fazerem parte da redação. Mas quando Burns descobre o jornal, ele oferece a Lisa três póneis e uma carga de dinheiro, que ela não aceita. Assim, Burns começa a guerrear com ela das mais variadas formas, entre as quais está o corte de energia da cidade. O episódio termina com os habitantes de Springfield a acharem Lisa Uma inspiração para todos e a começarem a vender os seus próprios jornais.

Nome original: "Fraudcast News"
Primeira Transmissão: 23/05/2004
Episódio nº 335
Diretor: Bob Anderson
Escritor: Don Payne
Convidados Especiais: Nenhum

Leia mais sobre Rupert Murdoch em Filosomídia clicando aqui.


Assista ao video “Murdoch of Fox News Admits Manipulating the News for Agenda”, clicando aqui. Para ler as legendas pressione em CC.

Marco regulatório: governo está em dívida com a sociedade, afirma presidente do PT


Marco regulatório: governo está em dívida com a sociedade, afirma presidente do PT

22/03/2013 Informa CUT
Em entrevista Rui Falcão lembra que a regulação foi resolução de conferência nacional e que discutir o marco regulatório representa ampliar a democracia
entrevista para: Por Luiz Carvalho, Maria Mello e Raquel de Lima para o Fórum Nacional Pela Democratização da Comunicação (FNDC)

Logo após a divulgação, no início de março, da nota pública do Partido dos Trabalhadores (PT) intitulada “Democratização da mídia é urgente e inadiável”, os veículos que compõem o monopólio da comunicação no Brasil trataram a iniciativa do partido como censura. Em entrevista ao FNDC, o presidente do partido, Rui Falcão, destaca que discutir o marco regulatório representa exatamente o contrário: ampliar a democracia. Para ele, o governo mantém uma dívida com a sociedade ao não adotar a regulação definida pela Conferência Nacional de Comunicação (Confecom).

O presidente do partido destacou, ainda, que a legenda pede o cumprimento dos artigos da Constituição que proíbem a existência de monopólios e oligopólios e a aplicação da complementaridade, ou a convivência de três tipos de sistema de comunicação.

Para Falcão, a resistência à regulamentação será vencida por meio da formação do conjunto da sociedade sobre o tema, e que as ações dos movimentos sociais pela democratização da comunicação devem dialogar com a população e conseguir assinaturas para o projeto de Lei de Iniciativa Popular - esclarecendo a opinião pública sobre as mudanças “difíceis”, pois “mexem com interesses poderosíssimos e que hoje estão interditando o debate político mais livre na sociedade”.

Leia abaixo a entrevista.

FNDC – Por que precisamos de um novo marco regulatório no Brasil?
Rui Falcão – Todos os países têm algum tipo de regulação sobre os meios eletrônicos e não é cerceamento, ao contrário, procuram corresponder ao fato de que o direito à informação, à liberdade de expressão, é também um direito individual. Mas, com os meios modernos de comunicação, com a convergência das mídias, cada vez mais esse direito é interativo, coletivo e social. É preciso que o Estado, em nome da sociedade, fixe parâmetros e regras que não implicam a restrição de conteúdo, mas normas de funcionamento para esses meios, que são cada vez mais poderosos, formam opiniões e difundem interesses. Em todos os países há alguma regulamentação para os meios eletrônicos.

No Brasil, a Constituição fixou algumas regras para os meios de comunicação: os artigos 220, 221,222 e 223. O que temos defendido é que o marco regulatório deve se restringir ao que está escrito na Constituição e carece de regulamentação. Sei que na sociedade há propostas que extravasam isso. Esse debate foi feito na Conferência Nacional de Comunicação, que estabeleceu uma série de compromissos para o governo, você tinha a Lei de Imprensa, de 1969, que foi derrubada pelo Supremo, tem o Código Brasileiro de Telecomunicações, que já completou mais de 50 anos e é de uma época em que não havia nem internet. Até para atualizar a legislação você precisaria de um marco regulatório.

FNDC - O que o PT defende na prática?
Rui Falcão – Primeiro, que se cumpram os artigos da Constituição que proíbem a existência de monopólios e oligopólios e a aplicação da complementaridade, a convivência de três tipos de sistema de comunicação: o privado, que predomina no Brasil e não vai ser desapropriado, nem seus conteúdos serão cerceados; o estatal e o setor público, que também deveria conviver nessa tríade. É preciso estimular o surgimento de um setor público, ter novas normas e leis que protejam as rádios comunitárias para que não aconteça como atualmente, em que boa parte funciona ilegalmente. A própria normatização das TVs abertas exige um percentual de conteúdo nacional e, para isso, precisa produzir um conteúdo que atenda à complexidade do país, as culturas, os sotaques.

Com relação à mídia impressa, não há nenhuma interferência do marco regulatório, a não ser a discussão se é necessário ou não uma lei específica para o direito de resposta, que não tem relação direta com o marco regulatório. A revogação da Lei de Imprensa deixou um vazio jurídico. Pessoalmente, entendo que deveríamos ter uma lei específica que não jogasse sobre o jornalista e sim sobre as empresas a responsabilidade sobre reparações financeiras. Também seria importante os jornalistas apoiarem esse movimento, que significa mais empregos e melhores condições de trabalho e permitiria estabelecermos um código de ética que fosse aceito nas empresas com direito de objeção de consciência - o jornalista não ser obrigado a fazer determinadas matérias que violem suas convicções.

E é importante enfatizar cada vez mais que isso não diz respeito a nenhum cerceamento de liberdade de expressão, não estamos propondo orientar as matérias que os jornalistas produzem e nem suprimir a oposição pela regulamentação dos meios. Se pode haver algum tipo de restrição, é aquilo que está previsto na Constituição.

FNDC - O secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Cesar Alvarez, disse que o governo não discutirá o marco regulatório. Como fazer para o governo mudar de opinião?
Rui Falcão – Na reunião do diretório no início de março, fizemos um apelo ao governo para que reconsidere essa decisão. E o próprio Congresso Nacional, se quisesse, poderia regulamentar os artigos da Constituição independentemente do Executivo. Mas não parece ser esse o quadro no Congresso, tanto que tivemos, um dia depois da nossa decisão de apoiar a iniciativa popular da CUT e do FNDC de um Projeto de Lei de Iniciativa Popular, um dirigente do PMDB dizendo que é totalmente contrário a esse tipo de política que defendemos. Há setores do Congresso que se opõem a essa regulação e por isso não se faz. Há propostas, por exemplo, de que político não seja proprietário de meio de comunicação. É evidente que se isso fosse lei você precisaria de um tempo para que o político ou desistisse do mandato ou transferisse para outra pessoa a propriedade. Porque o argumento é que quem autoriza e renova concessão, no caso dos meio eletrônicos, não pode conceder pra si mesmo, mas sabemos que há resistência.

FNDC - E como se vence essa resistência?
Rui Falcão – Através da pressão da sociedade. É uma luta de muitos anos que vem sendo travada por dezenas de entidades e acho que ganhou novo impulso porque parece que há o desejo de grandes entidades de levarem essa campanha pra rua. E é bom que se diga, ninguém vai mexer com o futebol na TV, ninguém vai acabar com as novelas. Ao contrário: em vez de acabar com o futebol, tem que democratizar a possibilidade de mais gente transmitir as partidas.

São coisas assim de senso comum, mas acho que a campanha da CUT, do FNDC, do Intervozes, das dezenas de blogueiros e entidades que lutam pela democratização da comunicação têm de dialogar com a sociedade e conseguir assinaturas e ganhar opinião pública para essas mudanças que são difíceis, mexem com interesses poderosíssimos e que hoje estão interditando o debate político mais livre na sociedade.

Estamos vivendo o período mais longo de democracia no Brasil e há mudanças que são urgentes e inadiáveis, e uma delas é o alargamento da liberdade de expressão. Estamos há anos falando da democratização da comunicação e fica parecendo que não vamos conseguir isso tão cedo, mas a pressão da sociedade e a influência das mídias digitais, a sociedade em movimento, uma grande ascensão social pode mudar a cabeça das pessoas. Por isso a importância dessa campanha ir pra rua, pedir assinaturas, porque cada assinatura requer uma informação, é a sociedade fazendo política.

FNDC - Qual a avaliação que o senhor faz a partir dos governos Lula e Dilma sobre o interesse em democratizar a comunicação?
Rui Falcão – Primeiro, de que não há repressão sobre jornalistas e imprensa. Não há uma atividade de censura, uma invasão de empresa jornalística, um jornalista perseguido. Segundo, aprovamos a Lei de Acesso à Informação, que é um passo importante para democratizar a comunicação oficial, que sempre foi muito fechada. Terceiro, a veiculação de publicidade oficial se espalhou bastante. Essa também é uma postura que favorece ter mais liberdade de expressão no Brasil. Diminuiu muito a perseguição às rádios comunitárias, algumas TVs tiveram autorização para funcionar, como a TVT, que está prestes a conseguir instalar uma antena na Paulista e poderá atingir toda a região metropolitana. Houve a criação da TV Brasil. São avanços ainda insuficientes, mas que, comparados ao período anterior, são avanços. Como a realização da Conferência Nacional da Comunicação que, apesar da oposição de setores da grande imprensa, foi um sucesso. Uma das propostas era, inclusive, a construção de um marco regulatório. E isso o governo está devendo, sua própria deliberação.

FNDC - Em evento recente da CUT, o presidente Lula defendeu que os movimentos sociais se articulassem para a construção de uma mídia própria. Mas como é possível vencer esse gargalo se os critérios técnicos de publicidade federal acabam ainda beneficiando os monopólios e o acesso às concessões de rádio e TV por essas organizações ainda é muito difícil?
Rui Falcão – Quanto mais o campo popular puder reunir suas publicações, seus veículos eletrônicos para ter conteúdo semelhante, eu acho positivo. Mas não creio que esse seja o caminho alternativo à criação de um marco regulador. Cada publicação e cada veículo tem sua linha, representa seus segmentos, representa categorias profissionais, fica difícil ter pauta unificada. Quanto mais sinergia puder haver entre esses veículos, melhor, mas não creio que isso seja um contraponto ao monopólio. Eu acho que deveriam ser revistos os critérios para termos a possibilidade de novas concessões, e é preciso reorientar, sem favorecer, os critérios de veiculação.

Conheça os 40 mandamentos do reacionário perfeito

Se voce se reconhece em pelo menos uma, cuidado, é a gripe "Veja" que te pegou. O sinais da doença: idiotice aguda, raiva do PT, intolerancia etnica e racial...xi tem cura mas tem que saber acolher o próximo...seu senso de humanidade está equilibrado?

boa leitura....



Conheça os 40 mandamentos do reacionário perfeito
Postado em: 25 abr 2012 às 14:33
link:
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2012/04/conheca-os-40-mandamentos-do-reacionario-perfeito.html


Cada um dos tópicos abaixo foi diretamente inspirado nas falas ou nas atitudes de pessoas de carne e osso

laerte reacionário direita conservadorPor Gustavo Moreira, em seu Blog
1-Negue sistematicamente a existência de qualquer conflito de classe, gênero, etnia ou origem regional ao seu redor, mesmo que o problema seja evidente até aos olhos do turista mais desatento. Afinal, sempre nos foi ensinado que a sociedade é um todo harmônico.
2-Não sendo possível negar o conflito, pela sua extensão, tente convencer seu interlocutor de que ele é limitado, reduzido a alguns focos ou induzido por estrangeiros perversos, mas que logo tudo voltará à tranquilidade costumeira.
3-Sendo impossível negar que o conflito é vasto e presente em quase toda parte, tome o partido dos mais poderosos. Afinal, eles representam a ordem, que deve ser mantida a qualquer custo.
4- Manifeste sua contrariedade diante de qualquer estatística que aponte para uma tendência de aumento da massa salarial. É inadmissível que os abnegados empreendedores sejam constrangidos a margens de lucro menores.
5-Demonstre contrariedade ainda maior quando notar que filhos de operários, camelôs e empregadas domésticas estão frequentando universidades. Prevalecendo esta aberração, que vai limpar o vaso sanitário para seu filho daqui a vinte anos?
6-Repita mil vezes por dia, para si mesmo e para os outros, que esquerdismo é doença, ainda que faça parte de uma classe média de orçamento curto, mas que, em estranho fenômeno psicológico, se enxerga como parte da melhor aristocracia do planeta.
7-Atribua a culpa pelos altos índices de criminalidade aos migrantes vindos de regiões pobres e imigrantes de países miseráveis. Estas criaturas não conseguem nem reconhecer a generosidade da sociedade que os acolhe.
8-Associe, sempre que possível, o uso de drogas a universitários transgressores e militantes de esquerda, mesmo sabendo que o pó mais puro costuma ser encontrado nas festas da “boa sociedade”. É necessário ampliar ou pelo menos sustentar o nível de reacionarismo da população em geral.
9- Tente revestir seu conservadorismo com uma face humanitária, reivindicando o direito à vida de todos os fetos, ainda que, na prática, vá pagar um aborto caso sua filha fique grávida de um indesejável, e seja favorável ao uso indiscriminado de cassetete e spray de pimenta contra os filhos de indesejáveis já crescidos.
10- Assuma o partido, em qualquer querela, daquele que for mais valorizado socialmente. Não é prudente que os “de baixo” testemunhem quebras de hierarquia, nem nos casos de flagrante injustiça.
11- Tente justificar, em qualquer ocasião, os ataques militares da OTAN contra países da Ásia, África ou da América Latina, mesmo que estes não representem a menor ameaça concreta para os agressores. Pondere que não é fácil carregar o fardo da civilização.
12- Mantenha assinaturas de pelo menos um jornal e uma revista de linha editorial bem reacionária, para usá-las como argumento de autoridade. Quando suas afirmativas forem refutadas, retruque de imediato com a fórmula “eu sei de tudo porque li o …”.
13-Nunca se esqueça: se um político socialista ou comunista cometer crimes comuns, isto é da essência do esquerdismo; se os crimes forem cometidos por um político de direita, ele é apenas um indivíduo safado que não merece mais o seu voto.
14- Vista-se somente com roupas de grifes caríssimas, não importando o quanto vá se endividar. Sobretudo jamais seja visto sem gravata por pessoas das classes C, D e E.
15- Nunca perca a oportunidade de discursar a favor da pena de morte quando o jornal televisivo noticiar o assassinato de um pequeno burguês por assaltante ou traficante de favela; se, ao contrário, surgir a imagem de algum rico que passou de carro a 200 km/h por cima de pobres, mude de canal, procurando um filme de entretenimento.
16- Quando ouvir narrativas sobre ações violentas de neonazistas e outros militantes de extrema-direita, minimize a questão. Afinal, eles podem ser malucos, mas contrabalançam a ação da esquerda.
17- Reserve pelo menos uma hora, durante as festas de aniversário de seus filhos, para aquela roda em que alguns contam piadas sobre padeiros portugueses burros, negros primitivos, judeus e árabes sovinas, gays escrachados e índios canibais. É necessário, para reforçar a coesão da comunidade burguesa “cristã-velha”!
18- Quando forçado a conversar com pobres, tente parecer um grande doutor, empregando seguidamente expressões estrangeiras; se um subalterno for inconveniente ou falar demais, dispare sem hesitar: “Fermez la bouche!” .
19- Seja sócio de um clube tradicional, ainda que falido, e se possível ocupe uma de suas diretorias, mesmo que totalmente irrelevante. Manifeste-se sempre contra a entrada no quadro social de emergentes sem diploma e outros tipos sem classe.
20- Jamais ande de trem ou de ônibus. É a suprema degradação, comparável somente a ser açougueiro na sociedade absolutista.
21- Obrigue todo empregado doméstico que venha a cair sob suas ordens a comprar uniforme e usá-lo diariamente, impecavelmente lavado e passado. Afinal, para que serve o salário mínimo?
22-Jamais escute música baiana de qualquer vertente, samba, forró ou cantores sertanejos. Uma vez flagrado, sua reputação de homem civilizado estaria arruinada.
23-Pareça o mais alinhado possível com o liberalismo do século XXI. Tendo preguiça de se dedicar a textos complexos, leia pelo menos “Não somos racistas”, de Ali Kamel, e o “Manual do perfeito idiota latino-americano”. Passará como intelectual para pelo menos 90% da juventude de direita.
24- Morra virgem, mas nunca apresente como esposa, noiva ou namorada uma mulher que não caiba no estereótipo da burguesa cosmopolita, porém comportada.
25- Faça eco aos discursos dos octogenários conservadores que constantemente repetem a fórmula “no meu tempo não era assim”, mesmo que saiba sobre inúmeras falcatruas e atrocidades “do tempo deles”. Quanto mais perto do Império e da República Velha, mais longe da contaminação esquerdista!
26- Passe sempre adiante, para parentes, amigos e conhecidos, notícias forjadas na Internet, no estilo “Todas as mulheres de uma cidade do Ceará se recusaram a trabalhar numa fábrica de sapatos, porque já recebiam o bolsa-família”. Não importa se é impossível que qualquer pessoa com mais de quatro neurônios ativos acredite que uma cidade inteira tenha recusado um salário de pelo menos seiscentos reais por achar que vive bem com um auxílio de cento e cinquenta.
27- Repasse, igualmente, juízos de valor negativos sobre personalidades de esquerda, na linha “Michael Moore é mentiroso”, “Chico Buarque é um comunista hipócrita que vive no luxo”, “Dilma foi terrorista”, etc. É preciso dar continuidade à teatral associação entre reacionarismo e moralidade.
28-Diante de qualquer texto ou discurso de esquerda, classifique-o imediatamente como doutrinação barata ou lavagem cerebral. Não importando sua eventual ignorância sobre o tema, é preciso fechar todos os espaços à conspiração gramsciana mundial.
29- Sustente a surrada versão de que “apesar dos erros, os milicos salvaram o Brasil do comunismo em 1964”. Desconverse mais uma vez se alguém perguntar como se chegaria ao comunismo através da provável eleição de Juscelino Kubitschek em 1965.
30- Deprecie ao máximo mexicanos, chilenos, peruanos, paraguaios, bolivianos, colombianos e demais hispânicos como caboclos de cultura atrasada. Abra exceção para argentinos ricos filhos de pais europeus, desde que estes se abstenham de chamá-lo de macaquito.
31- Defenda o caráter sagrado da propriedade rural. Quando alguém recordar que as terras registradas nos cartórios do estado do Pará equivalem a quatro Parás, procure ao menos convencê-lo de que é uma situação atípica.
32- Afirme com veemência que todo posseiro, índio ou quilombola em busca de regularização de terras é vagabundo, mesmo que seus antepassados estejam documentados no local há duzentos anos. Por outro lado, todo latifundiário rico sempre será um proprietário respeitável, ainda que tenha cercado sua fazenda à bala há menos de vinte.
33- Denuncie nas redes sociais os ambientalistas que tentam embargar a construção de fábricas de artefatos de cimento em bairros superpopulosos e de depósitos de gás ao lado de estádios de futebol. Esses idiotas não sabem que nada é mais importante do que o crescimento do PIB?
34- Rejeite toda queixa que ouvir sobre trabalho escravo. É tirania impedir que alguém trabalhe em troca de água, caldo de feijão, laranja mofada e colchão de jornal, se estiver disposto a isto. Deixem a vida social seguir seu curso espontâneo!
35- Quando alguém protestar contra o assassinato de duzentos gays no ano Y, responda que outras quarenta mil pessoas morreram violentamente naquela temporada. Finja que é limítrofe e não entendeu que a cifra se limita aos gays mortos em decorrência desta condição e não aos que tombaram em latrocínios, brigas entre torcidas e disputas armadas por vagas de garagem.
36- Acuse todo movimento constituído contra determinado tipo de opressão de querer promover a opressão com sinal contrário. As feministas, por exemplo, pretendem castrar os machos e colocar-lhes avental para lavar a louça e cuidar de poodles.
37- Enalteça “esportes e diversões” que favorecem o gosto pelo sangue, como arremesso de anões, rinhas de galo, pegas, caçadas em áreas de preservação ambiental, touradas, farras do boi e congêneres. Como já dizia seu patrono oculto Benito Mussolini, “o espírito fascista é emoção, não intelecto”.
38-Procure enxertar referências bíblicas nas suas falas sobre política. Ao defender um oligarca truculento, arremate a obra dizendo algo como “Cristo também jantou na casa do rico Zaqueu”. Tente dar a impressão de que qualquer um que venha a contestá-lo despreza pessoas religiosas.
39-Apresente a todas as crianças que tiver ao seu alcance, antes dos dez anos, o repertório integral de Sylvester Stallone e similares, nos quais o árabe é sempre terrorista, o vietnamita um comunista fanático que jamais tira a farda e o hispano-americano batedor de carteira ou traficante. Tendo a chance, compre também Zulu, para a garotada aprender desde cedo que africanos são selvagens que correm em torno da fogueira sacudindo lanças de madeira.
40- Não permita que a política externa dos Estados Unidos seja criticada impunemente. Nunca se sabe quando o homem de bem precisará de um poder maior e talvez irresistível para defendê-lo do zé povão.